06/09/2013

Leitura espiritual para 06 Set

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.

Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Lc 5, 12-26

12 Sucedeu que, encontrando-se Jesus numa cidade, apareceu um homem cheio de lepra, o qual, vendo Jesus, prostrou-se com o rosto por terra e suplicou-Lhe: «Senhor, se Tu queres, podes limpar-me». 13 Ele, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: «Quero, sê limpo!». Imediatamente desapareceu dele a lepra. 14 Jesus ordenou-lhe que a ninguém o dissesse. «Mas vai, disse-lhe, mostra-te ao sacerdote, e oferece pela tua cura o que foi ordenado por Moisés, para lhes servir de testemunho». 15 Entretanto difundia-se cada vez mais a fama do Seu nome; e concorriam grandes multidões para O ouvir e ser curadas das suas doenças. 16 Mas Ele retirava-Se para lugares desertos, e fazia oração. 17 Um dia, enquanto ensinava, estavam ali sentados fariseus e doutores da lei vindos de todas as aldeias da Galileia, da Judeia e de Jerusalém; e o poder do Senhor levava-O a fazer curas. 18 E eis que uns homens, levando sobre um leito um homem que estava paralítico, procuravam introduzi-lo dentro da casa e pô-lo diante d'Ele. 19 Porém, não encontrando por onde o introduzir por causa da multidão, subiram ao telhado e, levantando as telhas, desceram-no com o leito no meio de todos, diante de Jesus. 20 Vendo a fé deles, Jesus disse: «Homem, são-te perdoados os teus pecados». 21 Então os escribas e os fariseus começaram a pensar e a dizer: «Quem é este que diz blasfémias? Quem pode perdoar pecados, senão só Deus?».22 Jesus, conhecendo os seus pensamentos, respondeu-lhes: «Que estais a pensar nos vossos corações? 23 Que coisa é mais fácil dizer: “São-te perdoados os pecados”, ou dizer: “Levanta-te e caminha”? 24 Pois, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra o poder de perdoar pecados, Eu te ordeno - disse Ele ao paralítico - levanta-te, toma o teu leito e vai para a tua casa». 25 Levantando-se logo em presença deles, tomou o leito em que jazia e foi para a sua casa, glorificando a Deus. 26 Ficaram todos estupefactos e glorificavam a Deus. Possuídos de temor, diziam: «Hoje vimos coisas maravilhosas».



CARTA ENCÍCLICA
MYSTERIUM FIDEI
DE SUA SANTIDADE PAPA PAULO VI
AOS VENERÁVEIS IRMÃOS PATRIARCAS, PRIMAZES, ARCEBISPOS, BISPOS
E A TODOS OS ORDINÁRIOS DO LUGAR
EM PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA
E AO CLERO E AOS FIÉIS DE TODO O MUNDO CATÓLICO
SOBRE O CULTO DA SAGRADA EUCARISTIA

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Cristo Senhor está presente no Sacramento da Eucaristia pela transubstanciação

48. Todavia, para que ninguém entenda mal este modo de presença que supera as leis da natureza e constitui no seu género o maior dos milagres, 51 é necessário escutar com docilidade a voz da Igreja docente e orante. Esta voz, que repete continuamente a voz de Cristo, ensina-nos que neste Sacramento Cristo se torna presente pela conversão de toda a substância do pão no seu Corpo e de toda a substância do vinho no seu Sangue; conversão admirável e sem paralelo, que a Igreja Católica chama, com razão e propriedade, "transubstanciação". 52 Depois da transubstanciação as espécies do pão e do vinho tomam nova significação e nova finalidade, deixando de pertencer a um pão usual e a uma bebida usual, para se tornarem sinal de coisa sagrada e sinal de alimento espiritual; mas só adquirem nova significação e nova finalidade por conterem nova "realidade", a que chamamos com razão "ontológica". Com efeito, sob as ditas espécies já não há o que havia anteriormente, mas outra coisa completamente diversa: isto não só porque assim julga a fé da Igreja, mas porque é uma realidade objectiva, pois, convertida a substância ou natureza do pão e do vinho, no Corpo e no Sangue de Cristo, nada fica do pão e do vinho, além das espécies; debaixo destas, está Cristo completo, presente na sua "realidade" física, mesmo corporalmente, se bem que não do mesmo modo como os corpos se encontram presentes localmente.

49. Por isso, tanto recomendaram os Santos Padres que os fiéis, ao considerarem este augustíssimo Sacramento, não se fiassem nos sentidos, que testemunham as propriedades do pão e do vinho, mas sim nas palavras de Cristo, que têm poder de mudar, transformar e "transubstanciar" o pão e o vinho no seu Corpo e Sangue; na verdade, como repetem os mesmos Padres, a força que opera este prodígio é a própria força de Deus Onipotente, que no princípio do tempo criou do nada todo o universo.

50. Diz São Cirilo de Jerusalém, ao concluir o discurso acerca dos Mistérios da fé: "Assim instruído e acreditando com a maior certeza que aquilo que parece pão não é pão, apesar do sabor que tem, mas sim o Corpo de Cristo; e que o que parece vinho não é vinho, apesar de assim parecer ao gosto, mas sim o Sangue de Cristo... tu fortalece o teu coração, comendo aquele pão como coisa espiritual, e alegra a face da tua alma". 53

51. Insiste São João Crisóstomo: "Quem faz que as coisas oferecidas se tornem o Corpo e o Sangue de Cristo não é o homem, é Cristo que foi crucificado por nós. Como representante, pronuncia o sacerdote as palavras rituais; a eficácia e a graça vêm de Deus. Diz 'isto é o meu Corpo:' esta palavra transforma as coisas oferecidas". 54

52. E com o celebérrimo Bispo de Constantinopla está em perfeito acordo Cirilo, Bispo de Alexandria, ao escrever no comentário ao Evangelho de São Mateus: "(Cristo) afirmou de maneira categórica 'isto é o meu Corpo e isto é o meu Sangue' não vás tu julgar que as realidades visíveis são figura, mas fiques sabendo que Deus Onipotente transforma, de modo misterioso, algumas das coisas oferecidas, no Corpo e no Sangue de Cristo; quando destes participamos, recebemos a força vivificante e santificadora de Cristo". 55

53. O Bispo de Milão, Santo Ambrósio, assim descreve a conversão eucarística: "Persuadamo-nos que já não temos o que a natureza formou, mas o que a bênção consagrou; e que a força da bênção é maior que a força da natureza, porque a bênção, muda até a natureza". E querendo confirmar a verdade do Mistério, exemplifica com muitos milagres contados na Sagrada Escritura, como Jesus que nasce da Virgem Maria, e depois, passando a falar da obra da criação, assim conclui: "A palavra de Cristo, que pode fazer do nada aquilo que não existia, não poderá mudar as coisas que existem naquilo que não eram? Criar coisas não é menos que mudá-las". 56

54. Mas não é necessário multiplicar testemunhos. Mais útil será recordar a firmeza da fé que mostrou a Igreja, ao resistir muito unânime a Berengário. Levado pelas dificuldades que sugere a razão humana, foi ele quem primeiro se atreveu a negar a conversão eucarística; a Igreja condenou-o repetidamente, se não se retratasse. Gregório VII, nosso predecessor, obrigou-o a prestar um juramento nestes termos: "Creio de coração e confesso de palavra que o pão e o vinho, colocados sobre o altar, se convertem substancialmente, pelo mistério da oração sagrada e das palavras do nosso Redentor, na verdadeira, própria e vivificante Carne e no Sangue de nosso Senhor Jesus Cristo; e que, depois de consagrados, são o verdadeiro Corpo de Cristo, que nascido da Virgem e oferecido pela salvação do mundo, esteve suspendido na Cruz e agora está assentado à direita do Pai; como também o verdadeiro Sangue de Cristo, que saiu do seu peito. Não está Cristo somente como figura e virtude do Sacramento, mas também na propriedade da natureza e na realidade da substância". 57

55. Com estas palavras concordam (admirável exemplo da firmeza da fé católica!) os Concílios Ecumênicos de Latrão, de Constança, de Florença e, por fim, de Trento, naquilo que constantemente ensinaram acerca do mistério da conversão eucarística, quer expusessem a doutrina da Igreja quer condenassem erros.

56. Depois do Concílio Tridentino, o nosso predecessor Pio VI, opondo-se aos erros do Sínodo de Pistóia, recomendou seriamente aos párocos, encarregados de ensinar, que não deixassem de falar da transubstanciação, que figura entre os artigos da fé. 58 Na mesma linha, o nosso predecessor Pio XII, de feliz memória, recordou quais são os limites que não devem ultrapassar aqueles que aprofundam o Mistério da transubstanciação. 59 E nós mesmos no recente Congresso Eucarístico Nacional italiano, realizado em Pisa, demos, em obediência ao nosso dever apostólico, testemunho público e solene da fé da Igreja. 60

57. Esta mesma Igreja não só ensinou mas viveu a fé na presença do Corpo e do Sangue de Cristo na Eucaristia, adorando sempre tão grande Sacramento com culto latrêutico, que só a Deus compete. Deste culto escreve Santo Agostinho: "A mesma carne, com que andou (o Senhor) na terra, essa mesma nos deu a comer para nossa salvação; ninguém come aquela Carne sem primeiro a adorar...; não só não pecamos adorando-a, mas pecaríamos se a não adorássemos". 61

O culto latrêutico devido ao Sacramento Eucarístico

58. Este culto latrêutico devido ao Sacramento Eucarístico, professou-o e professa-o a Igreja Católica, não só durante a Missa mas também fora dela, conservando com o maior cuidado as hóstias consagradas, expondo-as à solene veneração dos fiéis, e levando-as em procissão vitoriadas por grandes multidões.

59. Temos muitos testemunhos desta veneração nos antigos documentos eclesiásticos. Sempre os Pastores da Igreja exortaram os fiéis a conservar com o maior respeito a Eucaristia que levavam para casa. "O Corpo de Cristo é para se comer e não para se desprezar", lembrava judiciosamente Santo Hipólito. 62

60. Os fiéis julgavam-se culpados e com razão, conforme lembra Orígenes, se, recebendo o Corpo do Senhor e conservando-o com a maior cautela e veneração, apesar disso deixavam cair algum fragmento. 63

61. E que os Pastores reprovavam energicamente qualquer falta da reverência devida, mostra-o Novaciano (nisto digno de fé), o qual julga merecedor de condenação aquele que, "saindo da celebração dominical e levando ainda consigo a Eucaristia, como é costume..., fez dar voltas ao santo Corpo do Senhor", não se dirigindo logo para casa mas correndo aos espetáculos. 64

62. Mais ainda, São Cirilo de Alexandria rejeita como loucura a opinião dos que afirmavam que, para nos santificarmos, nada serve a Eucaristia no caso de haver apenas algum resto conservado do dia anterior. Assim escreve: "Nem se altera Cristo, nem se muda o seu santo Corpo; perseveram sempre nele a força e o poder de bênção, e a graça constante que vivifica". 65

63. Nem devemos esquecer que antigamente os fiéis, quer se encontrassem sujeitos à violência da perseguição, quer vivessem no ermo por amor da vida monástica, costumavam alimentar-se mesmo diariamente da Eucaristia, tomando a sagrada comunhão com as próprias mãos, no caso de faltar um sacerdote ou diácono. 66

64. Isto não o dizemos para que se altere, seja no que for, o modo de conservar a Eucaristia ou de receber a sagrada comunhão, segundo foi estabelecido mais tarde pelas leis eclesiásticas ainda em vigor, mas somente para todos juntos nos alegrarmos por ser sempre a mesma a fé da Igreja.

65. Desta fé única nasceu a festa do Corpo de Deus, celebrada pela primeira vez na diocese de Liège, graças sobretudo aos esforços da Beata Juliana de Mont Cornillon, festa que o nosso predecessor Urbano IV estendeu a toda a Igreja; e nasceram igualmente muitas outras instituições de piedade eucarística, que por inspiração da graça divina multiplicaram-se sempre mais, e com as quais, quase à porfia, se empenha a Igreja Católica quer em honrar a Cristo, quer em lhe dar graças por dádiva tão extraordinária, quer em implorar a sua misericórdia.

(Revisão da tradução portuguesa por ama)

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Notas:
51 Cf. Carta Enc. Mirae Caritatis; Acta Leonis XIII, vol . XXII,1902-1903, p.123.
52 Cf. Conc.Trid., Decr. De Ss. Euchar., c. 4 e cân. 2.
53 Catech., 22,9 (myst. 4); PG 33,1103.
54 De prodit. Iudae, homil.1,6; PG 49, 380; cf In Matth., homil. 82,5; PG 58, 744.
55 In Matth., 26, 27; PG 72, 451.
56 De myster., 9, 50-52; PL 16, 422-424.
57 Mansi, Sacr. Concil. nova et ampliss. collectio, XX, 524D.
58 Constit. Auctorem fidei, 28 Agosto 1794.
59 Alocução de 22 de Set. de 1956; AAS 48,1956, p. 720.
60 AAS 57,1965, pp. 588-592.
61 In Ps., 98,9; PL 37,1264.
62 Tradit. Apost., ed. Botte, La tradition apostolique de St. Hippolyte, Münster 1963, p. 84.
63 Cf. In Exod. fragm.: PG 12,391.
 64 De spectaculis: CSEL III3, p. 8.
65 Epist. ad Calosyrium: PG 76,1075.
66 Cf. Basil., Epist. 93: PG 32, 483-486.


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