A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
Para ver, clicar SFF.
Para ver, clicar SFF.
40 Tendo voltado
Jesus, foi recebido pela multidão, que estava à Sua espera, 41 e eis
que veio um homem, chamado Jairo, que era chefe da sinagoga; lançou-se aos pés
de Jesus, implorando-Lhe que fosse a sua casa, 42 porque tinha uma
filha única com cerca de doze anos, que estava a morrer. Sucedeu que, enquanto
Jesus ia caminhando, era apertado pelo povo. 43 Uma mulher, que
padecia dum fluxo de sangue havia doze anos, e tinha gasto com médicos todos os
seus bens, sem poder ser curada por nenhum deles, 44 aproximou-se
por detrás e tocou a orla do Seu manto; imediatamente parou o fluxo de sangue. 45
Jesus perguntou: «Quem Me tocou?». Negando todos, disse Pedro e os que com ele
estavam: «Mestre, as multidões apertam-Te e oprimem-Te». 46 Mas
Jesus disse: «Alguém Me tocou, porque conheci que saiu de Mim uma força». 47
A mulher, vendo-se descoberta, aproximou-se tremendo, prostrou-se a Seus pés, e
declarou diante de todo o povo a causa por que O tinha tocado, e como ficara logo
curada. 48 Jesus disse-lhe: «Filha, a tua fé te salvou; vai em paz».
49 Ainda Ele não tinha acabado de falar, quando veio alguém dizer ao
chefe da sinagoga: «Tua filha morreu, não importunes mais o Mestre». 50
Jesus, tendo ouvido estas palavras, disse ao pai da menina: «Não temas, crê
somente e ela será salva». 51 Tendo chegado a casa, não deixou
entrar ninguém com Ele, a não ser Pedro, Tiago e João e o pai e a mãe da
menina. 52 Entretanto todos choravam e a lamentavam. Porém, Ele
disse-lhes: «Não choreis, a menina não está morta, mas dorme». 53
Troçavam d'Ele, sabendo que estava morta. 54 Então Jesus, tomando-a
pela mão, disse em alta voz: «Menina, levanta-te». 55 O seu espírito
voltou e levantou-se imediatamente. Ele mandou que lhe dessem de comer. 56
Seus pais ficaram cheios de assombro, e Jesus ordenou-lhes que não dissessem a
ninguém o que tinha acontecido.
CARTA
ENCÍCLICA
ECCLESIAM SUAM
DO
SUMO PONTÍFICE PAPA PAULO VI
AOS
VENERÁVEIS IRMÃOS
PATRIARCAS,
PRIMAZES, ARCEBISPOS, BISPOS
E
A TODOS OS ORDINÁRIOS DO LUGAR
AO
CLERO E AOS FIÉIS DE TODO O MUNDO
E
A TODOS OS HOMENS DE BOA VONTADE
EM
PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA
SOBRE OS CAMINHOS DA IGREJA
…/6
A hora da caridade
32.
A segunda alusão, que desejamos fazer, é ao espírito de caridade. Mas este tema
não o tendes vós já muito presente? Não constitui a caridade o ponto focal da
economia religiosa do Antigo e do Novo Testamento? Não se dirigem à caridade os
passos da experiência espiritual da Igreja? Não é a caridade a descoberta
constante, mas cada vez mais luminosa e agradável, que a teologia e a piedade
vão fazendo, na meditação incessante dos tesouros escriturísticos e
sacramentais, de que a Igreja é herdeira, guardiã, mestra e distribuidora? Com
os nossos predecessores, com a coroa de Santos que o nosso tempo deu à Igreja
celeste e terrestre, e com o pressentimento devoto do povo fiel, nós julgamos
que é necessário dar finalmente à caridade o lugar que lhe compete: o primeiro,
o mais alto na escala dos valores religiosos e morais, não só na estimativa mas
também na prática da vida cristã. Isto vale tanto da caridade para com Deus,
que derramou o seu Amor sobre nós, como da caridade, que, por reflexo, nós
devemos efundir sobre o nosso próximo, isto é, sobre todo o género humano. A
caridade tudo explica, tudo inspira, tudo torna possível e tudo renova. A
caridade "tudo sofre, tudo acredita, tudo espera, tudo suporta" (l
Cor 13,7). Quem dentre nós ignora estas coisas? E se as conhecemos, não é esta
a hora da caridade?
Culto a Maria
33.
Este ideal de humilde e profunda plenitude cristã levanta o nosso pensamento
até Maria Santíssima, aquela que perfeita e maravilhosamente o reflectiu em si,
o integrou na sua vida terrena, e agora, em consequência, goza no céu a luz
plena e a bem-aventurança. Floresce hoje na Igreja, graças a Deus, o culto de
Nossa Senhora, e nós nesta ocasião pensamos nele, admirando, na Virgem
Santíssima, Mãe de Cristo, e por isso Mãe de Deus e Mãe nossa, o modelo da
perfeição cristã, o espelho das virtudes sinceras e a maravilha mais sublime da
humanidade. O culto de Maria é fonte de ensinamentos evangélicos: sendo ela a
criatura mais abençoada, mais doce e mais humilde, a imaculada, a quem tocou o
privilégio de oferecer ao Verbo de Deus um corpo humano na sua primitiva e
inocente beleza, nós quisemos, na nossa peregrinação à Terra Santa, que Ela nos
ensinasse a autenticidade cristã, e agora de novo lhe dirigimos os olhares
suplicantes, como amorosa mestra de vida, no momento em que estamos tratando
convosco, Venerados irmãos, da regeneração espiritual e moral da vida da Santa
Igreja.
III. O DIÁLOGO
34. Há uma terceira
atitude, que a Igreja Católica deve tomar neste momento da história do mundo.
Referimo-nos ao estudo sobre os contactos que ela há-de manter com a
humanidade. Se a Igreja adquire cada vez mais clara consciência de si e procura
modelar-se em conformidade com o tipo proposto por Cristo, não poderá deixar de
distinguir-se profundamente do ambiente humano, em que afinal vive ou do qual
se aproxima. O Evangelho põe-nos diante dos olhos esta distinção quando nos
fala do "mundo", isto é, da humanidade como oposta à luz da fé e ao
dom da graça, da humanidade, que se exalta num ingénuo optimismo, julgando que
lhe bastam as próprias forças para se realizar com plenitude, estabilidade e
proveito, ou ainda da humanidade que se deprime num pessimismo cruel,
declarando fatais, incuráveis e mesmo talvez apetecíveis, como manifestações de
liberdade e autenticidade - os próprios vícios, fraquezas e doenças morais. O
Evangelho, que conhece, denuncia, faz suas e cura as misérias humanas com penetrante
e pungente sinceridade, não cede todavia nem a ilusões sobre a bondade natural
do homem, considerado auto-suficiente e com a exigência única de que o deixem
expandir-se em plena liberdade, nem, por outro lado, à desesperada resignação
diante duma natureza corrompida e sem cura. O Evangelho é luz, é novidade, é
energia, é renascimento, é salvação. Por isso gera e caracteriza uma forma de
vida nova, de que o Novo Testamento nos dá lição contínua e admirável:
"Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando a vossa
mente, a fim de poderdes discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom,
agradável e perfeito" (Rm 12,2). Assim nos exorta São Paulo.
Esta
diversidade, entre a vida cristã e a vida profana, deriva também da
justificação real, efectiva, e da consciência que dela adquirimos. Somos
justificados pela nossa participação ao mistério pascal, que primeiramente nos
é dada no santo baptismo, como dizíamos acima, o qual é e deve considerar-se
verdadeira regeneração. Também no-lo recorda São Paulo: "...todos os que
fomos baptizados em Cristo Jesus, é na sua morte que fomos baptizados. Portanto
pelo baptismo nós fomos sepultados com Ele na morte para que, como Cristo foi
ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também nós vivamos vida
nova" (Rm 6,3-4).
Viver no mundo, mas não
ser do mundo
35. Muito útil será que
também o cristão de hoje tenha sempre presente esta sua forma de vida, original
e admirável, que o manterá no gozo da sua dignidade e o imunizará do contágio
da miséria humana ou da sedução do brilho humano que o rodeiam.
Eis como São Paulo educava
os fiéis da primeira geração: "Não formeis parelha incoerente com os
incrédulos. Que afinidade pode haver entre a justiça e a impiedade? Que
comunhão pode haver entre a luz e as trevas?... Que relação entre o fiel e o
incrédulo? (2 Cor 6,14-15). A pedagogia cristã deverá recordar sempre ao
discípulo dos nossos tempos, esta sua condição privilegiada e o consequente
dever de estar no mundo sem ser do mundo, segundo a oração de Jesus pelos seus
discípulos, acima recordada: "Não peço que os tires do mundo, mas que os
guardes do Maligno. Eles não são do mundo como Eu não sou do mundo" (Jo
17,15-16). É voto que a Igreja faz seu.
36.
Mas distinção não é separação. Nem é indiferença, temor ou desprezo. Quando a
Igreja afirma a sua distinção da humanidade, não se opõe, aproxima-se dela.
Como o médico, ao ver as ameaças da epidemia, procura preservar-se da infecção
a si e aos outros, sem deixar de atender aos já contagiados, assim a Igreja não
considera privilégio exclusivo a misericórdia, que lhe concede a bondade
divina, não faz da própria felicidade razão para desinteressar-se de quem a não
conseguiu ainda, bem ao contrário, esse mesmo tesouro de salvação, que possui,
é para ela fonte de interesse e de amor por todos os que lhe esto perto. O
mesmo faz com todos que pode abranger num esforço comunicativo universal.
Missão a cumprir, mensagem
para propagar
37.
Se a Igreja, como dizíamos, tem consciência do que o Senhor quer que ela seja,
surge nela uma plenitude única e a necessidade de efusão, adverte claramente
uma missão que a transcende e um anúncio que deve espalhar. É o dever da
evangelização, é o mandato missionário, é o dever de apostolado. Não lhe basta
uma atitude de conservadorismo. É certo que o tesouro de verdade e de graça,
que nos veio em herança da tradição cristã, o devemos guardar e o devemos até
defender. "Guarda o depósito", manda São Paulo (1 Tm 6,20). Mas nem a
guarda nem a defesa são os únicos deveres da Igreja quanto aos dons que possui.
Dever seu, inerente ao património recebido de Cristo, é também a difusão, a
oferta, o anúncio: "Ide, pois, ensinar todos os povos" (Mt 28,19).
Foi a última ordem de Cristo aos seus Apóstolos. Estes, já com o simples nome
de Apóstolos, definem a própria missão indeclinável. A este interior impulso da
caridade, que tende a fazer-se dom exterior, daremos o nome, hoje comum, de
diálogo.
O diálogo
38. A Igreja deve entrar
em diálogo com o mundo em que vive. A Igreja faz-se palavra, faz-se mensagem,
faz-se colóquio.
Este aspecto capital da
vida hodierna da Igreja será objecto de estudo especial e amplo do Concílio Ecuménico,
como todos sabem. Nós não queremos entrar no exame concreto dos temas que esse
estudo apresenta, para deixarmos aos Padres conciliares a missão de os tratar
com toda a liberdade. Queremos só convidar-vos, Veneráveis Irmãos, a antepor a
esse estudo algumas considerações, para ficarmos a conhecer mais claramente os
motivos que levam a Igreja ao diálogo, os métodos mais aconselháveis e os objectivos
em vista. Queremos dispor os ânimos, não tratar as matérias.
39. Nem podemos
desinteressar-nos deste assunto, convencidos como estamos que o diálogo deve
caracterizar o nosso cargo apostólico. Somos herdeiros do estilo e da directriz
pastoral, que nos foram legados pelos nossos predecessores do último século a
partir do grande e sábio Leão XIII. Este Papa, quase personificando a figura
evangélica do escriba prudente, que, "...como pai de família, tira do seu
tesouro coisas antigas e coisas novas" (Mt 13,52), exerceu com autoridade
o magistério católico, tomando por objecto das suas lições substanciosas os
problemas do nosso tempo, considerados à luz da palavra de Cristo. E o mesmo
fizeram os que lhe sucederam, como sabeis. Não é magnífico e opulento o património
doutrinal que nos deixaram os nossos imediatos predecessores, especialmente os
Papas Pio XI e Pio XII? É doutrina elaborada com o intento amoroso e clarividente
de unir o pensamento divino ao pensamento humano, este considerado não em
abstracto mas na linguagem concreta do homem moderno. Ora essa tentativa
apostólica que é senão diálogo? E João XXIII nosso imediato predecessor de
venerada memória, não deu ao seu ensinamento uma direcção ainda mais acentuada
no mesmo sentido? Pretendeu aproximá-lo quanto possível da experiência e capacidade
de compreensão do mundo contemporâneo. E ao próprio Concílio não se quis dar, e
com razão, orientação pastoral, toda destinada a inserir a mensagem cristã no
círculo do pensamento, palavra, cultura, dos hábitos e tendências da
humanidade, como ela vive hoje e se agita sobre a face da terra? Antes de
convertermos o mundo, e precisamente para o convertermos, é necessário que nos
acerquemos e lhe falemos.
40. No que diz respeito à
nossa humilde pessoa, ainda que não desejamos falar dela nem atrair as
atenções, não podemos, nesta nossa espontânea apresentação ao colégio episcopal
e ao povo cristão, passar em silêncio o nosso propósito de perseverar, quanto
as nossas débeis forças no-lo permitirem e, sobretudo, quanto no-lo tornar possível
a divina graça, de perseverar na mesma linha, no mesmo esforço de nos
aproximarmos do mundo, em que a divina Providência nos destinou a viver. Dele
nos aproximaremos com toda a reverência, cuidado e amor, para o compreendermos,
para lhe oferecermos os dons de verdade e de graça de que Jesus Cristo nos
constituiu depositário. Comunicar-lhe-emos a nossa missão maravilhosa de
redenção e de esperança. Profundamente gravadas no nosso espírito estão as
palavras de Cristo que desejamos fazer nossas com humildade e perseverança:
"Pois Deus não enviou o seu Filho ao mundo, para julgar o mundo, mas para
que o mundo seja salvo por ele" (Jo 3,17).
(Revisão da tradução
portuguesa por ama)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.