20/06/2011

Sobre a família 88

Educar em liberdade

O VALOR EDUCATIVO DA CONFIANÇA

No entanto, a expressão “educar em liberdade” permite fazer finca-pé na necessidade de formar num clima de confiança. Como foi salientado, as expectativas dos outros em relação ao nosso comportamento funcionam como motivos morais das nossas acções.  


A confiança que se nos demonstra move-nos a agir; e pelo contrário paralisa-nos sentir que desconfiam de nós. Isto é patente no caso das pessoas mais jovens ou dos adolescentes, que estão a modelar o seu carácter e valorizam muito o juízo dos outros. 



Confiar significa ter fé, dar crédito a alguém, considerá-lo capaz de verdade; de a manifestar ou de a guardar, conforme os casos, mas também de a viver. A confiança que se dá a outro costuma provocar um duplo efeito; de maneira imediata, um sentimento de gratidão, porque se sabe beneficiado por um dom; além disso, a confiança favorece o sentido de responsabilidade.  



Quem me pede algo importante espera que lho dê, porque já confia em que lho posso dar; tem de mim um elevado conceito. Se essa pessoa confia em mim, sinto-me movido a satisfazer as suas expectativas, a responder com os meus actos. Confiar em alguém é um modo muito profundo de lhe encomendar algo.

Grande parte do que podem fazer os educadores depende de quanto souberam suscitar esta atitude nas pessoas. Em particular os pais hão-de ganhar a confiança dos filhos, dando-lha eles primeiro. Em certas idades da infância, convém estimular o uso da sua liberdade; por exemplo, pedir-lhes coisas e dar explicações sobre o que é bom e o que é mau. Mas isto careceria de significado se faltasse a confiança, esse mútuo sentimento que ajuda a pessoa a abrir a sua intimidade, sem o que é difícil propor metas e tarefas que contribuam para o crescimento pessoal.


A confiança dá-se, consegue-se, gera-se; não se pode impor, nem exigir. A pessoa torna-se digna de confiança pelo seu exemplo de integridade,  adiantando-se a  dar o que pede aos outros. Assim se adquire a autoridade moral necessária para pedir aos outros; e faz-se notar que educar em liberdade torna possível educar a liberdade.

j.m. barrio
© 2011, Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

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