Deus é amor, e o seu amor é fecundo. Deus quis que a pessoa humana participasse desta fecundidade, associando a geração a um acto específico de amor entre o homem e a mulher.
1. Criou-os homem e mulher
«Deus
é amor» (1Jo 4, 8) e o seu amor é fecundo. Nesta fecundidade, quis Deus que a
pessoa humana participasse, associando à geração de cada nova pessoa um acto
específico de amor entre um homem e uma mulher 1. Por isso, «o sexo
não é uma realidade vergonhosa; é uma dádiva divina que se orienta limpidamente
para a vida, para o amor, para a fecundidade» 2.
Sendo
o homem um indivíduo composto de corpo e alma, o acto amoroso generativo exige
a participação de todas as dimensões da pessoa: a corporeidade, os afectos, o
espírito 3.
O
pecado original quebrou a harmonia do homem consigo mesmo e com os outros. Esta
fractura teve particular repercussão na capacidade da pessoa viver
racionalmente a sexualidade. Por um lado, obscurecendo na inteligência o nexo
inseparável que existe entre as dimensões afectivas e generativas da união
conjugal; por outro lado, dificultando o domínio que a vontade exerce sobre os
dinamismos afectivos e corporais da sexualidade.
A
necessidade de purificação e maturidade que a sexualidade exige nestas
condições não significa de modo algum a sua rejeição, ou uma consideração
negativa deste dom que o homem e a mulher receberam de Deus. Significa, isso
sim, a necessidade de que «o amor – o eros – possa amadurecer até à sua
verdadeira grandeza» 4. Nesta tarefa joga um papel fundamental a
virtude da castidade.
pablo requena
Bibliografia básica:
Catecismo da Igreja Católica,
2331-2400.
Bento XVI, Enc. Deus Caritas est,
25-XII-2005, 1-18.
João Paulo II, Ex. Ap. Familiaris
Consortio, 22-XI-1981.
Leituras recomendadas:
S. Josemaria, Homilia «Porque verão a
Deus», em Amigos de Deus, 175-189; «O matrimonio, vocação cristã», em Cristo
que Passa, 22-30.
Congregação para a Doutrina da Fé,
Decl. Persona Humana, 29-XII-1975.
Congregação para a Educação Católica,
Orientações educativas sobre o amor humano, 1-XI-1983.
Conselho Pontifício para a Família,
Sexualidade Humana: Verdade e Significado, 8-XII-1995.
Conselho Pontifício para a Família,
Lexicon de términos ambiguos y discutidos sobre familia, vida y cuestiones
éticas (2003). (Tem especial interesse para os pais e educadores a entrada
«Educación sexual» de Aquilino Polaino-Lorente).
(Resumos da Fé cristã: © 2013,
Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet)
______________________
Notas:
1
Cada um dos dois sexos é, com igual dignidade, embora de modo diferente, imagem
do poder e da ternura de Deus. A união do homem e da mulher no matrimónio é um
modo de imitar na carne a generosidade e a fecundidade do Criador: “O homem
deixará o seu pai e a sua mãe para se unir à sua mulher; e os dois serão uma só
carne” (Gn 2, 24). Desta união procedem todas as gerações humanas (cf. Gn 4,
1-2.25-26; 5, 1)» (Catecismo, 2335).
2
S. Josemaria, Cristo que Passa, 24.
3
Se o homem aspira a ser somente espírito e quer rejeitar a carne como uma
herança apenas animalesca, então espírito e corpo perdem a sua dignidade. E se
ele, por outro lado, renega o espírito e consequentemente considera a matéria,
o corpo, como realidade exclusiva, perde igualmente a sua grandeza» (Bento XVI,
Enc. Deus Caritas Est, 25-XII-2005, 5).
4
Certamente «o eros quer elevar-nos “em êxtase” para o Divino, conduzir-nos para
além de nós próprios, mas por isso mesmo requer um caminho de ascese,
renúncias, purificações e saneamentos» (Ibidem)
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