Capítulo 3
II. O EVANGELHO
FAZ-NOS FILHOS DE DEUS (3,1-4,7)
Recebemos o Espírito
1Oh Gálatas insensatos! Quem vos enfeitiçou, a vós, a
cujos olhos foi exposto Jesus Cristo crucificado? 2Só isto quero saber de vós:
foi pelas obras da Lei que recebestes o Espírito ou pela pregação da fé? 3Sois
tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, quereis agora, pela carne,
chegar à perfeição? 4Foi em vão que experimentastes coisas tão grandiosas? Se
é que foi mesmo em vão! 5Aquele que vos concede o Espírito e opera milagres
entre vós, será, pois, que o faz pelas obras da Lei ou pela pregação da fé?
Como Abraão, salvos
pela fé
6Assim foi com Abraão: teve fé em Deus e isso foi-lhe
atribuído à conta de justiça. 7Ficai, por isso, a saber: os que dependem da fé
é que são filhos de Abraão. 8E como a Escritura previu que é pela fé que Deus
justifica os gentios, anunciou previamente como evangelho a Abraão: Serão
abençoados em ti todos os povos. 9Assim, os que dependem da fé são abençoados
com o crente Abraão.
10É que todos os que estão dependentes das obras da Lei
estão sob maldição, pois está escrito: Maldito seja todo aquele que não
persevera em tudo o que está escrito no livro da Lei, em ordem a cumpri-lo. 11E
que, pela Lei, ninguém é justificado diante de Deus, é coisa evidente, pois
aquele que é justo pela fé é que viverá. 12E a Lei não está dependente da fé;
pelo contrário: Quem cumprir as suas prescrições viverá por elas. 13Cristo resgatou-nos da maldição da Lei, ao fazer-se
maldição por nós, pois está escrito: Maldito seja todo aquele que é suspenso no
madeiro. 14Isto, para que a bênção de Abraão chegasse até aos gentios, em
Cristo Jesus, para recebermos a promessa do Espírito, por meio da fé.
A Lei de Moisés não
anula as promessas a Abraão
15Irmãos, vou falar-vos à maneira humana: Mesmo vindo de
um homem, um testamento que tenha entrado em vigor ninguém o pode anular ou
aumentar. 16Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não
se diz: «e às descendências», como se de muitas se tratasse; trata-se, sim, de
uma só: E à tua descendência, que é Cristo. 17Ora, é exactamente isto que quero dizer: um testamento
que antes tinha sido posto em vigor por Deus, não é a Lei, aparecida
quatrocentos e trinta anos depois, que o vai invalidar e assim anular a
promessa. 18É que, se é da Lei que vem a herança, então não é da promessa. Mas
foi pela promessa que Deus concedeu a sua graça a Abraão.
A Lei, pedagogo até
Cristo chegar
19Porquê, então, a Lei? Por causa das transgressões é que
ela foi acrescentada, até chegar a descendência a quem a promessa foi feita;
foi estabelecida através de anjos pela mão de um mediador. 20Ora, o mediador
não o é de um só, ao passo que Deus é único. 21Estará então a Lei contra as promessas de Deus? De
maneira nenhuma! Pois, se tivesse sido dada uma lei que fosse capaz de dar a
vida, a justiça viria realmente pela Lei. 22Só que a Escritura tudo fechou sob
o pecado, para que a promessa fosse dada aos crentes pela fé em Jesus Cristo.
23Antes, porém, de chegar a fé, estávamos prisioneiros da Lei, estávamos
fechados, até à fé que havia de revelar-se. 24Deste modo, a Lei tornou-se nosso
pedagogo até Cristo, para que fôssemos justificados pela fé. 25Uma vez, porém, chegado o tempo da fé, já não estamos
sob o domínio do pedagogo. 26É que todos vós sois filhos de Deus em Cristo
Jesus, mediante a fé; 27pois todos os que fostes baptizados em Cristo,
revestistes-vos de Cristo mediante a fé. 28Não há judeu nem grego; não há
escravo nem livre; não há homem e mulher, porque todos sois um só em Cristo
Jesus. 29E se sois de Cristo, sois então descendência de Abraão, herdeiros
segundo a promessa.
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