Emoções
Sem emoções não podemos fazer brotar no nosso íntimo a
capacidade de fecundar a realidade criando novas formas de existência e de
vida. A forçada repressão e da expansão,da assimilação e da eliminação, a
autocrítica e o autopreço devem desenvolver-se em nós de um modo harmónico. O
nosso equilíbrio emocional é um estado dinâmico que é preciso vigiar
diariamente e sujeitar com a devida ferequência a um controlo geral.
Esses momentos mais fortes da afectividade quais são os
estados emotivos, devem ser descarregados a seu tempo. Esta descarga dá-seem
actividades satisfatórias ou em outras almas acolhedoras, sintónicas. Se isto
não sucede, a energia emotiva recolhe dentro, recalca-se e quando as emoções
são frequentes, como sucede com temperamentos juvenis, ou fortemente
afectivos, donde provêm os mais variados
sintomas de anormalidade: fúrias, agressividade, solidão, cansaço da vida,
revolta. As relações sociais e profissionais são muito prejudicadas. As pessoas
tornam-se duras, intratáveis, e por vezes reagem mal quando vêm diante de si
afeições normais e positivas. Os estados emotivos mais vulgares são provocados:
pela injustiça (má interpretação das nossas nossas intenções, reprovação
ou classificação injusta); compaixão (solidariedade afectiva,
ressonância em cadeia dum grupo social); desilusão, fracasso (o
não ter conseguido certo objectivo a que se tinha dado alma e sangue); inferioridade
(julgar-se uma carga para os outros, objecto de vilipêndio, de ironia); etc.
(E. de Vasconcelos, Pessoa e Circunstância, Brotéria,
Julho 1969, pg. 31)
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