25/06/2017

Leitura espiritual Amar a Igreja



Amar a Igreja
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A Igreja é católica

Deus quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade.

Porque há um só Deus, e há um só mediador entre Deus e os homens, que é Jesus Cristo Homem, o qual se deu a si mesmo em resgate de todos e para testemunho no tempo oportuno.

Jesus Cristo institui uma única Igreja, a sua Igreja; por isso, a Esposa de Cristo é Una e Católica:

universal, para todos os homens.

Desde há séculos que a Igreja está estendida por todo o mundo, contando com pessoas de todas as raças e condições sociais.

Mas a catolicidade da Igreja não depende da extensão geográfica, mesmo que isto seja um sinal visível e um motivo de credibilidade.

A Igreja era Católica já no Pentecostes; nasce Católica no Coração chagado de Jesus, como um fogo que o Espírito Santo inflama.

No século II, os cristãos definiam como Católica a Igreja, para a distinguir das seitas que, utilizando o nome de Cristo, traíam nalgum ponto a sua doutrina.

Chamamos-lhe Católica, escreve São Cirilo, quer porque se encontra difundida por todo o orbe da Terra, dum confim ao outro, quer porque ensina de modo universal e sem defeito todos os dogmas que os homens devem conhecer, do visível e do invisível, do celestial e do terreno.

Também porque submete ao recto culto todo o tipo de homens, governantes e cidadãos, doutos e ignorantes.

E, finalmente, porque cura e sana todo o género de pecados, da alma, ou do corpo, possuindo além disso - seja qual for o nome com que se designe - todas as formas de virtude, em factos, em palavras e em toda a espécie de dons espirituais.

A catolicidade da Igreja não depende de que os não católicos a aclamem ou tenham consideração por Ela.

Nem se relaciona com o facto de que, em assuntos não espirituais, as opiniões de algumas pessoas, dotadas de autoridade na Igreja, sejam consideradas - e às vezes instrumentalizadas - por meios de opinião pública de correntes afins ao seu pensamento.

Acontecerá frequentemente que a parte de verdade que se defende em qualquer ideologia humana, encontre no ensino perene da Igreja algum eco ou algum fundamento; isto é, em certa medida, um sinal da divindade da Revelação que esse Magistério guarda.

Mas a Esposa de Cristo é Católica mesmo quando for deliberadamente ignorada por muitos, e inclusivamente ultrajada e perseguida, como acontece hoje por desgraça em tantos sítios.

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A Igreja não é um partido político, nem uma ideologia social, nem uma organização mundial de concórdia ou de progresso material, mesmo reconhecendo a nobreza dessas e doutras actividades.

A Igreja realizou sempre e continua a realizar um imenso trabalho em benefício dos necessitados, dos que sofrem e de todos aqueles que, de alguma maneira, padecem as consequências do único e verdadeiro mal, que é o pecado.

E a todos - aos que são de qualquer forma indigentes e aos que julgam gozar da plenitude dos bens da terra - a Igreja vem confirmar uma única coisa essencial, definitiva: que o nosso destino é eterno e sobrenatural; que só em Jesus Cristo nos salvamos para sempre; e que só n'Ele alcançamos, já nesta vida, de algum modo, a paz e a felicidade verdadeiras.

Pedi agora comigo a Deus Nosso Senhor que nós, os católicos, nunca nos esqueçamos destas verdades e que nos decidamos a pô-las em prática.

A Igreja Católica não precisa do "visto bom" dos homens, porque é obra de Deus.

Católicos nos mostraremos pelos frutos de santidade que dermos, visto que a santidade não admite fronteiras nem é património de nenhum particularismo humano.

Católicos nos mostraremos se rezarmos, se continuamente procurarmos dirigir-nos a Deus, se nos esforçarmos, sempre e em tudo, por ser justos - no mais amplo alcance do termo justiça, não raramente utilizado nestes tempos com um matiz materialista e erróneo -, se amarmos e defendermos a liberdade pessoal dos outros homens.

Lembro-vos também outro sinal claro da catolicidade da Igreja: a fiei conservação e administração dos Sacramentos como foram instituídos por Jesus Cristo, sem tergiversações humanas nem más tentativas de os condicionar psicológica ou sociologicamente.

Pois ninguém pode determinar o que está sob a potestade de outrem, a não ser aquilo que está em seu poder.

E como a santificação do homem está sob a potestade de Deus santificante, não compete ao homem estabelecer, segundo o seu critério, quais as coisas que o hão-de santificar, mas isto há-de ser determinado por instituição divina.

Essas tentativas de tirar a universalidade à essência dos Sacramentos, poderiam ter talvez uma justificação se se tratasse apenas de sinais, de símbolos, que actuassem por leis naturais de compreensão e entendimento.

Mas, os Sacramentos da Nova Lei são ao mesmo tempo causas e sinais.

Por isso comummente se ensina que causam o que significam. Daí que conservem perfeitamente a razão de Sacramento, enquanto se ordenam a algo sagrado, não só como sinal, mas também como causas.

SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ


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