
Na Igreja há igualdade: uma vez baptizados,
somos todos iguais, porque somos filhos do mesmo Deus, Nosso Pai. Como
cristãos, não há qualquer diferença entre o Papa e a última pessoa a
incorporar-se na Igreja. Mas esta igualdade radical não implica a possibilidade
de mudar a constituição da Igreja, naquilo que foi estabelecido por Cristo. Por
expressa vontade divina temos uma diversidade de funções, que comporta também
uma capacidade diversa, um carácter indelével conferido pelo Sacramento da
Ordem para os ministros sagrados. No vértice dessa ordenação está o sucessor de
Pedro e, com ele, e sob ele, todos os bispos: com a sua tríplice missão de
santificar, de governar e de ensinar.
Permitam-me que insista repetidamente: as
verdades de fé e de moral não se determinam por maioria de votos, porque
compõem o depósito – depositum fidei
– entregue por Cristo a todos os fiéis e confiado, na sua exposição e ensino
autorizado, ao Magistério da Igreja.
Seria um erro pensar que, pelo facto de os
homens já terem talvez adquirido mais consciência dos laços de solidariedade
que mutuamente os unem, se deva modificar a constituição da Igreja, para a pôr
de acordo com os tempos. Os tempos não são dos homens, quer sejam ou não
eclesiásticos; os tempos são de Deus, que é o Senhor da história. E a Igreja só
poderá proporcionar a salvação às almas, se permanecer fiel a Cristo na sua
constituição, nos seus dogmas, na sua moral. (Amar a Igreja n 30–31)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.