05/07/2013

Leitura espiritual para 05 Jul

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.


Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Mt 21, 1-17

1 Aproximando-Se de Jerusalém e chegando a Betfagé, junto do monte das Oliveiras, Jesus enviou dois discípulos, 2 dizendo-lhes: «Ide à aldeia que está na vossa frente, e logo encontrareis uma jumenta presa e o seu jumentinho com ela. Desprendei-a, e trazei-Ma. 3 Se alguém vos disser alguma coisa, dizei que o Senhor precisa deles, e logo os deixará trazer». 4 Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que tinha sido anunciado pelo profeta: 5 “Dizei à filha de Sião: Eis que o teu rei vem a ti, manso, montado sobre uma jumenta, e sobre um jumentinho, filho da que leva o jugo”. 6 Os discípulos, foram e fizeram como Jesus lhes ordenara.7 Trouxeram a jumenta e o jumentinho, puseram sobre eles os seus vestidos, e fizeram-n'O montar em cima. 8 O povo, em grande número, estendia no caminho os seus mantos; outros cortavam ramos de árvores e juncavam com eles a estrada. 9 E as multidões que O precediam, e as que iam atrás, gritavam, dizendo: «Hossana ao Filho de David! Bendito O que vem em nome do Senhor! Hossana no mais alto dos céus!». 10 Quando entrou em Jerusalém, alvoroçou-se toda a cidade. E diziam: «Quem é este?». 11 E a multidão respondia: «Este é Jesus, o profeta de Nazaré da Galileia». 12 Jesus entrou no templo de Deus, expulsou todos os que lá vendiam e compravam; e derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas, 13 e disse-lhes: «Está escrito: “A Minha casa será chamada casa de oração, mas vós fizestes dela covil de ladrões”». 14 Aproximaram-se d'Ele no templo cegos e coxos, e curou-os. 15 Quando os príncipes dos sacerdotes e os escribas viram as maravilhas operadas por Ele, e as crianças que gritavam no templo e diziam: «Hossana ao Filho de David!» , indignaram-se 16 e disseram-Lhe: «Ouves o que estes dizem?». E Jesus respondeu: «Sim. Nunca lestes: “Da boca das crianças e meninos de peito fizestes sair um perfeito louvor”?». 17 Tendo-os deixado, retirou-Se para fora da cidade, para Betânia; e lá passou a noite.



CONFISSÕES SANTO AGOSTINHO

LIVRO DÉCIMO- PRIMEIRO

CAPÍTULO III

O que disse Moisés

Concede-me, Senhor, que eu ouça e compreenda como no princípio criaste o céu e a terra. Moisés assim o escreveu. Escreveu e partiu deste mundo, para onde lhe falaste, para junto de ti, e já não está presente para nós. Se estivesse aqui, detê-lo-ia, e dele indagaria, em teu nome, o sentido de tais palavras, e absorveria com atenção as palavras que brotassem da sua boca. Se me falasse em hebraico, em vão sua voz bateria nos meus ouvidos, e nenhuma ideia chegaria à minha mente, mas se me falasse em latim, eu compreenderia as suas palavras.
Mas, como saberia eu se ele dizia a verdade?
E, posto que o soubesse, sabê-lo-ia por seu intermédio?

Não, mas seria dentro de mim, no íntimo recesso do pensamento que a Verdade, que nem é hebraica, nem grega, nem latina, nem bárbara, sem auxílio de lábios ou de língua, sem ruído de sílabas, me diria: “Ele fala a verdade”. – e eu, imediatamente, com a certeza da fé, diria àquele teu servo: “Tu dizes a verdade!”.
Mas, como não posso consultar a Moisés, é a ti, ó Verdade, cuja plenitude ele possuía quando enunciou tais palavras, é a ti, meu Deus, que dirijo minha súplica, perdoa meus pecados.
Concedeste que um teu servo dissesse essas coisas: faz agora com que eu as compreenda.

CAPÍTULO IV

O céu e a terra

Existem pois o céu e a terra, e clamam que foram criados, mediante de suas transformações e mudanças. Mas o que não foi criado em sua forma definitiva, e todavia existe, nada pode conter que antes já não existisse em sua forma potencial, e nisso consiste a mudança e a variação. Proclamam também, os seres, que não foram criados por si mesmos: “Existimos porque fomos criados. Não existíamos antes, de modo que pudéssemos criar a nós mesmos.” – E essa voz é a voz da própria evidência. És tu, Senhor, quem os criaste. E porque és belo, eles são belos, porque és bom, eles são bons, porque existes, eles existem.
Mas as tuas obras não são belas, não são boas, não existem de modo perfeito como tu, seu Criador. Comparados contigo, os seres nem são bons, nem belos, nem existem.
Isso sabemos, e por isso te rendemos graças, mas o nosso saber, comparado com tua ciência, é ignorância.

CAPÍTULO V

A palavra e a criação

De que modo criaste o céu e a terra, e de que instrumento te serviste para levar a cabo tão grandiosa obra?
Pois não procedeste como artesão, que forma um corpo de outro, conforme a concepção do seu espírito, que tem o poder de exteriorizar a forma que vê em si mesmo com o olhar do espírito. De onde lhe vem esse poder do espírito, senão de ti, que o criaste?
E essa forma, ele a impõe a uma matéria que preexistia, apta para ser transformada, como a terra, a pedra, a madeira, o outro e tantas outras substâncias.

Mas de onde proviriam essas coisas se não as tivesse criado?

Criaste o corpo do artista, a alma que governa os seus membros, a matéria que ele plasma, a inspiração que concebe e vê interiormente o que executará exteriormente. Deste-lhe os órgãos dos sentidos, intérpretes pelos quais materializa as intenções da sua alma, informam o espírito do que fizeram, para que este consulte a verdade, o juiz interior, para saber se a obra é boa. Tudo isso te louva como criador de todas as coisas.

Mas como os fizeste? Como criaste, meu Deus, o céu e a terra?

Por certo não criaste o céu e a terra no céu e na terra. Nem tampouco os criaste no ar, nem sob as águas que pertencem ao céu e à terra. Não criaste o universo no universo, porque não havia espaço onde pudesse existir. Não tinhas à mão a matéria com que modelar o céu e a terra.
E de onde viria essa matéria que não tinhas ainda feito para dela fazer alguma coisa?
Que criatura pode existir que não exija tua existência?
Contudo, falaste e o mundo foi feito.
A tua palavra o criou.

CAPÍTULO VI

Como falou Deus?

Mas, como falaste?
Porventura do mesmo modo como aquela voz que, saindo da nuvem,
disse: Este é meu Filho bem-amado?
Essa voz fez-se ouvir, e passou, teve começo e fim, as suas sílabas ressoaram, depois passaram, em sucessão ordenada até a última, que vem depois de todas as outras – e depois foi o silêncio. Por onde se vê claramente que essa voz foi gerada por órgão temporal de uma criatura ao serviço de tua vontade eterna. E essas palavras, pronunciadas no tempo, foram comunicadas pelo ouvido material à inteligência, cujo ouvido interior está atento à tua palavra eterna. E a razão comparou essas palavras, proferidas no tempo, com o silêncio do teu Verbo eterno, e disse: “È diferente, muito diferente. Tais palavras estão bem abaixo de mim, nem sequer existem, pois fogem e passam, mas o Verbo de Deus permanece sobre mim eternamente”.
Se foi portanto com estas palavras sonoras e passageiras que ordenaste: Que se façam o céu e a terra! – se foi assim que os criaste, conclui-se que já havia, antes do céu e da terra, uma criatura temporal, cujos movimentos puderam fazer vibrar essa voz no tempo.
Ora, não havia corpo algum antes do céu e da terra, ou se algum existia, tu certamente já o tinhas criado não por meio de uma voz passageira, justamente para que pudesse soar essa voz passageira para dizer:
“Façam-se o céu e a terra!”
E fosse o que fosse o ser de onde saísse tal voz, não teria existido se não o tivesses criado. Mas para criar esse corpo, necessário à emissão destas palavras, de que palavra e serviste?

CAPÍTULO VII

A palavra coeterna

É assim que nos convidas a compreender o Verbo, que é Deus junto de ti, que também és Deus, Verbo pronunciado eternamente e pelo qual tudo é pronunciado eternamente. O que é dito, não é uma sequência de palavras, ou uma palavra que é seguida por outra, como que a concluir uma frase, mas tudo é dito simultânea e eternamente. Do contrário, já haveria tempo e mudança, e não a verdadeira eternidade nem a verdadeira imortalidade.
Isto eu o sei, meu Deus, e por isso te dou graças. Eu o sei, e eu to confesso, Senhor, e também o sabe todo aquele que não é ingrato à infalível verdade. Sabemos, Senhor, sabemos que não ser mais depois de ter existido, ou passar a ser quando ainda não se existia é o morrer e o nascer. Mas em teu Verbo, por ser verdadeiramente imortal e eterno, nada desaparece nem tem sucessão. Com o teu Verbo que é coeterno, enuncias eternamente e a um só tempo tudo o que dizes. E o que se realiza é o que dizes que se faça. Não é de outro modo, senão pelo Verbo, que crias.
Todavia os seres criados por tua palavra não chegam à existência simultaneamente, desde toda a eternidade.

CAPÍTULO VIII

A verdadeira luz

Imploro-te, Senhor meu Deus, qual o porquê disso tudo?

De certo modo eu o compreendo, mas não sei como exprimi-lo. Poderei dizer que tudo o que tem começo e fim, começa e acaba quando a razão eterna, que não tem começo nem fim, sabe que deve começar ou acabar?
Essa inteligência é o teu Verbo, que é o princípio, porque também nos fala. Assim falou-nos no Evangelho com voz humana, e a palavra ecoou exteriormente nos ouvidos dos homens, para que cressem nele, e o buscassem em seu íntimo, e o encontrassem na eterna Verdade, onde um bom e único mestre instrui todos os seus discípulos.
Aí, Senhor, ouço a tua voz a dizer-me que só nos fala verdadeiramente quem nos ensina, e quem não nos instrui, mesmo que fale, não nos diz nada.

Mas quem nos ensina, senão a Verdade imutável?

As lições da criatura mutável têm o único valor de nos conduzir à Verdade, que é imutável. Nela verdadeiramente aprendemos quando, de pé, a ouvimos, alegrando-nos por causa da voz do Esposo, que nos reconduz àquele de quem viemos. Por isso, ele é o princípio, pois se ele não permanecesse, não teríamos para onde voltar de nossos erros.
Quando voltamos de um erro, temos plena consciência dessa volta, e é para que tomemos consciência dos nossos erros que ele nos instrui, porque ele é o princípio, e a sua palavra é para nós.

(Revisão trad. portuguesa e grafismo por ama)


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