E qual é o valor pedagógico deste sacramento para os penitentes? Trata-se agora de lições sobre a acção de Deus e da sua bondade, a própria liberdade e fragilidade, a necessidade de formar a consciência, e os modos, concretos e pessoais, de crescer na fé, na esperança e no amor.
Tudo isto dependente da acção da Graça e dos efeitos objectivos do sacramento. Na confissão expressa-se particularmente a liberdade pessoal e da consciência. Por isso, «o exame de consciência tem um valor pedagógico importante: educa a olhar com sinceridade a própria existência, a confrontá-la com a verdade do Evangelho e a valorizá-la com parâmetros não só humanos, mas também tomados da Revelação divina. A confrontação com os Mandamentos, com as Bem-aventuranças e, sobre tudo, com o Mandamento do amor, constitui a primeira grande ‘escola penitencial’».
Continuando, «no nosso tempo, caracterizado pelo ruído, pela distracção e pela solidão, o colóquio do penitente com o confessor pode representar uma das poucas ocasiões, por não dizer a única, para ser escutados de verdade e em profundidade». Bento XVI anima os sacerdotes a dedicar tempo a este ministério porque «ser acolhidos e escutados constitui também um sinal humano do acolhimento e da bondade de Deus para com os seus filhos». Juntamente com isto, «a confissão íntegra dos pecados educa o penitente na humildade, no reconhecimento da sua própria fragilidade e, ao mesmo tempo, na consciência da necessidade do perdão de Deus e na confiança em que a Graça divina pode transformar a vida».
Ainda assim «a escuta das admoestações e de os conselhos do confessor é importante para o juízo sobre os actos, para o caminho espiritual e para a cura interior do penitente». E acrescenta o Papa: «Não esqueçamos quantas conversões e quantas existências realmente santas começaram num confessionário».
Por último, «o acolhimento da penitência», que o sacerdote prescreve, «e a escuta das palavras ‘Eu te absolvo dos teus pecados’ representam uma verdadeira escola de amor e de esperança, que guia à plena confiança no Deus Amor revelado em Jesus Cristo, à responsabilidade e ao compromisso da conversão contínua».
No final o Papa dá aos sacerdotes um conselho de ouro, pois a experiencia pessoal como penitente é também uma grande escola: cuidar a própria confissão, também para aprender a confessar cada vez melhor, ao serviço de Deus e das pessoas.
ramiro pellitero iglesias, conioZe, trad ama, 2011.04.29
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.