Evangelho: Mt 21, 23-27
23
Tendo ido ao templo, os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo
aproximaram-se d'Ele, quando estava a ensinar, e disseram-Lhe: «Com que
autoridade fazes estas coisas? E quem Te deu tal direito?». 24 Jesus
respondeu-lhes: «Também Eu vos farei uma pergunta; se Me responderdes, Eu vos
direi com que direito faço estas coisas. 25 Donde era o baptismo de
João? Do céu ou dos homens?». Mas eles reflectiam consigo: 26 «Se
Lhe dissermos que é do céu, Ele dirá: “Então porque não crestes nele?”. Se Lhe
dissermos que é dos homens, tememos o povo»; porque todos tinham João como um
profeta. 27 Portanto, responderam a Jesus: «Não sabemos». Ele
disse-lhes também: «Pois então nem Eu vos digo com que autoridade faço estas
coisas».
Comentário:
Toda a criatura
foi feita para dar testemunho de Deus, visto que toda a criatura é como que uma
prova da Sua bondade. A grandeza da criação testemunha à sua maneira a força e
a omnipotência divinas, e a sua beleza dá testemunho da divina sabedoria.
Certos homens recebem de Deus uma missão especial: dão testemunho de Deus não
apenas de um ponto de vista natural, pelo facto de existirem, mas antes de
maneira espiritual, pelas suas boas obras. (...) No entanto, aqueles que, não
satisfeitos por receberem os dons divinos e por bem fazerem pela graça de Deus,
comunicam os seus dons a outros através da palavra, de encorajamentos e de
exortações, esses são ainda mais especialmente testemunhas de Deus. João é uma
dessas testemunhas: ele veio para difundir os dons de Deus e anunciar os Seus
louvores.
Esta missão de
João, este papel de testemunha, é de uma grandeza incomparável, porque ninguém
pode dar testemunho de uma realidade senão na medida em que dela participa.
Jesus dizia: «Nós falamos do que sabemos e damos testemunho do que vimos» (Jo
3, 11). Dar testemunho da verdade divina pressupõe que conhecemos essa
verdade. Foi por isso que Cristo teve também um papel de testemunha. «Para isto
nasci, para isto vim ao mundo: para dar testemunho da Verdade» (Jo 18, 37).
Mas Cristo e João tinham esse papel de maneira diferente. Cristo tinha em Si
mesmo essa luz: mais ainda, Ele era essa luz. Enquanto João apenas participava
nela. É por isso que Cristo dá um testemunho completo, manifesta a verdade perfeitamente.
João e os outros santos apenas o fazem na medida em que recebem esta verdade.
Missão sublime,
a de João: implica a sua participação na luz de Deus e a sua semelhança com
Cristo, que também Se empenhou nesta missão.
(S. Tomás de Aquino, Comentário do
Evangelho de São João, 4)
(ama,
comentário sobre Mt 21, 23-27, 2009.11.26, 2011.12.12)
Já publicados:
Quem não se
dispõe a dizer a verdade não tem direito a exigir a verdade, isto é, o direito
a uma resposta depende do estado de espírito e das intenções de quem pergunta.
Não se trata de mentir, porque na verdade, Jesus, não mente, simplesmente se
recusa a responder a perguntas capciosa feitas com intenção menos recta.
(ama, comentário sobre Mt 21, 23-27,
2009.11.26)
Não sabemos!
Que desculpa
"esfarrapada"!
Esta mesma desculpa continua a
ouvir-se nos dias de hoje.
Ninguém nos ensinou!
Será que, eu, o podia ter feito e
não o fiz?
Não tive tempo?
Estava distraído?
Que contas terei de ar!
(ama,
comentário sobre Mt 21, 23-27, 2009.11.26, 2010.12.13)
Este episódio sublinha de
forma claríssima duas coisas:
A primeira que os chefes
do povo sabiam muito bem quem era João, o seu papel e reconheciam que o que
fazia e dizia estava nas Escrituras e, ele próprio, tinha indicado Jesus como o
Messias Salvador.
A segunda que não estão
dispostos a aceitar um Messias que não só não corresponda à imagem de dele
fazem como, pior ainda, criticava a forma como conduziam o povo, interpretavam
a lei e, de uma forma geral, se comportavam.
De facto parece que o
Messias que desejavam deveria "estar às suas ordens".
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