Quando te vires com o coração seco, sem
saber o que hás-de dizer, recorre com confiança a Nossa Senhora. Diz-Lhe:
"Minha Mãe Imaculada, intercede por mim!". Se a invocares com fé, Ela
far-te-á saborear – no meio dessa secura – a proximidade de Deus. (Sulco,
695)
Contemplemos
agora a sua Mãe bendita, também nossa Mãe. No Calvário, junto ao patíbulo,
reza. Não é uma atitude nova em Maria. Assim se conduziu sempre, cumprindo os
seus deveres, ocupando-se do seu lar. Enquanto estava nas coisas da terra,
permanecia pendente de Deus. Cristo, perfectus
Deus, perfectus homo, quis que também a sua Mãe, a criatura mais excelsa, a
cheia de graça, nos confirmasse nesse afã de elevar sempre o olhar para o amor
divino. Recordai a cena da Anunciação: desce o arcanjo para comunicar a divina
embaixada – a mensagem de que seria Mãe de Deus – e encontra-a retirada em
oração. Maria está totalmente recolhida no Senhor, quando S. Gabriel a saúda:
Deus te salve, oh cheia de graça! O Senhor é contigo. Dias depois, irrompe na
alegria do Magnificat – esse cântico mariano que nos transmitiu o Espírito
Santo pela delicada fidelidade de S. Lucas – fruto da intimidade habitual da
Virgem Santíssima com Deus.
A
nossa Mãe meditou longamente as palavras das mulheres e dos homens santos do
Antigo Testamento, que esperavam o Salvador, e os acontecimentos de que foram
protagonistas. Admirou o cúmulo de prodígios e o excesso da misericórdia de
Deus com o seu povo, tantas vezes ingrato. Ao considerar esta ternura do Céu,
incessantemente renovada, brota o afecto do seu Coração imaculado: a minha alma
glorifica o Senhor; e o meu espírito exulta em Deus, meu Salvador. Porque
lançou os olhos para a baixeza da sua escrava. Os filhos desta boa Mãe, os
primeiros cristãos, aprenderam com Ela, e nós também podemos e devemos
aprender. (Amigos de Deus, 241)
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