14 Convocando novamente o povo, dizia-lhes:
«Ouvi-Me todos e entendei: 15 não há coisas fora do homem que,
entrando nele, o possam manchar; mas as que saem do homem, essas são as que
tornam o homem impuro. 16 Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça». 17
Tendo entrado em casa, deixada a multidão, os Seus discípulos interrogaram-n'O
sobre esta parábola. 18 Ele respondeu-lhes: «Também vós sois
ignorantes? Não compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não o pode
contaminar, 19 porque não entra no seu coração, mas vai ter ao
ventre e lança-se num lugar escuso?». Com isto declarava puros todos os
alimentos. 20 E acrescentava: «O que sai do homem, isso é que mancha
o homem. 21 Porque do interior, do coração do homem, é que procedem
os maus pensamentos, os furtos, as fornicações, os homicídios, 22 os
adultérios, as avarezas, as perversidades, as fraudes, as libertinagens, a
inveja, a maledicência, a soberba, a insensatez. 23 Todos estes
males procedem de dentro e contaminam o homem».
Comentário:
Às vezes podemos referir que os ensinamentos de Jesus são algo
enigmáticos. Teríamos razão se nos apegarmos às palavras, ao texto do discurso
e não ao seu sentido.
Mas, neste caso, deste trecho do Evangelho, não podemos dizer tal
coisa porque, de facto, ele não poderia ser mais claro e conclusivo.
Jesus explica com meridiana clareza
que quando o homem deixa que seja o coração a mandar na sua vida, a determinar
as emoções, sentimentos e comportamento, sem que a “cabeça”, o entendimento o
regule e comande, corre sério risco de pensar e agir de forma inconveniente e
reprovável.
A pessoa bem
formada, com um carácter sólido não se deixa dominar pelos impulsos do coração
mas condiciona-os a uma avaliação criteriosa da sua conveniência.
(ama, comentário sobre Mc 7, 14-23, 2012.02.08)
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