III. RESPOSTA A QUESTÕES CONCRETAS (7,1-11,1)
Capítulo 7
Matrimónio e celibato
1Mas
a respeito do que me escrevestes, penso que seria bom para o homem abster-se da
mulher. 2Todavia, para evitar o perigo da incontinência, cada homem tenha a sua
mulher e cada mulher, o seu marido. 3O marido cumpra o dever conjugal para com
a sua esposa, e a esposa faça o mesmo para com o seu marido. 4A esposa não pode
dispor do próprio corpo, mas sim o marido; e, do mesmo modo, o marido não pode
dispor do próprio corpo, mas sim a esposa. 5Não vos recuseis um ao outro, a não
ser de mútuo acordo e por algum tempo, para vos dedicardes à oração; depois,
voltai de novo um para o outro, para que Satanás não vos tente devido à vossa
incapacidade de autodomínio. 6Digo isto como concessão e não como ordem.
7Desejaria que todos os homens fossem como eu, mas cada um recebe de Deus o seu
próprio carisma, um de uma maneira, outro de outra.
8Aos
solteiros e às viúvas digo que é bom para eles ficarem como eu. 9Mas, se não
podem guardar continência, casem-se; pois é melhor casar-se do que ficar
abrasado.
10Aos
que já estão casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe
do marido; 11se, porém, está separada, não se case de novo, ou, então,
reconcilie-se com o marido; e o marido não repudie a sua mulher.
12Aos
outros, digo eu, não o Senhor: Se algum irmão tem uma esposa não crente e esta
consente em habitar com ele, não a repudie. 13E, se alguma mulher tem um marido
não crente e este consente em habitar com ela, não o repudie. 14Pois o marido
não crente é santificado pela mulher, e a mulher não crente é santificada pelo
marido; de outro modo, os vossos filhos seriam impuros, quando, na realidade,
são santos. 15Mas se o não crente quiser separar-se, que se separe, porque, em
tais circunstâncias, nem o irmão nem a irmã estão vinculados. Deus chamou-vos
para viverdes em paz. 16Com efeito, ó mulher, sabes se podes salvar o teu
marido? E tu, ó marido, sabes se podes salvar a tua mulher?
O cristão e a condição social
17De
resto, continue cada um a viver na condição que o Senhor lhe atribuiu e em que
se encontrava quando Deus o chamou. É o que recomendo em todas as igrejas.
18Alguém era já circuncidado, quando foi chamado? Não disfarce a sua circuncisão.
Era incircunciso, quando foi chamado? Não se faça circuncidar. 19A circuncisão
não é nada, e nada é a incircuncisão; o que conta é a observância dos
mandamentos de Deus.
20Permaneça
cada um na condição em que se encontrava, quando foi chamado. 21Eras escravo,
quando foste chamado? Não te preocupes com isso. Mas, ainda que pudesses
tornar-te livre, procura, antes, tirar proveito da tua condição. 22Pois o
escravo, que foi chamado no Senhor, é um liberto do Senhor. Do mesmo modo, o
que era livre quando foi chamado, é um escravo de Cristo. 23Fostes comprados
por um alto preço; não vos torneis escravos dos homens. 24Irmãos, permaneça
cada um, diante de Deus, na condição em que se encontrava quando foi chamado.
Matrimónio e virgindade
25A
respeito de quem é solteiro, não tenho nenhum preceito do Senhor, mas dou um
conselho, como homem que, pela misericórdia do Senhor, é digno de confiança.
26Julgo, pois, que essa condição é boa, por causa das angústias presentes; sim,
é bom para o homem continuar assim.
27Estás
comprometido com uma mulher? Não procures romper o vínculo. Não estás
comprometido? Não procures mulher. 28Todavia, se te casares, não pecas; e se
uma virgem se casar, também não peca. Mas estes terão de suportar as
tribulações corporais e eu quisera poupar-vos a elas.
29Eis
o que vos digo, irmãos: o tempo é breve. De agora em diante, os que têm mulher,
vivam como se não a tivessem; 30e os que choram, como se não chorassem; os que
se alegram, como se não se alegrassem; os que compram, como se não possuíssem;
31os que usam deste mundo, como se não o usufruíssem plenamente. Porque este
mundo de aparências está a terminar.
32Eu
quisera que estivésseis livres de preocupações. Quem não tem esposa, cuida das
coisas do Senhor, como há-de agradar ao Senhor. 33Mas aquele que tem esposa
cuida das coisas do mundo, como há-de agradar à mulher, 34e fica dividido.
Também a mulher não casada, tal como a virgem, cuidam das coisas do Senhor,
para serem santas de corpo e de espírito. Mas a mulher casada cuida das coisas
do mundo, como há-de agradar ao marido. 35Digo-vos isto para vosso bem, não
para vos armar uma cilada, mas visando o que é mais nobre e favoreça uma
dedicação ao Senhor, sem partilha.
36Se
alguém, cheio de vitalidade, receia faltar ao respeito à sua noiva e pensa que
as coisas devem seguir o seu curso, faça o que lhe parecer melhor. Não peca;
que se casem. 37Mas, se alguém tomou a firme resolução no seu coração, sem
constrangimento e no pleno uso da sua vontade, e resolve no seu foro íntimo
respeitar a sua noiva, fará bem. 38Portanto, aquele que desposa a sua noiva faz
bem; e quem a não desposa ainda faz melhor.
39A
mulher permanece ligada ao seu marido enquanto ele viver. Se, porém, o marido
vier a falecer, fica livre para se casar com quem quiser, contanto que seja no
Senhor. 40Todavia, na minha opinião, será mais feliz, se permanecer como está.
Julgo que também eu tenho o Espírito de Deus.
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