08/05/2013

O mal e a suspeita sobre Deus (II) 4


Camus, que imputou ao cristianismo toda a reata de males padecidos pela humanidade, só chega a concluir que o homem é um absurdo. Para o marxismo era um ser explorado, mas resultava mais optimista porque ao menos pensada na possibilidade de um paraíso na terra, ainda que tenha resultado falso. Também é certo que Camus faz uma chamada para diminuir as crianças torturadas e convida a os crentes ao diálogo.
De todos modos, não é aceitável a interpretação feita à resposta cristã sobre o mal. É certo que houve, e há, homens da Igreja com lacunas e erros, mas a sua pregação sobre a paternidade de Deus e o amor ao próximo levou milhões de almas a socorrer de mil maneiras ao que sofre. O dom de sim mesmo é um ponto ao que deve aspirar o crente em Cristo. Camus observa uma situação de desorientação geral, de «contradição essencial». Tem o mérito, quiçá como o marxismo, de tê-lo advertido, mas não nos tira do atoleiro.

 

Paulo cabellos llorente, [i] trad ama



[i] Doutor em Direito Canónico, e Ciências da Educação

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