A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
Para ver, clicar SFF.
Para ver, clicar SFF.
21 Tendo
Jesus passado novamente na barca para a outra margem, acorreu a Ele muita
gente, e Ele estava junto do mar. 22 Chegou um dos chefes da
sinagoga, chamado Jairo, que, vendo-O, lançou-se a Seus pés, 23 e
suplicava-Lhe com insistência: «Minha filha está nas últimas; vem, impõe sobre
ela as mãos, para que seja salva e viva». 24 Jesus foi com ele; e
uma grande multidão O seguia e O apertava. 25 Então, uma mulher que
havia doze anos padecia um fluxo de sangue, 26 e tinha sofrido muito
de muitos médicos, e gastara tudo quanto possuía, sem ter sentido melhoras,
antes cada vez se achava pior, 27 tendo ouvido falar de Jesus, foi
por detrás entre a multidão e tocou o Seu manto. 28 Porque dizia:
«Se eu tocar, ainda que seja só o Seu manto, ficarei curada». 29
Imediatamente parou o fluxo de sangue e sentiu no seu corpo estar curada do
mal. 30 Jesus, conhecendo logo em Si mesmo a força que saíra d'Ele,
voltado para a multidão, disse: «Quem tocou os Meus vestidos?». 31
Os Seus discípulos responderam: «Tu vês que a multidão Te comprime, e
perguntas: “Quem Me tocou?”». 32 E Jesus olhava em volta para ver
quem tinha feito aquilo. 33 Então a mulher, que sabia o que se tinha
passado nela, cheia de medo e a tremer, foi prostrar-se diante d'Ele, e
disse-Lhe toda a verdade. 34 Jesus disse-lhe: «Filha, a tua fé te
salvou; vai em paz e fica curada do teu mal». 35 Ainda Ele falava,
quando chegaram da casa do chefe da sinagoga, dizendo: «Tua filha morreu; para
que incomodar mais o Mestre?». 36 Porém, Jesus, tendo ouvido o que
eles diziam, disse ao chefe da sinagoga: «Não temas; crê somente». 37
E não permitiu que ninguém O acompanhasse, senão Pedro, Tiago e João, irmão de
Tiago. 38 Ao chegarem a casa do chefe da sinagoga, viu Jesus o
alvoroço e os que estavam a chorar e a gritar. 39 Tendo entrado,
disse-lhes: «Porque vos perturbais e chorais? A menina não está morta, mas
dorme». 40 E troçavam d'Ele. Mas Ele, tendo feito sair todos, tomou
o pai e a mãe da menina e os que O acompanhavam, e entrou onde a menina estava
deitada. 41 Tomando a mão da menina, disse-lhe: «Talitha kum», que
quer dizer: «Menina, Eu te mando, levanta-te». 42 A menina
imediatamente levantou-se e andava, pois tinha já doze anos. Ficaram cheios de
grande espanto. 43 Jesus ordenou-lhes com insistência que ninguém o
soubesse. Depois disse que dessem de comer à menina.
CONFISSÕES SANTO
AGOSTINHO
DE MAGISTRO (DO MESTRE)
PERFIL
BIOGRÁFICO (3)
Uma árvore tem
folhas verdes.
Como serão os
frutos?
“Agostinho,
vida”, é o grito que ressoa na Basílica da Paz de Hipona, a 26 de Setembro de 426.
É um dia de grande emoção para os fiéis: o bispo Agostinho designa o seu
sucessor na pessoa do Padre Heráclio.
Repete-se,
depois de trinta anos, uma cena que os habitantes da cidade não esqueceram – a
escolha de Agostinho por Valério.
Como aquele que
o nomeara, Agostinho é agora um velho.
Tem 72 anos.
Relembra aos
fiéis que uma vez exprimira o desejo de ter cinco dias livres por semana para
poder escrever e rever as obras que de todos os lugares lhe solicitavam.
Nascem, depois
de um ano de trabalho, os dois volumes de Retratações, que comentam dezenas
de obras. A sua “especialização” como escritor não o impede, porém, de
continuar a se dirigir ao povo.
Durante quarenta
anos, desde que reencontrou a fé, Agostinho teve a sua vida sobrecarregada.
Primeiro
constrói o seu mosteiro. Torna-se depois sacerdote e bispo, encarregado até
mesmo de distribuir justiça em nome do império. Conseguiu, entretanto,
permanecer fiel à sua vocação de contemplativo e arranjou tempo para realizar
uma obra literária gigantesca – 113 trabalhos, 224 cartas e mais de quinhentos
sermões.
Com excepção das
Confissões, escritas entre 397 e 398, foram precisos vinte anos para
completar os 15 livros sobre a Trindade.
O De Doctrina
Christiana, depois de parcialmente escrito, teve de aguardar quase trinta
anos até que Agostinho pudesse cuidar da terça parte restante.
Poucos
escritores do passado são conhecidos tão detalhadamente quanto ele.
Se as Confissões
revelam até mesmo os recantos da sua alma, os discursos que pronunciou em quarenta
anos mostram-no sob outros aspectos. É fácil imaginá-lo com a sua voz, que a
idade tornava apagada, usando uma linguagem directa e fácil, muito diferente
das subtilezas dos seus escritos.
O antigo mestre
de eloquência consegue transmitir e adaptar os conceitos mais abstratos às
exigências e à capacidade do auditório.
Falava duas
vezes por semana na Igreja da Paz.
Em certa
ocasião, explicando São João aos fiéis, ficou tão entusiasmado que pregou
durante cinco dias consecutivos, constantemente aplaudido. Mas o bispo não
alimentava ilusões: ”Vossos louvores são folhas de árvore, gostaria de ver os
frutos”.
Muitas vezes
lamentou a distância entre o seu pensamento, sua fé e amor a Deus, e as
palavras que proferia. “...Entretanto, a atenção dos que me escutam prova-me
que o meu modo de falar não é tão frio quanto possa parecer-me, pelo seu
interesse compreendo que tiram dele algum proveito...”
O lugar do
pastor é à frente do rebanho
Na primavera de
429, a África é dominada pelo terror. Chamados por Bonifácio, comandante do
exército imperial, os vândalos atravessam o Mediterrâneo.
Vêm como amigos.
No entanto,
passados poucos meses, o general é obrigado a empunhar as armas contra os
soldados de Genserico.
O Bispo de
Hipona dirige palavras severas a Bonifácio: “Olha a África, olha como está
devastada.
Ninguém teria
pensado ou suposto que o célebre Bonifácio, aquele que de simples tribuno, com
poucos soldados, vencendo e destruindo toda resistência, conseguiu pacificar
todas estas populações, teria se sujeitados aos bárbaros, que com tamanha
audácia devastam e saqueiam tantas regiões outrora povoadas... Eu, que estou
atento às últimas causas, sei quantos males a África sofre por causa dos pecados
de seus habitantes, mas não quisera que tu estivesses entre os malvados e
iníquos, por causa dos quais Deus flagela os que escolhe com penas
temporais...”
Tarde demais.
Os vândalos eram
piores inimigos que os visigodos de Alarico.
O seu nome
tornou-se sinónimo de destruição e morte.
Em poucos dias
devastaram a Mauritânia, e em seguida a Numídia. Apesar dos esforços de
Bonifácio, os bárbaros tornaram-se donos de todo o país.
As legiões
romanas dominavam apenas três cidades: Cartago, Cirta e Hipona.
Nesta última, mais
bem fortificada, Bonifácio prepara a derradeira defesa.
Agostinho, aos
75 anos, vê que não há mais salvação para os hiponenses. Embora, nas amargas
horas de desânimo, peça a Deus que o tire deste mundo, torna-se, como fizera
vinte anos antes em relação aos refugiados de Roma, ou organizando o auxílio
aos fugitivos.
Torna-se a voz
da África, a testemunha mais categorizada do fim da latinidade no continente.
Data desses dias
uma das últimas cartas escritas a Honorato, bispo de Thiabe, para lembrar que
ao pastor de almas não é permitido fugir ante os perigos, e que o lugar dos
bispos é à frente dos fiéis, até o fim: “...não devemos, por causa desses males
incertos, cometer a culpa certa de abandonar nosso povo.
Daí, lhe adviria
grande mal, não quanto às coisas desta vida, mas da outra, que merece ser
procurada com maior diligência e solicitude... Temamos que se extingam,
abandonadas por nós, as pedras vivas, mais que a obra do incêndio que queima a estrutura
de nossos edifícios terrenos.
Temamos a morte
dos membros do Corpo de Cristo, privados do alimento espiritual, mais que as
torturas a que a ferocidade dos inimigos poderia submeter os membros do nosso
corpo...”
Todo
conhecimento reside em Deus e na alma
Catorze longos
meses resistiria Hipona ao assédio dos vândalos.
A cidade estava
repleta de refugiados, a quem era preciso alimentar e vestir.
Ao inimigo
externo juntavam-se a carestia, a fome e as epidemias.
Agostinho só
podia oferecer a toda essa gente as suas preces.
“Vós dizeis:–
Desgraçados de
nós, o mundo morrerá. Mas ouvi a palavra: Céu e Terra passarão, mas a palavra de
Deus não passará”.
Muitos começaram
a julgá-lo capaz de milagres.
Certo dia
trouxeram-lhe uma pessoa doente, para que ele a curasse com sua bênção.
Agostinho
respondeu: “Meu filho, se tivesse tais poderes, começaria por me curar a mim
mesmo”.
A sua doença
durou poucos dias.
Quando percebeu que
a morte se avizinhava, pediu que o deixassem só, para que pudesse rezar.
Nas paredes do quarto
mandara afixar pergaminhos nos quais fizera escrever os salmos penitenciais de
David.
Agostinho morreu
na noite de 28 para 29 de Agosto de 430.
“Não fez
testamento”, escreveu Possídio, “porque, pobre para servir a Deus, não tinha
bens a deixar... Mas deixou à Igreja um clero numeroso e mosteiros cheios de
homens e mulheres sob voto de continência e obedientes a seus superiores”.
De livro na mão
e coração em chamas – assim os pintores medievais viram o bispo de Hipona.
O livro
simboliza a ciência, o coração inflamado, o amor.
Sabedoria e amor
foram os seus dons inseparáveis, que muito contribuíram para que o Papa João II
declarasse, em 534, que “a Igreja de Roma segue e conserva as doutrinas de
Agostinho”.
Ao construir a sua
filosofia como uma arma de defesa da fé, Agostinho forjou uma visão do mundo
que influenciaria, por muitos séculos, todos os líderes espirituais do
ocidente.
A Cidade de Deus,
síntese de filosofia, teologia, estudo das relações entre o Estado e a
liberdade de consciência, marcou profundamente o pensamento político da Idade
Média.
Carlos Magno, considerava-o
o seu livro preferido.
Agostinho foi o
autor mais citado no último Concilio do Vaticano, destinado a abrir novos rumos
para o cristianismo dos tempos actuais.
O facto talvez
tivesse surpreendido aquele que, nos Solilóquios escritos ao pé da água
que corria pelas termas de Cassicíaco, declarava que a sua única finalidade era
conhecer Deus e sua própria alma.
(Revisão trad.
portuguesa e grafismo por ama)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.