Caminho e Luz |
Princípio de substância (I)
A estrutura do juízo
O juízo pode ser certamente essencial e existencial. Juízo essencial é este: «Pedro é um homem». Juízo existencial é aquele que se limita a dizer de um sujeito que existe: «Pedro existe». Analisemos, pois, estes dois juízos com o fim de ver se o verbo ser como existência pode ser ou não predicado. Comecemos pela análise do juízo essencial.
No juízo essencial «Pedro é homem», atribuirmos a essência de «homem» a um sujeito conhecido já como realidade, conhecido como algo. Este juízo implica que conhecemos já a realidade de Pedro como tal realidade. Já sabemos que Pedro é algo, uma realidade, uma substância. Com efeito, se à pergunta O que é Pedro?, respondo dizendo que Pedro é algo, uma realidade, cometo uma tautologia. Já sabíamos que Pedro era uma realidade, que Pedro era algo. O que quero saber neste juízo é que tipo de realidade é. Assim pois, o sujeito deste juízo é «a realidade de Pedro» (Pedro enquanto realidade) e o predicado é a essência de homem. Neste juízo, por consequência, prega-se uma essência de uma realidade, conhecida previamente como realidade. Nele se estabelece a verdade essencial: é verdade que Pedro é homem. Há adequação de uma essência a uma realidade, a uma substância.
Uma variedade do juízo essencial é aquele juízo no qual se fala de uma realidade já conhecida como realidade, ou melhor, uma propriedade essencial, ou antes uma nota acidental. Se eu digo «Pedro é de cor branca», estou dizendo na realidade: «Pedro é um homem branco». Trata-se de uma determinação ulterior da essência de homem que atribuímos à realidade de Pedro.
[i] Sacerdote, doutor em teologia pela Universidade Gregoriana e professor de Teologia fundamental na Faculdade de Teologia do Norte de Espanha.
Escreveu mais de quarenta obras de teologia e filosofia e é um dos Teólogos vivos mais importantes da Igreja Católica. Destacou-se pelas suas prolíferas conferências, a publicação de livros quase anualmente e pelos seus artigos incisivos em defesa da fé verdadeira.
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