Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
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Evangelho: Mc 14, 53-72
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Evangelho: Mc 14, 53-72
53 Levaram
Jesus ao sumo-sacerdote e juntaram-se todos os príncipes dos sacerdotes, os
anciãos e os escribas. 54 Pedro foi-O seguindo de longe, até dentro
do pátio do sumo-sacerdote. Estava sentado ao fogo com os criados, e
aquecia-se. 55 Os príncipes dos sacerdotes e todo o conselho buscavam
algum testemunho contra Jesus, para O fazerem morrer, e não o encontravam. 56
Muitos depunham falsamente contra Ele, mas não concordavam os seus depoimentos.
57 Levantaram-se uns que depunham falsamente contra Ele, dizendo: 58
«Nós ouvimo-l'O dizer: “Destruirei este templo, feito pela mão do homem, e em
três dias edificarei outro, que não será feito pela mão do homem”». 59
Porém, nem estes testemunhos eram concordes. 60 Então, levantando-se
do meio da assembleia o sumo sacerdote, interrogou Jesus, dizendo: «Não
respondes nada ao que estes depõem contra Ti?». 61 Ele, porém,
estava em silêncio e nada respondeu. Interrogou-O de novo o sumo-sacerdote e
disse-Lhe: «És Tu o Cristo, o Filho de Deus bendito?». 62 Jesus
respondeu: «Eu sou, e vereis o Filho do Homem sentado à direita do poder de
Deus, e vir sobre as nuvens do céu». 63 Então, o sumo-sacerdote, rasgando
as suas vestes, disse: «Que necessidade temos de mais testemunhas? 64
Ouvistes a blasfémia. Que vos parece?». E todos O condenaram como réu de morte.
65 Então começaram alguns a cuspir-Lhe, a cobrir-Lhe o rosto e a
dar-Lhe murros, dizendo-Lhe: «Profetiza!». Os criados receberam-n'O a
bofetadas. 66 Entretanto, estando Pedro em baixo no átrio, chegou
uma das criadas do sumo-sacerdote. 67 Vendo Pedro, que se aquecia,
encarando-o disse: «Tu também estavas com Jesus Nazareno». 68 Mas
ele negou: «Não sei, nem compreendo o que dizes». E saiu para fora, para a
entrada do pátio, e o galo cantou. 69 Tendo-o visto a criada,
começou novamente a dizer aos que estavam presentes: «Este é daqueles». 70
Mas ele o negou de novo. Pouco depois, os que ali estavam presentes diziam de
novo a Pedro: «Verdadeiramente tu és um deles, porque também és galileu». 71
Ele começou a fazer imprecações e a jurar: «Não conheço esse homem de quem
falais». 72 Imediatamente cantou o galo segunda vez. Pedro lembrou-se
da palavra que Jesus tinha dito: «Antes que o galo cante duas vezes, Me negarás
três». E começou a chorar.
CONSTITUIÇÃO PASTORAL
GAUDIUM ET SPES
SOBRE A IGREJA NO MUNDO ACTUAL
…/13
A guerra total
80. Com o incremento das
armas científicas, tem aumentado desmesuradamente o horror e maldade da guerra.
Pois, com o emprego de tais armas, as acções bélicas podem causar enormes e
indiscriminadas destruições, que desse modo já vão muito além dos limites da
legítima defesa. Mais ainda: se se empregasse integralmente o material
existente nos arsenais das grandes potências, resultaria daí o quase total e recíproco
extermínio de ambos os adversários, sem falar nas inúmeras devastações
provocadas no mundo e nos funestos efeitos que do uso de tais armas se
seguiriam.
Tudo isto nos força a
considerar a guerra com um espírito inteiramente novo [1]. Saibam os homens de hoje
que darão grave conta das suas actividades bélicas. Pois das suas decisões
actuais dependerá em grande parte o curso dos tempos futuros.
Tendo em atenção todas estas
coisas, e fazendo suas as condenações da guerra total já anteriormente
pronunciadas pelos Sumos Pontífices [2], este sagrado Concílio
declara:
Toda a acção bélica que
tende indiscriminadamente à destruição de cidades inteiras ou vastas regiões e
seus habitantes é um crime contra Deus e o próprio homem, que se deve condenar
com firmeza e sem hesitação.
O perigo peculiar da guerra
hodierna está em que ela fornece, por assim dizer, a oportunidade de cometer
tais crimes àqueles que estão de posse das modernas armas científicas; e, por
uma consequência quase fatal, pode impelir as vontades dos homens às mais
atrozes decisões. Para que tal nunca venha a suceder, os Bispos de todo o
mundo, reunidos, imploram a todos, sobretudo aos governantes e chefes
militares, que ponderem sem cessar a sua tão grande responsabilidade perante
Deus e a humanidade.
A corrida aos armamentos
81. É verdade que não se
acumulam as armas científicas só com o fim de serem empregadas na guerra. Com
efeito, dado que se pensa que a solidez defensiva de cada parte depende da sua
capacidade de resposta fulminante, esta acumulação de armas, que aumenta de ano
para ano, serve, paradoxalmente, para dissuadir possíveis inimigos. Muitos
pensam que este é hoje o meio mais eficaz para assegurar uma certa paz entre as
nações.
Seja o que for deste meio de
dissuasão, convençam-se os homens de que a corrida aos armamentos, a que se
entregam muitas nações, não é caminho seguro para uma firme manutenção da paz;
e de que o pretenso equilíbrio daí resultante não é uma paz segura nem verdadeira.
Corre-se o perigo de que, com isso, em vez de se eliminarem as causas da
guerra, antes se agravem progressivamente. E enquanto se dilapidam riquezas
imensas no constante fabrico de novas armas, torna-se impossível dar remédio
suficiente a tantas misérias de que sofre o mundo actualmente. Mais do que
sanar verdadeiramente e plenamente as discórdias entre as nações, o que se
consegue é contagiar com elas outras partes do mundo. É preciso escolher outros
caminhos, partindo da reforma das mentalidades, para eliminar este escândalo e poder-se
restituir ao mundo, liberto da angústia que o oprime, uma paz verdadeira.
Por tal razão, de novo se
deve declarar que a corrida aos armamentos é um terrível flagelo para a
humanidade e prejudica os pobres dum modo intolerável. E é muito de temer, se
ela continuar, que um dia provoque as exterminadoras calamidades de que já
presentemente prepara os meios.
Advertidos pelas calamidades
que o género humano tornou possíveis, aproveitemos o tempo de que ainda
dispomos para, tornados mais conscientes da própria responsabilidade,
encontrarmos os caminhos que tornem possível resolver os nossos conflitos dum
modo mais digno de homens. A providência divina instantemente nos pede que nos
libertemos da antiga servidão da guerra. Se nos recusamos a fazer este esforço,
não sabemos aonde nos levará o funesto caminho por onde enveredámos.
Proscrição total da guerra e acção internacional para a
evitar
82. É, portanto, claro, que
nos devemos esforçar por todos os meios por preparar os tempos em que, por
comum acordo das nações, se possa interditar absolutamente qualquer espécie de
guerra. Isto exige, certamente, a criação duma autoridade pública mundial, reconhecida
por todos e com poder suficiente para que fiquem garantidos a todos a
segurança, o cumprimento da justiça e o respeito dos direitos. Porém, antes que
esta desejável autoridade possa ser instituída, é necessário que os supremos
organismos internacionais se dediquem com toda a energia a buscar os meios mais
aptos para conseguir a segurança comum. Já que a paz deve antes nascer da
confiança mútua do que ser imposta pelo terror das armas, todos devem trabalhar
por que se ponha, finalmente, um termo à corrida aos armamentos e por que se
inicie progressivamente e com garantias reais e eficazes, a redução dos mesmos
armamentos, não unilateral evidentemente, mas simultânea e segundo o que for
estatuído [3].
Entretanto, não se devem
subestimar as tentativas já feitas ou ainda em curso para afastar o perigo da
guerra. Procure-se antes ajudar a boa vontade de muitos que, carregados com as
ingentes preocupações dos seus altos ofícios, mas movidos do seriíssimo dever
que os obriga, se esforçam por eliminar a guerra de que têm horror, embora não
possam prescindir da complexidade objectiva das situações. E dirijam-se a Deus
instantes preces, para que lhes dê a força necessária para empreender com
perseverança e levar a cabo com fortaleza esta obra de imenso amor-dos-homens,
de construir virilmente a paz. Hoje em dia, isto exige certamente deles que
alarguem o espírito mais além das fronteiras da própria nação, deponham o
egoísmo nacional e a ambição de dominar sobre os outros países, fomentem um
grande respeito por toda a humanidade, que já avança tão laboriosamente para
uma maior unidade.
As sondagens até agora,
diligente e incansavelmente levadas a cabo, acerca dos problemas da paz e
desarmamento, e as reuniões internacionais que trataram deste assunto, devem
ser consideradas como os primeiros passos para a solução de tão graves
problemas e devem no futuro promover-se ainda com mais empenho, para obter
resultados práticos. No entanto, evitem os homens entregar-se apenas aos
esforços de alguns, sem se preocuparem com a própria mentalidade. Pois os
governantes, responsáveis pelo bem comum da própria nação e ao mesmo tempo promotores
do bem de todo o mundo, dependem muito das opiniões e sentimentos das
populações. Não aproveitarão nada em dedicar-se à edificação da paz, enquanto
os sentimentos de hostilidade, desprezo e desconfiança, os ódios raciais e os
preconceitos ideológicos dividirem os homens e os opuserem uns aos outros.
Daqui a enorme necessidade duma renovação na educação das mentalidades e na
orientação da opinião pública. Aqueles que se consagram à obra de educação,
sobretudo da juventude, ou que formam a opinião pública, considerem como
gravíssimo dever o procurar formar as mentalidades de todos para novos
sentimentos pacíficos. Todos nós temos, com efeito, de reformar o nosso
coração, com os olhos postos no mundo inteiro e naquelas tarefas que podemos
realizar juntos para o progresso da humanidade.
Não nos engane uma falsa
esperança. A não ser que, pondo de parte inimizades e ódios, se celebrem no
futuro pactos sólidos e honestos acerca dá paz universal, a humanidade, que já
agora corre grave risco, chegará talvez desgraçadamente, apesar da sua
admirável ciência, àquela hora em que não conhecerá outra paz além da horrível
tranquilidade da morte. Mas, ao mesmo tempo que isto afirma, a Igreja de
Cristo, no meio das angústias do tempo actual, não deixa de esperar firmemente.
A nossa época quer ela propor, uma e outra vez, oportuna e importunamente, a
mensagem do Apóstolo: «eis agora o tempo favorável» para a conversão dos
corações, «eis agora os dias da salvação [4].
Secção 2
CONSTRUÇÃO DA COMUNIDADE INTERNACIONAL
Causas e remédios das discórdias
83. Para edificar a paz, é
preciso, antes de mais, eliminar as causas das discórdias entre os homens, que
são as que alimentam as guerras, sobretudo as injustiças. Muitas delas provêm
das excessivas desigualdades económicas e do atraso em lhes dar remédios necessários.
Outras, porém, nascem do espírito de dominação e do desprezo das pessoas; e, se
buscamos causas mais profundas, da inveja, desconfiança e soberba humanas, bem
como de outras paixões egoístas. Como o homem não pode suportar tantas
desordens, delas provém que, mesmo sem haver guerra, o mundo está continuamente
envenenado com as contendas e violências entre os homens. E como se verificam
os mesmos males nas relações entre as nações, é absolutamente necessário, para
os vencer ou prevenir, e para reprimir as violências desenfreadas, que os
organismos internacionais cooperem e se coordenem melhor e que se fomentem incansavelmente
as organizações que promovem a paz.
A comunidade das nações e instituições internacionais
84. Para que o bem comum
universal se procure convenientemente e se alcance com eficácia, torna-se já
necessário, dado o aumento crescente de estreitos laços de mútua dependência
entre todos os cidadãos e entre todos os povos do mundo, que a comunidade dos povos
se dê a si mesma uma estrutura à altura das tarefas actuais, sobretudo
relativamente àquelas numerosas regiões que ainda padecem intolerável
indigência.
Para obter tais fins, as
instituições da comunidade internacional devem prover, cada uma por sua parte,
às diversas necessidades dos homens, no domínio da vida social - a que
pertencem a alimentação, saúde, educação, trabalho - como em certas
circunstâncias particulares, que podem surgir aqui ou ali, tais como a
necessidade geral de favorecer o progresso das nações em vias de
desenvolvimento, de obviar às necessidades dos refugiados dispersos por todo o
mundo, ou ainda de ajudar os emigrantes e suas famílias.
As instituições
internacionais, mundiais ou regionais, já existentes, são beneméritas do género
humano. Aparecem como as primeiras tentativas para lançar os fundamentos
internacionais da inteira comunidade humana, a fim de se resolverem os
gravíssimos problemas dos nossos tempos, se promover o progresso em todo o
mundo e se prevenir qualquer forma de guerra. A Igreja alegra-se com o espírito
de verdadeira fraternidade que em todos estes campos floresce entre cristãos e
não-cristãos, e tende a intensificar os esforços por remediar tão grande
miséria.
A cooperação internacional no campo económico
85. A unificação actual do
género humano requer também uma cooperação internacional mais ampla no campo
económico. Com efeito, embora quase todos os povos se tenham tornado
independentes, estão ainda longe de se encontrarem livres de excessivas
desigualdades ou de qualquer forma de dependência indevida, ou ao abrigo de
graves dificuldades internas.
O crescimento dum país
depende dos recursos humanos e financeiros. Em cada nação, os cidadãos devem
ser preparados pela educação e formação profissional, para desempenharem as
diversas funções da vida económica e social. Para tal, requer-se a ajuda de peritos
estrangeiros; estes, ao darem tal ajuda, não procedam como dominadores, mas
como auxiliares e cooperadores. Não será possível prestar o auxílio material às
nações em desenvolvimento, se não se mudarem profundamente no mundo as
estruturas do comércio actual. Os países desenvolvidos prestar-lhes-ão ainda
ajuda sob outras formas, tais como dons, empréstimos ou investimentos financeiros;
os quais se devem prestar generosamente e sem cobiça, por uma das parte, e
receber com inteira honestidade, pela outra.
Para se estabelecer uma
autêntica ordem económica internacional, é preciso abolir o apetite de lucros
excessivos, as ambições nacionais, o desejo de domínio político, os cálculos de
ordem militar bem como as manobras para propagar e impor ideologias.
Apresentam-se muitos sistemas económicos e sociais; é de desejar que os
especialistas encontrem neles as bases comuns dum saudável comércio mundial; o
que mais facilmente se conseguirá, se cada um renunciar aos próprios
preconceitos e se mostrar disposto a um diálogo sincero.
Nota: Revisão da tradução
portuguesa por ama.
[1]
Cfr. João XXIII, Enc. Pacem in terris, 11 abril 1963: AAS 55 (1963), p. 291:
Por isso, nesta nossa idade, que se gloria da força atómica, é fora de razão
pensar que a guerra é um meio apto para ressarcir os direitos violados».
[2]
Cfr. Pio XII, Alocução, 30 setembro 1954: AAS 46 (1954), p. 589; Radiomensagem,
24 setembro 1954: AAS 47 (1955), p. 15 s.; João XXIII, Enc. Pacem in terris:
AAS 55 (1963), p. 286-291; Paulo VI, Alocução na Assembleia das Nações Unidas,
4 outubro 196'5: AAS 57 (1965), p. 877-885.
[3]
Cfr. João XXIII, Ene. Pacem in terris, onde se fala da diminuição dos
armamentos: AAS 55 (1963), p. 287.
[4]
Cfr. 2 Cor. 6, 2.
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