Quando algum
desportista está a dar tudo por tudo, há normalmente um espectador muito
especial, na bancada ou diante da TV: a sua mãe!
«Falta-nos fé. No dia em que vivamos
esta virtude - confiando em Deus e na sua Mãe - , seremos valentes e leais.
Deus, que é o Deus de sempre, fará milagres pelas nossas mãos.
- Dá-me, ó Jesus, essa fé que de
verdade desejo! Minha Mãe e Senhora minha, Maria Santíssima, faz com que eu
creia! (Forja, 235)»
Santo Agostinho afirma
que não se deve pensar que a graça da evangelização se expandiu até aos
Apóstolos e que, com eles, aquela fonte de graça esgotou, mas «esta nascente
manifesta-se quando flui, não quando deixa de derramar. E foi desta forma que a
graça através dos Apóstolos alcançou também outros, que foram enviados a
anunciar o Evangelho... aliás, continuou a chamar até estes últimos dias todo o
corpo do seu Filho Unigénito, ou seja, a sua Igreja difundida em toda a terra» (Sermo 239). A
graça da missão precisa sempre de novos evangelizadores capazes de a acolher,
para que o anúncio salvífico da Palavra de Deus nunca venha a faltar, nas
condições mutáveis da história.
Por isso, a nova
evangelização deverá procurar encontrar caminhos para tornar ainda mais eficaz
o anúncio da salvação, sem o qual a existência pessoal permanece na sua
contraditoriedade e desprovida do essencial. Também a quem permanece ligado às
raízes cristãs, mas vive a difícil relação com a modernidade, é importante
fazer compreender que o ser cristão não é uma espécie de hábito para vestir em
privado ou em ocasiões particulares, mas algo vivo e global, capaz de assumir
tudo o que existe de bom na modernidade. Faço votos por que no trabalho destes
dias possais traçar um projecto capaz de ajudar toda a Igreja e as diferentes
Igrejas particulares, no compromisso da nova evangelização; um projecto no qual
a urgência por um renovado anúncio se torne cheio da formação, sobretudo para
as novas gerações, e seja conjugado com a proposta de sinais concretos, capazes
de tornar evidente a resposta que a Igreja pretende oferecer neste momento
particular. Se, por um lado, toda a comunidade está chamada a fortalecer o
espírito missionário para dar o anúncio novo que os homens do nosso tempo
esperam, não se poderá esquecer que o estilo de vida dos crentes tem necessidade
de uma credibilidade genuína, tanto mais convincente quanto mais dramática é a
condição daqueles aos quais se dirige. É por isto que desejamos fazer nossas as
palavras do Servo de Deus Papa Paulo vi, quando disse em relação à evangelização:
«É através do seu comportamento, da sua vida, que a Igreja evangelizará antes
de tudo o mundo, ou seja, através do seu testemunho vivo de fidelidade ao
Senhor Jesus, de pobreza e de desapego, de liberdade perante os poderes deste
mundo, numa palavra, de santidade» (Exort. ap. Evangelii nuntiandi, 41).
(Bento XVI, Discurso ao Conselho Pontificio para a
Nova Evangelização, 31 de Maio de 2011)
Sé de Viseu, 26 de Junho de 2012
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