A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
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Evangelho: Jo 11, 21-37
21 Marta disse
então a Jesus: «Senhor, se estivesses cá, meu irmão não teria morrido. 22 Mas
também sei agora que tudo o que pedires a Deus, Deus To concederá». 23 Jesus
disse-lhe: «Teu irmão há de ressuscitar». 24 Marta disse-Lhe: «Eu sei que há-de
ressuscitar na ressurreição do último dia». 25 Jesus disse-lhe: «Eu sou a
ressurreição e a vida; aquele que crê em Mim, ainda que esteja morto, viverá; 26
e todo aquele que vive e crê em Mim, não morrerá eternamente. Crês isto?». 27
Ela respondeu: «Sim, Senhor, eu creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus, que
vieste a este mundo». 28 Dito isto, retirou-se, e foi chamar em segredo sua
irmã Maria, dizendo: «O Mestre está cá e chama-te». 29 Ela, logo que ouviu
isto, levantou-se rapidamente, e foi ter com Ele.30 Jesus ainda não tinha
entrado na aldeia, mas estava ainda naquele lugar onde Marta saíra ao Seu
encontro. 31 Então os judeus, que estavam com ela em casa e a consolavam, vendo
que Maria se tinha levantado tão depressa e tinha saído, seguiram-na, julgando
que ia chorar ao sepulcro. 32 Maria, porém, tendo chegado onde Jesus estava,
logo que O viu, lançou-se aos Seus pés e disse-Lhe: «Senhor, se tivesses estado
aqui, meu irmão não teria morrido». 33 Jesus, vendo-a chorar, a ela e aos
judeus que tinham ido com ela, comoveu-Se profundamente e emocionou-Se; 34
depois perguntou: «Onde o pusestes?». Eles responderam: «Senhor, vem ver». 35
Jesus chorou. 36 Os judeus, por isso, disseram: «Vede como Ele o amava». 37
Porém, alguns deles disseram: «Este, que abriu os olhos ao que era cego de
nascença, não podia fazer que este não morresse?».
Amar a Igreja [1]
de 45 a 50
45
E
especialmente - di-lo-ei com palavras do Concilio Vaticano II - unimo-nos no
mais alto grau ao culto da Igreja celestial, comunicando e venerando sobretudo
a memória da gloriosa sempre Virgem Maria, de S. José, dos santos Apóstolos e
Mártires e de todos os santos.
Peço
a todos os cristãos que rezem muito por nós, sacerdotes, para que saibamos
realizar santamente o Santo Sacrifício. Rogo-lhes que mostrem um amor tão
delicado à Santa Missa, que nos leve, a nós, sacerdotes, a celebrá-la com
dignidade - com elegância - humana e sobrenatural: com asseio nos paramentos e
nos objectos destinados ao culto, com devoção, sem pressas.
Porquê
pressa? Têm-na por acaso os namorados ao despedir-se? Parece que se vão embora
e não vão: voltam uma e outra vez, repetem palavras correntes como se acabassem
de as descobrir... Não receeis aplicar exemplos do amor humano, nobre, limpo, às
coisas de Deus. Se amarmos o Senhor com este coração de carne - não temos outro
- não sentiremos pressa em terminar esse encontro, essa entrevista amorosa com
Ele.
Alguns
vivem com calma e não se importam de prolongar até ao cansaço leituras, avisos,
anúncios Mas, ao chegarem ao momento principal da Santa Missa, ao Sacrifício
propriamente dito, precipitam-se, contribuindo assim para que os outros fiéis
não adorem com piedade Cristo, Sacerdote e Vítima; nem aprendam a dar-lhe
graças depois - com pausa, sem precipitações -, por ter querido vir de novo até
nós
Todos
os afectos e necessidades do coração do cristão encontram na Santa Missa o
melhor caminho: aquele que, por Cristo, chega ao Pai no Espirito Santo. O
sacerdote deve pôr especial empenho em que todos o saibam e vivam. Não há
actividade alguma que possa antepor-se normalmente à de ensinar e fazer amar e
venerar a Sagrada Eucaristia.
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O
sacerdote exerce dois actos: um, principal, sobre o Corpo de Cristo verdadeiro;
outro, secundário, sobre o Corpo Místico de Cristo. O segundo acto ou
ministério depende do primeiro, e não ao contrário. Por isso, o que há de
melhor no ministério sacerdotal é procurar que todos os católicos se aproximem
do Santo Sacrifício cada vez com mais pureza, humildade e veneração. Se o
sacerdote se esforça nesta tarefa, não ficará defraudado, nem defraudará as
consciências dos seus irmãos cristãos.
Na
Santa Missa adoramos, cumprindo amorosamente o primeiro dever da criatura para
com o seu Criador: adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás. Não adoração
fria, exterior, de servo; mas íntima estima e acatamento, que é amor profundo
de filho.
Na
Santa Missa encontramos a oportunidade perfeita de expiar os nossos pecados e
os de todos os homens: para poder dizer, como S. Paulo, que estamos cumprindo
na nossa carne o que falta padecer a Cristo. Ninguém caminha sozinho no mundo,
ninguém deve considerar-se livre de uma parte de culpa no mal que se comete
sobre a terra, consequência do pecado original e também da soma de muitos pecados
pessoais. Amemos o sacrifício, procuremos a expiação. Como? Unindo-nos na Santa
Missa a Cristo, Sacerdote e Vítima; será sempre Ele quem carregará com o peso
imenso das infidelidades das criaturas; das tuas e das minhas...
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O
Sacrifício do Calvário é uma prova infinita a generosidade de Cristo. Nós -
cada um - somos sempre muito interesseiros; mas Deus Nosso Senhor não se
importa de que na Santa Missa Lhe apresentemos todas as nossas necessidades.
Quem não tem coisas a pedir? Senhor, aquela doença... Senhor, esta tristeza...
Senhor, aquela humilhação, que não sei suportar por amor de Ti... Queremos o
bem, a felicidade e a alegria das pessoas da nossa casa; oprime-nos o coração a
sorte dos que padecem fome e sede de pão e de justiça; dos que sentem a
amargura da solidão; dos que, no termo dos seus dias, não recebem um olhar de
carinho nem um gesto de ajuda
Mas
a grande miséria que nos faz sofrer, a grande necessidade a que queremos pôr
remédio é o pecado, o afastamento de Deus, o risco de que as almas se percam
para toda a eternidade. Levar os homens à glória eterna no amor de Deus: esta é
a nossa aspiração fundamental ao celebrar a Missa, como o foi a de Cristo ao
entregar a sua vida no Calvário.
Acostumemo-nos
a falar com esta sinceridade ao Senhor, quando desce, vítima inocente, até às
mãos do sacerdote. A confiança no auxilio do Senhor dar-nos-á essa delicadeza
de alma, que se traduz sempre em obras de bem e de caridade, de compreensão, de
profunda ternura com os que sofrem e com os que vivem artificialmente fingindo
uma satisfação oca, tão falsa, que depressa se converte em tristeza.
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Agradeçamos,
finalmente, tudo o que Deus Nosso Senhor nos concede, pelo facto maravilhoso de
Se nos entregar Ele mesmo. Que venha ao nosso peito o Verbo Encarnado!... Que
se encerre, na nossa pequenez, Aquele que criou céus e terra!... A Virgem Maria
foi concebida imaculada para albergai Cristo no seu seio. Se a acção de graças
há-de ser proporcional à diferença entre o dom e os méritos, não devíamos converter
todo o nosso dia numa Eucaristia contínua? Não saiais do templo, mal acabeis de
receber o Santo Sacramento. Tão importante é o que vos espera que não podeis
dedicar ao Senhor dez minutos para lhe dizer obrigado? Não sejamos mesquinhos.
Amor com amor se paga.
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Sacerdote para a
Eternidade
Um
sacerdote que vive deste modo a Santa Missa adorando, expiando, impetrando,
dando graças, identificando-se com Cristo -, e que ensina os outros a fazer do
Sacrifício do Altar o centro e a raiz da vida do cristão, demonstrará realmente
a grandeza incomparável da sua vocação, esse carácter com que foi selado, e que
não perderá por toda a eternidade. Sei que me compreendeis quando vos afirmo
que, ao lado de um sacerdote assim, se pode considerar um fracasso - humano e
cristão - a conduta de alguns que se comportam como se tivessem de pedir
desculpa por ser ministros de Deus. É uma desgraça, porque os leva a abandonar
o ministério, a arremedar os leigos, a procurar uma segunda ocupação que a
pouco e pouco suplanta a que lhes é própria por vocação e por missão.
Frequentemente, ao fugir do trabalho de cuidar espiritualmente das almas,
tendem a substituí-lo por uma intervenção em campos próprios dos leigos - nas
iniciativas sociais, na política -, aparecendo então esse fenómeno do
clericanismo, que é a patologia da verdadeira missão sacerdotal.
50
Não
quero terminar com esta nota sombria, que pode parecer pessimismo. Não
desapareceu na Igreja de Deus o autêntico sacerdócio cristão; a doutrina é
imutável, ensinada pelos lábios divinos de Jesus. Há muitos milhares de
sacerdotes em todo o mundo que cumprem plenamente a sua missão, sem
espectáculo, sem cair na tentação de lançar pela borda fora um tesouro de
santidade e de graça, que existe na Igreja desde o princípio.
Aprecio
a dignidade da finura humana e sobrenatural destes meus irmãos, espalhados por
toda a terra. É de justiça que se vejam já agora rodeados pela amizade, a ajuda
e o carinho de muitos cristãos. E quando chegar o momento de se apresentarem
diante de Deus, Jesus Cristo irá ao seu encontro, para glorificar eternamente
aqueles que, no tempo, actuaram em seu nome e na sua Pessoa, derramando com
generosidade a graça de que eram administradores.
Voltemos
de novo, em pensamento, aos membros do Opus Dei que serão sacerdotes no próximo
Verão. Não deixeis de pedir por eles, para que sejam sempre sacerdotes fiéis,
piedosos, doutos, entregues, alegres! Encomendai-os especialmente a Santa
Maria, que torna ainda mais generosa a sua solicitude de Mãe com aqueles que se
empenham, para toda a vida, em servir de perto o seu Filho, Nosso Senhor Jesus
Cristo, Sacerdote Eterno.
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