Tempo comum I Semana |
40 Foi ter com Ele um leproso que,
suplicando e pondo-se de joelhos, Lhe disse: «Se quiseres podes limpar-me». 41
Jesus, compadecido dele, estendeu a mão e, tocando-o, disse-lhe: «Quero, fica
limpo». 42 Imediatamente desapareceu dele a lepra e ficou limpo. 43
E logo mandou-o embora, dizendo-lhe com tom severo: 44 «Guarda-te de
o dizer a alguém, mas vai, mostra-te ao sacerdote, e oferece pela purificação o
que Moisés ordenou, para que lhes sirva de testemunho». 45 Ele,
porém, retirando-se, começou a contar e a divulgar o sucedido, de modo que
Jesus já não podia entrar abertamente numa cidade, mas ficava fora nos lugares
desertos, e de toda a parte vinham ter com Ele.
Comentários:
«suspirando
profundamente»... S. Marcos com o seu gosto pelos detalhes deixou quis que
constasse no Evangelho esta reacção de Jesus ao arrazoado dos fariseus e
saduceus. De facto, falando humanamente
'esta gente faria perder a cabeça a um santo' e só alguém como o Senhor poderia
manter a disposição de aceitar dialogar com tal gente. A única manifestação que
Jesus Se permite é 'suspirar profundamente'.
Que exemplo para nós e para a nossa impaciência e falta
de ânimo para atender os inoportunos e maçadores que por vezes nos assediam com
as suas questiúnculas e opiniões retorcidas, tendenciosas e, numa palavra,
'insuportáveis'.
Talvez que a 'melhor resposta' e a 'melhor atitude' seja
exactamente essa: seguir - ou tentar seguir - o exemplo que o Senhor nos dá sendo
cordatos e pacientes.
Com tal conseguiremos, pelo menos, duas coisas:
mortificar a nossa vontade e carácter e não afastar ninguém do nosso convívio.
Ambas têm muito mérito; a primeira para a nossos esforços
de melhoria pessoal, a segunda para abrir um caminho a uma relação mais
estreita com esses que, em princípio, não a desejam.
Assim teremos oportunidades de praticar um apostolado
como convém, de amizade, de 'tu a tu' e, os frutos serão sempre muito mais
abundantes que o que podemos imaginar.
(AMA, comentário sobre Mc 1, 40-45, 2012.02.13)
Já publicados:
Ele toca o leproso! Não Se contenta em curá-lo tem esse
gesto de carinhoso cuidado, quase de que usamos com os íntimos: tocamo-los como
que a transmitir, a estabelecer uma união, a cimentar uma atitude.
Nem a lepra afasta Jesus do contacto com o homem quando
este o procura para ser curado.
O arrependimento sincero, profundamente sentido, também
leva Jesus a tocar-nos intimamente e a limpar-nos da lepra do pecado.
Por mais 'alastrada' e repugnante que esta esteja, Jesus
não Se afasta nem nos afasta para nos curar, não de longe, que já seria muito,
mas na proximidade e no íntimo do nosso ser.
(ama,
comentário sobre Mc 1, 40-45, 2012.02.12)
Aqui está o Reino de Deus que Jesus
Cristo anuncia: Um Reino próximo dos homens por mais miseráveis que possam
apresentar-se. Tocou-o com a mão! Podia tê-lo curado de longe, como fará com
outros dez leprosos, mas não, quis tocá-lo com a Sua própria mão. Cristo não se
afasta do homem, mesmo quando coberto com a lepra de muitos pecados; espera-o,
acolhe-o, toca-o com a Sua mão divina e dá-lhe, assim, vida nova e limpa para
que recomece a viver.
(ama,
Comentário, Mc 2, 40-45, 2007.01.08)
Há algo de maravilhoso neste trecho do
Evangelho de São Marcos! A ternura compassiva de Jesus pelos mais desgraçados e
banidos da sociedade como este leproso: Tocou-o com a mão!
Adivinha-se a surpresa dos
circunstantes e do próprio leproso, habituado como estaria a que as pessoas
fugissem ao seu contacto. Jesus toca-o com a Sua mão! É um gesto que há-de
repetir inúmeras vezes ao longo da Sua vida pública dando uma lição de amor
autêntico pelo próximo mais necessitado e abandonado. É o samaritano que se
detém no caminho e lava as feridas daquele pobre homem que os salteadores
tinham deixado maltratado e meio morto.
Quando a vida nos puser, eventualmente,
em face de algo semelhante, havemos de vencer a natural repulsa se
considerar-mos que, de facto, esses a quem assistimos, são Ele, que também, foi
colocado nos braços de Sua Mãe, morto, sujo, ensanguentado, com feridas e
chagas por todo o corpo, o cabelo emaranhado na coroa de espinhos, a face
esquálida lívida de escarros e bofetões, um destroço humano digno do maior e mais
profundo dó.
(ama, Comentário, Mc 2, 40-45,
2010.12.17)
«Si
vis potes me mundare – se quiseres podes limpar-me», esta declaração do
leproso lavrou a sua cura. Foi “direita” ao Coração Misericordioso de Cristo a
confirmação da fé do pobre homem no Seu poder divino.
Como podia recusar-lhe o que pedia?
Se Jesus exerce o Seu poder mesmo
quando não Lho solicitam – como no caso do filho da viúva em Naim – porque o
Seu Coração se enternece e emociona com as doenças e limitações o homem, como
não dará o que Lhe pedem com tanta fé e absoluta confiança?
Esta compaixão que Cristo manifesta de
forma tão expressiva e – diria – inusitada ao tocar o leproso com a mão tem
forçosamente de levar-nos a pensar muito no nosso próprio comportamento e
atitude para com os mais desfavorecidos, doentes e miseráveis. De facto…
lembramo-nos que são nossos irmãos, filhos de Deus, dignos da nossa estima e
respeito ou, ao contrário, não conseguimos vencer uma certa repulsa que nos
leva a afastar-nos do seu contacto?
(ama, comentário sobre Mc 1, 40-45,
2011.12.16)
«suplicando
e pondo-se de joelhos».
Para pedir algo a alguém, tem-se a atitude de
reverência que, aquele que nos pode dar o que pedimos, nos impele.
Ora, quando pedimos algo a Deus que atitude
devemos ter?
De joelhos, pois claro, como este leproso,
porque, também nós ostentamos a lepra do pecado e estamos a pedir algo ao Único
que o pode perdoar.
(ama, comentário sobre Mc 1, 40-45,
2012.01.12)
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