Ficaram também muito gravadas em nós,
entre muitas outras cenas do Evangelho, a clemência com a mulher adúltera, a
parábola do filho pródigo, a da ovelha perdida, a do devedor perdoado, a
ressurreição do filho da viúva de Naim. Quantas razões de justiça para explicar
este grande prodígio! Era o filho único daquela pobre viúva; era ele quem dava
sentido à sua vida; só ele poderia ajudá-la na sua velhice! Mas Cristo não faz
o milagre por justiça; fá-lo por compaixão, porque interiormente se comove
perante a dor humana.
Que segurança deve produzir-nos a
comiseração do Senhor! Se ele clamar por mim, ouvi-lo-ei, porque sou
misericordioso. É um convite, uma promessa que não deixará de cumprir.
Aproximemo-nos, pois, confiadamente do trono da graça a fim de alcançar
misericórdia e o auxílio da graça, no tempo oportuno. Os inimigos da nossa
santificação nada poderão, porque essa misericórdia de Deus nos defende. E se
caímos por nossa culpa e da nossa fraqueza, o Senhor socorre-nos e levanta-nos.
Tinhas aprendido a afastar a negligência, a afastar de ti a arrogância, a
adquirir piedade, a não ser prisioneiro das questões mundanas, a não preferir o
caduco ao eterno. Mas, como a debilidade humana não pode manter o passo
decidido num mundo resvaladiço, o bom médico indicou-te também os remédios
contra a desorientação e o juiz misericordioso não te negou a esperança do
perdão. (Cristo
que passa, 7)
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