Beatos
Jacinta e Francisco Marto
Evangelho: Mt 9 14-15
14 Então foram ter com Ele os discípulos de João e
disseram-Lhe: «Qual é a razão por que nós e os fariseus jejuamos e os Teus
discípulos não jejuam?». 15 Jesus respondeu-lhes: «Porventura podem
estar tristes os companheiros do esposo, enquanto o esposo está com eles? Mas
virão dias em que lhes será tirado o esposo e então eles jejuarão.
Comentário:
O jejum associado à tristeza? Parece um contrassenso…
Quando lhes for tirado o esposo, isto é, quando Jesus
Cristo for sepultado os Seus discípulos, naturalmente, sentirão grande tristeza
por não poderem alimentar-se da presença do Senhor.
É pois um jejum forçado pelas circunstâncias porque,
estando Ele morto, já não será, para eles, «o
Pão de Vida» até à Sua Ressurreição gloriosa.
(ama comentário sobre Mt 9,14-17, 2014.03.07)
Leitura espiritual
Santíssima Virgem
Vida
de Maria (VIII)
Apresentação
de Jesus no Templo
A
aglomeração de peregrinos em Belém tinha terminado. Depois do nascimento de
Jesus, José encontrou um lugar mais decente para alojar a Sagrada Família.
Passados oito dias foi aí que realizou o rito da circuncisão, pelo qual os
varões começavam a fazer parte do povo de Israel e o Menino recebeu
oficialmente o nome de Jesus, como lhe tinha chamado o anjo antes que fosse
concebido no ventre materno[1].
Quarenta dias depois, Maria e José tomaram o Menino, levaram-no a Jerusalém,
depois que se completaram os dias da purificação de Maria, segundo a Lei de
Moisés (...), para O apresentar ao Senhor, como está escrito na Lei do Senhor
(...) e para oferecer como sacrifício, conforme o que também está escrito na
Lei do Senhor: “Um par de rolas ou dois pombinhos[2].
Nem
Jesus nem Maria estavam obrigados a seguir estas prescrições. Maria não tinha
contraído nenhuma impureza legal, pois tinha concebido e dado à luz
virginalmente; nem sequer a lei de resgate do primogénito se aplicava a Jesus,
autêntico Cordeiro de Deus que vinha tirar os pecados do mundo. E, no entanto,
por três vezes, em poucos versículos, se insiste em que tudo foi levado a cabo
em estrita obediência à Lei de Deus.
A
Igreja descobre neste episódio uma razão mais profunda. Em primeiro lugar, o
cumprimento da profecia de Malaquias: vai chegar ao Seu Templo o Senhor que
procurais, o mensageiro da Aliança, que desejais[3].
Além disso, Maria compreendeu que Jesus devia ser conduzido ao Templo, não para
O resgatar como aos outros primogénitos, mas para ser oferecido a Deus em
verdadeiro sacrifício. Assim expressa a Carta aos Hebreus: entrando no mundo,
diz: "Não quiseste sacrifício nem oblação, mas formaste-Me um corpo; os
holocaustos e sacrifícios pelo pecado não Te agradaram. Então Eu disse: Eis-Me
que venho, segundo está escrito de Mim no rolo do livro, para fazer, ó Deus, a
Tua vontade"[4].
A apresentação de Jesus no Templo poder-se-ia comparar, de certo modo, ao
Ofertório do Sacrifício do Calvário, que a Missa tornaria presente em todos os
pontos do tempo e do espaço. Na preparação desse sacrifício, como depois na sua
realização no cume do Gólgota, estava reservado um lugar especial para a Mãe de
Jesus. Desde os primeiros momentos da Sua vida terrena, Jesus associa Maria ao
sacrifício redentor que tinha vindo cumprir.
A
APRESENTAÇÃO DE JESUS NO TEMPLO PODER-SE-IA COMPARAR, DE CERTO MODO, AO
OFERTÓRIO DO SACRIFÍCIO DO CALVÁRIO, QUE A MISSA TORNARIA PRESENTE EM TODOS OS
PONTOS DO TEMPO E DO ESPAÇO.
Esta
participação no mistério da Redenção foi, pouco a pouco, revelada à Virgem. O
anjo da Anunciação nada lhe tinha dito a este propósito, mas agora ser-lhe-á
comunicado pelas palavras de Simeão, um ancião justo e temente a Deus a quem
tinha sido revelado pelo Espírito Santo que não veria a morte sem ver primeiro
o Cristo do Senhor[5].
O
encontro entre a Virgem e ancião deve ter acontecido frente à porta de Nicanor,
por onde se acedia ao átrio dos israelitas. Naquele lugar situava-se um dos
sacerdotes encarregados de atender as mulheres que ofereciam o sacrifício por
si próprias e pelos seus filhos. Maria, acompanhada de José, pôs-se na fila.
Enquanto aguardava a sua vez, houve um acontecimento que encheu de assombro os
circunstantes. Um venerável ancião aproximou-se da fila. O seu rosto
resplandecia de alegria. Quando os pais levaram o Menino Jesus, para cumprirem
as prescrições da Lei a Seu respeito, Simeão tomou o Menino nos braços e louvou
a Deus, dizendo: "Agora, Senhor, conforme a Tua promessa, podes deixar o
teu servo partir em paz. Porque os meus olhos viram a Tua Salvação, que
preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do
Teu povo Israel"[6].
O
MESSIAS CUMPRIRIA A SUA MISSÃO POR MEIO DO SOFRIMENTO; E A MÃE FICAVA
MISTERIOSAMENTE ASSOCIADA À DOR DO FILHO.
Ao
ouvir estas palavras, apoderou-se de Maria e de José um sentimento de
admiração: o ancião Simeão confirmava-lhes o que o anjo lhes tinha comunicado
da parte de Deus. Mas, logo a seguir, aquele anúncio ensombrou a alegria: o
Messias cumpriria a Sua missão por meio do sofrimento; e a Mãe ficava
misteriosamente associada à dor do Filho. Simeão abençoou-os e disse a Maria,
Mãe do Menino: "Eis que este Menino vai ser causa de queda e elevação de
muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Quanto a Ti, uma espada
há-de atravessar-Te a alma. Assim serão revelados os pensamentos de muitos
corações"[7].
Também Ana, uma profetisa com mais de oitenta anos, se associou ao anúncio de
Simeão, pois chegou nesse instante, louvava a Deus e falava do Menino a todos
os que esperavam a libertação de Jerusalém[8].
Do
evangelho de São Lucas deduz-se que a Virgem apresentou Jesus só depois de
ouvir a profecia. Ofereceu pelo seu resgate um par de rolas ou dois pombinhos,
a oferenda dos pobres, em lugar do cordeiro prescrito na Lei de Moisés. No
entanto, à luz das palavras de Simeão, compreendeu — para além das aparências —
que Jesus era o verdadeiro Cordeiro que redimiria os homens dos seus pecados. E
que Ela, como Mãe, de um modo que não compreendia, estaria unida estreitamente
à sorte do seu Filho.[9]
A voz do Magistério
«Maria
é a Virgem oferente. No episódio da apresentação de Jesus no Templo[10]
a Igreja, guiada pelo Espírito Santo, descobriu, para além do cumprimento das
leis respeitantes à oblação do primogénito[11]
e à purificação da mãe[12]
um mistério "salvífico" relativo à história da Salvação,
precisamente: e em tal mistério realçou a continuidade da oferta fundamental
que o Verbo encarnado fez ao Pai, ao entrar no mundo[13]
viu nele proclamada a universalidade da Salvação, porque Simeão, ao saudar no
Menino a luz para iluminar as nações e a glória de Israel[14],
reconhecia n’Ele o Messias, o Salvador de todos; entendeu aí uma referência
profética à Paixão de Cristo: é que as palavras de Simeão, as quais uniam num
único vaticínio o Filho, "sinal de contradição"[15],
e a Mãe, a quem a espada haveria de trespassar a alma[16],
verificaram-se no Calvário. Mistério de salvação, portanto, que nos seus vários
aspectos, orienta o episódio da apresentação no Templo para o acontecimento
"salvífico" da Cruz.
Mas
a mesma Igreja, sobretudo a partir dos séculos da Idade Média, entreviu no
coração da Virgem Maria, que leva o Filho a Jerusalém "para o oferecer ao
Senhor"[17],
uma vontade oblativa, que transcendia o sentido ordinário do rito. Dessa
intuição temos um testemunho na afetuosa apóstrofe de São Bernardo:
"Oferece, Virgem santa, o teu Filho e apresenta ao Senhor o fruto bendito
do teu ventre. Sim! Oferece a hóstia santa e agradável a Deus, para
reconciliação de todos nós!"[18]
[19]
*
* *
«A
primeira pessoa que se une a Cristo no caminho da obediência, da fé provada e
do sofrimento partilhado é a sua mãe, Maria. O texto evangélico mostra-no-la no
gesto de oferecer o Filho: uma oferenda incondicional que a envolve em primeira
pessoa: Maria é a Mãe d’Aquele que é «glória do seu povo, Israel» e «luz que
ilumina as nações»[20].
E ela mesma, na sua alma imaculada, deverá ser trespassada pela espada do
sofrimento, mostrando assim que o seu papel na história da salvação não termina
no mistério da Encarnação, mas se completa na amorosa e dolorosa participação
na morte e na ressurreição do seu Filho. Levando o Filho a Jerusalém, a Virgem
Mãe oferece-o a Deus como verdadeiro Cordeiro que tira os pecados do mundo:
apresenta-o a Simeão e a Ana como anúncio de redenção; apresenta-o a todos como
luz para um caminho seguro pela via da verdade e do amor.
As
palavras que neste encontro vêm aos lábios do idoso Simeão – Os meus olhos
viram a tua salvação[21] – encontraram eco no coração da profetiza
Ana. Estas pessoas justas e piedosas, envolvidas pela luz de Cristo, podem
contemplar no Menino Jesus «a consolação de Israel»[22].
A sua expectativa transforma-se assim em luz que ilumina a história. Simeão é
portador de uma antiga esperança e o Espírito do Senhor fala ao seu coração:
por isso pode contemplar aquele que muitos profetas e reis tinham desejado ver,
Cristo, luz que ilumina as nações. Reconhece naquele Menino o Salvador, mas
intui no espírito que em seu redor se jogará o destino da humanidade, e que
deverá sofrer muito por parte de quantos o rejeitarão; proclama a sua identidade
e a missão de Messias com as palavras que formam um dos hinos da Igreja
nascente, do qual irradia toda a exultação comunitária e escatológica da
expectativa salvífica realizada. O entusiasmo é tão grande que viver e morrer
são a mesma coisa, e a «luz» e a «glória» tornam-se uma revelação universal»[23].
*
* *
«As
palavras do velho Simeão, anunciando a Maria a Sua participação na missão
salvífica do Messias, põem em evidência o papel da mulher no mistério da
redenção. Com efeito, Maria é não só uma pessoa individual, mas também a «filha
de Sião», a mulher nova que, ao lado do Redentor, partilha a Sua paixão e gera
no Espírito os filhos de Deus. Essa realidade é expressa pela imagem popular
das «sete espadas» que trespassam o coração de Maria. Essa representação
evidencia o profundo vínculo que existe entre a mãe, que se identifica com a
filha de Sião e com a Igreja, e o destino de sofrimento do Verbo encarnado.
Ao
entregar o Filho, há pouco recebido de Deus, para O consagrar à Sua missão de
salvação, Maria entrega-se também a si mesma a essa missão. Trata-se de um
gesto de participação interior, que não só é fruto do natural afecto materno,
mas exprime sobretudo o consentimento da mulher nova à obra redentora de
Cristo.
Na
sua intervenção, Simeão indica a finalidade do sacrifício de Jesus e do
sofrimento de Maria: estes acontecerão «a fim de se revelarem os pensamentos de
muitos corações»[24].
Jesus «sinal de contradição» [25]
que envolve a mãe no Seu sofrimento, conduzirá os homens a tomar posição
relativamente a Ele, convidando-os a uma decisão fundamental. Ele, com efeito,
«está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel»[26].
Maria
está, pois, unida ao Seu divino Filho com vista à obra da salvação. Existe
certamente o perigo de queda para quem rejeita Cristo, mas um efeito
maravilhoso da redenção é a levantar de muitos. Este simples anúncio acende uma
grande esperança nos corações, aos quais já testemunha o fruto do sacrifício.
Pondo
sob o olhar da Virgem estas perspectivas da salvação antes da oferta ritual,
Simeão parece sugerir a Maria que ela cumpra este gesto para contribuir no
resgate da humanidade. De facto, ele não fala com José nem de José: as suas
palavras dirigem-se a Maria, que ele associa ao destino do Filho (…).
A
conclusão do episódio da apresentação de Jesus no templo parece confirmar o
significado e o valor da presença feminina na economia da salvação. O encontro
com uma mulher, Ana, conclui estes momentos singulares, nos quais o Antigo
Testamento quase se entrega ao Novo».[27]
A
voz dos Padres da Igreja
«Do
mesmo modo que a Mãe de Deus e Virgem intacta susteve nos seus braços a Luz
verdadeira e a entregou aos que jaziam nas trevas, também nós, iluminados com a
Sua luz, e sustendo nas nossas mãos a luz que a todos ilumina, apressemo-nos a
sair ao encontro d’Aquele que é a Luz verdadeira.
Assim,
verdadeiramente veio a luz ao mundo[28]
e iluminou este mundo rodeado de trevas; e visitou-nos o Sol que vem do alto e
iluminou os que se encontravam nas trevas[29].
É este o nosso mistério. Por isso caminhamos segurando os círios, para
significar a Luz que nos iluminou e o esplendor futuro que esperamos receber
d’Ele. Corramos todos juntos ao encontro de Deus.
Veio
a luz verdadeira que ilumina todo o homem[30];
portanto, irmãos, deixemo-nos iluminar. Que todos sejamos participantes do seu
resplendor; que ninguém, encobrindo o seu resplendor, permaneça na noite, mas
que todos, resplandecentes e iluminados, vamos ao seu encontro para receber,
juntamente com o velho Simeão, aquela Luz clara e sempiterna. E todos,
participando da alegria do ancião, entoemos um cântico de acção de graças ao
Pai da luz, que nos enviou a Luz verdadeira, eliminou as trevas e nos fez a
todos resplandecentes.
Também
nós vimos por Ele o teu Salvador, que apresentaste diante de todos os povos[31],
a quem manifestaste para glória do novo Israel e sem dilação fomos libertados
do antigo pecado, do mesmo modo que Simeão, uma vez que tendo visto Cristo, foi
libertado das ataduras da vida presente.
Também
nós abraçámos a Cristo com a fé que nos vem de Belém; fomos constituídos Povo
de Deus, os que antes éramos gentios; vimos com os nossos olhos Deus feito
carne e, aceite nos braços do nosso espírito a presença visível de Deus, somos
o novo Israel».[32]
*
* *
«Simeão
não tinha ido ao templo por casualidade, mas movido pelo Espírito Santo: todos
os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus[33].
O Espírito Santo levou-o ao templo. Também tu, se queres abraçar Jesus e tê-lo
entre as tuas mãos, se desejas tornar-te digno de ser libertado da prisão, põe
todo o teu esforço em ser dirigido pelo Espírito e em vir ao templo de Deus.
Agora encontras-te no templo do Senhor Jesus, ou seja, na Sua Igreja; é este o
templo construído com pedras vivas[34].
Mas tu estás no templo do Senhor quando a tua vida e os teus costumes são
dignos do nome que designa a Igreja. Se vens ao templo movido pelo Espírito,
encontrarás Jesus Menino, acolhê-Lo-ás nos teus braços e dirás: agora, Senhor,
podes levar em paz deste mundo o teu servo, segundo a Tua palavra »[35].[36]
A
voz dos santos
«A
Lei antiga impunha dois preceitos, relativos ao nascimento dos filhos
primogénitos: um obrigava a mãe, pois ficava impura, a permanecer retirada na
sua casa por um período de quarenta dias, decorridos os quais ia purificar-se
no templo; o outro impunha aos pais a obrigação de levar o primogénito ao
templo para o oferecer ao Senhor. A Virgem Santíssima quis cumprir nesse dia um
e outro preceito.
É
verdade que Maria não estava obrigada à lei da purificação por ter permanecido
sempre virgem puríssima; mas amava com tão entranhável amor a humildade e a
obediência que, como as outras mães, quis apresentar-se no templo para se
purificar. Cumpriu também o segundo mandamento da lei apresentando o seu Filho
e oferecendo-o ao eterno Pai, como diz São Lucas: cumprido o tempo da
purificação da Mãe, segundo a lei de Moisés, levaram o Menino a Jerusalém para
O apresentar ao Senhor[37].
Mas a Virgem Maria ofereceu-O de modo muito diverso do que costumavam fazer as
outras mães ao oferecerem os seus filhos.
As
outras mães ofereciam os seus filhos, mas sabiam muito bem que esta oblação não
passava de uma mera cerimónia legal; pois, uma vez resgatados, recuperavam o
direito que tinham sobre eles, sem o temor de os terem depois que oferecer à
morte. Maria, pelo contrário, ofereceu realmente o seu Filho à morte e sabia
muito bem que o sacrifício que então fazia da vida de Jesus Cristo se havia de
consumar um dia na ara da Cruz; de maneira que, oferecendo a vida do seu Filho
pelo imenso amor que lhe tinha, Maria fez um perfeito holocausto de si mesma a
Deus»[38].
[1] Lc 2, 21
[2] Lc 2, 22-25
[3] Ml 3, 1
[4] Hb 10, 5-7
[5] Lc 2, 26
[6] Lc 2, 29-32
[7] Lc 2, 34-35
[8] Lc 2, 38
[9]
j. a. loarte
[10] cf. Lc 2,22-35,
[11] cf. Ex 13,11-16
[12] cf. Lv 12,68,
[13] cf. Hb 10,5-7;
[14] cf. Lc 2,32
[15] Lc 2,34
[16] cf. Lc 2,35
[17] cf. Lc 2,22
[18]
São Bernardo, Sermão na festa da Purificação, III, 2: PL183, 370
[20] cf. Lc 2, 32.34
[21] Lc 2, 30
[22] Lc 2, 25
[24] Lc 2, 35
[25] Lc 2, 34
[26] Lc 2, 34
[28] Jo 3, 19
[29] cfr. Lc 1, 78-79
[30] Jo 1, 9
[31] Lc 2, 30-31
[33] Rm 8, 14
[34] 1 Pe 2, 5
[35] Lc 2, 29
[37] Lc 2, 22
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