Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
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Evangelho: Mt 21, 33-46
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Evangelho: Mt 21, 33-46
33 «Ouvi outra parábola: Havia um pai de família que plantou uma vinha,
e a cercou com uma sebe, e cavou nela um lagar e edificou uma torre; depois,
arrendou-a a uns vinhateiros, e ausentou-se daquela região. 34
Estando próxima a época da colheita, enviou os seus servos aos vinhateiros para
receberem os frutos da sua vinha. 35 Mas os vinhateiros, agarrando
os servos, feriram um, mataram outro, e a outro apedrejaram-no. 36
Enviou novamente outros servos em maior número do que os primeiros, e
fizeram-lhes o mesmo. 37 Por último enviou-lhes seu filho, dizendo:
“Hão-de respeitar o meu filho”. 38 Porém, os vinhateiros, vendo o
filho, disseram entre si: “Este é o herdeiro; vamos, matemo-lo, e ficaremos com
a herança”. 39 E, agarrando-o, puseram-no fora da vinha, e
mataram-no. 40 Quando, pois, vier o senhor da vinha, que fará
àqueles vinhateiros?». 41 Responderam-Lhe: «Matará sem piedade esses
malvados, e arrendará a sua vinha a outros vinhateiros que lhe paguem o fruto a
seu tempo». 42 Jesus disse-lhes: «Nunca lestes nas Escrituras: “A
pedra que os construtores rejeitaram tornou-se pedra angular; pelo Senhor foi
feito isto, e é coisa maravilhosa aos nossos olhos”? 43 Por isso vos
digo que vos será tirado o reino de Deus e será dado a um povo que produza os
seus frutos. 44 Quem cair sobre esta pedra far-se-á em pedaços, e
aquele sobre quem ela cair ficará esmagado». 45 Tendo os príncipes
dos sacerdotes e os fariseus ouvido as Suas parábolas, perceberam que falava
deles. 46 Procuravam prendê-l'O, mas tiveram medo do povo, porque
este O tinha como um profeta.
CARTA ENCÍCLICA
INSCRUTABILI DEI CONSILIO
DE SUA SANTIDADE O PAPA LEÃO XIII
A TODOS OS NOSSOS VENERÁVEIS
IRMÃOS, OS PATRIARCAS, PRIMAZES, ARCEBISPOS
E BISPOS DO ORBE CATÓLICO, EM GRAÇA E COMUNHÃO COM A SÉ
APOSTÓLICA
SOBRE OS MALES DA SOCIEDADE MODERNA,
SUAS CAUSAS E SEUS REMÉDIOS
Restauração
do Poder Temporal dos Papas
12. Se, pois, todas as esperanças da Itália
e do mundo inteiro estão colocadas nessa força, tão favorável ao bem e à
unidade de todos, de que goza a autoridade da Sé Apostólica, e nesse vínculo
tão estreito que une todos os fiéis ao Pontífice Romano, compreendemos que nada
devemos ter mais a peito do que conservar religiosamente intacta a dignidade da
Cátedra Romana e estreitar cada vez mais a união dos membros com a cabeça e a
dos filhos com seu Pai.
13. É por isso que, para manter antes de
tudo, tanto quanto está em Nosso poder, os direitos da liberdade desta Santa
Sé, jamais cessaremos de combater para conservar à nossa autoridade a
obediência que lhe é devida, para afastar os obstáculos que impedem a plena
liberdade do Nosso ministério e do Nosso poder, e para conseguir o retorno
àquele estado de coisas em que os desígnios da Divina Sabedoria haviam outrora
colocado os Pontífices Romanos. E não é, Veneráveis Irmãos, nem por espírito de
ambição, nem por desejo de domínio que somos impelidos a pedir esse retorno;
mas sim pelos deveres do Nosso cargo e pelos compromissos religiosos do
juramento que Nos liga: ademais, somos a isso impelido não somente pela
consideração de que esse principado Nos é necessário para defender e conservar
a plena liberdade do poder espiritual, como ainda porque tem sido plenamente
verificado que, quando se trata do Principado temporal da Sé Apostólica, é a
própria causa do bem público e da salvação de toda a sociedade humana que está
em questão. Daí se segue que, em razão do dever do Nosso cargo, que nos obriga
a defender os direitos da Santa Igreja, não Nos podemos dispensar de renovar e
de continuar nesta carta as declarações e os protestos que o Nosso predecessor
Pio IX, de santa memória, várias vezes formulou e renovou, tanto contra a
ocupação do poder temporal como contra a violação dos direitos da Igreja
Romana. Volvemos ao mesmo tempo Nossa voz para os príncipes e para os chefes
supremos dos povos e instantemente lhes suplicamos, pelo augusto nome do Deus
poderosíssimo, não repelirem o auxilio que a Igreja lhes oferece em momento tão
necessário, cercarem amistosamente, como de desvelos unânimes, esta fonte de
autoridade e de salvação, e a ela se prenderem cada vez mais pelos laços de um
amor estreito e de um profundo respeito. Faça o céu que eles reconheçam a
verdade de tudo o que havemos dito, e se persuadam de que a doutrina de Jesus
Cristo, como dizia Santo Agostinho, é a grande salvação do país quando as
pessoas conformam a ela seus atos (Ep. 138)! Possam eles compreender que a sua
segurança e tranquilidade, tanto como a segurança e a tranquilidade públicas,
dependem da conservação da Igreja e da obediência que lhes prestarem, e aplicar
então todos os seus pensamentos e todos os seus cuidados a fazer desaparecer os
males de que a Igreja e seu Chefe visível são afligidos! Possa daí, enfim,
resultar que os povos que eles governam entrem na trilha da justiça e da paz, e
gozem de uma era feliz de prosperidade e de glória.
Fidelidade
à Santa Sé Apostólica
14. Querendo também, em seguida, manter
cada vez mais estreita a concórdia entre todo o rebanho católico e seu Pastor
supremo, com afeto particular aqui Vos concitamos, Veneráveis Irmãos, e vos
exortamos calorosamente a, pelo Vosso zelo sacerdotal e pela Vossa vigilância
pastoral, inflamardes do amor da religião os fiéis que Vos são confiados, a fim
de que eles se prendam cada vez mais estreitamente a esta Cátedra de verdade e
de justiça, a fim de que aceitem todos a doutrina dela com a mais profunda submissão
de espírito e de vontade, e a fim de que rejeitem, enfim, absolutamente todas
as opiniões, mesmo as mais difundidas, que souberem ser contrárias aos
ensinamentos da Igreja. Sobre este assunto, os Pontífices Romanos Nossos
predecessores, e em particular Pio IX, de santa memória, sobretudo no concilio
do Vaticano, tendo incessantemente diante dos olhos estas palavras de S. Paulo:
Vede que ninguém vos engane por meio da filosofia ou de um vão artifício que
seja segundo a tradição dos homens ou segundo os elementos do mundo, e não
segundo Jesus Cristo (Col 2, 8), todas as vezes que se tornou necessário não
descuraram reprovar os erros que irrompiam e fulminá-los com as censuras
apostólicas. Nós também, seguindo as pegadas dos Nossos predecessores, confirmamos
e renovamos todas essas condenações do alto desta Sé Apostólica de verdade, e
ao mesmo tempo pedimos vivamente ao Pai das luzes faça com que todos os fiéis,
inteiramente unidos num mesmo sentimento e numa mesma crença, pensem e falem
absolutamente como Nós. O Vosso dever, Veneráveis Irmãos, é empregardes os
Vossos desvelos assíduos em espalhar ao longe no campo do Senhor a semente das
celestes doutrinas, e em fazer penetrar oportunamente na mente dos fiéis os
princípios da fé católica, para que lancem nela profundas raízes e nela se
conservem ao abrigo do contágio dos erros. Quanto maiores esforços fazem os
inimigos da religião para ensinar aos homens sem instrução, e sobretudo aos
jovens, princípios que lhes obscurecem a mente e corrompem o coração, tanto
mais é precioso trabalhar ardentemente não só para fazer prosperar um hábil e
sólido método de educação, mas sobretudo para não se apartar da fé católica, no
ensino das letras e das ciências e em particular da filosofia, da qual depende
em grande parte a verdadeira direção das outras ciências, e que, longe de
tender a derrubar a divina revelação, pelo contrário, se alegra de lhe aplanar
o caminho e de defendê-la contra os seus assaltantes, como pelo exemplo e pelos
escritos no-lo ensinaram o grande Agostinho e o Doutor Angélico, e todos os
demais mestres da sabedoria cristã.
Reforma
do Lar cristão
15. Todavia, necessário se torna que, para
ser uma garantia da verdadeira fé e da religião, e uma salvaguarda da
integridade dos costumes, essa excelente educação da juventude comece no
próprio interior da família, dessa família que, infelizmente perturbada nos
tempos atuais, só pode recuperar a sua liberdade por essas leis que o próprio
divino Autor lhe fixou ao instituí-la na Igreja. Jesus Cristo, com efeito, elevando
à dignidade de sacramento a aliança do matrimônio, que Ele quis fazer servir a
simbolizar a sua união com a Igreja, não somente tornou mais santa a ligação
dos esposos, como também preparou tanto aos pais como aos filhos meios
eficacíssimos próprios para lhes facilitar, pela observância dos seus deveres
recíprocos, a obtenção da felicidade temporal e eterna.
16. Infelizmente, depois que leis ímpias e
sem nenhum respeito pela santidade desse grande sacramento o rebaixaram à mesma
categoria dos contratos civis, tem sucedido que, profanando a dignidade do
matrimônio cristão, cidadãos tenham adotado o concubinato legal ao invés das
núpcias religiosas; esposos têm descurado os deveres da fé que se haviam
prometido, filhos têm recusado aos pais a obediência e o respeito que lhes
deviam, os laços da caridade doméstica têm-se afrouxado, e, o que é bem triste
exemplo e mui prejudicial aos costumes públicos, a um amor insensato
muitíssimas vezes têm sucedido separações funestas e perniciosas. Impossível é,
Veneráveis Irmãos, que a vista dessa miséria e dessas calamidades lamentáveis
não excite o Vosso zelo e não nos induza a, com cuidado e sem tréguas, exortar
os fiéis confiados à Vossa guarda a prestarem ouvido dócil aos ensinamentos que
se relacionam com a santidade do matrimônio cristão, e a obedecerem às leis da
Igreja que regulam os deveres dos esposos e dos filhos.
Reforma
dos costumes públicos
17. Assim é que conseguireis essa reforma
tão desejável dos costumes e do modo de viver de cada homem em particular,
porquanto, assim como de um tronco apodrecido não podem brotar senão galhos
estragados e frutos pecos, assim também por um triste contágio essa funesta
chaga que corrompe as famílias estende-se a todos os cidadãos e torna-se um mal
e um defeito comum. Ao contrário, uma vez moldada a sociedade doméstica a uma
forma de vida cristã, cada membro se acostumará pouco a pouco a amar a religião
e a piedade, a detestar as falsas e perniciosas doutrinas, a praticar a
virtude, a obedecer aos seus superiores e a reprimir essa procura insaciável do
interesse puramente privado que tão profundamente abaixa e enerva a natureza
humana. Um bom meio para realizar este objetivo será dirigir e incentivar essas
pias associações que, mormente nestes tempos de agora, têm sido mais
particularmente instituídas para favorecer os interesses católicos.
18. Em verdade, Veneráveis Irmãos, grandes
coisas, coisas mesmo superiores às forças humanas são as que Nós assim
abraçamos com os Nossos votos e com as Nossas esperanças; mas, como Deus fez as
nações do mundo curáveis e fundou a sua Igreja para a salvação dos povos,
prometendo assisti-la até à consumação dos séculos, temos a firme confiança de
que o gênero humano, ferido por tantos males e calamidades, graças aos Vossos
esforços acabará buscando a salvação e a prosperidade na submissão à Igreja e
no magistério infalível desta Cátedra Apostólica.
CONCLUSÃO
Regozijo
pela união e concórdia entre Bispos
19. E agora, Veneráveis Irmãos, antes de
encerrarmos esta carta, sentimos a necessidade de participar-vos a Nossa
alegria ao vermos a união admirável e a concórdia que reinam entre Vós e Vos
unem tão perfeitamente a esta Sé Apostólica, e em verdade ficamos persuadidos
de que essa perfeita união é não somente um baluarte inexpugnável contra os
assaltos dos inimigos, mas é ainda um presságio feliz e próspero de tempos
melhores para a Igreja; ela proporciona um grande alívio à Nossa fraqueza, e
levanta, assim, de maneira feliz o Nosso espírito, ajudando-Nos a sustentar com
ardor, no difícil múnus que havemos recebido, todas as fadigas e todos os
combates pela Igreja de Deus.
Agradecimento
pelas declarações de amor e obediência
20. Também não podemos separar dessas
causas de esperanças e de alegria que acabamos de Vos manifestar, essas
declarações de amor e de obediência que, nestes primórdios do Nosso
pontificado, Vós, Veneráveis Irmãos, haveis formulado à Nossa humilde pessoa, e
que também Nos têm sido feitas por tantos eclesiásticos e fiéis, provando assim
pelas cartas enviadas, pelas larguezas recolhidas, pelas peregrinações
realizadas e por tantas outras provas de piedade, que essa devoção e essa
caridade que eles não haviam cessado de testemunhar ao Nosso digno Predecessor
permaneceram tão firmes, tão estáveis e tão íntegras, que se não arrefeceram à
vinda de um sucessor tão pouco digno dessa herança. À vista de testemunhos tão
esplêndidos da fé católica, devemos humildemente confessar que o Senhor é bom e
benevolente, e a Vós, Veneráveis Irmãos, e a todos esses filhos queridos de quem
as havemos recebido, exprimimos os numerosos e profundos sentimentos de
gratidão que inundam o nosso coração, cheios de confiança de que, na angústia e
nas dificuldades dos tempos atuais, o Vosso zelo e o Vosso amor, bem como os
dos fiéis, jamais Nos faltarão. Tão pouco duvidamos de que esses notáveis
exemplos de piedade filial e de virtude cristã contribuam poderosamente para
tocar o coração do Deus misericordiosíssimo, e para o fazer deitar um olhar de
benevolência sobre o seu rebanho e conceder à Igreja a paz e a vitória. E, como
estamos convencido de que essa paz e essa vitória Nos serão mais pronta e mais
facilmente concedidas se os fiéis dirigirem constantemente a Deus preces e
votos para lhas pedir, vivamente Vos exortamos, Veneráveis Irmãos, a excitardes
com esse fim o zelo dos fiéis, concitando-os a empregarem como mediadora junto
a Deus a Imaculada Rainha dos Céus, e como intercessores S. José, padroeiro
celeste da Igreja, e os santos apóstolos Pedro e Paulo, a cujo poderoso
patrocínio recomendamos a nossa humilde pessoa, todas as ordens da hierarquia
eclesiástica, e todo o rebanho do Senhor.
Votos
e bênção Apostólica
21. Finalmente, desejamos que estes dias em
que festejamos o solene aniversário da ressurreição de Jesus Cristo sejam, para
Vós e para todo o rebanho do Senhor, felizes, salutares e cheios de santa
alegria, pedindo a Deus, que é tão bom, apague as faltas que havemos cometido e
nos faça misericordiosamente remissão da pena que elas Nos mereceram, e isso
pela virtude desse Sangue do Cordeiro imaculado que apague a sentença lavrada
contra nós (Col 2, 14).
22. A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, a
caridade de Deus e a comunicação do Espírito Santo sejam com todos vós (2 Cor
13, 13), Veneráveis Irmãos, e é de todo coração que, a Vós e a cada um em
particular, bem como aos Nossos caros filhos o clero e os fiéis de vossas
Igrejas, concedemos a bênção apostólica como penhor da Nossa especial
benevolência e como presságio da proteção celeste.
Dado em Roma, junto a S. Pedro, no
dia solene de Páscoa, a 21 de Abril do ano de 1878, primeiro ano do Nosso
Pontificado.
LEÃO XIII, PAPA
(Nota: Revisão da tradução
portuguesa por ama)
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