Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
Para ver, clicar SFF.
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26 Então soltou-lhes Barrabás. Quanto a Jesus, depois
de O ter mandado flagelar, entregou-O para ser crucificado. 27 Então
os soldados do governador, conduzindo Jesus ao Pretório, juntaram em volta
d'Ele toda a coorte. 28 Depois de O terem despido, lançaram sobre
Ele um manto escarlate. 29 Em seguida, tecendo uma coroa de
espinhos, puseram-Lha na cabeça, e na mão direita uma cana. E, dobrando o
joelho diante d'Ele, O escarneciam, dizendo: «Salve, ó rei dos Judeus!». 30
Cuspindo-Lhe, tomavam a cana e batiam-Lhe com ela na cabeça. 31
Depois que O escarneceram, tiraram-Lhe o manto, revestiram-n'O com os Seus
vestidos e levaram-n'O para O crucificar. 32 Ao saírem, encontraram
um homem de Cirene, chamado Simão, ao qual obrigaram a levar a cruz de Jesus. 33
Tendo chegado ao lugar chamado Gólgota, isto é, “lugar da Caveira”, 34
deram-Lhe a beber vinho misturado com fel. Tendo-o provado, não quis beber. 35
Depois que O crucificaram, repartiram entre si os Seus vestidos, lançando sortes.
36 E, sentados, O guardavam. 37 Puseram por cima da Sua
cabeça uma inscrição indicando a causa da Sua condenação: «Este é Jesus, o Rei
dos Judeus». 38 Ao mesmo tempo foram crucificados com Ele dois
ladrões: um à direita e outro à esquerda. 39 Os que passavam,
movendo as suas cabeças, ultrajavam-n'O, 40 dizendo: «Ó Tu, que
destróis o templo e o reedificas em três dias, salva-Te a Ti mesmo. Se és Filho
de Deus, desce da cruz!».41 Igualmente, também os príncipes dos
sacerdotes com os escribas e os anciãos, insultando-O, diziam: 42
«Ele salvou outros e a Si mesmo não se pode salvar. Se é rei de Israel, desça
agora da cruz e acreditaremos n'Ele. 43 Confiou em Deus: Se Deus O
ama, que O livre agora; porque Ele disse: “Eu sou o Filho do Deus”». 44
Do mesmo modo O insultavam os ladrões que estavam crucificados com Ele.
CONFISSÕES SANTO
AGOSTINHO
LIVRO
DÉCIMO-TERCEIRO
CAPÍTULO XXX
Erro dos
maniqueus
Ouvi, Senhor,
meu Deus, tua voz, e recolhi em meu coração uma gota de doçura de tua verdade.
Compreendi que há uns aos quais tuas obras desagradam. Eles sustentam que
muitas delas fizeste constrangido pela necessidade, como a estrutura dos céus,
a ordem dos astros, afirmam que não as criaste por ti mesmo, mas que elas já
existiam alhures, criadas por outra fonte, que te limitaste a reuni-las, a
ordená-las, a entrelaçá-las, que com elas construíste as muralhas do mundo,
depois de vencido os teus inimigos, para que essa construção os mantivesse cativos,
e não mais pudessem revoltar-se contra ti, que não criaste nem organizaste
outros seres, como os corpos carnais, os animais pequenos e tudo o que se
prende à terra por meio de raízes, que foi um espírito hostil, uma outra
natureza, não criada por ti, e que se opõe a ti nas regiões inferiores do
mundo, que as gerou e organizou. Esses insensatos falam assim porque não vêm as
tuas obras através de teu Espírito, nem te reconhecem neles.
CAPÍTULO XXXI
A luz do
espírito divino
O oposto sucede
aos que vêm as tuas obras através do teu Espírito, pois és tu é quem as vê neles.
Portanto, quando
vêm que elas são boas, tu também vês essa bondade, em tudo o que lhes agrada
por tua causa, tu és quem nos agradas, e o que nos agrada através do teu
Espírito é em nós que te agrada. Com efeito, quem dentre os homens sabe das
coisas do homem, senão o espírito do homem que nele habita?
Do mesmo modo o
que pertence a Deus ninguém o sabe, a não ser o Espírito de Deus.
“Quanto a nós,
diz ainda Paulo, não recebemos e espírito deste mundo, mas o Espírito de Deus,
para que conheçamos os dons que nos vêm de Deus”.
E isto fez-me
perguntar: Posto que certamente ninguém sabe das coisas de Deus, com excepção
do Espírito de Deus, como conhecemos então nós os dons que nos vêm de Deus?
Eis a resposta
que recebi: As coisas que sabemos pelo seu Espírito, ninguém as sabe, a não ser
o Espírito de Deus. É pois justo o que foi dito aos que falavam, inspirados
pelo Espírito de Deus: “Não sois vós os que falais” – e aos que obtém seu saber
do Espírito de Deus: “Não sois vós os que sabeis”. – E com igual razão se diz
aos que vêm através do Espírito de Deus: “Não sois vós os que vêm”. Assim, em
tudo o que vemos de bom pelo Espírito de Deus, não somos nós que vemos, mas
Deus.
Por isso, uma
coisa é julgar mau o que é bom, como o fazem aqueles de quem falei acima, e
outra coisa é o homem ver o que é bom. Todavia, muitos amam tua criação porque
é boa, mas não te amam nessa criação, e por isso preferem gozar dela que de ti.
Há ainda outro
caso, quando alguém vê que uma coisa é boa, mas é Deus que nele vê que essa
coisa é boa, e é Deus que é amado na sua criação. Ele só o pode ser graças ao
Espírito que Deus nos deu, porque o amor de Deus foi derramado em nossos
corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. Por ele, vemos que tudo o que de
algum modo existe é bom, pois recebe o seu ser daquele que é, não de um modo
qualquer, mas de modo absoluto.
CAPÍTULO XXXII
A criação
Graças te damos,
Senhor!
Vemos o céu e a
terra, isto é, a parte superior e inferior do mundo material, assim como a criação
espiritual e material. E, como adorno dessas partes que se compõe, o conjunto
do Universo, e o conjunto de toda a criação, vemos a luz que foi criada e separada
pelas trevas. Vemos o firmamento do céu, tanto o que está situado entre as
águas
espirituais
superiores e as águas materiais inferiores, como ainda esses espaços de ar,
chamados também de céu, onde volitam as aves do céu entre as águas que se
evolam em vapores, e nas noites serenas se condensam em orvalho, e as que
correm pesadas sobre a terra.
Vemos a beleza
das águas reunidas nas planícies do mar, e a terra enxuta, ora nua, ora tomando
forma visível e ordenada, mãe das plantas e das árvore.
Vemos os
luminares do céu brilhando acima de nós, o sol bastar para o dia, a lua e as
estrelas consolando a noite, e todos esses astros marcando e assinalando a
cadência do tempo.
Vemos o elemento
húmido habitado por peixes, monstros, animais alados, porque a densidade do ar
que sustenta o voo dos pássaros é aumentada pela evaporação das águas.
Vemos a face da
terra embelezar-se de animais terrestres, e o homem, criado à tua imagem e
semelhança, senhor de todos os animais irracionais, precisamente porque foi
feito à tua imagem e se assemelha a ti, em virtude da razão e da inteligência.
E como na alma humana há uma parte que domina pela reflexão e outra que se submete
na obediência, assim a mulher foi criada fisicamente para o homem, é fora de
dúvida que ela possui um espírito e uma inteligência racional, iguais aos do
homem, mas seu sexo a coloca sob a dependência do sexo masculino, é desse modo
que o desejo, princípio da acção, se submete à razão que concebe a arte do agir
rectamente. Eis o que vemos, e que cada uma dessas coisas, tomadas por si, são
boas, e que todas, em seu conjunto, são muito boas.
CAPÍTULO XXXIII
A matéria e a
forma
Que as tuas
obras te louvem para que te amemos!
Que nós te
amemos, para que as tuas obras te louvem!
Elas têm o seu
princípio e fim no tempo, o seu nascimento e morte, o seu progresso e decadência,
a sua beleza e sua imperfeição. Elas têm, portanto, sucessivamente a sua manhã
e a sua noite, umas oculta, outras, manifestamente.
Foram feitas por
ti do nada, não da tua substância, nem de nenhuma substância estranha ou
inferior a ti, mas de matéria concriada, isto é, criada por ti ao mesmo tempo
em que lhe deste forma, sem nenhum intervalo de tempo.
Sem dúvida a
matéria do céu e da terra é uma coisa, e a sua forma é outra, a tua matéria a
fizeste do nada, a forma, tu a tiraste da matéria informe.
Contudo, criaste
uma e outra a um só tempo, de maneira que entre a matéria e a forma não houvesse
nenhum intervalo de tempo.
CAPÍTULO XXXIV
Alegoria da
criação
Também meditei
sobre o significado simbólico da ordem pela qual se fez a tua criação e da ordem
pela qual a Escritura relata.
Vimos que as tuas
obras, consideradas, cada uma em si, são boas, e em seu conjunto, muito boas.
Em teu Verbo, em teu Filho único, vimos o céu e a terra, a cabeça e o corpo da
Igreja, predestinadas antes de todos os tempos, quando ainda não havia nem
manhã, nem tarde.
Depois começaste
a executar no tempo o que predestinaste antes do tempo, a fim de revelar os
teus desígnios ocultos e de dar ordem às nossas desordens – porque pesavam
sobre nós os nossos pecados, e nos perdíamos longe de ti em voragens de trevas.
O teu Espírito
misericordioso pairava sobre nós, para nos socorrer no momento oportuno.
Justificaste os ímpios,
tu os separaste dos pecadores e confirmaste a autoridade de teu Livro entre os superiores,
que te eram dóceis, e os inferiores, para que a eles se submetessem.
Reuniste num corpo
único, com as mesmas aspirações, a sociedade dos infiéis, para que aparecesse o
zelo dos fiéis fecundo em obras de misericórdia, e distribuindo aos pobres os
bens da terra para adquirir os do céu.
Acendeste então
os luzeiros no firmamento: os teus santos, que possuem a palavra de vida e brilham
pela sublime autoridade dos seus dons espirituais.
Depois, para
difundir a fé entre as nações idólatras, fizeste com a matéria visível dos
sacramentos os milagres bem perceptíveis, e determinaste as vozes das palavras
sagradas, conformes ao firmamento de teu Livro, pelas quais seriam abençoados
teus fiéis.
Formaste depois
a alma viva dos fiéis, pela disciplina das paixões bem ordenadas e pelo vigor
da continência.
Por fim
renovaste a alma, que não estava sujeita senão a ti, e que não tinha mais
necessidade de nenhuma autoridade humana para imitar, à tua imagem e semelhança,
submeteste, como a mulher ao homem, a actividade racional ao poder da inteligência.
Quiseste que aos
teus ministros que são necessários ao progresso dos fiéis nesta vida, que esses
mesmos fiéis propiciassem o necessário para suas necessidades temporais, obras valiosas
de caridade, cujos frutos colherão no futuro.
Vemos todas
essas coisas, e todas são muito boas, porque tu as contemplas em nós, tu que
nos deste o Espírito, para que por ele pudéssemos vê-las e amar-te nelas.
CAPÍTULO XXXV
Prece
Senhor Deus, tu
que nos deste tudo, concede-nos a paz do repouso, a paz do sábado, a paz do
ocaso.
De facto, esta
formosíssima ordem de coisas muito boas, passará quando atingir o termo do seu
destino, e terá a sua tarde como teve o seu amanhecer.
CAPÍTULO XXXVI
O repouso de
Deus
O sétimo dia,
porém, não tem crepúsculo, não entardece porque o santificaste para que se prolongue
eternamente. E o repouso do teu sétimo dia, depois de ter criado tantas e tão
boas obras, embora sem te causar fadiga, a palavra da tua Escritura anuncia-nos
que também nós, depois dos nossos trabalhos, que são bons porque assim nos o
concedeste, encontraremos o repouso em ti, no sábado da vida eterna.
CAPÍTULO XXXVII
O repouso da
alma
Então também
repousarás em nós, como hoje opera em nós, e o repouso de que gozaremos será
teu, como as obras que fazemos são tuas.
Mas tu, Senhor,
sempre estás activo e sempre estás em repouso.
Tu não vês o
tempo, não ages no tempo nem repousas no tempo, todavia, concede-nos que
vejamos no tempo, fazes o próprio tempo e o repouso além do tempo.
CAPÍTULO XXXVIII
O descanso de
Deus
Vemos, portanto,
as tuas criaturas porque elas existem. Mas elas existem porque tu as vês.
Olhando à nossa volta, vemos que elas existem, no nosso íntimo, vemos que são
boas. Mas tu já as viste feitas quando e onde viste que deviam ser feitas.
Agora somos
inclinados a praticar o bem, depois que o nosso coração concebeu essa ideia em
teu Espírito.
Outrora
estávamos inclinados ao mal, desertando de ti. Tu, porém, ó Deus, único bem,
nunca cessaste de nos fazer o bem.
Por tua graça,
algumas das nossas obras são boas, mas não são eternas.
Esperamos,
depois de realizá-las, repousar na tua grande santificação. Mas tu, que não
precisas de nenhum outro bem, estás sempre em repouso, porque és teu próprio
repouso.
Que homem poderá
dar ao homem a compreensão desta verdade? Que anjo a outro anjo?
Que anjo ao
homem?
É a ti que
devemos pedir, e em ti é que a devemos buscar, é à tua porta que devemos bater.
E somente assim receberemos, somente assim encontraremos, somente assim se nos
abrirá tua porta.
(Revisão trad.
portuguesa e grafismo por ama)
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