28/10/2013

Evangelho do dia e comentário

Tempo comum
XXX Semana

São Simão e São Judas - Apóstolos
Evangelho: Lc 6, 12-19

«12 Naqueles dias Jesus retirou-se para o monte a orar, e passou toda a noite em oração a Deus. 13 Quando se fez dia, chamou os Seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de Apóstolos: 14 Simão, a quem deu o sobrenome de Pedro, seu irmão André, Tiago, João, Filipe, Bartolomeu, 15 Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Simão, chamado o Zelote, 16 Judas, irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, que foi o traidor. 17 Descendo com eles, parou numa planície. Estava lá um grande número dos Seus discípulos e uma grande multidão de povo de toda a Judeia, de Jerusalém, do litoral de Tiro e de Sidónia, 18 que tinham vindo para O ouvir, e para ser curados das suas doenças. Os que eram atormentados pelos espíritos imundos ficavam também curados. 19 Todo o povo procurava tocá-l'O, porque saía d'Ele uma virtude que os curava a todos.»

Comentário:

Se Jesus tivesse escolhido para ministros dos seus ensinamentos homens sábios segundo a opinião pública, capazes de compreender e de exprimir ideias caras à multidão, poderiam tê-lo acusado de pregar segundo o método dos filósofos de escola, e o carácter divino da sua doutrina não se teria mostrado com toda a sua evidência. A sua doutrina e a sua pregação teriam consistido “em sabedoria de palavras” (1 Cor 1, 17) […]; e a nossa fé, semelhante àquela com que se adere às doutrinas dos filósofos deste mundo, assentaria na sabedoria dos homens e não no poder de Deus (cf. 1 Cor 2, 5). Mas, quando vemos pescadores e publicanos sem instrução terem a ousadia de discutir com os judeus a fé em Jesus Cristo, de a pregar ao resto do mundo, e de conseguir lá chegar, não podemos deixar de procurar a origem deste poder de persuasão. Como não podemos deixar de confessar que Jesus cumpriu a sua palavra – “Vinde após Mim e Eu farei de vós pescadores de homens” (Mt 4, 19) – nos seus apóstolos por meio de um poder divino. Também Paulo manifesta este poder quando escreve: “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em discursos persuasivos da sabedoria humana, mas na manifestação do Espírito e do poder divino” (1 Cor 2, 4) […]. O mesmo já dito tinham os profetas, quando anunciavam antecipadamente a pregação do Evangelho: “O Senhor dá a palavra e os anunciadores da Boa Nova são uma multidão”, a fim de que “rápida corra a sua palavra” (Sl 67, 12; 147, 4). E, de facto, vemos que “a voz” dos apóstolos de Jesus ressoa “por toda a terra, até aos confins do universo a sua palavra” (Sl 18, 5; Rom 10, 18). Eis por que motivo aqueles que escutam a palavra de Deus poderosamente enunciada se enchem, eles mesmos, de poder; e manifestam-no pela sua conduta e pela sua luta em prol da verdade até à morte.


(orígenes, Contra Celso, 1, 62, trad. do castelhano por ama)

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