Camus, que imputou ao cristianismo toda a reata de
males padecidos pela humanidade, só chega a concluir que o homem é um absurdo.
Para o marxismo era um ser explorado, mas resultava mais optimista porque ao
menos pensada na possibilidade de um paraíso na terra, ainda que tenha
resultado falso. Também é certo que Camus faz uma chamada para diminuir as
crianças torturadas e convida a os crentes ao diálogo.
De todos modos, não é aceitável a interpretação feita
à resposta cristã sobre o mal. É certo que houve, e há, homens da Igreja com
lacunas e erros, mas a sua pregação sobre a paternidade de Deus e o amor ao
próximo levou milhões de almas a socorrer de mil maneiras ao que sofre. O dom
de sim mesmo é um ponto ao que deve aspirar o crente em Cristo. Camus observa
uma situação de desorientação geral, de «contradição essencial». Tem o mérito,
quiçá como o marxismo, de tê-lo advertido, mas não nos tira do atoleiro.
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