14/09/2013

Leitura espiritual para 14 Set

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.

Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Lc 8, 40-56

40 Tendo voltado Jesus, foi recebido pela multidão, que estava à Sua espera, 41 e eis que veio um homem, chamado Jairo, que era chefe da sinagoga; lançou-se aos pés de Jesus, implorando-Lhe que fosse a sua casa, 42 porque tinha uma filha única com cerca de doze anos, que estava a morrer. Sucedeu que, enquanto Jesus ia caminhando, era apertado pelo povo. 43 Uma mulher, que padecia dum fluxo de sangue havia doze anos, e tinha gasto com médicos todos os seus bens, sem poder ser curada por nenhum deles, 44 aproximou-se por detrás e tocou a orla do Seu manto; imediatamente parou o fluxo de sangue. 45 Jesus perguntou: «Quem Me tocou?». Negando todos, disse Pedro e os que com ele estavam: «Mestre, as multidões apertam-Te e oprimem-Te». 46 Mas Jesus disse: «Alguém Me tocou, porque conheci que saiu de Mim uma força». 47 A mulher, vendo-se descoberta, aproximou-se tremendo, prostrou-se a Seus pés, e declarou diante de todo o povo a causa por que O tinha tocado, e como ficara logo curada. 48 Jesus disse-lhe: «Filha, a tua fé te salvou; vai em paz». 49 Ainda Ele não tinha acabado de falar, quando veio alguém dizer ao chefe da sinagoga: «Tua filha morreu, não importunes mais o Mestre». 50 Jesus, tendo ouvido estas palavras, disse ao pai da menina: «Não temas, crê somente e ela será salva». 51 Tendo chegado a casa, não deixou entrar ninguém com Ele, a não ser Pedro, Tiago e João e o pai e a mãe da menina. 52 Entretanto todos choravam e a lamentavam. Porém, Ele disse-lhes: «Não choreis, a menina não está morta, mas dorme». 53 Troçavam d'Ele, sabendo que estava morta. 54 Então Jesus, tomando-a pela mão, disse em alta voz: «Menina, levanta-te». 55 O seu espírito voltou e levantou-se imediatamente. Ele mandou que lhe dessem de comer. 56 Seus pais ficaram cheios de assombro, e Jesus ordenou-lhes que não dissessem a ninguém o que tinha acontecido.



CARTA ENCÍCLICA
ECCLESIAM SUAM
DO SUMO PONTÍFICE PAPA PAULO VI
AOS VENERÁVEIS IRMÃOS
PATRIARCAS, PRIMAZES, ARCEBISPOS, BISPOS
E A TODOS OS ORDINÁRIOS DO LUGAR
AO CLERO E AOS FIÉIS DE TODO O MUNDO
E A TODOS OS HOMENS DE BOA VONTADE
EM PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA
SOBRE OS CAMINHOS DA IGREJA

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A hora da caridade

32. A segunda alusão, que desejamos fazer, é ao espírito de caridade. Mas este tema não o tendes vós já muito presente? Não constitui a caridade o ponto focal da economia religiosa do Antigo e do Novo Testamento? Não se dirigem à caridade os passos da experiência espiritual da Igreja? Não é a caridade a descoberta constante, mas cada vez mais luminosa e agradável, que a teologia e a piedade vão fazendo, na meditação incessante dos tesouros escriturísticos e sacramentais, de que a Igreja é herdeira, guardiã, mestra e distribuidora? Com os nossos predecessores, com a coroa de Santos que o nosso tempo deu à Igreja celeste e terrestre, e com o pressentimento devoto do povo fiel, nós julgamos que é necessário dar finalmente à caridade o lugar que lhe compete: o primeiro, o mais alto na escala dos valores religiosos e morais, não só na estimativa mas também na prática da vida cristã. Isto vale tanto da caridade para com Deus, que derramou o seu Amor sobre nós, como da caridade, que, por reflexo, nós devemos efundir sobre o nosso próximo, isto é, sobre todo o género humano. A caridade tudo explica, tudo inspira, tudo torna possível e tudo renova. A caridade "tudo sofre, tudo acredita, tudo espera, tudo suporta" (l Cor 13,7). Quem dentre nós ignora estas coisas? E se as conhecemos, não é esta a hora da caridade?

Culto a Maria

33. Este ideal de humilde e profunda plenitude cristã levanta o nosso pensamento até Maria Santíssima, aquela que perfeita e maravilhosamente o reflectiu em si, o integrou na sua vida terrena, e agora, em consequência, goza no céu a luz plena e a bem-aventurança. Floresce hoje na Igreja, graças a Deus, o culto de Nossa Senhora, e nós nesta ocasião pensamos nele, admirando, na Virgem Santíssima, Mãe de Cristo, e por isso Mãe de Deus e Mãe nossa, o modelo da perfeição cristã, o espelho das virtudes sinceras e a maravilha mais sublime da humanidade. O culto de Maria é fonte de ensinamentos evangélicos: sendo ela a criatura mais abençoada, mais doce e mais humilde, a imaculada, a quem tocou o privilégio de oferecer ao Verbo de Deus um corpo humano na sua primitiva e inocente beleza, nós quisemos, na nossa peregrinação à Terra Santa, que Ela nos ensinasse a autenticidade cristã, e agora de novo lhe dirigimos os olhares suplicantes, como amorosa mestra de vida, no momento em que estamos tratando convosco, Venerados irmãos, da regeneração espiritual e moral da vida da Santa Igreja.

III. O DIÁLOGO

34. Há uma terceira atitude, que a Igreja Católica deve tomar neste momento da história do mundo. Referimo-nos ao estudo sobre os contactos que ela há-de manter com a humanidade. Se a Igreja adquire cada vez mais clara consciência de si e procura modelar-se em conformidade com o tipo proposto por Cristo, não poderá deixar de distinguir-se profundamente do ambiente humano, em que afinal vive ou do qual se aproxima. O Evangelho põe-nos diante dos olhos esta distinção quando nos fala do "mundo", isto é, da humanidade como oposta à luz da fé e ao dom da graça, da humanidade, que se exalta num ingénuo optimismo, julgando que lhe bastam as próprias forças para se realizar com plenitude, estabilidade e proveito, ou ainda da humanidade que se deprime num pessimismo cruel, declarando fatais, incuráveis e mesmo talvez apetecíveis, como manifestações de liberdade e autenticidade - os próprios vícios, fraquezas e doenças morais. O Evangelho, que conhece, denuncia, faz suas e cura as misérias humanas com penetrante e pungente sinceridade, não cede todavia nem a ilusões sobre a bondade natural do homem, considerado auto-suficiente e com a exigência única de que o deixem expandir-se em plena liberdade, nem, por outro lado, à desesperada resignação diante duma natureza corrompida e sem cura. O Evangelho é luz, é novidade, é energia, é renascimento, é salvação. Por isso gera e caracteriza uma forma de vida nova, de que o Novo Testamento nos dá lição contínua e admirável: "Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando a vossa mente, a fim de poderdes discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, agradável e perfeito" (Rm 12,2). Assim nos exorta São Paulo.
Esta diversidade, entre a vida cristã e a vida profana, deriva também da justificação real, efectiva, e da consciência que dela adquirimos. Somos justificados pela nossa participação ao mistério pascal, que primeiramente nos é dada no santo baptismo, como dizíamos acima, o qual é e deve considerar-se verdadeira regeneração. Também no-lo recorda São Paulo: "...todos os que fomos baptizados em Cristo Jesus, é na sua morte que fomos baptizados. Portanto pelo baptismo nós fomos sepultados com Ele na morte para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também nós vivamos vida nova" (Rm 6,3-4).

Viver no mundo, mas não ser do mundo

35. Muito útil será que também o cristão de hoje tenha sempre presente esta sua forma de vida, original e admirável, que o manterá no gozo da sua dignidade e o imunizará do contágio da miséria humana ou da sedução do brilho humano que o rodeiam.
Eis como São Paulo educava os fiéis da primeira geração: "Não formeis parelha incoerente com os incrédulos. Que afinidade pode haver entre a justiça e a impiedade? Que comunhão pode haver entre a luz e as trevas?... Que relação entre o fiel e o incrédulo? (2 Cor 6,14-15). A pedagogia cristã deverá recordar sempre ao discípulo dos nossos tempos, esta sua condição privilegiada e o consequente dever de estar no mundo sem ser do mundo, segundo a oração de Jesus pelos seus discípulos, acima recordada: "Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno. Eles não são do mundo como Eu não sou do mundo" (Jo 17,15-16). É voto que a Igreja faz seu.

36. Mas distinção não é separação. Nem é indiferença, temor ou desprezo. Quando a Igreja afirma a sua distinção da humanidade, não se opõe, aproxima-se dela. Como o médico, ao ver as ameaças da epidemia, procura preservar-se da infecção a si e aos outros, sem deixar de atender aos já contagiados, assim a Igreja não considera privilégio exclusivo a misericórdia, que lhe concede a bondade divina, não faz da própria felicidade razão para desinteressar-se de quem a não conseguiu ainda, bem ao contrário, esse mesmo tesouro de salvação, que possui, é para ela fonte de interesse e de amor por todos os que lhe esto perto. O mesmo faz com todos que pode abranger num esforço comunicativo universal.

Missão a cumprir, mensagem para propagar

37. Se a Igreja, como dizíamos, tem consciência do que o Senhor quer que ela seja, surge nela uma plenitude única e a necessidade de efusão, adverte claramente uma missão que a transcende e um anúncio que deve espalhar. É o dever da evangelização, é o mandato missionário, é o dever de apostolado. Não lhe basta uma atitude de conservadorismo. É certo que o tesouro de verdade e de graça, que nos veio em herança da tradição cristã, o devemos guardar e o devemos até defender. "Guarda o depósito", manda São Paulo (1 Tm 6,20). Mas nem a guarda nem a defesa são os únicos deveres da Igreja quanto aos dons que possui. Dever seu, inerente ao património recebido de Cristo, é também a difusão, a oferta, o anúncio: "Ide, pois, ensinar todos os povos" (Mt 28,19). Foi a última ordem de Cristo aos seus Apóstolos. Estes, já com o simples nome de Apóstolos, definem a própria missão indeclinável. A este interior impulso da caridade, que tende a fazer-se dom exterior, daremos o nome, hoje comum, de diálogo.

O diálogo

38. A Igreja deve entrar em diálogo com o mundo em que vive. A Igreja faz-se palavra, faz-se mensagem, faz-se colóquio.
Este aspecto capital da vida hodierna da Igreja será objecto de estudo especial e amplo do Concílio Ecuménico, como todos sabem. Nós não queremos entrar no exame concreto dos temas que esse estudo apresenta, para deixarmos aos Padres conciliares a missão de os tratar com toda a liberdade. Queremos só convidar-vos, Veneráveis Irmãos, a antepor a esse estudo algumas considerações, para ficarmos a conhecer mais claramente os motivos que levam a Igreja ao diálogo, os métodos mais aconselháveis e os objectivos em vista. Queremos dispor os ânimos, não tratar as matérias.
39. Nem podemos desinteressar-nos deste assunto, convencidos como estamos que o diálogo deve caracterizar o nosso cargo apostólico. Somos herdeiros do estilo e da directriz pastoral, que nos foram legados pelos nossos predecessores do último século a partir do grande e sábio Leão XIII. Este Papa, quase personificando a figura evangélica do escriba prudente, que, "...como pai de família, tira do seu tesouro coisas antigas e coisas novas" (Mt 13,52), exerceu com autoridade o magistério católico, tomando por objecto das suas lições substanciosas os problemas do nosso tempo, considerados à luz da palavra de Cristo. E o mesmo fizeram os que lhe sucederam, como sabeis. Não é magnífico e opulento o património doutrinal que nos deixaram os nossos imediatos predecessores, especialmente os Papas Pio XI e Pio XII? É doutrina elaborada com o intento amoroso e clarividente de unir o pensamento divino ao pensamento humano, este considerado não em abstracto mas na linguagem concreta do homem moderno. Ora essa tentativa apostólica que é senão diálogo? E João XXIII nosso imediato predecessor de venerada memória, não deu ao seu ensinamento uma direcção ainda mais acentuada no mesmo sentido? Pretendeu aproximá-lo quanto possível da experiência e capacidade de compreensão do mundo contemporâneo. E ao próprio Concílio não se quis dar, e com razão, orientação pastoral, toda destinada a inserir a mensagem cristã no círculo do pensamento, palavra, cultura, dos hábitos e tendências da humanidade, como ela vive hoje e se agita sobre a face da terra? Antes de convertermos o mundo, e precisamente para o convertermos, é necessário que nos acerquemos e lhe falemos.
40. No que diz respeito à nossa humilde pessoa, ainda que não desejamos falar dela nem atrair as atenções, não podemos, nesta nossa espontânea apresentação ao colégio episcopal e ao povo cristão, passar em silêncio o nosso propósito de perseverar, quanto as nossas débeis forças no-lo permitirem e, sobretudo, quanto no-lo tornar possível a divina graça, de perseverar na mesma linha, no mesmo esforço de nos aproximarmos do mundo, em que a divina Providência nos destinou a viver. Dele nos aproximaremos com toda a reverência, cuidado e amor, para o compreendermos, para lhe oferecermos os dons de verdade e de graça de que Jesus Cristo nos constituiu depositário. Comunicar-lhe-emos a nossa missão maravilhosa de redenção e de esperança. Profundamente gravadas no nosso espírito estão as palavras de Cristo que desejamos fazer nossas com humildade e perseverança: "Pois Deus não enviou o seu Filho ao mundo, para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele" (Jo 3,17).

(Revisão da tradução portuguesa por ama)


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