Já lá vai o tempo em que eu
pensava,
ficava longas horas imaginando
como seria o mundo lá fora.
Já lá vai o tempo em que suspirava
por ventos ligeiros, amor subtil e
brando
que durasse sempre, um ano, ou
sequer uma hora.
Tudo passou sem que me desse conta
e fiquei sempre no mesmo lugar
sentado
mas sem pensar, sem ver, sem nada.
Os meus problemas são agora casos
de pouca monta
com os quais fico à vontade,
descansado,
com os pés cobertos pelo pó da
estrada.
Lisboa, 59
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