O problema do mal - insiste Fabro - não admite uma
solução puramente filosófica. Só a fé cristã é uma solução positiva. Para os
que amam a Deus, tudo coopera ao bem, escreveu São Paulo. Aí chega-se pela fé,
que passa pela humildade de saber-se incapaz de abarcar a grandeza infinita do
amor de Deus. Nós conhecemos e acreditamos o amor que Deus nos tem, escreve São
João. Ainda que nunca logremos captá-lo completamente, sabemos que sempre é
justo e misericordioso, que existe outra vida, explicação de muitos acontecimentos
que aqui não entendemos; que a existência terrena, ainda que com as suas
durezas, está envolta na esperança e o optimismo dos filhos de Deus; que o
homem não é uma paixão inútil nem um ser para a morte — como afirmou Sartre —,
mas para a vida; que a liberdade não é algo tão simples como gozar o imediato,
mas que consiste em buscar a verdade e o bem que nos tornam verdadeiros e bons,
tal como disse Bento XVI em Colónia; «unimo-nos ao Criador pelo exercício da
nossa liberdade: podemos render ou negar ao Senhor a glória que Lhe corresponde
como autor de tudo o que existe», lê-se em amigos de Deus . Por
certo essa glória consiste, como disse Santo Ireneu, não próprio homem que
vive; quer dizer, a liberdade engrandece-nos ao permitir que esse Deus se
manifeste em nós para fazer crescer a nossa dignidade. Assim, em palavras de
São Josemaria, afogaremos o mal na abundância de bem.
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