Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
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Evangelho: Mt 24, 1-22
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Evangelho: Mt 24, 1-22
1 Tendo saído Jesus do templo, retirava-Se; e
aproximaram-se d'Ele os Seus discípulos, para Lhe fazerem notar as construções
do templo. 2 Mas Ele, respondendo, disse-lhes: «Vedes tudo isto? Em
verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada».
3 Estando sentado sobre o monte das Oliveiras, aproximaram-se d'Ele
Seus discípulos, em particular, e perguntaram: «Diz-nos quando sucederá isto, e
qual será o sinal da Tua vinda e do fim do mundo». 4 Jesus
respondeu-lhes: «Vede que ninguém vos engane. 5 Porque muitos virão
em Meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo, e enganarão a muitos. 6
Ouvireis falar de guerras e de rumores de guerras. Olhai, não vos assusteis,
porque importa que estas coisas aconteçam, mas ainda não é o fim. 7
Levantar-se-á nação contra nação e reino contra reino, e haverá fomes, pestes e
terramotos em diversas regiões. 8 Todas estas coisas são apenas o
princípio das dores. 9 Então sereis sujeitos aos tormentos e vos
matarão, e sereis odiados de todas as gentes por causa do Meu nome. 10
Então muitos se escandalizarão, se entregarão uns aos outros, e se odiarão. 11
Levantar-se-ão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. 12
Multiplicando-se a iniquidade, se resfriará a caridade de muitos. 13
Mas quem perseverar até ao fim, esse será salvo. 14 Será pregado
este Evangelho do reino por todo o mundo, em testemunho a todas as gentes; e
então chegará o fim. 15 «Quando, pois, virdes a abominação da desolação,
já anunciada pelo profeta Daniel, instalada no lugar santo - quem lê entenda -16
então os habitantes da Judeia fujam para os montes, 17 quem estiver
no terraço não desça para tomar coisa alguma de sua casa, 18 e quem
estiver no campo, não volte atrás para buscar o seu manto. 19 Ai das
mulheres grávidas e das que tiverem crianças de peito naqueles dias! 20
Rogai para que a vossa fuga não seja no Inverno ou em dia de sábado, 21
porque então será grande a tribulação, como nunca foi, desde o princípio do
mundo até agora, nem jamais será. 22 «E, se aqueles dias não se
abreviassem, não se salvaria ninguém; porém, aqueles dias serão abreviados em
atenção aos escolhidos.
DIVINI ILLIUS
MAGISTRI
DE SUA SANTIDADE
PAPA PIO XI
AOS PATRIARCAS,
PRIMAZES, ARCEBISPOS, BISPOS
E OUTROS ORDINÁRIOS
EM PAZ E COMUNHÃO
COM A SANTA SÉ
APOSTÓLICA E A TODOS OS FIÉIS DO ORBE CATÓLICO
ACERCA DA EDUCAÇÃO
CRISTÃ DA JUVENTUDE
AMBIENTE DA EDUCAÇÃO
Para
obter uma educação perfeita é de suma importância cuidar em que as condições de
tudo o que rodeia o educando, no período da sua formação, isto é, o complexo de
todas as circunstâncias que costuma denominar-se «ambiente», corresponda bem ao
fim em vista.
a) Família cristã
O
primeiro ambiente natural e necessário da educação é a família, precisamente
destinada a isto pelo Criador. De modo que, em geral, a educação mais eficaz e
duradoira é aquela que se recebe numa família cristã bem ordenada e
disciplinada, tanto mais eficaz quanto mais clara e constantemente aí brilhar
sobretudo o bom exemplo dos pais e dos outros domésticos.
Não
é Nossa intenção querer tratar aqui propositadamente da educação doméstica, nem
sequer referindo só os seus pontos principais, tão vasta é a matéria, sobre a
qual, de resto, não faltam especiais tratados antigos e modernos, de autores de
sã doutrina católica, entre os quais avulta, digno de especial menção, o já
citado e áureo tratado de Antoniano: Della educazione cristiana dei figliuoli,
que S. Carlos Borromeu mandava ler publicamente aos pais reunidos nas igrejas.
Queremos porém chamar dum modo especial a vossa atenção, Veneráveis Irmãos e
amados Filhos, sobre a lastimável decadência hodierna da educação familiar.
Para os ofícios e profissões da vida temporal e terrena, com certeza de menor
importância, fazem-se longos estudos e uma cuidadosa preparação, quando, para o
ofício e dever fundamental da educação dos filhos, estão hoje pouco ou nada
preparados muitos pais demasiadamente absorvidos pelos cuidados temporais.
Para
enervar a influência do ambiente familiar, acresce hoje o facto de que, quase
por toda a parte, se tende a afastar cada vez mais da família a juventude,
desde os mais tenros anos, sob vários pretextos, quer económicos, industriais
ou comerciais, quer mesmo políticos; e há regiões aonde se arrancam as crianças
do seio da família para as formar ou com mais verdade para as deformar e
depravar em associações e escolas sem Deus, na irreligiosidade, no ódio,
segundo as avançadas teorias socialistas, repetindo-se um novo e mais horroroso
massacre dos inocentes.
Portanto
rogamos instantemente, pelas entranhas de Jesus Cristo, aos Pastores de almas,
que nas instruções e catequeses, pela palavra e por escritos largamente
divulgados, empreguem todos os meios para recordar aos pais cristãos as suas
gravíssimas obrigações não só teórica ou genericamente, mas também praticamente
e em particular cada uma das suas obrigações relativas à educação religiosa,
moral e civil dos filhos e os métodos mais apropriados para atuá-la eficazmente,
além do exemplo da sua vida. A tais instruções práticas não desdenhou descer o
Apóstolo das gentes nas suas epistolas, particularmente naquela aos Efésios
onde, entre outras coisas, adverte: «Ó pais, não provoqueis à ira os vossos
filhos», [1]
o que é efeito não tanto de excessiva severidade quanto principalmente da
impaciência, da ignorância dos modos mais adequados à frutuosa correcção e
ainda do já demasiado e comum relaxamento da disciplina familiar, aonde crescem
indómitas as paixões dos adolescentes. Cuidem por isso os pais e com eles todos
os educadores, de usar retamente da autoridade a eles dada por Deus, de Quem
são verdadeiramente vigários, não para vantagem própria, mas para a reta
educação dos filhos no santo e filial «temor de Deus, principio da sabedoria»
sobre o qual se funda exclusiva e solidamente o respeito à autoridade, sem o
qual não pode subsistir nem ordem, nem tranquilidade, nem bem-estar algum na
família e na sociedade.
b) A Igreja e suas obras educativas
À
fraqueza das forças da natureza humana decaída, providenciou a Divina Bondade,
com os abundantes auxílios da sua Graça e com os múltiplos meios de que é rica
a Igreja, grande família de Cristo, a qual é por isso o ambiente educativo mais
estrito e harmoniosamente unido com o da família cristã.
O
qual ambiente educativo da Igreja não compreende somente os seus sacramentos,
meios divinamente eficazes da graça, e os seus ritos, todos maravilhosamente
educativos, nem só o recinto material do templo cristão, também ele
admiravelmente educativo, na linguagem da liturgia e da arte, mas também a
grande multiplicidade e variedade de escolas, associações e todo o gênero de
instituições tendentes a formar a juventude na piedade religiosa, juntamente
com o estudo das letras e das ciências e com a mesma recreação e cultura
física. E nesta inexaurível fecundidade de obras educativas, como é admirável,
ao mesmo tempo que insuperável, a providência maternal da Igreja, admirável é a
harmonia acima indicada, que ela sabe manter com a família cristã, a ponto de
poder dizer-se com verdade, que a Igreja e a família constituem um único templo
de educação cristã.
c) Escola
E
sendo necessário que as novas gerações sejam instruídas nas artes e disciplinas
com as quais aproveita e prospera a convivência civil, e sendo para esta obra a
família, por si só, insuficiente, daí vem a instituição social da escola,
primeiramente, note-se bem, por iniciativa da família e da Igreja, e só mais
tarde por obra do Estado. Por esta razão, a escola, considerada até nas suas
origens históricas, é por sua natureza instituição subsidiária e complementar
da família e da Igreja, e portanto, por lógica necessidade moral deve não
somente não contraditar, mas harmonizar-se positivamente com os outros dois ambientes,
na mais perfeita unidade moral possível, a ponto de poder constituir juntamente
com a família e com a Igreja, um único santuário, sacro para a educação cristã,
sob pena de falir no seu escopo, e de converter-se, em caso contrário, em obra
de destruição.
E
isto foi manifestamente reconhecido até por um leigo, tão falado pelos seus
escritos pedagógicos (não totalmente louváveis porque eivados de liberalismo) o
qual sentenciou: «a escola se não é templo é caverna»; e ainda: «Quando a
educação literária, social, domestica, religiosa, se não harmonizam mutuamente,
o homem é infeliz, impotente» [2].
Neutra, laica
Daqui
resulta precisamente que a escola chamada neutra ou laica, donde é excluída a
religião, é contrária aos princípios fundamentais da educação. De resto uma tal
escola é praticamente impossível, porque de fato torna-se irreligiosa. Não
ocorre repetir aqui quanto acerca deste assunto disseram os Nossos
Predecessores, nomeadamente Pio IX e Leão XIII, em cujos tempos começou
particularmente a dominar o laicismo na escola pública. Nós renovamos e confirmamos
as suas declarações, [3]
e juntamente as prescrições dos Sagrados Cânones pelas quais é proibida aos
jovens católicos a frequência de escolas acatólicas, neutras ou mistas, isto é,
daquelas que são abertas indiferentemente para católicos e não católicos, sem
distinção, e só pode tolerar-se tal frequência unicamente em determinadas circunstâncias
de lugar e de tempo, e sob especiais cautelas de que é juiz o Ordinário [4].
Mista, única
E
não pode admitir-se para os católicos a escola mista (pior se única e
obrigatória para todos), na qual, dando-se-lhes em separado a instrução
religiosa, eles recebem o resto do ensino em comum com os alunos não católicos
de professores acatólicos. Pois que uma escola não se torna conforme aos
direitos da Igreja e da família cristã e digna da frequência dos alunos
católicos, pelo simples fato de que nela se ministra a instrução religiosa, e muitas
vezes com bastante parcimónia.
Católica
Para
este efeito é indispensável que todo o ensino e toda a organização da escola:
mestres, programas, livros, em todas as disciplinas, sejam regidos pelo
espírito cristão, sob a direcção e vigilância maternal da Igreja católica, de
modo que a Religião seja verdadeiramente fundamento e coroa de toda a
instrução, em todos os graus, não só elementar, mas também media e superior. «É
mister, para Nos servirmos das palavras de Leão XIII, que não só em
determinadas horas se ensine aos jovens a religião, mas que toda a restante
formação respire a fragrância da piedade cristã. Porque, se isto falta, se este
hálito sagrado não penetra e rescalda os ânimos dos mestres e dos discípulos,
muito pouca utilidade se poderá tirar de qualquer doutrina; pelo contrário,
virão daí danos e não pequenos» [5].
Nem
se diga ser impossível ao Estado, numa nação dividida em várias crenças, prover
à instrução pública por outro modo que não seja a escola neutra ou a escola
mista, devendo o Estado mais razoavelmente, e podendo também mais facilmente,
prover, deixando livre e favorecendo até com subsídios a iniciativa e obra da
Igreja e das famílias. E que isto seja realizável com satisfação das famílias,
com utilidade da instrução, da paz e tranquilidade publica, bem o demonstra o
facto de haver nações divididas em várias confissões religiosas, onde a
organização escolástica corresponde ao direito educativo das famílias, não só
quanto ao ensino, particularmente com a escola inteiramente católica, para os
católicos, mas também quanto à justiça distributiva, com o subsídio financeiro
da parte do Estado, a cada uma das escolas desejadas pelas famílias.
Noutros
países de religião mista procede-se diferentemente com não leve encargo dos
católicos que, sob os auspícios e direção do Episcopado, e pela acção indefessa
do clero secular e regular, sustentam à própria custa a escola católica para os
seus filhos, qual a reclama a gravíssima obrigação da sua consciência, e com
generosidade e constância, dignas de louvor, perseveram no propósito de
assegurar inteiramente, como eles proclamam à maneira de divisa: «educação católica,
para toda a juventude católica, nas escolas católicas». O que, se não é
auxiliado pelo erário público, como por si exige a justiça distributiva, não
pode ser impedido pela autoridade civil, que tem a consciência dos direitos da
família e das condições indispensáveis da legítima liberdade. Onde quer que
esta liberdade é impedida ou de vários modos dificultada, nunca os católicos se
esforçarão demais, ainda à custa de grandes sacrifícios, para sustentar e defender
as suas escolas, e para procurar que se promulguem leis escolares justas.
Acção Católica em favor da Escola
Tudo
o que fazem os fiéis para promover e defender a escola católica para seus
filhos, é obra genuinamente religiosa, e por isso especialíssimo dever da
«Acção católica»; pelo que são particularmente caras ao Nosso coração paterno e
dignas de grandes encómios aquelas associações especiais que, em várias nações,
com tanto zelo, se dedicam a obra tão necessária.
Por
esta razão, procurando para seus filhos a escola católica (proclame-se bem alto
e seja bem compreendido por todos) os católicos de qualquer nação do mundo não
exercem uma acção política de partido, mas sim uma acção religiosa
indispensável à sua consciência; e não entendem já separar os seus filhos do
corpo e do espírito nacional, mas antes educá-los dum modo mais perfeito e mais
conducente à prosperidade da nação, pois que o bom católico, precisamente em
virtude da doutrina católica, é por isso mesmo o melhor cidadão, amante da sua
Pátria e lealmente submisso à autoridade civil constituída em qualquer legítima
forma de governo.
Nesta
escola, em harmonia com a Igreja e com a família cristã, não acontecerá que,
nos vários ramos de ensino, se contradiga, com evidente dano da educação, o que
os discípulos aprendem na instrução religiosa; e se for necessário fazer-lhes
conhecer, por escrupulosa consciência de magistério, as obras erróneas para as
refutar, que seja isso feito com tal preparação e tal antídoto de sã doutrina
que resulte para a formação cristã da juventude grande vantagem e não prejuízo.
Igualmente,
nesta escola, nunca o estudo da língua pátria e das letras clássicas redundará
em detrimento da santidade dos costumes; pois que o professor cristão seguirá o
exemplo das abelhas, que das flores colhem a parte mais pura, deixando o resto,
como ensina S. Basílio no seu discurso aos jovens acerca da leitura dos
clássicos. [6]
E esta necessária cautela, sugerida também pelo pagão Quintiliano, [7]
não impede de modo nenhum que o mestre cristão acolha e aproveite quanto de
verdadeiramente bom produzem os nossos tempos na disciplina e nos métodos,
lembrado do que diz o Apostolo: «Examinai tudo: conservai o que é bom» [8].
Acolhendo,
pois, o que é novo, terá o cuidado de não abandonar facilmente o antigo,
demonstrado bom e eficaz pela experiência de muitos séculos, mormente no estudo
da latinidade, que vemos, em nossos dias em progressiva decadência, exatamente
pelo inqualificável abandono dos métodos tão frutuosamente usados pelo são humanismo
que obteve grande florescência principalmente nas escolas da Igreja. Estas
nobres tradições exigem que a juventude confiada às escolas católicas, seja,
sem duvida, plenamente instruída nas letras e ciências, segundo as exigências
dos nossos tempos, mas ao mesmo tempo sólida e profundamente, em especial na sã
filosofia, longe da confusa superficialidade daqueles que «talvez tivessem
encontrado o necessário, se não houvessem buscado o supérfluo» [9].
Deve
pois todo o mestre cristão ter sempre presente o que diz Leão XIII em
compendiosa sentença: «... com maior diligencia é necessário esforçar-se para
que não somente se aplique um método de ensino apto e sólido, mas ainda para
que o próprio ensino nas letras e nas ciências seja em tudo conforme à fé
católica, principalmente na filosofia, da qual depende em grande parte a reta direção
das outras ciências».[10]
(cont.)
[1] Eph., VI, 4: Patres,
nolite ad iracundiam provocare filios vestros
[2] Nic. Tommaseo,
Pensieri sull'educazione, Parte I, 3, 6.
[3] Pius IX, Ep. Quum
non sine, 14 Iul. 1864. — Syllabus, Prop. 48. —Leo XIII, alloc. Summi
Pontificatus, 20 Aug. 1880, Ep. enc. Nobilissima, 8 Febr. 1884, Ep. enc. Quod
multum, 22 Aug. 1886, Ep. Officio sanctissimo, 22 Dec. 1887, Ep. enc.
Caritatis, 19 Mart. 1894, etc. (cfr. Cod I. C. cum Fontium Annot., c. 1374).
[5] Ep. enc. Militantis
Ecclesiae, 1 Aug. 1897: Necesse est non modo certis horis doceri iuvenes
religionem, sed reliquam institutionem omnem christianae pietatis sensus
redolere. Id si desit, si sacer hic halitus non doctorum animos ac discentium
pervadat joveatque, exiguae capientur ex qualibet doctrina utilitates; damna
saepe consequentur hauri exigua.
[10] Leo XIII, Ep. enc. Inscrutabili,
21 Apr. 1879: ... alacrius adnitendum est, ut non solum apta ac solida
institutionis methodus, sed maxime institutio ipsa catholicae fidei omnino
conformis in litteris et disciplinis vigeat, praesertim autem in philosophia,
ex qua recta aliarum scientiarum ratio magna ex parte dependet.
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