Nota de AMA:
Estas “confidências” têm, obviamente, um autor, que não se revela; foram feitas em tempo indeterminado, por isso não se lhes atribui a data. O estilo discursivo revela, obviamente, que se tratam de meditações escritas ao correr da pena. A sua publicação deve-se a ter considerado que, nelas se encontram muitas situações e ocorrências que fazem parte do quotidiano que, qualquer um, pode viver.
Acabo de comungar!Regressado
ao meu lugar, ajoelho-me, de cabeça levantada, com um sorriso calmo no rosto,
porque o meu Deus é libertador e n’Ele reside toda a minha confiança, toda a
minha esperança.
Sei
que dentro em pouco não vai ser assim, porque vou novamente “mergulhar” no
mundo, e fraco como sou, vou-me deixar envolver nas tristezas, nas provações,
embora Ele continue comigo, dentro de mim, (não por meu mérito, mas pelo seu
infinito amor), assim como no Sacrário, (pobre de mim), como dizia o Beato
Francisco: «O Jesus escondido!», ou serei eu que O escondo, fraca testemunha
que sou.
Mas
nestes momentos, após a comunhão, a paz, a serenidade, a ternura,
verdadeiramente a beleza, tomam conta de mim, e por esses momentos deixo-me
sair de mim e gozo a sua presença real em mim, desejando que todos os outros
sintam, vivam, os momentos que estou a viver.
Sinto
a cara molhada e percebo que há lágrimas que choram dos meus olhos, mas são
lágrimas de uma alegria indizível, de uma paz inebriante, de uma ternura
incontrolável, porque o seu amor por mim, não tem dimensão, é maior do que tudo
o que é maior que a minha humanidade conheça.
Perdoa-me,
Senhor, mas neste momento não consigo pensar sequer nos que estão ao meu lado,
nos que comigo são Igreja, porque, Senhor, talvez seja egoísta, mas quero gozar
este momento em que Te dás inteiramente, e em que por tua graça, eu me abandono
a Ti e em Ti.
Amor,
beleza, paz, ternura, carinho, imensidão, totalidade, são palavras humanas e
não podem descrever este momento divino, porque é um momento teu, que Tu
concedes ao que de Ti se aproximou, pois Lhe foi dado por Ti, reconhecer-Te ao
«partir do Pão».
Calmamente,
mansamente, desço do Tabor, e regresso à minha condição de pecador!
Sou
pecador, mas incomparavelmente maior do que o meu pecado, é o teu amor!
Nota:
Vivido
na Missa de Quinta Feira Santa de 2013
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