12/04/2011

Dignidade da Mulher - A Mulher e a Igreja

Duc in altum
A mulher foi a primeira a ver o sepulcro vazio, a primeira a escutar dos anjos a notícia da Ressurreição, a primeira que divulgou a notícia do triunfo de Cristo. Jesus escolheu-a, preferindo-a aos homens, até aos próprios Apóstolos.
  
A importância que Jesus deu à mulher, em aspectos importantes da sua vida, foi imensa e, a sua Missão salvadora, uma vez que a constitui como discípula, como a samaritana, pecadora, que se converte em pregadora de Cristo : “este é um acontecimento insólito se tivermos em conta o modo usual como aqueles que ensinavam  em Israel tratavam as mulheres “ explica João Paulo II. Conhecer Jesus, admirar os seus prodígios, receber as suas confidências, desejar o seu triunfo nas pessoas, defender os interesses divinos, propagar a bondade de Jesus que anseia salvar a todos : são etapas da actuação da discípula de Jesus que pode ser a mais humilde e desprezada mulher.

NA IGREJA

João Paulo II destaca algumas funções  da mulher

1.    serem esposas fiéis e ardentes para o Divino Esposo Jesus;
2.    serem profetas que anunciem, nos seus ambientes, a Palavra;
3.    serem edificantes, construtoras da comunidade eclesial mediante os próprios carismas e com o seu serviço multiforme;
4.    serem transmissoras da fé aos seus filhos e netos, no sagrado templo do lar;
5.    serem santificadoras da Igreja e da sociedade, com a sua conduta exemplar e a sua ajuda aos apóstolos;
6.    serem modelos por serem encarnação do ideal feminino, exemplares para todos os cristãos,  um exemplo de como a Esposa há-de responder com amor ao amor do Esposo;
7.    serem fieis a Jesus suportando a cruz e na via dolorosa;
8.    serem testemunhas virgens numa sociedade corrompida pelo abuso da sensualidade;
9.    serem assíduas na oração, que é o alimento fundamental da Igreja e da santidade dos seus membros;
10.  serem repartidoras de si mesmas, já que a mulher não pode encontrar-se a si mesma se não dando amor aos demais.
São muitos os ministérios, imensas as possibilidades de uma acção persistente e eficiente da mulher no seio da Igreja.
É difícil conceber algum aspecto substancial de igreja no qual a mulher não encontre um posto eminente em que possa exercer a sua influência, ao estilo de Maria que não foi sacerdote mas que, mesmo assim, foi a pessoa que mais influxo positivo exerceu, a partir da sua casinha de Nazaré, na Encarnação, na evangelização, na Ressurreição e no definitivo triunfo de Jesus.

Somente uma mulher que, sem ser chamada a uma dignidade particular como o sacerdócio, se considere defraudada, fracassa na vocação plurivalente e determinante à qual Deus a chamou.
  
CONFIA-LHE O HOMEM
  
O homem nasce dependente da mulher.  Talvez chegue a ser, rapidamente, uma figura destacada na história da sociedade, mas durante algum tempo dependeu substancialmente da mulher; primeiro, enquanto permanecia no seio materno, e depois, na sua delicada infância, todos os homens dependeram plenamente do amor, da solicitude e das delicadezas de uma mulher.

“ A força moral da mulher, a sua força espiritual, une-se à consciência de que Deus lhe confia, de um modo especial, o homem, isto é, o ser humano. Naturalmente, cada homem é confiado por Deus a todos e a cada um de nós. No entanto, esta entrega refere-se especialmente à mulher – sobretudo em razão da sua feminilidade – e isso decide principalmente a sua vocação “

É preciso que nós, os católicos, aprendamos toda a ciência que a Igreja realça no valor da dignidade feminina. Nela há algo de invisível, mas cujos frutos externos são excelentes. Temos de confiar mais na mulher e nas suas possibilidades, tanto na direcção das actividades da Igreja quanto na participação na evangelização;
Fora do sacerdócio, há pouca actividade e dignidade pastoral que ela não possa ou não deva exercer.

Porque, por sua natureza, a mulher não amordaçada pelo egoísmo, é magnânima com os seus tesouros. “A mulher forte pela consciência desta entrega é forte pelo facto de que Deus lhe confia o homem sempre e em qualquer caso, inclusivamente nas condições de discriminação social em que possa encontrar-se. Esta consciência e esta vocação fundamental falam à mulher da dignidade que recebe da parte do próprio Deus, e tudo isso a faz forte e a reafirma na sua vocação. Deste modo, a mulher perfeita converte-se num apoio insubstituível e numa fonte de força espiritual para os demais, que recebem a grande energia do seu espírito. A estas “mulheres perfeitas” devem muito as suas famílias e, também as Nações“

O refrão universal afirma que junto a todos os grandes homens, há sempre uma mulher, talvez nos bastidores, mas que dirige o homem, anima-o, consola-o, leva-o até ao cume. Também dentro da Igreja.

Nada se pode acrescentar, de maior grandeza para a mulher, àquilo que foi confessado por João Paulo II na sua Mulieris dignitatem (15-8-1988). Tinha razão a Macchiocchi, no seu livro As mulheres de Wojtyla para esclarecer que nenhum Papa jamais falou tão alto a favor da mulher; acrescentamos que talvez tampouco nenhuma autoridade civil nem nenhum filósofo.

germán mazuelo-leyton,  Dignidad de la mujer VI.- La mujer en la Iglesia, trad als, 2011.04.11

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