A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
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Evangelho: Lc 19, 1-27
1 Tendo entrado em
Jericó, atravessava a cidade. 2 Eis que um homem chamado Zaqueu, que
era chefe dos publicanos e rico, 3 procurava conhecer de vista
Jesus, mas não podia por causa da multidão, porque era pequeno de estatura. 4
Correndo adiante, subiu a um sicómoro para O ver, porque havia de passar por
ali. 5 Quando chegou Jesus àquele lugar, levantou os olhos e
disse-lhe: «Zaqueu, desce depressa, porque convém que Eu fique hoje em tua
casa». 6 Ele desceu a toda a pressa, e recebeu-O alegremente.7
Vendo isto, todos murmuravam, dizendo: «Foi hospedar-Se em casa de um homem
pecador». 8 Entretanto, Zaqueu, de pé diante do Senhor, disse-Lhe:
«Eis, Senhor, que dou aos pobres metade dos meus bens e, naquilo em que tiver
defraudado alguém, restituir-lhe-ei o quádruplo». 9 Jesus disse-lhe:
«Hoje entrou a salvação nesta casa, porque este também é filho de Abraão. 10
Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que estava perdido». 11
Estando eles a ouvir estas coisas, Jesus acrescentou uma parábola, por estar
perto de Jerusalém e porque julgavam que o reino de Deus se havia de manifestar
em breve. 12 Disse pois: «Um homem nobre foi para um país distante
tomar posse de um reino, para depois voltar. 13 Chamando dez dos
seus servos, deu-lhes dez minas, e disse-lhes: Negociai com elas até eu voltar.
14 Mas os seus concidadãos aborreciam-no e enviaram atrás dele
deputados encarregados de dizer: Não queremos que este reine sobre nós. 15
«Quando ele voltou, depois de ter tomado posse do reino, mandou chamar aqueles
servos a quem dera o dinheiro, a fim de saber quanto tinha lucrado cada um. 16
Veio o primeiro e disse: Senhor, a tua mina rendeu dez minas. 17 Ele
disse-lhe: Está bem, servo bom; porque foste fiel no pouco, serás governador de
dez cidades. 18 Veio o segundo e disse: Senhor, a tua mina rendeu
cinco minas. 19 Respondeu-lhe: Sê tu também governador de cinco
cidades. 20 Veio depois o outro e disse: Senhor, eis a tua mina que
guardei embrulhada num lenço, 21 porque tive medo de ti, que és um
homem austero, que tiras donde não puseste e recolhes o que não semeaste. 22
Disse-lhe o senhor: Servo mau, pela tua mesma boca te julgo. Sabias que eu sou
um homem austero, que tiro donde não pus e recolho o que não semeei; 23
então, porque não puseste o meu dinheiro num banco, para que, quando eu viesse,
o recebesse com os juros? 24 Depois disse aos que estavam presentes:
Tirai-lhe a mina, e dai-a ao que tem dez. 25 Eles responderam-lhe:
Senhor, ele já tem dez. 26 Pois eu vos digo que àquele que tiver, se
lhe dará; mas àquele que não tem, ainda mesmo o que tem lhe será tirado.27
Quanto, porém, àqueles meus inimigos, que não quiseram que eu fosse seu rei,
trazei-os aqui e degolai-os na minha presença!».
C. I. C. nr.
2846 a 2856
VI. «Não nos deixeis cair em tentação»
2846. Esta petição atinge a raiz da
precedente, porque os nossos pecados são fruto do consentimento na tentação.
Nós pedimos ao nosso Pai que não nos «deixe cair» na tentação. Traduzir numa só
palavra o termo grego é difícil. Significa «não permitas que entre em» (133),
«não nos deixes sucumbir à tentação». «Deus não é tentado pelo mal, nem tenta
ninguém» (Tg 1, 13). Pelo contrário, Ele quer livrar-nos do mal. O que Lhe
pedimos é que não nos deixe seguir pelo caminho que conduz ao pecado. Nós
andamos empenhados no combate «entre a carne e o Espírito». Esta petição
implora o Espírito de discernimento e de fortaleza.
2847. O Espírito Santo permite-nos
discernir entre a provação, necessária ao crescimento do homem interior (134)
em vista duma virtude «comprovada» (135) e a tentação que conduz ao pecado e à
morte (136). Devemos também distinguir entre «ser tentado» e «consentir» na
tentação. Finalmente, o discernimento desmascara a mentira da tentação:
aparentemente, o seu objecto é «bom, agradável à vista, desejável» (Gn 3, 6),
quando, na realidade, o seu fruto é a morte.
«Deus não quer impor o bem, quer seres
livres [...]. Para alguma coisa serve a tentação. Ninguém, senão Deus, sabe o
que a nossa alma recebeu de Deus, nem nós próprios. Mas a tentação manifesta-o
para nos ensinar a conhecermo-nos e desse modo descobrir a nossa miséria e
obrigar-nos a dar graças pelos bens que a tentação nos manifestou» (137).
2848. «Não entrar em tentação» implica
uma decisão do coração: «Onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu
coração [...] Ninguém pode servir a dois senhores» (Mt 6, 21, 24). «Se vivemos
pelo Espírito, caminhemos também segundo o Espírito» (Gl 5, 25). É neste
«consentimento» ao Espírito Santo que o Pai nos dá a força. «Não vos
surpreendeu nenhuma tentação que tivesse ultrapassado a medida humana. Deus é
fiel e não permitirá que sejais tentados acima das vossas forças, mas, com a
tentação, vos dará os meios de sair dela e a força para a suportar» (1 Cor 10,
13).
2849. Ora um tal combate e uma tal vitória
só são possíveis pela oração. Foi pela oração que Jesus venceu o Tentador desde
o princípio (138) e no último combate da sua agonia (139). Foi ao seu combate e
à sua agonia que Cristo nos uniu nesta petição ao nosso Pai. A vigilância do
coração é lembrada com insistência (140) em comunhão com a sua. A vigilância é
a «guarda do coração» e Jesus pede ao Pai que «nos guarde em seu nome» (141). O
Espírito Santo procura incessantemente despertar-nos para esta vigilância
(142). Esta petição adquire todo o seu sentido dramático, quando relacionada
com a tentação final do nosso combate na terra: ela pede a perseverança final.
«Olhai que vou chegar como um ladrão: feliz de quem estiver vigilante!» (Ap 16,
15).
VII. «Mas livrai-nos do Mal»
2850. A última petição ao nosso Pai
também está incluída na oração de Jesus: «Não peço que os tires do mundo, mas
que os guardes do Maligno» (Jo 17, 15). Ela diz-nos respeito, a cada um
pessoalmente, mas somos sempre «nós» que rezamos, em comunhão com toda a
Igreja, pela libertação de toda a família humana. A oração do Senhor não cessa
de nos abrir às dimensões da economia da salvação. A nossa interdependência no
drama do pecado e da morte transforma-se em solidariedade no corpo de Cristo,
em «comunhão dos santos» (143).
2851. Nesta petição, o Mal não é uma
abstracção, mas designa uma pessoa, Satanás, o Maligno, o anjo que se opõe a
Deus. O «Diabo» («dia-bolos») é aquele que «se atravessa» no desígnio de Deus e
na sua «obra de salvação» realizada em Cristo.
2852. «Assassino desde o princípio,
[...] mentiroso e pai da mentira» (Jo 8, 44), «Satanás, que seduz o universo
inteiro» (Ap 12, 9), foi por ele que o pecado e a morte entraram no mundo, e é
pela sua derrota definitiva que toda a criação será «liberta do pecado e da morte»
(144). «Sabemos que ninguém que nasceu de Deus peca, porque o preserva Aquele
que foi gerado por Deus, e o Maligno, assim, não o atinge. Sabemos que somos de
Deus e que o mundo inteiro está sujeito ao Maligno» (1 Jo 5, 18-19):
«O Senhor, que tirou o vosso pecado e
perdoou as vossas faltas, tem poder para vos proteger e guardar contra as
insídias do Diabo que vos combate, para que não vos surpreenda o inimigo que
tem o hábito de engendrar a culpa. Mas quem a Deus se entrega não tem medo do
Diabo. Porque "se Deus está por nós, quem contra nós?" (Rm 8, 31)»
(145).
2853. A vitória sobre o «príncipe deste
mundo» (146) foi alcançada, duma vez para sempre, na «Hora» em que Jesus
livremente Se entregou à morte para nos dar a sua vida. Foi o julgamento deste
mundo, e o príncipe deste mundo foi «lançado fora» (147). «Pôs-se a perseguir a
Mulher»(Ap 12, 13) (148), mas não logrou alcançá-la: a nova Eva, «cheia da
graça» do Espírito Santo, foi preservada do pecado e da corrupção da morte
(Imaculada Conceição e Assunção da santíssima Mãe de Deus, Maria, sempre
Virgem). Então, «furioso contra a Mulher, foi fazer guerra contra o resto da
sua descendência» (Ap 12, 17). Eis porque o Espírito e a Igreja rogam: «Vem,
Senhor Jesus!» (Ap 22, 17.20), já que a sua vinda nos libertará do Maligno.
2854. Ao pedirmos para sermos libertados
do Maligno, pedimos igualmente para sermos livres de todos os males, presentes,
passados e futuros, dos quais ele é autor ou instigador. Nesta última petição,
a Igreja leva à presença do Pai toda a desolação do mundo. Com a libertação dos
males que pesam sobre a humanidade, a Igreja implora o dom precioso da paz e a
graça da espera perseverante do regresso de Cristo. Orando assim, antecipa na
humildade da fé a recapitulação de todos e de tudo, n'Aquele que «tem as chaves
da morte e da morada dos mortos» (Ap 1, 18), «Aquele que é, que era e que há-de
vir, o Todo-Poderoso» (Ap 1, 8) (149):
«Livrai-nos de todo o mal, Senhor, e dai
ao mundo a paz em nossos dias, para que, ajudados pela vossa misericórdia,
sejamos sempre livres do pecado e de toda a perturbação, enquanto esperamos a
vinda gloriosa de Jesus Cristo nosso Salvador» (150)
A DOXOLOGIA FINAL
2855. A doxologia final – «Porque Vosso
é o Reino, o poder e a glória» – retoma, por inclusão, as três primeiras
petições do Pai-nosso: a glorificação do seu nome, a vinda do seu Reino e o
poder da sua vontade salvífica. Mas esta repetição faz-se agora sob a forma de
acção de graças, como na liturgia celeste (151). O príncipe deste mundo
tinha-se atribuído mentirosamente este três títulos de realeza, de poder e de
glória (152). Cristo, o Senhor, restitui-os ao seu e nosso Pai, até que Ele Lhe
entregue o Reino, quando estiver definitivamente consumado o mistério da
salvação e Deus for tudo em todos (153).
2856. «Depois, acabada a oração, dizes:
Ámen, subscrevendo com esta palavra, que significa «Assim seja» (154), o
conteúdo desta oração que Deus nos ensinou» (155).
Resumindo:
2857. No «Pai-nosso», as três primeiras petições têm por objecto a glória do
Pai: a santificação do Nome, a vinda do Reino e o cumprimento da divina
vontade. As outras quatro petições apresentam-Lhe os nossos desejos: pedidos
concernentes à nossa vida para a alimentar ou para a curar do pecado, ou
relativos ao nosso combate para a vitória do Bem sobre o Mal.
2858. Ao pedirmos: «santificado seja o vosso nome», entramos no desígnio de
Deus, que é a santificação do seu nome – revelado a Moisés e depois em Jesus –
por nós e em nós, bem como em todas as nações e em cada homem.
2859. Na segunda petição, a Igreja tem em vista principalmente o regresso de
Cristo e a vinda final do reinado de Deus. Reza também pelo crescimento do
Reino de Deus no «hoje» das nossas vidas.
2860. Na terceira petição, pedimos ao Pai que una a nossa vontade à do Seu
Filho para cumprir o seu desígnio de salvação na vida do mundo.
2861. Na quarta petição, ao dizer «dai-nos», exprimimos, em comunhão com os
nossos irmãos, a nossa confiança filial no nosso Pai dos céus. «O pão nosso»
designa o alimento terrestre necessário à subsistência de nós todos, mas também
significa o Pão da Vida: a Palavra de Deus e o Corpo de Cristo. Ele é recebido
no «Hoje» de Deus, como alimento indispensável e (sobre) substancial do
banquete do Reino, antecipado na Eucaristia.
2862. A quinta petição implora para as nossas ofensas a misericórdia de Deus,
a qual não pode penetrar no nosso coração sem nós termos sido capazes de
perdoar aos nossos inimigos, a exemplo e com a ajuda de Cristo.
2863. Ao dizermos: «não nos deixeis cair
em tentação», pedimos a Deus que não permita que enveredemos pelo caminho que
conduz ao pecado. Esta petição implora o Espírito de discernimento e de fortaleza;
solicita a graça da vigilância e a perseverança final.
2864. Na última petição: «mas livrai-nos do Mal», o cristão roga a Deus, com
a Igreja, que manifeste a vitória, já alcançada por Cristo, sobre o «príncipe
deste mundo», Satanás, o anjo que se opõe pessoalmente a Deus e ao seu plano de
salvação.
2865. Pelo «Ámen» final, exprimimos o nosso «fiat» em relação às sete
petições: «Assim seja...».
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Notas:
133. Cf. Mt 26, 41.
134. Cf. Lc 8, 13-15; Act 14, 22; 2 Tm 3, 12.
135. Cf. Rm 5, 3-5.
136. Cf. Tg 1, 14-15.
137. Orígenes, De oratione, 29, 15 e 17:
GCS 3, 390-391 (PG 11, 541-544).
138. Cf. Mt 4, 1-11.
139. Cf. Mt 26, 36-44.
140. Cf. Mc 13, 9.23.33-37; 14, 38; Lc
12, 35-40.
141. Cf. Jo 17, 11.
142. Cf. 1 Cor 16, 13; Cl 4, 2; 1 Ts 5, 6; 1 Pe 5, 8.
143. Cf. João Paulo II, Ex. ap.
Reconciliatio et paenitentia, 16: AAS 77 (1985) 214-215.
144. Oração eucarística IV, 123: Missale
Romanum, editio typica (Typis Polyglottis Vaticanis 1970), p. 471 [Missal
Romano, Gráfica de Coimbra 1992, 543].
145. Santo Ambrósio, De sacramentis, 5,
30: CSEL 73, 71-72 (PL 16, 454).
146. Cf. Jo 14, 30.
147. Cf. Jo 12, 31; Ap 12, 10.
148. Cf. Ap 12, 13-16.
149. Cf. Ap 1, 4.
150. Rito da Comunhão [Embolismo]:
Missale Romanum, editio typica (Typis Polyglottis Vaticanis 1970), p. 472
[Missal Romano, Gráfica de Coimbra 1992, p. 545].
151. Cf. Ap 1, 6; 4, 11; 5, 13.
152. Cf. Lc 4, 5-6.
153. Cf. 1 Cor 15, 24-28.
154. Cf. Lc 1, 38.
155. São Cirilo de Jerusalém, Catecheses
mystagogicae, 5, 18: SC 126, 168 (PG 33, 1124).
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