31/07/2012

O TRABALHO E AS FÉRIAS






Depois de umas curtas férias, regressei hoje ao trabalho.

A meio da manhã dei por mim a pensar como é “banal” este regresso ao trabalho depois de umas férias, como se fosse uma coisa normal, uma coisa a que não se dá grande importância, porque faz parte do dia-a-dia de cada um.

Pois, … mas o problema é que logo pensei que afinal não faz parte do dia-a-dia de cada um!

Afinal há muitos “uns” que não regressam ao trabalho por duas razões muito simples: porque não têm trabalho e porque não têm férias!

Mas nós, os que beneficiamos destas duas coisas, trabalho e férias, nem sequer nos apercebemos do bem que temos, da graça que usufruímos.
Parece-nos assim como algo que vem com a vida, que é um direito adquirido, que não nos pode ser retirado ou excluído.

Parece algo que nos pertence por mérito nosso!
Mas então entre aqueles que não têm trabalho não há gente como muito mais mérito do que nós?
E no entanto… não têm trabalho, não têm férias!

Não nos diz São Paulo que em tudo devemos dar graças?
«Em tudo dai graças» 1 Ts 5, 18

Então demos graças pelo trabalho que temos, pelas férias, (grandes ou pequenas), que gozamos, pelo dom da vida que Deus nos deu.

Mas essas graças nunca ficarão completas, se não nos lembrarmos dos nossos irmãos que não têm trabalho, nem férias, e por isso, com o mesmo empenho com que agradecemos, intercedamos por aqueles que sofrem, porque não têm trabalho, porque não têm férias.

Senhor,
dou-Te graças pelo trabalho que colocas nas minhas mãos e pelas férias que me permitiste ter.
Mas custa-me, Senhor, que tantas irmãs e tantos irmãos, teus filhos, não tenham trabalho, não tenham férias.
Por eles Te peço, Senhor, para que na tua infinita bondade lhes concedas a dignidade do trabalho, que lhes permita umas merecidas férias.
Peço-Te, Senhor, por aqueles que estão à frente dos destinos das nações e das empresas, para que tenham o necessário discernimento, entendendo que sem trabalho o homem não se realiza, não se completa.
Que aqueles que muito ganham, se preocupem em ganhar menos, para que chegue o trabalho e o justo salário àqueles que nada têm.
E que nós, que usufruímos desses “bens”, saibamos sempre dar graças e interceder constantemente por aqueles que deles não beneficiam.
Amen.

Leitura espiritual para 31 Jul 2012


Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.




Para ver, clicar SFF.

Evangelho do dia e comentário









T. Comum – XVII Semana


Stº Inácio de Loyola


Evangelho: Mt 13, 36-43

36 Então, despedido o povo, foi para casa, e chegaram-se a Ele os Seus discípulos, dizendo: «Explica-nos a parábola do joio no campo». 37 Ele respondeu: «O que semeia a boa semente é o Filho do Homem. 38 O campo é o mundo. A boa semente são os filhos do reino. O joio são os filhos do Maligno. 39 O inimigo que o semeou é o demónio. O tempo da ceifa é o fim do mundo. Os ceifeiros são os anjos. 40 De maneira que, assim como é colhido o joio e queimado no fogo, assim acontecerá no fim do mundo. 41 O Filho do Homem enviará os Seus anjos e tirarão do Seu reino todos os escândalos e os que praticam a iniquidade, 42 e lançá-los-ão na fornalha de fogo. Ali haverá choro e ranger de dentes. 43 Então resplandecerão os justos como o sol no reino de seu Pai. O que tem, ouvidos para ouvir, oiça.

Comentário:

O demónio tem de facto interesse em fazer mal. A sua natureza é incapaz de outra coisa. Se não pode impedir a sementeira do apostolado, espera arteiramente que o apóstolo abrande a sua vigilância para espalhar a sua má semente.

O que ganha com isto?

Por vezes a confusão dos ceifeiros que se precipitam arrancando bons e maus; outras a possibilidade de o joio ser confundido com o trigo e assim estragar irremediavelmente toda uma colheita.

Resta ao semeador guardar, sem descanso a sua sementeira. Só descansará depois da ceifa e do trigo estar a bom recato no celeiro.

(ama, comentário sobre Mt 13, 36-43, 2010.07.27)

Vontade, energia, exemplo

     http://www.opusdei.pt/art.php?p=13979
    © Gabinete de Inform. do Opus Dei na Internet

Textos de S. Josemaria Escrivá


Vontade. – Energia. – Exemplo. – O que é preciso fazer, faz-se... Sem hesitar... Sem contemplações... Sem isso, nem Cisneros teria sido Cisneros; nem Teresa de Ahumada, Santa Teresa...; nem Iñigo de Loyola, Santo Inácio... Deus e audácia! – "Regnare Christum volumus!" (Caminho, 11)

"Miles", soldado, chama o Apóstolo ao cristão. Pois nesta bendita e cristã luta de amor e de paz pela felicidade de todas as almas, há, dentro das fileiras de Deus, soldados cansados, famintos, magoados pelas feridas... mas alegres: trazem no coração a luz certa da vitória. (Sulco, 75)

Não sabes se será fraqueza física ou uma espécie de cansaço interior que se apoderou de ti, ou as duas coisas ao mesmo tempo... Lutas sem luta, sem o empenho de uma autêntica melhoria positiva, para pegar a alegria e o amor de Cristo às almas.

Quero lembrar-te as palavras claras do Espírito Santo: só será coroado quem tiver lutado "legitime" – deveras!–, apesar dos pesares. (Sulco, 163)

O meu Pai!

Noite de Natal 1977
Ontem passou mais um aniversário da ida do meu Querido Pai para o Céu.

Na memória familiar está sempre presente a sua figura de Pai extremoso, sempre atento à família - neste momento somos mais de duzentos, filhos, netos, bisnetos e trinetos - mas também na memória de quem o conheceu.

Foi durante uns anos, Governador Civil de Leiria, cargo que nunca desejou mas que cumpriu com prejuízo da sua vida pessoal. Naqueles anos - 60 e 70 - os Governos Civis tinham uma verba própria para fins de assistência que seriam uns 9.000 Escudos (cerca de 1.700 €) anuais. Como é que o meu Pai, com esta 'avultada verba' pôs em pé e a funcionar inúmeras colónias de férias para crianças, lares de assistência a carenciados e idosos, além de uma inumerável lista de benesses de toda a ordem? Do seu próprio bolso, evidentemente, mas sem nunca revelar ou fazer alarde dos seus gestos.

Foi pela 'sua mão' que o, então, Ministro da Guerra Coronel Fernando Santos Costa, seu grande amigo, criou aquela que é hoje a principal Base Aérea Portuguesa.

Tudo isto  enquanto administrava a 'menina dos seus olhos' as Termas de Monte Real, criadas quase de raiz pela sua  incansável determinação - foram durante anos as Termas com a maior frequência da Península Ibérica -, escrevia livros, geria uma vasta propriedade agrícola e, ainda, recebia na sua (nossa) casa em Fátima, inúmeras personalidades, governantes nacionais e outros, como, só para mencionar alguns, o Presidente e Fundador da República da Irlanda Ian De Valera, o Presidente do Brasil Kubistchek de Oliveira, o Generalíssimo de Espanha Muñoz Grandes.

O reconhecimento público da sua estatura de homem probo e governante preocupado apenas em servir, recebeu-o ainda em vida. Várias condecorações e louvores de toda a ordem e, a que mais presava, a Medalha de Ouro de TODOS os Municípios do Distrito de Leiria.

Ah! Nunca pediu nada para si ou para os seus nove filhos, dois dos quais, eu próprio e o Joaquim, lhe deram a alegria e o orgulho de servir Portugal, como militares em campanha,  em Angola e na Guiné.

Nas Termas, as pessoas sem posses não pagavam absolutamente nada, bastando para tal uma simples carta do Pároco das suas terras a atestar a sua necessidade, e as pessoas consagradas - Homens e mulheres - além disso, ainda tinham alojamento e alimentação gratuitas, numa vasta ala ao pé dos balneários que ficou conhecida pelo 'Vaticano'.

Não fica tudo dito - nem caberia - resta-me referir a sua fé profunda e religiosidade íntegra e sólida manifestada - só como referência - em três factos:

Quando recebeu de herança de um Tio as Termas de Monte Real que pouco mais eram que uns modestos barracões e um decrépito 'Hotel', a sua primeiríssima obra foi instalar uma capela primeiro num anexo e depois construindo de raíz a que ainda hoje existe onde durante a época se celebra diáriamente a Santa Missa e outros actos de culto, e apadrinhar a erecção do Mosteiro de Cristo Rei de Monte Real das Irmãs Clarissas. O terceiro 'facto' aconteceu mesmo antes de ser inaugurada a Base Aérea, em que, numa conversa, disse ao Ministro:

"Oh Santos Costa! Então você vai inaugurar a Base sem ao menos ter uma Capela?"

Ao que, o Ministro, terá respondido:

" Oh Olímpio! Até lhe faço uma Basílica!"

E, a Capela, lá está!



ONDE ESTAVA DEUS?


Esta pergunta-desafio ouve-se muitas vezes perante uma catástrofe natural, um crime hediondo, o sofrimento de um inocente. Há mesmo quem lhe dê uma forma justificativa da incredulidade (um Deus que permite isto...). E não é fácil dar uma resposta, pois o respeito pela dor torna difícil desmontar friamente algo que, para além do mistério da dor, contem algo de falácia. E eu não vou agora tentar fazê-lo, porque esta interrogação surgiu-me por estes dias num contexto totalmente diferente.
Foi ao assistir a essa fabulosa transmissão da abertura dos Jogos Olímpicos de Londres. É que não sei se as pessoas que mais recorrem à tal pergunta dramática, se lembram de fazê-la também nessas circunstâncias.
E de facto, perante aquela obra-prima de conjugação de tecnologia avançada com a beleza, e a sensibilidade humana com o bom-humor, e por muito justo que seja atribuir isso ao engenho, arte e trabalho de homens e mulheres concretos, sempre fica essa pergunta: quem deu ao homem estas capacidades. Fez-me lembrar uma vez mais o Salmo:

Como é grande o teu nome, Senhor, em toda a terra!
Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos,
a lua e as estrelas que lá colocastes,
que é o homem para que Vos lembreis dele,
o filho do homem para dele Vos ocupardes?
Fizeste dele quase um ser divino, de honra e glória o coroastes:
deste-lhe poder sobre a obra das vossas mãos,
tudo submetestes a seus pés.
Como é grande o teu nome, Senhor, em toda a terra!

Onde estava Deus? Estava em tudo e em todos! Mesmo naqueles que não acreditam. E se fazemos essa pergunta quando são muitas vezes os homens que desfiguram a imagem e semelhança de Deus que levam impressa, porque não fazê-la quando essa imagem e semelhança se tornam mais evidentes?

É claro que isso talvez permitisse ir um pouco mais ao fundo da questão e perguntarmo-nos: para além de uma bela canção ao jeito de oração, não poderia haver alguma referencia mais explícita ao transcendente? Vendo as inúmeras representações de todos os países de todos os continentes, não é difícil imaginar que muitos daqueles homens e mulheres praticam as mais variadas religiões (cristã, judaica, islão, induísmo, animismo, etc.) ou pelo menos estão abertos a algo transcendente. A pergunta é: porquê prevaleceu como paradigma o daqueles que não acreditam em nada? Mais, os juramentos olímpicos podem de facto convocar o respeito de todos, se não há nada de transcendente que os una?
Recorda-me esse elegante desafio intelectual do Cardeal Ratzinger ao Filósofo Habermas: a tentativa de construir uma ética universal abrangendo pessoas de todas as crenças e descrenças, a partir de “como se Deus não existisse” é evidente que falhou. Porque não tentar a sua edificação a partir de “como se Deus existisse”? Afinal uma cerimónia como a que Londres nos ofereceu, está muito mais perto disso do que poderíamos imaginar.

P. jorge margarido correia
Eng.º Mecânico. Doutor em Teologia


Swan Lake

Vetlana Zakharova - Ballet Bolshoi


Tratado sobre o homem 29

Questão 79: Das potências intelectivas.

30/07/2012

Evangelho do dia e comentário









T. Comum – XVII Semana


S. Pedro Crisólogo – Doutor da Igreja


Evangelho: Mt 13, 31-35

31 Propôs-lhes outra parábola, dizendo: «O Reino dos Céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo. 32 É a mais pequena de todas as sementes, mas, depois de ter crescido, é maior que todas as hortaliças e chega a tornar-se uma árvore, de modo que as aves do céu vêm aninhar nos seus ramos». 33 Disse-lhes outra parábola: «O Reino dos Céus é semelhante ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha até que tudo esteja fermentado». 34 Todas estas coisas disse Jesus ao povo em parábolas; e não lhes falava sem parábolas, 35 a fim de que se cumprisse o que estava anunciado pelo profeta, que diz: “Abrirei em parábolas a Minha boca, publicarei as coisas escondidas desde a criação do mundo”»

Comentário:

Aos que esperavam um reino como os da terra, Jesus explica que, o Seu Reino, tem características divinas.

Não se trata de dominar as gentes, os povos, as nações, trata-se de levar – todos – a reconhecerem que Jesus Cristo é o Senhor, o Rei, o Messias há muito esperado.

E como se fará isso?

Através da comunicação capilar, de pessoa a pessoa, de tu a tu, em confidência, primeiro, em público, depois.

Porque o que nasce pequeno torna-se grande mas, o contrário, converte-se em algo disforme e, talvez, monstruoso.

Por isso o Mestre dá estes exemplos aos Seus discípulos, como se dissesse:

Não tenhais receio por serdes poucos, trabalhando com afinco por amor do Reino de Deus, os frutos hão-de aparecer e tornar-se-ão tão numerosos que todos os homens poderão beneficiar deles.

(ama, comentário sobre Mt 13, 31-35, 2012.06.27)