09/05/2013

O mal e a suspeita sobre Deus (II) 5


O problema do mal - insiste Fabro - não admite uma solução puramente filosófica. Só a fé cristã é uma solução positiva. Para os que amam a Deus, tudo coopera ao bem, escreveu São Paulo. Aí chega-se pela fé, que passa pela humildade de saber-se incapaz de abarcar a grandeza infinita do amor de Deus. Nós conhecemos e acreditamos o amor que Deus nos tem, escreve São João. Ainda que nunca logremos captá-lo completamente, sabemos que sempre é justo e misericordioso, que existe outra vida, explicação de muitos acontecimentos que aqui não entendemos; que a existência terrena, ainda que com as suas durezas, está envolta na esperança e o optimismo dos filhos de Deus; que o homem não é uma paixão inútil nem um ser para a morte — como afirmou Sartre —, mas para a vida; que a liberdade não é algo tão simples como gozar o imediato, mas que consiste em buscar a verdade e o bem que nos tornam verdadeiros e bons, tal como disse Bento XVI em Colónia; «unimo-nos ao Criador pelo exercício da nossa liberdade: podemos render ou negar ao Senhor a glória que Lhe corresponde como autor de tudo o que existe», lê-se em amigos de Deus . Por certo essa glória consiste, como disse Santo Ireneu, não próprio homem que vive; quer dizer, a liberdade engrandece-nos ao permitir que esse Deus se manifeste em nós para fazer crescer a nossa dignidade. Assim, em palavras de São Josemaria, afogaremos o mal na abundância de bem.

 

Paulo cabellos llorente, [i] trad ama



[i] Doutor em Direito Canónico, e Ciências da Educação

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