I. O EVANGELHO QUE NOS DÁ A SALVAÇÃO
(1,18-11,36)
Capítulo 2
Pecado dos judeus
1Por
isso, não tens desculpa tu, ó homem, quem quer que sejas, que te armas em juiz.
É que, ao julgares o outro, a ti próprio te condenas, por praticares as mesmas
coisas, tu que te armas em juiz. 2Ora nós sabemos que o julgamento de Deus se
guia pela verdade contra aqueles que praticam tais acções. 3Cuidas, então - tu,
ó homem que julgas os que praticam tais acções e fazes o mesmo - que escaparás
ao julgamento de Deus? 4Ou não estarás tu a desprezar as riquezas da sua
bondade, paciência e generosidade, ao ignorares que a bondade de Deus te
convida à conversão?
5Afinal,
com a tua dureza e o teu coração impenitente, estás a acumular ira sobre ti,
para o dia da ira e do justo julgamento de Deus, 6que retribuirá a cada um
conforme as suas obras: 7para aqueles que, ao perseverarem na prática do bem,
procuram a glória, a honra e a incorruptibilidade, será a vida eterna; 8para
aqueles que, por rebeldia, são indóceis à verdade e dóceis à injustiça, será
ira e indignação. 9Tribulação e angústia para todo o ser humano que pratica o
mal, primeiro judeu e depois grego! 10Glória, honra e paz para todo aquele que
pratica o bem, primeiro para o judeu e depois para o grego! 11É que em Deus não
existe acepção de pessoas.
A Lei não garante a salvação
12De
facto, todos os que sem lei pecaram, também sem lei perecerão; e todos os que
sob o regime da Lei pecaram, pela Lei serão julgados. 13É que não são os que
ouvem a Lei que são justos diante de Deus, mas os que praticam a Lei é que
serão justificados. 14Com efeito, quando há gentios que, não tendo a Lei,
praticam, por inclinação natural, o que está na Lei, embora não tenham a Lei,
para si próprios são lei.
15Esses
mostram que o que a Lei manda praticar está escrito nos seus corações, tendo
ainda o testemunho da sua consciência tal como dos pensamentos que, conforme o
caso, os acusem ou defendam - 16isto no dia em que Deus, segundo o meu
Evangelho, há-de julgar por Jesus Cristo o que de oculto houver nos homens.
17Mas,
se tu gostas que te chamem judeu, te apoias na Lei e te glorias de Deus,
18conheces a sua vontade e sabes, instruído pela Lei, o que há de melhor a
fazer; 19se estás convencido de ser guia de cegos, luz dos que vivem nas
trevas, 20educador dos ignorantes, mestre dos simples, por estares na posse do
conhecimento e da verdade que têm na Lei a sua expressão...
21Ora,
como é que tu, que ensinas os outros, não te ensinas a ti próprio? Pregas que
se não deve roubar, e roubas? 22Que dizes que não se deve cometer adultério, e
cometes adultério? Que abominas os ídolos, e saqueias os seus templos? 23Tu,
que te glorias da Lei, ofendes a Deus pela transgressão da Lei! 24De facto, o
nome de Deus por vossa causa é blasfemado entre os gentios, conforme está
escrito.
Ser circuncidado não garante a salvação
25A
circuncisão é, de facto, proveitosa, se pões a Lei em prática. Mas se és um
transgressor da Lei, então a tua circuncisão passa a ser incircuncisão. 26Se,
portanto, quem não é circuncidado observa os preceitos da Lei, não deverá a sua
incircuncisão ser considerada como circuncisão? 27E ele, que, não sendo
fisicamente circuncidado, cumpre a Lei, há-de julgar-te a ti que, com a letra
da Lei e a circuncisão, és um transgressor da Lei. 28É que não é aquele que o
manifesta exteriormente que é judeu, nem a circuncisão é aquela que se
manifesta exteriormente na carne. 29Mas aquele que o é no íntimo, esse sim é
que é judeu, e a circuncisão que conta é a do coração, operada pelo Espírito e
não por causa da letra da Lei. Esse é que merece louvor, não dos homens, mas de
Deus.
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