As festas dos Santos Populares estão quase a chegar e –
com excepção do famoso Santo António – a dimensão religiosa fica praticamente
esquecida. É o que acontece na esmagadora maioria dos países de velha tradição
cristã, como é o nosso.
Por isso, celebrar os santos populares é bom, mas em
termos de fé, não basta viver dos restos, daquilo que já fomos e fizemos.
Aliás, contentar-se com o que temos (ou julgamos ter) –
como disse o Papa quando veio ao Porto – é morte a prazo.
Por isso, numa sociedade descrente e nesta cultura que
nem sequer está consciente da própria incredulidade, os meros resíduos cristãos
não bastam para dar sentido à vida.
A única via é dar testemunho de fé. Foi exactamente o
que aconteceu ontem na procissão do Corpo de Deus pelas ruas de Lisboa: gente e
mais gente, a perder de vista, em silêncio e adoração, de joelho em terra à
passagem do Santíssimo Sacramento.
Porque pelas ruas da cidade, não passou algo meramente
residual, passou Cristo vivo e presente, que alimenta a nossa esperança para
sempre.
AURA MIGUEL, 2012.06.08, Pag 1
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