A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
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Enquanto todos admiravam as coisas que fazia, Jesus disse
aos discípulos: 44 «Fixai bem estas palavras: O Filho do Homem está
para ser entregue nas mãos dos homens». 45 Eles, porém, não
entendiam esta linguagem; era-lhes tão obscura que não a compreendiam; e tinham
medo de O interrogar acerca dela. 46 Começaram a discutir entre si
sobre qual deles era o maior. 47 Jesus, vendo os pensamentos do seu
coração, tomou pela mão uma criança, pô-la junto de Si, 48 e
disse-lhes: «Aquele que receber esta criança em Meu nome, a Mim recebe; e quem
Me receber, recebe Aquele que Me enviou. Porque quem de entre vós é o menor,
esse é o maior». 49 João, tomando a palavra, disse: «Mestre, nós
vimos um que expulsava os demónios em Teu nome e lho proibimos, porque não anda
connosco». 50 Jesus respondeu-lhe: «Não lho proibais, porque quem
não é contra vós é por vós». 51
Aconteceu que, aproximando-se o tempo da Sua partida deste mundo, dirigiu-Se
resolutamente para Jerusalém, 52 e enviou adiante de Si mensageiros,
que entraram numa aldeia de samaritanos para Lhe prepararem pousada. 53
Não O receberam, por dar mostras de que ia para Jerusalém. 54 Vendo
isto, os Seus discípulos Tiago e João disseram: «Senhor, queres que digamos que
desça fogo do céu que os consuma?». 55 Ele, porém, voltando-Se para
eles, repreendeu-os. 56 E foram para outra povoação. 57
Indo eles pelo caminho, veio um homem que Lhe disse: «Seguir-Te-ei para onde
quer que fores». 58 Jesus respondeu-lhe: «As raposas têm suas tocas
e as aves do céu têm seus ninhos, porém, o Filho do Homem não tem onde reclinar
a cabeça». 59 A um outro disse: «Segue-Me». Mas ele disse: «Senhor,
permite-me que eu vá primeiro sepultar meu pai». 60 Mas Jesus
replicou: «Deixa que os mortos sepultem os seus mortos; tu vai anunciar o reino
de Deus». 61 Um outro disse-Lhe: «Senhor, seguir-Te-ei, mas permite
que vá primeiro dizer adeus aos de minha casa». 62 Jesus
respondeu-lhe: «Ninguém que, depois de ter metido a mão no arado olha para
trás, é apto para o reino de Deus».
CARTA
ENCÍCLICA
ECCLESIAM SUAM
DO
SUMO PONTÍFICE PAPA PAULO VI
AOS
VENERÁVEIS IRMÃOS
PATRIARCAS,
PRIMAZES, ARCEBISPOS, BISPOS
E
A TODOS OS ORDINÁRIOS DO LUGAR
AO
CLERO E AOS FIÉIS DE TODO O MUNDO
E
A TODOS OS HOMENS DE BOA VONTADE
EM
PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA
SOBRE OS CAMINHOS DA IGREJA
…/9
A negação de Deus:
obstáculo ao diálogo
55. Sabemos, porém, que
neste círculo ilimitado há muita, muitíssima gente por desgraça, que não professa
nenhuma religião, sabemos até que muitos se dizem ateus, em variadíssimas
formas. E sabemos que existem alguns que fazem profissão clara da sua impiedade
e a defendem como programa de educação humana e de actividade política, na ingénua
mas fatal persuasão de irem libertar o homem de concepções velhas e falsas
sobre a vida e o mundo, para as substituírem, segundo dizem, por uma concepção
científica, conforme as exigências do progresso moderno.
É o fenómeno mais grave do
nosso tempo. Estamos firmemente convencidos que a teoria, sobre a qual se funda
a negação de Deus, está fundamentalmente errada, não corresponde às exigências
últimas e inderrogáveis do pensamento, subtrai à ordem racional do mundo as
suas bases autênticas e fecundas, introduz na vida humana não uma fórmula de
solução mas um dogma cego, que a degrada e desola, e arruína pela raiz todos os
sistemas sociais que nele pretendem fundar-se. Não é libertação, mas drama que
tenta apagar a luz do Deus vivo. Por isso resistiremos nós, com todas as forças,
a esta negação avassaladora, pelo amor supremo da verdade, pelo compromisso
sacrossanto de confessarmos Cristo e o seu Evangelho, com a maior fidelidade
pelo amor apaixonado, irrenunciável, à sorte da humanidade, e na esperança
invencível de o homem moderno vir ainda a descobrir, na mensagem religiosa do
catolicismo, que é chamado a uma civilização imortal mas sempre em progresso, a
caminho da perfeição natural e sobrenatural do homem. A graça de Deus torna-o
capaz de possuir pacífica e honestamente os bens temporais e abre-o à esperança
dos bens eternos.
56. Estas razões que nos
obrigam, como obrigaram os nossos Predecessores e com eles todos quantos têm a
peito os valores religiosos, a condenar os sistemas ideológicos negadores de
Deus e opressores da Igreja, sistemas muitas vezes identificados com regimes
económicos, sociais e políticos, e entre estes de maneira especial o comunismo
ateu. Poder-se-ia dizer que, rigorosamente, não somos nós que os condenamos,
mas que esses sistemas e os regimes que os personificam se colocam em oposição
radical de ideias connosco e praticam actos de opressão. A nossa queixa é,
afinal, mais que sentença de juiz, lamentação de vítima.
Em
tais condições, a hipótese de diálogo torna-se bastante difícil, para não dizer
impossível, ainda que mesmo hoje não temos nenhum propósito de afastar de nós
as pessoas que seguem os sobreditos sistemas e apoiam esses regimes. Para quem
ama a verdade, a discussão é sempre possível. Obstáculos, porém, de índole
moral dificultam-na muitíssimo, por falta de liberdade suficiente de juízo e de
acção, e por abuso dialético da palavra, que deixa de ser expressão da verdade
objectiva para se por ao serviço de fins utilitários pré-estabelecidos.
Também no silêncio o
testemunho do amor
57. É por isto que o
diálogo cessa. A Igreja do silêncio, por exemplo, cala-se falando apenas com o
seu sofrimento, e faz-lhe companhia a amargura de uma sociedade inteira,
deprimida e aviltada, em que os direitos do espírito são dominados pelos
direitos dos que discricionariamente lhe impõem a sorte. Supondo mesmo que
principiávamos o nosso discurso, como poderia ele abrir diálogo nestas
circunstâncias? Teria necessariamente de ser "voz que brada no
deserto" (Mc 1,3). Silêncio, brado, paciência, amor apesar de tudo,
tornam-se neste caso o testemunho único que a Igreja pode dar, que nem a morte
pode extinguir.
Mas se firme e franca deve
ser a afirmação e defesa da religião e dos valores humanos que ela proclama e
defende, não está isento de intenção pastoral o esforço por descobrir, no
íntimo do ateu moderno, os motivos da sua perturbação e das suas negações.
Reconhecemos que são complexos e múltiplos, daí a necessidade de sermos cautos
em julgar e eficazes em refutar. Vemos nascer esses motivos, às vezes da exigência
de uma apresentação do mundo divino mais elevada e pura do que a predominante
talvez em certas formas imperfeitas de linguagem e de culto, que deveríamos
procurar tornar quanto possível límpidas e transparentes, a fim de exprimirem
melhor os conceitos sagrados que representam.
58. Uma inquietação os
domina, muitas vezes generosa mas não isenta de paixão e de utopia, um sonho de
justiça e de progresso a serviço de finalidades sociais divinizadas. Tomam
estas o lugar do Absoluto e do Necessário, são manifestações da necessidade
indestrutível do Princípio e do Fim divino, cuja transcendência e imanência
tocará ao nosso paciente e esclarecido magistério desvelar. Vemo-los valer-se,
por vezes com entusiasmo ingénuo, dum recurso escrupuloso à racionalidade humana,
com o intuito de apresentar uma concepção científica do universo. Recurso este
tanto menos discutível, quanto mais fundado na lógica do pensamento muitas
vezes no diferente da que nós temos na escolástica. Recurso que, pelo seu valor
intrínseco, leva em última análise (bem contra a vontade dos que pensam
descobrir nele uma arma inexpugnável em favor do ateísmo!), a uma armação nova
e final, tanto metafísica como lógica, do Deus supremo. Não haverá entre nós
quem ajude este processo obrigatório do pensamento, que o cientista político
ateu interrompe voluntariamente num dado ponto, apagando a luz mais clara que
faz compreender o universo, a chegar à concepção da realidade objectiva do
universo cósmico, a qual restitui ao espírito o sentido da presença divina, e
aos lábios as humildes e balbuciantes sílabas duma oração pacificadora?
Vemo-los também movidos, às vezes, de nobres sentimentos, desprezando a
mediocridade e o egoísmo de tantos ambientes sociais contemporâneos, e prontos
a vir buscar ao nosso Evangelho formas e linguagem de solidariedade e de
compreensão humana. Não seremos capazes um dia de reconduzir às fontes, que são
cristãs, essas expressões de valores morais?
Recordando
que o nosso predecessor, de venerada memória, o Papa João XXIII, escreveu na
Encíclica Pacem in Terris, que as doutrinas de tais movimentos, uma vez
elaboradas e definidas, se mantêm sempre as mesmas, mas que os movimentos não
podem deixar de evoluir nem de subtrair-se a mudanças mesmo profundas (cf. AAS
55,1963, p. 300), não perdemos a esperança de que eles venham um dia a
entabular com a Igreja um colóquio positivo, diferente do que ele poderia ser actualmente
para nós. Agora só daria lugar a lástimas e a gemidos irreprimíveis.
O diálogo pela paz
59.
Mas não podemos apartar os nossos olhos do panorama do mundo contemporâneo sem
formular um voto de felicidade: o de que o nosso propósito de cultivar e
aperfeiçoar o nosso diálogo, nas várias e mudáveis facetas que ele apresenta,
venha a contribuir para a causa da paz entre os homens, isto, como método que
procura regular as relações humanas à luz nobre da linguagem razoável e
sincera, e como contribuição de experiência e de sabedoria, que pode reavivar
em todos a consideração dos valores supremos. A abertura dum diálogo, tal como
deseja ser o nosso, desinteressado, objectivo e leal, pesa já por si em favor
duma paz livre e honesta, exclui fingimentos, rivalidades, enganos e traições,
não pode deixar de proclamar, como delito e como ruína, a guerra de agressão,
de conquista e de predomínio, nem pode excluir, para além das relações entre os
vértices das nações como hoje se diz, as existentes no interior das mesmas e as
suas bases tanto sociais como familiares e individuais. Assim se difundirão em
todas as instituições e em todos os espíritos o sentido, o gosto e o dever da
paz.
Segundo círculo: os
crentes em Deus
60. Depois, vemos
desenhar-se a nossa volta, outro círculo também imenso, contudo mais próximo de
nós. Ocupam-no primeiramente os homens que adoram o mesmo Deus único e supremo
que nós adoramos, aludimos aos filhos do povo hebraico, dignos do nosso
respeito afectuoso, fiéis à religião que nós chamamos do Antigo Testamento. E
depois os adoradores de Deus segundo o conceito da religião monoteísta,
especialmente da muçulmana, dignos de admiração pelo que há de verdadeiro e de
bom no culto que prestam a Deus. Seguem-se os adeptos das grandes religiões
afro-asiáticas. Não podemos, é claro, compartilhar essas várias expressões
religiosas, nem podemos diante delas ficar indiferentes, como se todas,
equivalendo-se mais ou menos, dispensassem os seus fiéis de investigar se Deus
revelou a forma, infalível, perfeita e definitiva, como quer ser conhecido, amado
e servido. E, por dever de lealdade, devemos manifestar que estamos certíssimos
que uma só é a religião verdadeira, a cristã, alimentamos a esperança de que a
venham a reconhecer como tal, todos os que procuram e adoram a Deus.
Não
queremos deixar de reconhecer desde já com respeito os valores espirituais e
morais das várias confissões religiosas não cristãs, queremos promover e
defender, juntamente com elas, os ideais que nos podem ser comuns, no campo da
liberdade religiosa, da fraternidade humana, da sã cultura, da beneficência
social e da ordem civil. Baseado nestes ideais comuns, o diálogo é possível do
nosso lado, e não deixaremos de o propor, sempre que haja de ser bem aceite,
num clima de respeito recíproco e leal.
(Revisão
da tradução portuguesa por ama)
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