10/12/2012

CULTIVAR A FÉ 20


O rosto de Jesus
…3

Com Santa Maria, um só coração

Mal se levantou Jesus da Sua primeira queda, encontra Sua Mãe Santíssima, junto ao caminho por onde Ele passa. O Evangelho não nos diz nada desse encontro, mas o silêncio da Escritura não fez mais do que estimular a imaginação dos cristãos ao longo dos séculos. O nosso Padre representa-o assim: Com imenso amor olha Maria para Jesus, e Jesus olha para Sua Mãe; os Seus olhares encontram-se, e cada coração verte no outro a Sua própria dor.

O amor é tão intenso que basta o encontro dos olhares para que cada um saiba que conta com o outro, que pode verter n’Ela, n’Ele, a Sua imensa dor, porque aquele coração é capaz de o aceitar. No meio desse sofrimento, têm o profundo consolo de se saberem acompanhados, compreendidos.

A alma de Maria fica mergulhada em amargura, na amargura de Jesus Cristo. A amargura que enche a alma de Maria é a do seu Filho, como de Maria é a amargura que enche a alma de Jesus. É tão forte a união dos Seus corações que a dor de um está feita do sofrimento do outro; assim se apoiam e mutuamente se mantêm.

Quem nos dera a nós uma identificação assim com os sentimentos de Cristo! Ficamos – é certo – muito longe, mas desejamo-la ardentemente. Sabemos que se avançarmos por esse caminho não pouparemos dores nesta vida, porque toda a existência humana as traz consigo, mas teremos sempre uma luz para as enfrentar, nunca nos faltará uma base firme para não sucumbir, para as encarar com serenidade.

Simeão tinha profetizado à Virgem que uma espada trespassaria a sua alma. Desde o anúncio da Paixão, a ferida da espada não abandonará nunca a Mãe de Jesus. Ela terá sempre presente unicamente podem ofendê-la através das afrontas feitas ao seu Filho; tem consciência de que todo o sofrimento, e também toda a alegria, só pode ter a sua causa em relação com Ele.

Nossa Senhora ensina que nas amarguras e nos pequenos desgostos – profissionais, familiares, sociais... – podemos procurar e descobrir o rosto de Cristo; e, como consequência, estaremos cheios de paz inclusivamente no meio da dor. 

j. diéguez, 2011.12.20

Nota: Revisão da tradução portuguesa por AMA.

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