31/01/2021

A maior revolução de todos os tempos!

Se nós, os cristãos, vivêssemos realmente de acordo com a nossa fé, far-se-ia a maior revolução de todos os tempos! A eficácia da co-redenção depende também de cada um de nós! Pensa nisto. (Forja, 945)

Sentir-te-ás plenamente responsável quando compreenderes que, perante Deus, só tens deveres. Ele se encarrega de te conceder direitos! (Forja, 946)

Um pensamento te ajudará nos momentos difíceis: quanto mais aumente a minha fidelidade, melhor contribuirei para que os outros cresçam nesta virtude. E é tão atraente sentir-nos apoiados uns pelos outros! (Forja, 948)

Corres o grande perigo de te conformares com viver (ou pensar que deves viver...) como um "bom rapaz", que se hospeda numa casa arrumada, sem problemas, e que não conhece senão a felicidade. Isso é uma caricatura do lar de Nazaré. Cristo, justamente porque trazia a felicidade e a ordem ao mundo, saiu a propagar esses tesouros entre os homens e mulheres de todos os tempos. (Forja, 952)

 

LEITURA ESPIRITUAL Janeiro 31

Evangelho

 

Mc V 21 – 43

 

A filha de Jairo e a hemorroísa

21 Depois de Jesus ter atravessado, no barco, para a outra margem, reuniu-se uma grande multidão junto dele, que continuava à beira-mar. 22 Chegou, então, um dos chefes da sinagoga, de nome Jairo, e, ao vê-lo, prostrou-se a seus pés 23 e suplicou instantemente: «A minha filha está a morrer; vem impor-lhe as mãos para que se salve e viva.» 24 Jesus partiu com ele, seguido por numerosa multidão, que o apertava. 25 Certa mulher, vítima de um fluxo de sangue havia doze anos, 26 que sofrera muito nas mãos de muitos médicos e gastara todos os seus bens sem encontrar nenhum alívio, antes piorava cada vez mais, 27 tendo ouvido falar de Jesus, veio por entre a multidão e tocou-lhe, por detrás, nas vestes, 28 pois dizia: «Se ao menos tocar nem que seja as suas vestes, ficarei curada.» 29 De facto, no mesmo instante se estancou o fluxo de sangue, e sentiu no corpo que estava curada do seu mal. 30 Imediatamente Jesus, sentindo que saíra dele uma força, voltou-se para a multidão e perguntou: «Quem tocou as minhas vestes?» 31 Os discípulos responderam: «Vês que a multidão te comprime de todos os lados, e ainda perguntas: ‘Quem me tocou?’» 32 Mas Ele continuava a olhar em volta, para ver aquela que tinha feito isso. 33 Então, a mulher, cheia de medo e a tremer, sabendo o que lhe tinha acontecido, foi prostrar-se diante dele e disse toda a verdade. 34 Disse-lhe Ele: «Filha, a tua fé salvou-te; vai em paz e sê curada do teu mal.» 35 Ainda Ele estava a falar, quando, da casa do chefe da sinagoga, vieram dizer: «A tua filha morreu; de que serve agora incomodares o Mestre?» 36 Mas Jesus, que surpreendera as palavras proferidas, disse ao chefe da sinagoga: «Não tenhas receio; crê somente.» 37 E não deixou que ninguém o acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. 38 Ao chegar a casa do chefe da sinagoga, encontrou grande alvoroço e gente a chorar e a gritar. 39 Entrando, disse-lhes: «Porquê todo este alarido e tantas lamentações? A menina não morreu, está a dormir.» 40 Mas faziam troça dele. Jesus pôs fora aquela gente e, levando consigo apenas o pai, a mãe da menina e os que vinham com Ele, entrou onde ela jazia. 41 Tomando-lhe a mão, disse: «Talitha qûm!», isto é, «Menina, sou Eu que te digo: levanta-te!» 42 E logo a menina se ergueu e começou a andar, pois tinha doze anos. Todos ficaram assombrados. 43 Recomendou-lhes vivamente que ninguém soubesse do sucedido e mandou dar de comer à menina. 

 


O Amor! (cont)

  A sociedade humana consente que governantes e legisladores cedam a várias pressões vindas de diferentes pessoas, agrupadas ou não, e se imiscuam em temas que não lhes cabe apreciar e, muito menos, legislar.

  Na verdade, exarar leis que tentem decidir sobre a dignidade do ser humano – quando começa ou quando acaba – com, por exemplo leis sobre o aborto ou a eutanásia, é uma intromissão inadmissível num campo que não é nem pode ser regulável ou regulamentável pela vontade humana mas unicamente por Deus que é o único Senhor da Vida e da Morte.

  Ao habitar o corpo humano, a alma, imagem de Deus, dignifica-o e engrandece-o como já anteriormente vimos, dando-lhe um estatuto e imunidade que não pode ser tripudiado, de nenhuma forma, por ninguém nem pelo próprio.

  O respeito pela dignidade do ser humano completo – corpo e alma – como obra de Deus, irrepetível e única, deve estar por cima de qualquer conveniência que, eventualmente, se possa aduzir para justificar leis ou regulamentos que de alguma forma atentem contra essa integridade.

  Merecem especial atenção os mais desprotegidos, aqueles que, por doença, defeito físico ou acidente, estão de alguma forma privados das faculdades, capacidades ou potências comuns a qualquer ser humano.

Devem ser uma primeira preocupação dos que exercem, ou têm capacidade para exercer, posições de liderança na condução da sociedade, regulamentando as medidas necessárias e convenientes para que possam, de uma forma equânime e acessível, dispor de oportunidades iguais, embora adaptadas às circunstâncias peculiares de cada um.

  É falta de suma gravidade não cuidar ou ignorar estes seres humanos como pessoas autênticas, filhos de Deus, como qualquer um, dotados de uma alma, destinados à vida eterna.

Jesus Cristo olhou sempre com especial carinho para estes Seus irmãos e é bem patente nos Evangelhos a Sua atitude de cuidado, preocupação e, até, de comoção, perante as enfermidades e defeitos físicos daqueles com quem Se cruzava nos caminhos da Palestina.

  Os constantes apelos que a Igreja faz aos cristãos e à sociedade em geral para que se tenha em atenção este candente assunto, soam amiúde como gritos em nome de bocas silenciosas que não podem ou não têm meios para se fazerem ouvir.

  A sociedade tem de ter bem presente este assunto como casos de justiça importantíssimos que não se resolvem apenas com a criação de organismos ou centros de apoio.

  Tem de ir mais longe na sua assistência, tem de esgotar todas as possibilidades que tenha ao seu dispor para que estes seres humanos não se sintam como que pertencendo a uma casta aparte com alguns direitos, talvez, mas a quem se veda uma participação completa e autêntica na vida social.

  O egoísmo humano vai ao ponto – infelizmente muito comum e frequente – de abandonar como objectos inúteis e embaraçosos os próprios familiares.

Em qualquer hospital se poderá constatar que em determinadas alturas do ano, pessoas idosas ou doentes são abandonadas por tempo indeterminado por pessoas de família – por vezes muito próximos – que não querem ter esse fardo durante um tempo em que desejam uma “liberdade” que não se coaduna com os cuidados a prestar a essas pessoas.

A desumanidade patente nestas atitudes choca qualquer um e pode, na verdade, comparar-se a um crime de graves proporções.

  Há uns seis anos, eu esperava, juntamente com outros, que chegasse a minha vez de ser atendido na triagem dos serviços de urgência num hospital público.

Lembro-me que era por finais de Dezembro.

Chegou um homem de uns trinta e poucos anos empurrando uma cadeira de rodas no qual se sentava um pobre homem cujo aspecto denunciava claramente uma saúde gravemente afectada.

O homem disse: ‘Ó Pai espere aqui um momento que eu vou pôr o carro num parque aqui próximo e já venho’.

Quando, passados largos minutos, a funcionária me chamou para a triagem eu disse-lhe que aquele homem parecia realmente bastante doente e que eu lhe dava o meu lugar.

  Ouvi, esta resposta espantosa: ‘Não se preocupe, virá alguém da urgência tratar deste assunto. Eu reparei muito bem no que se passou e tenho a certeza que quem o trouxe para cá não vai voltar tão cedo. Talvez só depois das festas de Fim de Ano’!

  De facto, passados breves minutos, um enfermeiro conduzia o desgraçado pelos corredores do hospital.

Nunca mais me esqueci desta cena e, posteriormente, tive oportunidade de conversar sobre o assunto com vários membros do pessoal hospitalar.

As histórias que ouvi são de tal forma violentas, absurdas, desumanas, que não se consegue imaginar que possam existir, que sejam, de facto, uma triste e vergonhosa realidade.

Há os chamados lares para idosos que, na sua maior parte, não passam de pobres armazéns ou depósitos de pessoas que já não terão tanta utilidade para a sociedade, quer seja pelas limitações próprias da idade e das sequelas que normalmente esta traz consigo, quer pela incapacidade dos familiares próximos tomarem a seu cargo o dar-lhes uma vida digna no calor e conforto familiares.

 

 

 

Reflexão

Nós, os pecadores, sabemos que Ela é a nossa advogada, que jamais se cansa de nos estender a sua mão uma e outra vez, tantas quantas caímos e fazemos tenção de nos levantar-mos; nós, os que andamos pela vida aos trancos e barrancos, que somos débeis até ao ponto de não podermos evitar que nos atinjam vivamente essas aflições que são condição da natureza humana, nós sabemos que é o consolo dos aflitos, o refúgio onde, em último termo, podemos encontrar um pouco de paz, um pouco de serenidade, esse consolo peculiar que só uma mãe pode dar e que faz com que tudo volte a estar bem de novo. Nós sabemos também que, nesses momentos em que a nossa impotência se manifesta em termos de quase exasperação ou de desespero, quando já ninguém pode fazer nada e no sentimos absolutamente sozinhos com a nossa dor ou a nossa vergonha, encolhidos num beco sem saída, todavia Ela é a nossa esperança, todavia é um ponto de luz. Ela é ainda o recurso quando já não há a quem recorrer.

 

(F. Suárez, La puerta angosta, Rialp, 9ª ed.., Madrid 1985, pg. 227-228)

Sacramentos

O Matrimónio

No entanto, há situações em que a coabitação matrimonial se torna praticamente impossível pelas mais diversas razões. Em tais casos, a Igreja admite a separação física dos esposos e o fim da coabitação. Mas os esposos não deixam de ser marido e mulher perante Deus: não são livres de contrair nova união. Nesta situação difícil, a melhor solução seria, se possível, a reconciliação (Catecismo, 1649). Se depois da separação o divórcio civil for a única maneira possível de garantir certos direitos legítimos, tais como o cuidado dos filhos ou a defesa do património, pode ser tolerado sem constituir falta moral. (Catecismo, 2383)

Pequena agenda do cristão

 


DOMINGO

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?



[i] Cfr. Lc 1, 38
[ii] AMA, orações pessoais
[iii] AMA, orações pessoais
[iv] AMA, orações pessoais
[v] Btº Álvaro del Portillo (oração pessoal)






























30/01/2021

Os filhos de Deus têm de ser contemplativos

Nunca compartilharei a opinião – ainda que a respeite – dos que separam a oração da vida activa, como se fossem incompatíveis. Os filhos de Deus têm de ser contemplativos: pessoas que, no meio do fragor da multidão, sabem encontrar o silêncio da alma em colóquio permanente com Nosso Senhor: e olhá-lo como se olha um Pai, como se olha um Amigo, a quem se quer com loucura. (Forja, 738)

Não duvideis, meus filhos: qualquer forma de evasão das honestas realidades diárias é, para vós, homens e mulheres do mundo, coisa oposta à vontade de Deus. Pelo contrário, deveis compreender agora – com uma nova clareza – que Deus vos chama a servi-Lo em e a partir das ocupações civis, materiais, seculares da vida humana: Deus espera-nos todos os dias no laboratório, no bloco operatório, no quartel, na cátedra universitária, na fábrica, na oficina, no campo, no lar e em todo o imenso panorama do trabalho. Ficai a saber: escondido nas situações mais comuns há um quê de santo, de divino, que toca a cada um de vós descobrir. Eu costumava dizer àqueles universitários e àqueles operários que vinham ter comigo por volta de 1930 que tinham que saber materializar a vida espiritual. Queria afastá-los assim da tentação, tão frequente então como agora, de viver uma vida dupla: a vida interior, a vida de relação com Deus, por um lado; e por outro, diferente e separada, a vida familiar, profissional e social, cheia de pequenas realidades terrenas. Não, meus filhos! Não pode haver uma vida dupla; se queremos ser cristãos, não podemos ser esquizofrénicos. Há uma única vida, feita de carne e espírito, e essa é que tem de ser – na alma e no corpo – santa e cheia de Deus, deste Deus invisível que encontramos nas coisas mais visíveis e materiais. Não há outro caminho, meus filhos: ou sabemos encontrar Nosso Senhor na nossa vida corrente ou nunca O encontraremos Por isso posso dizer-vos que a nossa época precisa de restituir à matéria e às situações que parecem mais vulgares o seu sentido nobre e original, colocá-las ao serviço do Reino de Deus, espiritualizá-las, fazendo delas o meio e a ocasião do nosso encontro permanente com Jesus Cristo. (Temas Actuais do Cristianismo, 114)

 

Maria Mestra de fé, de esperança e de caridade

O Santo Evangelho facilita-nos rapidamente o caminho para entender o exemplo da Nossa Mãe: Maria conservava todas estas coisas dentro de si, ponderando-as no seu coração. Procuremos nós imitá-la, tratando com o Senhor, num diálogo cheio de amor, de tudo o que nos acontece, mesmo dos acontecimentos mais insignificantes. Não nos esqueçamos de que devemos pesá-los, avaliá-los, vê-los com olhos de fé, para descobrir a Vontade de Deus.

Se a nossa fé é débil, recorramos a Maria. Conta São João que, devido ao milagre das bodas de Caná que Cristo realizou a pedido de sua Mãe, acreditaram n'Ele os seus discípulos. A Nossa Mãe intercede sempre diante de seu Filho para que nos atenda e se nos mostre de tal modo que possamos confessar: - Tu és o Filho de Deus.

 

J. A. Loarte

LEITURA ESPIRITUAL Janeiro 30

Evangelho

 

Mc V 1 – 20

 

O endemoninhado de Gerasa

1 Chegaram à outra margem do mar, à região dos gerasenos. 2 Logo que Jesus desceu do barco, veio ao seu encontro, saído dos túmulos, um homem possesso de um espírito maligno. 3 Tinha nos túmulos a sua morada, e ninguém conseguia prendê-lo, nem mesmo com uma corrente, 4 pois já fora preso muitas vezes com grilhões e correntes, e despedaçara os grilhões e quebrara as correntes; ninguém era capaz de o dominar. 5 Andava sempre, dia e noite, entre os túmulos e pelos montes, a gritar e a ferir-se com pedras. 6 Avistando Jesus ao longe, correu, prostrou-se diante dele 7 e disse em alta voz: «Que tens a ver comigo, ó Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Conjuro-te, por Deus, que não me atormentes!» 8 Efectivamente, Jesus dizia: «Sai desse homem, espírito maligno.» 9 Em seguida, perguntou-lhe: «Qual é o teu nome?» Respondeu: «O meu nome é Legião, porque somos muitos.» 10 E suplicava-lhe insistentemente que não o expulsasse daquela região. 11 Ora, ali próximo do monte, andava a pastar uma grande vara de porcos. 12 E os espíritos malignos suplicaram a Jesus: «Manda-nos para os porcos, para entrarmos neles.» 13 Jesus consentiu. Então, os espíritos malignos saíram do homem e entraram nos porcos, e a vara, cerca de uns dois mil, precipitou-se do alto no mar e ali se afogou. 14 Os guardas dos porcos fugiram e levaram a notícia à cidade e aos campos. As pessoas foram ver o que se passara. 15 Ao chegarem junto de Jesus, viram o possesso sentado, vestido e em perfeito juízo, ele que estivera possuído de uma legião; e ficaram cheias de temor. 16 As testemunhas do acontecimento narraram-lhes o que tinha sucedido ao possesso e o que se passara com os porcos. 17 Então, pediram a Jesus que se retirasse do seu território. 18 Jesus voltou para o barco e o homem que fora possesso suplicou-lhe que o deixasse andar com Ele. 19 Não lho permitiu. Disse-lhe antes: «Vai para tua casa, para junto dos teus, e conta-lhes tudo o que o Senhor fez por ti e como teve misericórdia de ti.» 20 Ele retirou-se, começou a apregoar na Decápole o que Jesus fizera por ele, e todos se maravilhavam.

 


O Amor! (cont)

  Desejamos como que um Deus particular, muito próprio, que nos indique, a cada momento, de forma explícita, o que quer que façamos, e o que acontece, é que, quase sempre quando assim procedemos, o que bem no fundo desejamos é que esse “Deus particular” concorde com aquilo que fazemos ou nos apetece fazer.

  Já vimos anteriormente o papel determinante que tem a consciência própria e o que determina na nossa vida. Pois é essa consciência, bem formada e bem informada, que nos deve dar os tais sinais que procuramos.

As informações que podemos dispor são em primeiro lugar o estudo da Lei de Deus e a Sua Doutrina e, logo, o acervo extraordinário de documentação, referências, estudos, análises sobre os temas mais variados que interessam à religião, à sua prática e vivência que, ao longo dos séculos, a Igreja foi elaborando.

 Ninguém que tenha procurado informar-se poderá, seriamente, aduzir que não sabe, não conhece, nunca ouviu falar.

  Tudo, na vida evolui e se adapta ou, mesmo, transforma.

A Doutrina não!

Permanece exactamente a mesma tal como a Revelação e Jesus Cristo a comunicou à humanidade.

Nem poderia ser de outra forma porque, emanando de Deus que è imutável e perene.

  A Igreja pertence, é efectivamente, de Jesus Cristo, seu Fundador e sua Cabeça e não cabe a ninguém, por mais alto cargo que ocupe, alterar uma vírgula que seja.

O que a Igreja faz, isso sim, é ir esclarecendo os homens da actualidade dessa Doutrina dando-lhe novas luzes que permitam a sua interpretação e o seu conhecimento mais acessível ou actual, se quisermos.

  É evidente que, por exemplo, a leitura do Evangelho, hoje em dia, é muito mais compreensível do que há mil anos atrás porque, mantendo o núcleo da mensagem, os novos textos utilizam termos e sintaxe actuais.

  Quando se diz que o Papa é conservador ou liberal, não se sabe o que se diz.

A pessoa do Papa, o ser humano, tem um pensamento, uma estrutura mental, uma cultura, um modo pessoal de interpretar a vida e os acontecimentos.

 O Papa, o Vigário de Cristo – atente-se que, Vigário quer dizer: o que faz as vezes de – não tem qualificação alguma já que actua como o próprio Jesus Cristo actuaria.

Isto nem sequer parece importante porque, quase sempre, as pessoas que fazem estas afirmações, ou não têm verdadeira fé, ou não a praticam ou são ignorantes.

No fim e ao cabo, estarão no mesmo patamar daqueles que desejam os sinais.

  Sabe-se que na história da Igreja, nem sempre foram exemplares os comportamentos e atitudes dos homens com responsabilidades de magistério, incluindo alguns Papas, aliás, como hoje em dia são flagrantes, estamos a falar de homens, seres humanos, com os seus méritos, qualidades mas, também, fraquezas e fragilidades.

Foram, ou são, um problema grave para a Igreja, o próprio Papa o reconhece e explicitamente condena, mas nunca, em nenhum caso, algum destes homens usou a sua posição dentro das estruturas da Igreja para modificar, desvirtuar ou alterar o quer que fosse da Doutrina tal como instituída por Cristo.

  Nunca houve alguém que alterasse, por exemplo, a Doutrina a respeito do Matrimónio, ou da dignidade do ser humano desde o momento da concepção e, não têm sido poucas, frequentes e inauditas as pressões para que o fizessem.

  A maior parte das vezes, sob um “sinal de abertura”, como gostam de qualificar, o que essas pessoas ou grupos de pessoas querem é, além do seu “Deus particular”, também uma Igreja adaptada às suas ideias ou conveniências.

 

 

 

Reflexão

O Senhor algumas vezes chama pelos milagres, outras pelos castigos, algumas pelas prosperidades deste mundo e, por último, noutras ocasiões chama pelas adversidades.

 

(São Gregório Magno, Homília 36 sobre os Evangelhos)

Filosofia e Religião, Vida Humana

         Doutrina

A Doutrina sagrada é uma ciência?

Questão 1: Do que é e do que abrange a doutrina sagrada

Para que fique bem delimitado o nosso intento, cumpre investigar, primeiro, qual seja a doutrina sagrada, em si mesma, e a que objectos se estende. Sobre este assunto discutem-se dez artigos:

Art. 1 — Se, além das ciências filosóficas, é necessária outra doutrina. (IIa IIae., q. 2, a. 3, 4; I Sent., prol., a. 1; I Cont. Gent., cap. IV, V; De Verit., q. 14, a. 10).

O primeiro discute-se assim — Parece desnecessária outra doutrina além das disciplinas filosóficas.

1. — Pois não se deve esforçar o homem por alcançar objectos que ultrapassem a razão, segundo a Escritura (Ecle. 3, 22): Não procures saber coisas mais dificultosas do que as que cabem na tua capacidade. Ora, o que é da alçada racional ensina-se, com suficiência, nas disciplinas filosóficas; logo, parece escusada outra doutrina além das disciplinas filosóficas.

2. — Ademais, não há doutrina senão do ser, pois nada se sabe, senão o verdadeiro, que no ser se converte. Ora, de todas as partes do ser trata a filosofia, inclusive de Deus; por onde, um ramo filosófico se chama teologia ou ciência divina, como está no Filósofo. Logo, não é preciso que haja outra doutrina além das filosóficas.

Mas, em contrário, a Escritura (2 Tm 3, 16): Toda a Escritura divinamente inspirada é útil para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir na justiça. Porém, a Escritura, divinamente revelada, não pertence às disciplinas filosóficas, adquiridas pela razão humana; por onde, é útil haver outra ciência, divinamente revelada, além das filosóficas.



SOLUÇÃO. — Para a salvação do homem, é necessária uma doutrina conforme à revelação divina, além das filosóficas, pesquisadas pela razão humana. Porque, primeiramente, o homem é por Deus ordenado a um fim que lhe excede a compreensão racional, segundo a Escritura (Is 64, 4): O olho não viu, excepto tu, ó Deus, o que tens preparado para os que te esperam. Ora, o fim deve ser previamente conhecido pelos homens, que para ele têm de ordenar as intenções e atos. De sorte que, para a salvação do homem, foi preciso, por divina revelação, tornarem-se-lhe conhecidas certas verdades superiores à razão.

Mas também naquilo que de Deus pode ser investigado pela razão humana, foi necessário ser o homem instruído pela revelação divina. Porque a verdade sobre Deus, exarada pela razão, chegaria aos homens por meio de poucos, depois de longo tempo e de mistura com muitos erros; se bem do conhecer essa verdade depende toda a salvação humana, que em Deus consiste. Logo, para que mais conveniente e segura adviesse aos homens a salvação, cumpria fossem, por divina revelação, ensinados nas coisas divinas. Donde foi necessária uma doutrina sagrada e revelada, além das filosóficas, racionalmente adquiridas.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — Embora se não possa inquirir pela razão o que sobrepuja a ciência humana, pode-se entretanto recebê-lo por fé divinamente revelada. Por isso, no lugar citado (Ecle 3, 25), se acrescenta: Muitas coisas te têm sido patenteadas que excedem o entendimento dos homens. E nisto consiste a sagrada doutrina.

RESPOSTA À SEGUNDA. — O meio de conhecer diverso induz a diversidade das ciências. Assim, o astrônomo e o físico demonstram a mesma conclusão, p. ex., que a terra é redonda; se bem o astrónomo, por meio matemático, abstrato da matéria; e o físico, considerando a mesma. Portanto, nada impede que os mesmos assuntos, tratados nas disciplinas filosóficas, enquanto cognoscíveis pela razão natural, também sejam objecto de outra ciência, enquanto conhecidos pela revelação divina.

Donde a teologia, atinente à sagrada doutrina, difere genericamente daquela teologia que faz parte da filosofia.

(São Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, 111, 4)

Pequena agenda do cristão

 



SÁBADO

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?




Orações sugeridas:

29/01/2021

São José

 


EXORTAÇÃO APOSTÓLICA

REDEMPTORIS CUSTOS

DO SUMO PONTÍFICE

JOÃO PAULO II

SOBRE A FIGURA E A MISSÃO

DE SÃO JOSÉ

NA VIDA DE CRISTO E DA IGREJA

 

O CONTEXTO EVANGÉLICO

A apresentação de Jesus no templo

 

13. Esta cerimónia, referida por São Lucas (2, 22 ss.), incluía o resgate do primogénito e projecta luz sobre o episódio posterior da permanência de Jesus no templo aos doze anos.

O resgate do primogénito é um outro dever do pai, que é cumprido por José. No primogénito estava representado o povo da Aliança, resgatado da escravidão para passar a pertencer a Deus. Também a propósito disto, Jesus, que é o verdadeiro «preço» do resgate (cf. 1 Cor 6, 20; 7, 23; 1 Pdr 1, 19), não somente «cumpre» o rito do Antigo Testamento, mas ao mesmo tempo supera-o, não sendo ele um simples homem sujeito a ser resgatado, mas o próprio autor do resgate.

 

O Evangelista põe em relevo que «o pai e a mãe de Jesus estavam admirados com as coisas que se diziam dele» (Lc 2, 33); e, em particular, com aquilo que Simeão disse, no seu cântico dirigido ao Senhor, indicando Jesus como «a salvação preparada por Deus em favor de todos os povos» e «luz para iluminar as nações e glória de Israel, seu povo»; e, mais adiante, também como «sinal de contradição» (Lc 2, 30-34).

 

A fuga para o Egipto

 

14. A seguir à apresentação no templo, o evangelista São Lucas anotou: «Depois de terem cumprido tudo segundo a lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré. Entretanto, o menino crescia e robustecia-se, cheio de sabedoria, e a graça de Deus estava com ele» (Lc 2, 39-40).

Mas, segundo o texto de São Mateus, ainda antes deste retorno à Galileia, tem de ser colocado um acontecimento muito importante, para o qual a Providência divina de novo recorre a José. Aí lemos: «Depois de eles (os Magos) partirem, eis que um anjo do Senhor apareceu, em sonho, a José e disse-lhe: "Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egipto e fica lá até eu te avisar, porque Herodes está a procurar o menino para o matar"» (Mt 2, 13). Na ocasião da vinda dos Magos do Oriente, Herodes tinha sabido do nascimento do «rei dos Judeus» (Mt 2, 2). E quando os Magos partiram, ele mandou «matar todos os meninos que havia em Belém e em todo o seu território, da idade de dois anos para baixo» (Mt 2, 16). Deste modo, matando todas as crianças, queria matar aquele recém-nascido «rei dos Judeus», de quem chegara ao conhecimento durante a visita dos Magos à sua corte. Então José, tendo recebido o aviso em sonho, «de noite, tomou o menino e sua mãe e retirou-se para o Egipto, onde ficou até à morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor tinha anunciado por meio do profeta: "Do Egipto chamei o meu Filho"» (Mt 2, 14-15; cf. Os 11, 1).

Deste modo, o caminho do regresso de Jesus de Belém a Nazaré passou pelo Egipto. Assim como Israel tinha tomado o caminho do êxodo «da condição de escravidão» para iniciar a Antiga Aliança, assim José, depositário e cooperador do mistério providencial de Deus, também no exílio vela por Aquele que vai tornar realidade a Nova Aliança.

 

A permanência de Jesus no templo

 

15. Desde o momento da Anunciação, José, juntamente com Maria, encontrou-se, em certo sentido, no íntimo do mistério escondido desde todos os séculos em Deus e que se tinha revestido de carne: «O Verbo fez-se carne e habitou entre nós» (Jo 1, 14). Sim, Ele habitou entre os homens e o âmbito da sua morada foi a Sagrada Família de Nazaré, uma das tantas famílias desta pequena cidade de Galileia, uma das tantas famílias da terra de Israel. Aí, Jesus crescia e «robustecia-se , cheio de sabedoria, e a graça de Deus estava com ele» (Lc 2, 40). Os Evangelhos resumem em poucas palavras o longo período da vida «oculta», durante o qual Jesus se preparou para a sua missão messiânica. Há um só momento que é subtraído a este «escondimento» e é descrito pelo Evangelho de São Lucas: a Páscoa de Jerusalém, quando Jesus tinha doze anos de idade.

Jesus participou nesta festa, como um jovem peregrino, juntamente com Maria e José. E eis o que aconteceu: «Passados aqueles dias (da festa), ao regressarem, o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que os pais se apercebessem disso» (Lc 2, 43). Depois de um dia de viagem deram pela sua falta; e começaram a procurá-lo «entre os parentes e conhecidos ... Depois de três dias, encontraram-no no templo, sentado no meio dos doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas. Todos os que o ouviam ficavam admirados da sua inteligência e das suas respostas» (Lc 2, 46-47). Maria pergunta: «Filho, por que procedeste assim connosco? Olha que teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura» (Lc 2, 48). A resposta de Jesus foi de tal sorte que os dois «não entenderam as palavras que lhes disse». Tinha-lhes respondido: «Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devo encontrar-me na casa de meu Pai?» (Lc 2, 49-50).

Ouviu estas palavras José, em relação ao qual Maria tinha acabado de dizer «teu pai». Com efeito, era assim que as pessoas diziam e pensavam: Jesus, «como se supunha, era filho de José» (Lc 3, 23). Apesar disso, a resposta do próprio Jesus no templo devia reavivar na consciência do «suposto o pai» aquilo que numa noite, doze anos antes, ele tinha ouvido: «José ... não temas receber contigo Maria, tua esposa, pois o que nela se gerou é obra do Espírito Santo». Já desde então ele sabia que era depositário do mistério de Deus; e Jesus, com doze anos de idade, evocou exactamente este mistério: «Devo encontrar-me na casa de meu Pai».

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Não andarás encolhido, porque o teu amor é pequeno?

A graça de Deus não te falta. Portanto, se correspondes, deves sentir-te seguro. O triunfo depende de ti: a tua fortaleza e a tua garra – unidas a essa graça – são razão mais que suficiente de te dar o optimismo de quem tem a certeza da vitória. (Sulco, 80)

Não sejais almas de via reduzida, homens ou mulheres menores de idade, de vistas curtas, incapazes de abrangerem o nosso horizonte sobrenatural cristão de filhos de Deus. Deus e Audácia! (Sulco, 96)

Audácia não é imprudência, nem ousadia irreflectida, nem simples atrevimento. Audácia é fortaleza, virtude cardeal, necessária para a vida da alma. (Sulco, 97)

Li uma vez um provérbio muito popular nalguns países: "O mundo é de Deus, mas Deus aluga-o aos valentes"; e fez-me reflectir. Por que esperas? (Sulco, 99)

"Não sou o apóstolo que deveria ser. Sou... um tímido!". Não andarás encolhido, porque o teu amor é pequeno? Reage! (Sulco, 100)

 

LEITURA ESPIRITUAL Janeiro 29

Evangelho

 

Mc IV 21 – 41

 

Parábola da lâmpada

21 Disse-lhes ainda: «Põe-se, porventura, a candeia debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não é para ser colocada no candelabro? 22 Porque não há nada escondido que não venha a descobrir-se, nem há nada oculto que não venha à luz. 23 Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça.» 24 E prosseguiu: «Tomai sentido no que ouvis. Com a medida que empregardes para medir é que sereis medidos, e ainda vos será acrescentado. 25 Pois àquele que tem, será dado; e ao que não tem, mesmo aquilo que tem lhe será tirado.»

 

Parábola da semente

26 Dizia ainda: «O Reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra. 27 Quer esteja a dormir, quer se levante, de noite e de dia, a semente germina e cresce, sem ele saber como. 28 A terra produz por si, primeiro o caule, depois a espiga e, finalmente, o trigo perfeito na espiga. 29 E, quando o fruto amadurece, logo ele lhe mete a foice, porque chegou o tempo da ceifa.»

 

Parábola do grão de mostarda

30 Dizia também: «Com que havemos de comparar o Reino de Deus? Ou com qual parábola o representaremos? 31 É como um grão de mostarda que, ao ser deitado à terra, é a mais pequena de todas as sementes que existem; 32 mas, uma vez semeado, cresce, transforma-se na maior de todas as plantas do horto e estende tanto os ramos, que as aves do céu se podem abrigar à sua sombra.» 33 Com muitas parábolas como estas, pregava-lhes a Palavra, conforme eram capazes de compreender. 34 Não lhes falava senão em parábolas; mas explicava tudo aos discípulos, em particular.

 

Jesus acalma uma tempestade

35 Naquele dia, ao entardecer, disse: «Passemos para a outra margem.» 36 Afastando-se da multidão, levaram-no consigo, no barco onde estava; e havia outras embarcações com Ele. 37 Desencadeou-se, então, um grande turbilhão de vento, e as ondas arrojavam-se contra o barco, de forma que este já estava quase cheio de água. 38 Jesus, à popa, dormia sobre uma almofada. 39 Acordaram-no e disseram-lhe: «Mestre, não te importas que pereçamos?» Ele, despertando, falou imperiosamente ao vento e disse ao mar: «Cala-te, acalma-te!» O vento serenou e fez-se grande calma. 40 Depois disse-lhes: «Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» 41 E sentiram um grande temor e diziam uns aos outros: «Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?»

 


 

O Amor! (cont)

  Lembremo-nos da história do Dr. Frankenstein.

Tudo parecia lógico e bem alicerçado cientificamente e, parece, até funcionou. Mas conhece-se a saga: os resultados foram, pelo menos, inesperados.

  Tudo isto, posto desta forma, parece simplista e falho de base científica, e… ainda bem se assim for porque, o que se defende, é que não há nenhuma razão, motivo, ou sequer, autoridade, para que o homem interfira no que lhe está vedado por natureza: a Criação!

  O homem não é capaz de criar coisa nenhuma.

  Um pintor não cria um quadro, limita-se a aplicar um talento que Deus lhe deu, umas técnicas que adquiriu com o estudo e a experiência e uns materiais que estão à sua disposição: telas, tintas, pincéis, etc.

  O escritor reproduz em papel aquilo que no seu íntimo imagina e constrói, dando-lhe uma forma mais ou menos consistente.

O escultor arranca a golpes de cinzel do bloco de mármore, uma imagem magnífica que a sua arte e senso artístico vão descobrindo.

Nenhum destes pintou um quadro, escreveu um livro ou produziu uma escultura com um simples acto de vontade como que dando um estalido com os dedos.

Tiveram de socorrer-se da sua imaginação, saber, técnica e, muito importante, de instrumentos e materiais que já existiam antes.

  Criar, propriamente, é fazer algo de nada, onde nada existe passa a haver uma coisa, um ser e isto, só por um simples acto de vontade.

  Esta vontade, esta capacidade é única e exclusiva do Criador, de Deus.

  Mas temos também de considerar que «dar a Deus o que é de Deus» é também dar aos outros porque, de facto, é um mandato explícito de Deus.

Ao mandar-nos amar os outros como a nós mesmos, tal como o fez no Decálogo, não faz uma recomendação, ou estabelece um principio.

Não!

Exerce o Seu Poder e Autoridade de Criador para ordenar de forma clara o que quer que façamos. E, se amar a Deus e ao próximo como a si mesmo (Lei Natural) é fazer a Vontade de Deus parece que poderíamos assumir que o que temos que dar a Deus é, resumidamente, fazer a Sua Vontade.

  Mas como saber o que é a Vontade de Deus na vida corrente de cada um?

  Cumprir os Mandamentos?

  Claro… mas digamos que esta é uma forma global de apreciar as coisas e nós homens, precisamos de detalhes, pormenores que se ajustem às pequenas ou grandes incidências da nossa vida.

  Os contemporâneos de Jesus, numa tentativa de iludir a questão, pediam-lhe sinais, como se as obras, as palavras, a actuação, enfim, de Jesus Cristo, não fosse, ela própria um sinal mais que evidente da Sua Autoridade Messiânica.

  Também nós, muitas vezes, esperamos por esses sinais que não sabemos muito bem o que sejam, para nos decidirmos a fazer o que devemos.