Era
com esta abertura – ou parecida – que há anos atrás um conhecido locutor abria
as suas intervenções televisivas. A estas fortes palavras emprestava o inegável
dramatismo da voz algo rouca.
Pois,
hoje, alguns locutores das televisões já não utilizam estas palavras mas, o que
dizem, o tom em que falam e as expressões faciais deixam antever exactamente o
mesmo: O Horror! O Drama! A Tragédia!
Uma
senhora, em particular, Judite de Sousa, é o paradigma desta forma de dar notícias.
Claro que as notícias disponíveis, não são muito boas, ou, pelo menos, boas mas…
bolas… não haverá forma de dizer aos ouvintes algo que não lhes massacre a
paciência, de lhes mostrar alguma coisa agradável e, sobretudo, algum motivo de
esperança?
A
televisão tem – deve ter – um papel muito importante no ressurgimento de um
povo mergulhado numa noite de constrangimentos e dificuldades de toda a ordem. Aos
comentadores ‘oficiais’ que sabem tudo o que não se deve fazer – o que é
manifestamente escusado - rarissimamente se lhes ouve uma sugestão de ‘como
fazer’ – o que seria de eventual utilidade – para todos, em geral e, até, para
os que têm de governar.
Ainda
ontem o Presidente do BPI deu uma entrevista na RTP 1 e, a gente admira-se com
o pragmatismo, a serenidade e – mais – com o bom senso – demonstrado. Não
haverá mais gente como Fernando Ulrich para entrevistar e, assim, trazer algo
de construtivo e coerente aos espectadores?
Quero
acreditar que enquanto houver cobertura exaustiva de manifestações – às vezes
com umas dezenas de pessoas e, quase sempre as mesmas – estas continuarão cada
vez em maior numero. Há três dias contei exactamente cinquenta e cinco minutos –
ininterruptos – de reportagens sobre manifestações e, quando não há número suficiente
em Portugal para preencher o tempo, recorre-se ao que se passa lá fora, como se
fosse diferente ou mais interessante.
Depois…
praticamente cinquenta por cento do tempo restante dos vários jornais
televisivos são ocupados pelo futebol e… temos dito: Boa noite e até amanhã!
Mas…
será que não haverá – MESMO – nada interessante e agradável para noticiar?
Além
da paciência - que vai faltando – para ‘gramar’ estas ‘pastilhas’, resta-nos a
esperança que haja bom senso e boa vontade por parte dos directores de
informação, dos ‘pivôs’ e dos comentadores.
antónio mexia alves, 2012.10.18
E ainda por cima inventam, ou seja, fabricam noticias para servir os seus interesses.
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