A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A.
O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
Para ver, clicar SFF.
O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
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Evangelho: Mt 19, 16-30
16
Aproximando-se d'Ele um jovem, disse-Lhe: «Mestre, que hei-de fazer de bom para
alcançar a vida eterna?». 17 Jesus respondeu-lhe: «Porque me
interrogas acerca do que é bom? Um só é bom. Porém, se queres entrar na vida
eterna, guarda os mandamentos». 18 «Quais?», perguntou ele. Jesus
disse: «Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás
falso testemunho, 19 honra teu pai e tua mãe, e ama o teu próximo
como a ti mesmo». 20 Disse-Lhe o jovem: «Tenho observado tudo isso.
Que me falta ainda?». 21 Jesus disse-lhe: «Se queres ser perfeito,
vai, vende o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; depois vem
e segue-Me». 22 O jovem, porém, tendo ouvido estas palavras,
retirou-se triste, porque tinha muitos bens. 23 Jesus disse a Seus
discípulos: «Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no Reino dos
Céus. 24 Digo-vos mais: É mais fácil passar um camelo pelo fundo de
uma agulha, que entrar um rico no Reino dos Céus». 25 Os discípulos,
ouvidas estas palavras, ficaram muito admirados, dizendo: «Quem poderá, então,
salvar-se?». 26 Porém, Jesus, olhando para eles, disse-lhes: «Aos
homens isto é impossível, mas a Deus tudo é possível». 27 Então
Pedro, tomando a palavra, disse-Lhe: «Eis que abandonámos tudo e Te seguimos;
qual será a nossa recompensa?». 28 Jesus disse-lhes: «Em verdade vos
digo que, no dia da regeneração, quando o Filho do Homem estiver sentado no
trono da Sua glória, vós, que Me seguistes, também estareis sentados sobre doze
tronos, e julgareis as doze tribos de Israel. 29 E todo aquele que
deixar a casa, ou os irmãos ou irmãs, ou o pai ou a mãe, ou os filhos, ou os
campos, por causa do Meu nome, receberá cem vezes mais e possuirá a vida eterna.
30 Muitos dos primeiros serão os últimos, e muitos dos últimos serão
os primeiros.
CARTA ENCÍCLICA
«RERUM NOVARUM»
DO SUMO PONTÍFICE
PAPA LEÃO XIII
A TODOS OS NOSSOS
VENERÁVEIS
IRMÃOS, OS
PATRIARCAS, PRIMAZES, ARCEBISPOS
E BISPOS DO ORBE
CATÓLICO, EM GRAÇA E COMUNHÃO
COM A SÉ APOSTÓLICA
SOBRE A CONDIÇÃO
DOS OPERÁRIOS
A família e o Estado
6.
Entretanto, esses direitos, que são inatos a cada homem considerado
isoladamente, apresentam-se mais rigorosos ainda, quando se consideram nas suas
relações e na sua conexão com os deveres da vida doméstica. Ninguém põe em
dúvida que, na escolha dum género de vida, seja lícito cada um seguir o
conselho de Jesus Cristo sobre a virgindade, ou contrair um laço conjugal.
Nenhuma lei humana poderia apagar de qualquer forma o direito natural e
primordial de todo o homem ao casamento, nem circunscrever o fim principal para
que ele foi estabelecido desde a origem: «Crescei e multiplicai-vos»
[1].
Eis, pois, a família, isto é, a sociedade doméstica, sociedade muito pequena
certamente, mas real e anterior a toda a sociedade civil, à qual, desde logo,
será forçosamente necessário atribuir certos direitos e certos deveres
absolutamente independentes do Estado. Assim, este direito de propriedade que
Nós, em nome da natureza, reivindicamos para o indivíduo, é preciso agora
transferi-lo para o homem constituído chefe de família. Isto não basta:
passando para a sociedade doméstica, este direito adquire aí tanto maior força
quanto mais extensão lá recebe a pessoa humana.
A
natureza não impõe somente ao pai de família o dever sagrado de alimentar e
sustentar seus filhos; vai mais longe. Como os filhos reflectem a fisionomia de
seu pai e são uma espécie de prolongamento da sua pessoa, a natureza
inspira-lhe o cuidado do seu futuro e a criação dum património que os ajude a
defender-se, na perigosa jornada da vida, contra todas as surpresas da má
fortuna. Mas, esse património poderá ele criá-lo sem a aquisição e a posse de
bens permanentes e produtivos que possam transmitir-lhes por via de herança?
Assim
como a sociedade civil, a família, conforme atrás dissemos, é uma sociedade
propriamente dita, com a sua autoridade e o seu governo paterno, é por isso que
sempre indubitavelmente na esfera que lhe determina o seu fim imediato, ela
goza, para a escolha e uso de tudo o que exigem a sua conservação e o exercício
duma justa independência, de direitos pelo menos iguais aos da sociedade civil.
Pelo menos iguais, dizemos Nós, porque a sociedade doméstica tem sobre a
sociedade civil uma prioridade lógica e uma prioridade real, de que participam
necessariamente os seus direitos e os seus deveres. E se os indivíduos e as
famílias, entrando na sociedade, nela achassem, em vez de apoio, um obstáculo,
em vez de protecção, uma diminuição dos seus direitos, dentro em pouco a
sociedade seria mais para se evitar do que para se procurar.
Querer,
pois, que o poder civil invada arbitrariamente o santuário da família, é um
erro grave e funesto. Certamente, se existe algures uma família que se encontre
numa situação desesperada, e que faça esforços vãos para sair dela, é justo
que, em tais extremos, o poder público venha em seu auxílio, porque cada
família é um membro da sociedade. Da mesma forma, se existe um lar doméstico
que seja teatro de graves violações dos direitos mútuos, que o poder público
intervenha para restituir a cada um os seus direitos. Não é isto usurpar as
atribuições dos cidadãos, mas fortalecer os seus direitos, protegê-los e
defendê-los como convém. Todavia, a acção daqueles que presidem ao governo
público não deve ir mais além; a natureza proíbe-lhes ultrapassar esses limites.
A autoridade paterna não pode ser abolida, nem absorvida pelo Estado, porque
ela tem uma origem comum com a vida humana. «Os filhos são alguma coisa de seu
pai»; são de certa forma uma extensão da sua pessoa, e, para falar com justiça,
não é imediatamente por si que eles se agregam e se incorporam na sociedade
civil, mas por intermédio da sociedade doméstica em que nasceram. Porque os
«filhos são naturalmente alguma coisa de seu pai... devem ficar sob a tutela
dos pais até que tenham adquirido o livre arbítrio» [2].
Assim, substituindo a providência paterna pela providência do Estado, os
socialistas vão contra a justiça natural e quebram os laços da família.
O comunismo, princípio de
empobrecimento
7.
Mas, além da injustiça do seu sistema, vêem-se bem todas as suas funestas
consequências, a perturbação em todas as classes da sociedade, uma odiosa e
insuportável servidão para todos os cidadãos, porta aberta a todas as invejas,
a todos os descontentamentos, a todas as discórdias; o talento e a habilidade privados
dos seus estímulos, e, como consequência necessária, as riquezas estancadas na
sua fonte; enfim, em lugar dessa igualdade tão sonhada, a igualdade na nudez,
na indigência e na miséria. Por tudo o que Nós acabamos de dizer, se compreende
que a teoria socialista da propriedade colectiva deve absolutamente repudiar-se
como prejudicial àqueles membros a que se quer socorrer, contrária aos direitos
naturais dos indivíduos, como desnaturando as funções do Estado e perturbando a
tranquilidade pública. Fique, pois, bem assente que o primeiro fundamento a
estabelecer por todos aqueles que querem sinceramente o bem do povo é a
inviolabilidade da propriedade particular. Expliquemos agora onde convém
procurar o remédio tão desejado.
A Igreja e a questão social
8.
É com toda a confiança que Nós abordamos este assunto, e em toda a plenitude do
Nosso direito; porque a questão de que se trata é de tal natureza, que, se não
apelamos para a religião e para a Igreja, é impossível encontrar-lhe uma
solução eficaz. Ora, como é principalmente a Nós que estão confiadas a
salvaguarda da religião e a dispensação do que é do domínio da Igreja,
calarmo-nos seria aos olhos de todos trair o Nosso dever. Certamente uma
questão desta gravidade demanda ainda de outros a sua parte de actividade e de
esforços; isto é, dos governantes, dos senhores e dos ricos, e dos próprios
operários, de cuja sorte se trata. Mas, o que Nós afirmamos sem hesitação, é a
inanidade da sua acção fora da Igreja. E a Igreja, efectivamente, que haure no
Evangelho doutrinas capazes de pôr termo ao conflito ou ao menos de o suavizar,
expurgando-o de tudo o que ele tenha de severo e áspero; a Igreja, que se não
contenta em esclarecer o espírito de seus ensinos, mas também se esforça em
regular, de harmonia com eles a vida e os costumes de cada um; a Igreja, que,
por uma multidão de instituições eminentemente benéficas, tende a melhorar a
sorte das classes pobres; a Igreja, que quer e deseja ardentemente que todas as
classes empreguem em comum as suas luzes e as suas forças para dar à questão
operária a melhor solução possível; a Igreja, enfim, que julga que as leis e a
autoridade pública devem levar a esta solução, sem dúvida com medida e com
prudência, a sua parte do consenso.
Não luta, mas concórdia das classes
9.
O primeiro princípio a pôr em evidência é que o homem deve aceitar com
paciência a sua condição: é impossível que na sociedade civil todos sejam
elevados ao mesmo nível. É, sem dúvida, isto o que desejam os Socialistas; mas
contra a natureza todos os esforços são vãos. Foi ela, realmente, que
estabeleceu entre os homens diferenças tão multíplices como profundas;
diferenças de inteligência, de talento, de habilidade, de saúde, de força;
diferenças necessárias, de onde nasce espontaneamente a desigualdade das
condições. Esta desigualdade, por outro lado, reverte em proveito de todos,
tanto da sociedade como dos indivíduos; porque a vida social requer um
organismo muito variado e funções muito diversas, e o que leva precisamente os
homens a partilharem estas funções é, principalmente, a diferença das suas
respectivas condições.
Pelo
que diz respeito ao trabalho em particular, o homem, mesmo no estado de
inocência, não era destinado a viver na ociosidade, mas, ao que a vontade teria
abraçado livremente como exercício agradável, a necessidade lhe acrescentou,
depois do pecado, o sentimento da dor e o impôs como uma expiação: «A terra
será maldita por tua causa; é pelo trabalho que tirarás com que alimentar-te
todos os dias da vida» [3].
O mesmo se dá com todas as outras calamidades que caíram sobre o homem: neste
mundo estas calamidades não terão fim nem tréguas, porque os funestos frutos do
pecado são amargos, acres, acerbos, e acompanham necessariamente o homem até ao
derradeiro suspiro. Sim, a dor e o sofrimento são o apanágio da humanidade, e
os homens poderão ensaiar tudo, tudo tentar para os banir; mas não o
conseguirão nunca, por mais recursos que empreguem e por maiores forças que
para isso desenvolvam. Se há quem, atribuindo-se o poder fazê-lo, prometa ao
pobre uma vida isenta de sofrimentos e de trabalhos, toda de repouso e de
perpétuos gozos, certamente engana o povo e lhe prepara laços, onde se ocultam,
para o futuro, calamidades mais terríveis que as do presente. O melhor partido
consiste em ver as coisas tais quais são, e, como dissemos, em procurar um
remédio que possa aliviar os nossos males.
O
erro capital na questão presente é crer que as duas classes são inimigas natas
uma da outra, como se a natureza tivesse armado os ricos e os pobres para se combaterem
mutuamente num duelo obstinado. Isto é uma aberração tal, que é necessário
colocar a verdade numa doutrina contrariamente oposta, porque, assim como no
corpo humano os membros, apesar da sua diversidade, se adaptam maravilhosamente
uns aos outros, de modo que formam um todo exactamente proporcionado e que se
poderá chamar simétrico, assim também, na sociedade, as duas classes estão
destinadas pela natureza a unirem-se harmoniosamente e a conservarem-se
mutuamente em perfeito equilíbrio. Elas têm imperiosa necessidade uma da outra:
não pode haver capital sem trabalho, nem trabalho sem capital.
A
concórdia traz consigo a ordem e a beleza; ao contrário, dum conflito perpétuo
só podem resultar confusão e lutas selvagens. Ora, para dirimir este conflito e
cortar o mal na sua raiz, as Instituições possuem uma virtude admirável e
múltipla.
E,
primeiramente, toda a economia das verdades religiosas, de que a Igreja é
guarda e intérprete, é de natureza a aproximar e reconciliar os ricos e os
pobres, lembrando às duas classes os seus deveres mútuos e, primeiro que todos
os outros, os que derivam da justiça.
(Nota: Revisão da tradução portuguesa
por ama)
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