O problema do mal anda à volta de dois grandes temas:
a liberdade humana e a existência de Deus. Porque Deus poderia destruir o mal,
mas não sem destruir a nossa liberdade. Mas, sem Deus não haveria criatura, não
haveria liberdade, porque sem esta não pode elevar-se acima da antítese do bem
e do mal — dizia o professor Fabro — e lutar por consolidar o primeiro e
diminuir o segundo, a vida humana fica abandonada — inclusive depois de Cristo
e contando com a fé em Deus — ao capricho da fatalidade, e não permaneceria
nenhum fundamento para distinguir o bem do mal. Sem essa base ficam as soluções
do pensamento moderno que, actuando como se Deus não existisse, são
desesperadas e ambíguas.
O mal é uma prova da liberdade defectível do homem. É
certo que tampouco constitui uma prova da existência de Deus, mas é preciso
admitir que o ateísmo fica sem fundamento para a liberdade e sem palavras para
aliviar afundo a dor, porque não admite mais o finito, nega ao homem a
possibilidade de uma justiça infinita final, rejeita a paternidade de Deus, a
redenção do Filho e a santificação e sanação do Espírito Santo.
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