12/06/2012

Festas populares


As festas dos Santos Populares estão quase a chegar e – com excepção do famoso Santo António – a dimensão religiosa fica praticamente esquecida. É o que acontece na esmagadora maioria dos países de velha tradição cristã, como é o nosso.
Por isso, celebrar os santos populares é bom, mas em termos de fé, não basta viver dos restos, daquilo que já fomos e fizemos.
Aliás, contentar-se com o que temos (ou julgamos ter) – como disse o Papa quando veio ao Porto – é morte a prazo.
Por isso, numa sociedade descrente e nesta cultura que nem sequer está consciente da própria incredulidade, os meros resíduos cristãos não bastam para dar sentido à vida.
A única via é dar testemunho de fé. Foi exactamente o que aconteceu ontem na procissão do Corpo de Deus pelas ruas de Lisboa: gente e mais gente, a perder de vista, em silêncio e adoração, de joelho em terra à passagem do Santíssimo Sacramento.
Porque pelas ruas da cidade, não passou algo meramente residual, passou Cristo vivo e presente, que alimenta a nossa esperança para sempre.

AURA MIGUEL, 2012.06.08, Pag 1

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