O rosto de Jesus
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Com Santa Maria, um só coração
Mal
se levantou Jesus da Sua primeira queda, encontra Sua Mãe Santíssima, junto ao
caminho por onde Ele passa. O Evangelho não nos diz nada desse encontro, mas o
silêncio da Escritura não fez mais do que estimular a imaginação dos cristãos
ao longo dos séculos. O nosso Padre representa-o assim: Com imenso amor olha
Maria para Jesus, e Jesus olha para Sua Mãe; os Seus olhares encontram-se, e
cada coração verte no outro a Sua própria dor.
O
amor é tão intenso que basta o encontro dos olhares para que cada um saiba que
conta com o outro, que pode verter n’Ela, n’Ele, a Sua imensa dor, porque
aquele coração é capaz de o aceitar. No meio desse sofrimento, têm o profundo
consolo de se saberem acompanhados, compreendidos.
A
alma de Maria fica mergulhada em amargura, na amargura de Jesus Cristo. A
amargura que enche a alma de Maria é a do seu Filho, como de Maria é a amargura
que enche a alma de Jesus. É tão forte a união dos Seus corações que a dor de
um está feita do sofrimento do outro; assim se apoiam e mutuamente se mantêm.
Quem
nos dera a nós uma identificação assim com os sentimentos de Cristo! Ficamos –
é certo – muito longe, mas desejamo-la ardentemente. Sabemos que se avançarmos
por esse caminho não pouparemos dores nesta vida, porque toda a existência
humana as traz consigo, mas teremos sempre uma luz para as enfrentar, nunca nos
faltará uma base firme para não sucumbir, para as encarar com serenidade.
Simeão
tinha profetizado à Virgem que uma espada trespassaria a sua alma. Desde o
anúncio da Paixão, a ferida da espada não abandonará nunca a Mãe de Jesus. Ela
terá sempre presente unicamente podem ofendê-la através das afrontas feitas ao
seu Filho; tem consciência de que todo o sofrimento, e também toda a alegria,
só pode ter a sua causa em relação com Ele.
Nossa
Senhora ensina que nas amarguras e nos pequenos desgostos – profissionais,
familiares, sociais... – podemos procurar e descobrir o rosto de Cristo; e,
como consequência, estaremos cheios de paz inclusivamente no meio da dor.
j. diéguez, 2011.12.20
Nota:
Revisão da tradução portuguesa por AMA.
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