A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
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Evangelho:
Mc 2, 23-28; 3, 1-12
23 Sucedeu também que,
caminhando Jesus em dia de sábado, por entre campos de trigo, os discípulos
começaram a colher espigas, enquanto caminhavam. 24 Os fariseus
diziam-Lhe: «Como é que fazem ao sábado o que não é permitido?». 25
Ele respondeu: «Nunca lestes o que fez David, quando se viu necessitado, e teve
fome, ele e os que com ele estavam? 26 Como entrou na casa de Deus,
sendo sumo sacerdote Abiatar, e comeu os pães da proposição, dos quais não era
permitido comer, senão aos sacerdotes, e deu também aos que o acompanhavam?». 27
E acrescentou: «O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado. 28
Por isso o Filho do Homem é Senhor também do sábado».
3 1
Novamente entrou Jesus na sinagoga, e encontrava-se lá um homem que tinha uma
das mãos atrofiada. 2 Observavam-n'O a ver se curaria em dia de
sábado, para O acusarem. 3 Jesus disse ao homem que tinha a mão
atrofiada: «Vem para o meio». 4 Depois disse-lhes: «É lícito em dia
de sábado fazer bem ou fazer mal? Salvar a vida a uma pessoa ou tirá-la?».
Eles, porém, calaram-se. 5 Então olhando-os com indignação,
contristado da cegueira de seus corações, disse ao homem: «Estende a tua mão».
Ele estendeu-a, e a mão ficou curada. 6 Mas os fariseus,
retirando-se, reuniram-se logo em conselho com os herodianos contra Ele para
ver como O haviam de matar. 7 Jesus retirou-Se com Seus discípulos
para o mar, e segiu-O uma grande multidão do povo da Galileia; também da
Judeia, 8 de Jerusalém, da Idumeia, da Transjordânia e das
vizinhanças de Tiro e de Sidónia, tendo ouvido as coisas que fazia, foram em
grande multidão ter com Ele. 9 Mandou aos Seus discípulos que Lhe
aprontassem uma barca para que a multidão não O apertasse. 10
Porque, como curava muitos, todos os que padeciam algum mal lançavam-se sobre
Ele para O tocarem. 11 E os espíritos imundos, quando O viam, prostravam-se
diante d'Ele e gritavam: «Tu és o Filho de Deus». 12 Mas Ele
ordenava-lhes com severidade que não O manifestassem.
C. I. C. nr. 694 a 726
OS
SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO
694. A água. O
simbolismo da água é significativo da acção do Espírito Santo no Baptismo, pois
que, após a invocação do Espírito Santo, ela torna-se o sinal sacramental
eficaz do novo nascimento. Do mesmo modo que a gestação do nosso primeiro
nascimento se operou na água, assim a água baptismal significa realmente que o
nosso nascimento para a vida divina nos é dado no Espírito Santo. Mas,
«baptizados num só Espírito», «a todos nos foi dado beber de um único Espírito»
(1 Cor 12, 13): portanto, o Espírito é também pessoalmente a Agua viva que
brota de Cristo crucificado (17) como da sua fonte, e jorra em nós para a vida
eterna (18).
695. A unção. O
simbolismo da unção com óleo é também significativo do Espírito Santo, a ponto
de se tomar o seu sinónimo (19). Na iniciação cristã, ela é o sinal sacramental
da Confirmação, que justamente nas Igrejas Orientais se chama «Crismação». Mas,
para lhe apreender toda a força, temos de voltar à primeira unção realizada
pelo Espírito Santo: a de Jesus. Cristo («Messias» em hebraico) significa
«ungido» pelo Espírito de Deus. Houve «ungidos» do Senhor na antiga Aliança
(20), sobretudo o rei David (21). Mas Jesus é o ungido de Deus de maneira
única: a humanidade que o Filho assume é totalmente «ungida pelo Espírito
Santo». Jesus é constituído «Cristo» pelo Espírito Santo (22). A Virgem Maria
concebe Cristo do Espírito Santo, que pelo anjo O anuncia como Cristo aquando
do seu nascimento (23) e leva Simeão a ir ao templo ver o Cristo do Senhor
(24). É Ele que enche Cristo (25) e cujo poder emana de Cristo nos seus actos
de cura e salvamento (26). Finalmente, é Ele que ressuscita Jesus de entre os
mortos (27). Então, plenamente constituído «Cristo» na sua humanidade vencedora
da morte (28), Jesus difunde em profusão o Espírito Santo, até que «os santos»
constituam, na sua união à humanidade do Filho de Deus, o «homem adulto à
medida completa da plenitude de Cristo» (Ef 4, 13), «o Cristo total», para
empregar a expressão de Santo Agostinho (29).
696. O fogo. Enquanto a
água significava o nascimento e a fecundidade da vida dada no Espírito Santo, o
fogo simboliza a energia transformadora dos actos do Espírito Santo. O profeta
Elias, que «apareceu como um fogo e cuja palavra queimava como um facho
ardente» (Sir 48, 1), pela sua oração faz descer o fogo do céu sobre o
sacrifício do monte Carmelo (30), figura do fogo do Espírito Santo, que
transforma aquilo em que toca. João Baptista, que «irá à frente do Senhor com o
espírito e a força de Elias» (Lc 1, 17), anuncia Cristo como Aquele que «há-de
baptizar no Espírito Santo e no fogo» (Lc 3, 16), aquele Espírito do qual Jesus
dirá: «Eu vim lançar fogo sobre a terra e só quero que ele se tenha ateado!»
(Lc 12, 49). É sob a forma de línguas, «uma espécie de línguas de fogo», que o
Espírito Santo repousa sobre os discípulos na manhã de Pentecostes e os enche
de Si (31). A tradição espiritual reterá este simbolismo do fogo como um dos
mais expressivos da acção do Espírito Santo (32). «Não apagueis o Espírito!» (1
Ts 5, 19).
697. A nuvem e a luz.
Estes dois símbolos são inseparáveis nas manifestações do Espírito Santo. Desde
as teofanias do Antigo Testamento, a nuvem, umas vezes escura, outras luminosa,
revela o Deus vivo e salvador, velando a transcendência da sua glória: a Moisés
no monte Sinai (33), na tenda da reunião (34) e durante a marcha pelo deserto
(35); a Salomão, aquando da dedicação do templo (36). Ora estas figuras são
realizadas por Cristo no Espírito Santo. É Ele que desce sobre a Virgem Maria e
a cobre «com a sua sombra», para que conceba e dê à luz Jesus (37). No monte da
transfiguração, é Ele que «sobrevém na nuvem que cobriu da sua sombra» Jesus,
Moisés e Elias, Pedro, Tiago e João, nuvem da qual se fez ouvir uma voz que
dizia: "Este é o meu Filho, o meu Eleito, escutai-O!"» (Lc 9, 35). E,
enfim, a mesma nuvem que «esconde Jesus aos olhos» dos discípulos no dia da
Ascensão (38) e que O revelará como Filho do Homem na sua glória, no dia da sua
vinda (39).
698. O selo é um símbolo
próximo do da unção. Com efeito, foi a Cristo que «Deus marcou com o seu selo»
(Jo 6, 27) e é n'Ele que o Pai nos marca também com o seu selo» (40). Porque
indica o efeito indelével da unção do Espírito Santo nos sacramentos do
Baptismo, da Confirmação e da Ordem, a imagem do selo («sphragis») foi
utilizada em certas tradições teológicas para exprimir o «carácter» indelével,
impresso por estes três sacramentos, que não podem ser repetidos.
699. A mão. É pela imposição
das mãos que Jesus cura os doentes (41) e abençoa as crianças (42). O mesmo
farão os Apóstolos, em seu nome (43). Ainda mais: é pela imposição das mãos dos
Apóstolos que o Espírito Santo é dado (44). A Epístola aos Hebreus coloca a
imposição das mãos no número dos «artigos fundamentais» do seu ensino (45).
Este sinal da efusão omnipotente do Espírito Santo, guarda-o a Igreja nas suas
epicleses sacramentais.
700. O dedo. «É pelo
dedo de Deus que Jesus expulsa os demónios» (46). Se a Lei de Deus foi escrita
em tábuas de pedra «pelo dedo de Deus» (Ex 31, 18), a «carta de Cristo»,
entregue ao cuidado dos Apóstolos, «é escrita com o Espírito de Deus vivo: não
em placas de pedra, mas em placas que são corações de carne» (2 Cor 3, 3). O
hino «Veni Creator Spiritus» invoca o Espírito Santo como «digitus paternae
dexterae» — «Dedo da mão direita do Pai» (47).
701. A pomba. No final
do dilúvio (cujo simbolismo tem a ver com o Baptismo), a pomba solta por Noé
regressa com um ramo verde de oliveira no bico, sinal de que a terra é outra
vez habitável /48). Quando Cristo sobe das águas do seu baptismo, o Espírito
Santo, sob a forma duma pomba, desce e paira sobre Ele (49). O Espírito desce e
repousa no coração purificado dos baptizados. Em certas igrejas, a sagrada Reserva
eucarística é conservada num relicário metálico em forma de pomba (o
columbarium) suspenso sobre o altar. O símbolo da pomba para significar o
Espírito Santo é tradicional na iconografia cristã.
III. O Espírito e a
Palavra de Deus, no tempo das promessas
702. Desde o princípio
até à «plenitude do tempo» (50), a missão conjunta do Verbo e do Espírito do
Pai permanece oculta, mas está actuante. O Espírito de Deus prepara o tempo do
Messias: e um e outro, ainda não plenamente revelados, já são prometidos com o
fim de serem esperados e acolhidos quando da sua manifestação. É por isso que,
quando a Igreja lê o Antigo Testamento (51) perscruta nele (52) o que o
Espírito, «que falou pelos profetas» (53), nos quer dizer acerca de Cristo.
Por «profetas», a fé da
Igreja entende aqui todos aqueles que o Espírito Santo inspirou no anúncio vivo
e na redacção dos Livros santos, tanto do Antigo como do Novo Testamento. A
tradição judaica distingue a Lei (os cinco primeiros livros ou Pentateuco), os
Profetas (os livros ditos históricos e proféticos) e os Escritos (sobretudo
sapienciais, em particular os Salmos) (54).
NA CRIAÇÃO
703. A Palavra de Deus e
o seu Espírito estão na origem do ser e da vida de todas as criaturas (55).
É próprio do Espírito
Santo reinar, santificar e animar a criação, porque Ele é Deus consubstancial
ao Pai e ao Filho [...]. Pertence-Lhe o poder sobre a vida, porque, sendo Deus,
guarda a criação no Pai pelo Filho (56).
704. «Quanto ao homem,
foi com as suas próprias mãos (quer dizer, com o Filho e o Espírito Santo) que
Deus o moldou [...] e sobre a carne moldada desenhou a sua própria forma, de
modo que, mesmo o que havia de ser visível, tivesse a forma divina» (57) .
O ESPÍRITO DA PROMESSA
705. Desfigurado pelo
pecado e pela morte, o homem permanece «à imagem de Deus», à imagem do Filho,
mas está «privado da glória de Deus» (58) , privado da «semelhança». A promessa
feita a Abraão inaugura a «economia da salvação», no termo da qual o próprio
Filho assumirá «a imagem»(59) e restaurá-la-á na «semelhança» com o Pai,
voltando a dar-lhe a glória, o Espírito «que dá a vida».
706. Contra toda a
esperança humana, Deus promete a Abraão uma descendência, como fruto da fé e do
poder do Espírito Santo (60). Nessa descendência serão abençoadas todas as
nações da terra (61). Essa descendência será o Cristo (62) no qual a efusão do
Espírito Santo fará «a unidade dos filhos de Deus dispersos» (63).
Comprometendo-Se por juramento (64), Deus obriga-Se, desde logo, ao dom do seu
Filho muito-amado (65) e ao dom do «Espírito Santo prometido, que constitui o
título de garantia da nossa herança para a redenção do povo que Deus adquiriu
para Si mesmo» (66).
NAS TEOFANIAS E NA LEI
707. As teofanias
(manifestações de Deus) iluminam o caminho da promessa, dos patriarcas a Moisés
e de Josué até às visões que inauguram a missão dos grandes profetas. A
Tradição cristã sempre reconheceu que, nestas teofanias, o Verbo de Deus Se
deixava ver e ouvir, ao mesmo tempo revelado e «velado», na nuvem do Espírito
Santo.
708. Esta pedagogia de
Deus manifesta-se especialmente no dom da Lei (67). A Lei foi dada como um
«pedagogo» para conduzir o povo a Cristo (68). Mas a sua impotência para salvar
o homem, privado da «semelhança» divina e o conhecimento acrescido que ela dá
do pecado (69) suscitam o desejo do Espírito Santo. Os gemidos dos Salmos são
disso testemunho.
NO REINO E NO EXÍLIO
709. A Lei, sinal da
promessa e da Aliança, deveria reger o coração e as instituições do povo
nascido da fé de Abraão. «Se ouvirdes realmente a minha voz, se guardardes a
minha Aliança [...], sereis para Mim um reino de sacerdotes, uma nação
consagrada» (Ex 19, 5-6) (70) . Mas depois de David, Israel sucumbe à tentação
de se tornar um reino como as outras nações. Ora o Reino, objecto da promessa
feita a David (71) , será obra do Espírito Santo: pertencerá aos que são pobres
segundo o Espírito.
710. O esquecimento da
Lei e a infidelidade à Aliança levam à morte: é o Exílio, aparentemente o
fracasso das promessas, mas, na realidade, fidelidade misteriosa do Deus
salvador e o princípio duma restauração prometida, mas segundo o Espírito. Era
preciso que o povo de Deus sofresse esta purificação (72). O exílio traz já a
sombra da cruz no desígnio de Deus; e o «resto» dos pobres que regressa do
Exílio é uma das figuras mais transparentes da Igreja.
A EXPECTATIVA DO MESSIAS
E DO SEU ESPÍRITO
711. «Eis que vou fazer
algo de novo» (Is 43, 19): duas linhas proféticas vão ser traçadas, incidindo
uma sobre a expectativa do Messias e outra sobre o anúncio dum Espírito novo,
convergindo ambas no pequeno «resto», o povo dos pobres (73), que aguarda na
esperança a «consolação de Israel» e «a libertação de Jerusalém» (Lc 2, 25.38).
Vimos mais atrás como
Jesus cumpriu as profecias que Lhe diziam respeito. Limitamo-nos agora àquelas
em que aparece mais clara a relação entre o Messias e o seu Espírito.
712. Os traços do rosto
do Messias esperado começam a aparecer no Livro do Emanuel (74) (quando Isaías
[...] teve a visão da glória» de Cristo: Jo 12, 41), particularmente em Is 11,
1-2:
«Naquele dia,
sairá um ramo do tronco
de Jessé
e um rebento brotará das
suas raízes.
Sobre ele repousará o
Espírito do Senhor:
espírito de sabedoria e
de entendimento,
espírito de conselho e
de fortaleza,
espírito de conhecimento
e de temor do Senhor».
713. Os traços do
Messias são revelados sobretudo nos cânticos do Servo (75). Estes cânticos
anunciam o sentido da paixão de Jesus, indicando assim a maneira como Ele
derramará o Espírito Santo para dar vida à multidão: não a partir do exterior,
mas assumindo a nossa «condição de servo» (Fl 2, 7). Tomando sobre Si a nossa
morte, Ele pode comunicar-nos o seu próprio Espírito de vida.
714. É por isso que
Cristo inaugura o anúncio da Boa-Nova, apropriando-Se desse passo de Isaías (Lc
4, 18-19) (76) :
«O Espírito do Senhor
Deus está sobre Mim,
porque o Senhor Me
ungiu.
Enviou-Me a anunciar a
Boa-Nova aos que sofrem,
para curar os
desesperados,
para anunciar a
libertação aos exilados
e a liberdade aos
prisioneiros,
para proclamar o ano da
graça do Senhor».
715. Os textos
proféticos, respeitantes directamente ao envio do Espírito Santo, são oráculos
em que Deus fala ao coração do seu povo na linguagem da promessa, com os
acentos do «amor e da fidelidade» (77), cujo cumprimento São Pedro proclamará
na manhã do Pentecostes (78)». Segundo estas promessas, nos «últimos tempos» o
Espírito do Senhor há-de renovar o coração dos homens, gravando neles uma lei
nova; reunirá e reconciliará os povos dispersos e divididos; transformará a
primeira criação e Deus habitará nela com os homens, na paz.
716. O povo dos «pobres»
(79) , dos humildes e dos mansos, totalmente entregues aos desígnios
misteriosos do seu Deus, o povo dos que esperam a justiça, não dos homens mas
do Messias, tal é, afinal, a grande obra da missão oculta do Espírito Santo,
durante o tempo das promessas, para preparar a vinda de Cristo. É a qualidade
do seu coração, purificado e iluminado pelo Espírito, que se exprime nos
salmos. Nestes pobres, o Espírito prepara para o Senhor «um povo bem disposto»
(80).
IV. O Espírito de Cristo
na plenitude do tempo
JOÃO, PRECURSOR, PROFETA
E BAPTISTA
717. «Apareceu um homem,
enviado por Deus, que tinha o nome de João» (Jo 1, 6). João é «cheio do
Espírito Santo já desde o seio materno» (Lc 1, 15) (81), pelo próprio Cristo
que a Virgem acabava de conceber por obra e graça do Espírito Santo. A «
visitação» de Maria a Isabel tornou-se, assim, «visita de Deus ao seu povo»
(82).
718. João é «Elias que
devia vir» (83). O fogo do Espírito habita nele e fá-lo «correr à frente» (como
«precursor») do Senhor que chega. Em João o Precursor, o Espírito Santo acaba
de «preparar para o Senhor um povo bem disposto» (Lc 1, 17).
719. João é «mais do que
um profeta» (84). Nele, o Espírito Santo consuma o «falar pelos profetas». João
termina o ciclo dos profetas inaugurado por Elias (85). Anuncia como iminente a
consolação de Israel; é ele a «voz» do Consolador que vai chegar (86). Tal como
fará o Espírito da verdade, «ele vem como testemunha, para dar testemunho da
Luz» (Jo 1, 7) (87). A respeito de João,
o Espírito cumpre assim as «indagações dos profetas» e o «desejo» dos anjos
(88): «Aquele sobre Quem vires o Espírito Santo descer e permanecer, é Ele que
baptiza no Espírito Santo. Ora, eu vi e dou testemunho de que Ele é o Filho de
Deus [...] Eis o Cordeiro de Deus!» (Jo 1, 33-36).
720. Finalmente, com
João Baptista, o Espírito Santo inaugura, em prefiguração, aquilo que vai
realizar com e em Cristo: restituir ao homem «a semelhança» divina. O baptismo
de João era para o arrependimento: o Baptismo na água e no Espírito será um
novo nascimento (89).
«ALEGRA-TE, Ó CHEIA DE
GRAÇA»
721. Maria, a santíssima
Mãe de Deus, sempre virgem, é a obra-prima da missão do Filho e do Espírito na
plenitude do tempo. Pela primeira vez no desígnio da salvação e porque o seu
Espírito a preparou, o Pai encontra a morada na qual o seu Filho e o seu
Espírito podem habitar entre os homens. É neste sentido que a Tradição da
Igreja muitas vezes lê, em relação a Maria, os mais belos textos sobre a
Sabedoria (90): Maria é cantada e apresentada na Liturgia como «o Trono da
Sabedoria». Nela começam a manifestar-se as «maravilhas de Deus», que o
Espírito vai realizar em Cristo e na Igreja:
722. O Espírito Santo
preparou Maria pela sua graça. Convinha que fosse «cheia de graça» a Mãe
d'Aquele em Quem «habita corporalmente a plenitude da divindade» (Cl 2, 9). Ela
foi, por pura graça, concebida sem pecado, como a mais humilde das criaturas, a
mais capaz de acolher o dom inefável do Omnipotente. É a justo título que o
anjo Gabriel a saúda como «Filha de Sião»: «Ave» (= «Alegra-te») (91). É a
acção de graças de todo o povo de Deus, e portanto da Igreja, que ela faz subir
até ao Pai, no Espírito Santo, com o seu cântico (92) , quando já portadora, em
si, do Filho eterno.
723. Em Maria, o
Espírito Santo realiza o desígnio benevolente do Pai. É pelo Espírito Santo que
a Virgem concebe e dá à luz o Filho de Deus. A sua virgindade torna-se
fecundidade única, pelo poder do Espírito e da fé (93).
724. Em Maria, o
Espírito Santo manifesta o Filho do Pai feito Filho da Virgem. Ela é a sarça
ardente da teofania definitiva: cheia do Espírito Santo, mostra o Verbo na
humildade da sua carne; e é aos pobres (94) e às primícias das
nações (95) que Ela O dá a conhecer.
725. Finalmente, por
Maria, o Espírito começa a pôr em comunhão com Cristo os homens que são
«objecto do amor benevolente de Deus» (96); e os humildes são sempre
os primeiros a recebê-lo: os pastores, os magos, Simeão e Ana, os esposos de
Caná e os primeiros discípulos.
726. No termo desta
missão do Espírito, Maria torna-se a «Mulher», a nova Eva «mãe dos vivos», Mãe
do «Cristo total» (97). É como tal que Ela está presente com os
Doze, «num só coração, assíduos na oração» (Act 1, 14), no alvorecer dos
«últimos tempos», que o Espírito vai inaugurar na manhã do Pentecostes, com a
manifestação da Igreja.
____________________________________
Notas:
17. Cf. Jo 19, 34; 1 Jo 5, 8.
18. Cf. Jo 4, 10-14; 7, 38: Ex 17, 1-6: Is 55, 1; Zc 14, 8: 1 Cor
10, 4. Ap 21, 6; 22, 17.
19. Cf. 1 Jo 2, 20. 27; 2 Cor 1, 21.
20. Cf. Ex 30, 22-32.
21. Cf. 1 Sm 16, 13.
22. Cf. Lc 4, 18-19; Is 61, 1.
23. Cf. Lc 2, 11.
24.
Lc 2, 26-27.
25. Cf. Lc 4, 1.
26. Cf. Lc 6, 19; 8, 46.
27. Cf. Rm 1, 4; 8, 11.
28. Cf. Act 2, 36.
29. Santo Agostinho, Sermão 341, 1, 1: PL 39, 1493: Ibid. 9, 11:
PL 39. 1499.
30. Cf. 1 Rs 18, 38-39.
31. Cf. Act 2, 3-4.
32. Cf. São João da Cruz, Llama de amor viva: Biblioteca Mística
Carmelitana, v. 13 (Burgos 1931) p. 1-102; 103-213. [ID., Chama vida de amor:
Obras Completas (Paço de Arcos, Edições Carmelo 1986) p. 829-957)].
33. Cf. Ex 24, 15-18.
34. Cf. Ex 33, 9-10.
35. Cf. Ex 40, 36-38; 1 Cor 10, 1-2.
36. Cf. 1 Rs 8, 10-12.
37. Cf. Lc 1, 35.
38. Cf. Act 1, 9.
39. Cf. Lc 21, 27.
40. Cf. 2 Cor 1, 22; Ef 1, 13; 4, 30.
41. Cf. Mc 6, 5; 8, 23.
42. Cf. Mc 10. 16.
43. Cf. Mc 16, 18; Act 5, 12; 14, 3.
44. Cf. Act 8, 17-19; 13, 3; 19, 6.
45. Cf. Heb 6, 2.
46. Cf. Lc 11, 20.
47. Cf. Domingo de Pentecostes, Hino das I e II Vésperas: Liturgia
Horarum, editio typica, v. 2 (Typis Polyglottis Vaticanis 1974), p. 795 e 812.
[Liturgia das Horas. vol. II p. 850 e 861. edição da Gráfica de Coimbra, 1999].
48. Cf. Gn 8, 8-12.
49. Cf. Mt 3, 16 e par.
50. Cf. Gl 4, 4.
51. Cf. 2 Cor 3, 14.
52. Cf. Jo 5, 39. 46.
53. Símbolo Niceno-Constantinopolitano: DS 150.
54. Cf. Lc 24, 44.
55. Cf. Sl 33, 6; 104. 30; Gn 1, 2; 2, 7;
Ecl 3, 20-21; Ez 37, 10.
56. Liturgia bizantina, Ofício das Horas. Matinas dos Domingos do
segundo modo, Antífonas 1 e 2: Paraklêtikês (Romae 1885), p. 107.
57. Santo Ireneu de Lião, Demonstratio praedicationis apostolicae.
11: SC 62, 48-49.
58. Cf. Rm 3, 23.
59. Cf. Jo 1, 14; Fl 2, 7.
60. Cf. Gn 18, 1-15; Lc 1, 26-38.54-55; Jo 1, 12-13; Rm 4, 16-21.
61. Cf. Gn 12, 3.
62. Cf. Gl 3, 16.
63. Cf. Jo 11, 52.
64. Cf. Lc. 1, 73.
65. Cf. Gn 22, 17-18; Rm 8, 32; Jo 3, 16.
66. Cf. Ef 1, 13-14; Gl 3, 14.
67. Cf. Ex 19-20; Dt 1-11; 29-31.
68. Cf. Gl 3, 24.
69. Cf. Rm 3, 20.
70. Cf. 1 Pe 2, 9.
71. Cf. 2 Sm 7: Sl 89; Lc 1, 32-33.
72. Cf. Lc 24, 26.
73. Cf. Sf 2, 3.
74. Cf. Is 6-12
75. Cf. Is 42, 1-9; Mt 12, 18-21: Jo 1, 32-34; e também Is 49,
1-6; Mr 3, 17: Lc 2, 32: e, por fim, Is 50, 4-10 e 52, 13 - 53, 12.
76. Cf. Is 61, 1-2.
77. Cf. Ez 11, 19; 36, 25-28; 37, 1-14: Jr
31, 31-34; Jl 3, 1-5.
78. Cf. Act 2, 17-21.
79.
Cf. Sf 2, 3; Sl 22, 27; 34, 3; Is 49, 13; 61. 1; etc.
80. Cf. Lc 1. 17.
81. Cf. Lc 1, 41.
82. Cf. Lc 1, 68.
83. Cf. Mt 17, 10-13.
84. Cf. Lc 7, 26.
85. Cf. Mt 11, 13-14.
86. Cf. Jo 1, 23; Is 40. 1-3.
87. Cf. Jo 15, 26; 5, 33.
88. Cf. 1 Pe 1, 10-12.
89. Cf. Jo 3, 5.
90. Cf. Pr 8, 1 – 9, 6; Ecl 24.
91. Cf. Sf 3, 14; Zc 2, 14.
92. Cf. Lc 1, 46-55.
93 Cf. Lc 1, 26-38; Rm 4, 18-21; Gl 4,
26-28.
94. Cf. Lc 2, 15-19.
95. Cf. Mt 2, 11.
96. Cf. Lc 2, 14.
97. Cf. Jo 19, 25-27.
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