A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
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Evangelho: Lc 9, 23-43
23 Depois, dirigindo-Se a todos disse: «Se alguém quer vir
após Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias, e siga-Me. 24
Porque quem quiser salvar a sua vida, a perderá; e quem perder a sua vida por
causa de Mim, salvá-la-á. 25 Que aproveita ao homem ganhar todo o
mundo, se se perde a si mesmo ou se faz dano a si? 26 Porque quem se
envergonhar de Mim e das Minhas palavras, também o Filho do Homem se
envergonhará dele, quando vier na Sua majestade e na de Seu Pai e dos santos
anjos. 27 Digo-vos em verdade que estão aqui alguns presentes que
não morrerão sem que vejam o reino de Deus». 28 Cerca de oito dias
depois destas palavras, tomou consigo Pedro, Tiago e João, e subiu a um monte
para orar. 29 Enquanto orava modificou-Se o aspecto do Seu rosto, e
as Suas vestes tornaram-se brancas e resplandecentes. 30 E eis que
dois homens falavam com Ele: Moisés e Elias, 31 os quais apareceram
cheios de majestade, e falavam da morte que Ele devia sofrer em Jerusalém. 32
Entretanto, Pedro e os que estavam com ele tinham-se deixado vencer pelo sono.
Mas despertando, viram a majestade de Jesus e os dois varões que estavam com
Ele. 33 Enquanto estes se separavam d'Ele, Pedro que não sabia o que
dizia, disse a Jesus: «Mestre, que bom é nós estarmos aqui; façamos três
tendas, uma para Ti, uma para Moisés, e uma para Elias». 34 Estando
ele ainda a falar, formou-se uma nuvem, que os envolveu; e tiveram medo quando
entraram na nuvem. 35 Então saiu uma voz da nuvem que dizia: «Este é
o Meu Filho dilecto, escutai-O».36 Ao soar aquela voz, Jesus ficou
só. Eles calaram-se, e naqueles dias a ninguém disseram nada do que tinham
visto. 37 Sucedeu no dia seguinte que, ao descer eles do monte, lhes
saiu ao encontro uma grande multidão. 38 E eis que um homem do meio
da multidão clamou: «Mestre, peço-Te que olhes para o meu filho, porque é o
único que tenho. 39 Um espírito maligno apodera-se dele e
subitamente dá gritos, lança-o por terra, agita-o com violência, fazendo-o
espumar, e só o larga depois de o ter dilacerado. 40 Pedi aos Teus
discípulos que o expulsassem, mas não puderam». 41 Jesus respondeu:
«Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco e vos suportarei?
Traz cá o teu filho». 42 Quando este se aproximava, o demónio
lançou-o por terra e agitou-o com violência. Mas Jesus ameaçou o espírito
imundo, curou o menino, e restituiu-o ao pai. 43 E todos se
admiravam da grandeza de Deus.
C. I. C. nr.
2196 a 2220
«AMARÁS O TEU PRÓXIMO COMO
A TI MESMO»
Jesus
disse aos discípulos: «Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei» (Jo 13, 34).
2196.
Respondendo à questão posta sobre o primeiro dos mandamentos, Jesus disse: «O
primeiro é: "Escuta, Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás
o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu
entendimento e com todas as tuas forças!". O segundo é este: "Amarás
o teu próximo como a ti mesmo". Não há outro mandamento maior do que
estes» (Mc 12, 29-31).
E
o apóstolo São Paulo lembra: «Quem ama o próximo cumpre plenamente a lei. De
facto: "Não cometerás adultério, não matarás, não furtarás, não
cobiçarás", bem como qualquer outro mandamento, estão resumidos numa só frase:
"Amarás ao próximo como a ti mesmo". O amor não faz mal ao próximo.
Assim, é no amor que está o pleno cumprimento da lei» (Rm 13, 8-10).
O QUARTO MANDAMENTO
«Honra
pai e mãe, a fim de prolongares os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te
vai dar» (Ex 20, 12).
«Era-lhes
submisso» (Lc 2, 51).
O
próprio Senhor Jesus lembrou a força deste «mandamento de Deus» (1). E o
Apóstolo ensina: «Filhos, obedecei aos vossos pais, no Senhor, pois é isso que
é justo. "Honra pai e mãe" – tal é o primeiro mandamento, com uma
promessa "para que sejas feliz e gozes de longa vida sobre a terra"»
(Ef 6, 1-3) (2).
2197.
O quarto mandamento é o primeiro da segunda tábua, e indica a ordem da
caridade. Deus quis que, depois de Si, honrássemos os nossos pais, a quem
devemos a vida e que nos transmitiram o conhecimento de Deus. Temos obrigação
de honrar e respeitar todos aqueles que Deus, para nosso bem, revestiu da sua
autoridade.
2198.
Este mandamento exprime-se sob a forma positiva de deveres a cumprir. Anuncia
os mandamentos seguintes, relativos ao respeito particular pela vida, pelo
matrimónio, pelos bens terrenos, pela palavra dada. E constitui um dos
fundamentos da doutrina social da Igreja.
2199.
O quarto mandamento dirige-se expressamente aos filhos nas suas relações com o
pai e a mãe, porque esta relação é a mais universal. Mas diz respeito
igualmente às relações de parentesco com os membros do grupo familiar. Exige
que se preste honra, afeição e reconhecimento aos avós e antepassados. E,
enfim, extensivo aos deveres dos alunos para com os professores, dos empregados
para com os patrões, dos subordinados para com os chefes e dos cidadãos para
com a pátria e para com quem os administra ou governa.
Este
mandamento implica e subentende os deveres dos pais, tutores, professores,
chefes, magistrados, governantes, todos aqueles que exercem alguma autoridade
sobre outrem ou sobre uma comunidade de pessoas.
2200.
A observância do quarto mandamento comporta a respectiva recompensa: «Honra pai
e mãe, a fim de prolongares os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te vai
dar» (Ex 20, 12) (3). O respeito por este mandamento proporciona, com os frutos
espirituais, os frutos temporais da paz e da prosperidade. Pelo contrário, a
sua inobservância acarreta grandes danos às comunidades e às pessoas humanas.
I. A família no plano de
Deus
NATUREZA DA FAMÍLIA
2201.
A comunidade conjugal assenta sobre o consentimento dos esposos. O matrimónio e
a família estão ordenados para o bem dos esposos e para a procriação e educação
dos filhos. O amor dos esposos e a geração dos filhos estabelecem, entre os
membros duma mesma família, relações pessoais e responsabilidades primordiais.
2202.
Um homem e uma mulher, unidos em matrimónio, formam com os seus filhos uma
família. Esta disposição precede todo e qualquer reconhecimento por parte da
autoridade pública e impõe-se a ela. Deverá ser considerada como a referência
normal, em função da qual serão apreciadas as diversas formas de parentesco.
2203.
Ao criar o homem e a mulher, Deus instituiu a família humana e dotou-a da sua
constituição fundamental. Os seus membros são pessoas iguais em dignidade. Para
o bem comum dos seus membros e da sociedade, a família implica uma diversidade
de responsabilidades, de direitos de deveres.
A FAMÍLIA CRISTÃ
2204.
«A família cristã constitui uma revelação e uma realização específica da
comunhão eclesial; por esse motivo [...], há-de ser designada como uma igreja
doméstica» (4). Ela é uma comunidade de fé, de esperança e de caridade:
reveste-se duma importância singular na Igreja, como transparece do Novo
Testamento (5).
2205.
A família cristã é uma comunhão de pessoas, vestígio e imagem da comunhão do Pai
e do Filho, no Espírito Santo. A sua actividade procriadora e educativa é o
reflexo da obra criadora do Pai. É chamada a partilhar da oração e do
sacrifício de Cristo. A oração quotidiana e a leitura da Palavra de Deus
fortalecem nela a caridade. A família cristã é evangelizadora e missionária.
2206.
As relações no seio da família comportam uma afinidade de sentimentos, de
afectos e de interesses, que provêm sobretudo do mútuo respeito das pessoas. A
família é uma comunidade privilegiada, chamada a realizar a comunhão das almas,
o comum acordo dos esposos e a diligente cooperação dos pais na educação dos
filhos (6).
II. A família e a
sociedade
2207.
A família é a célula originária da vida social. É ela a sociedade natural em
que o homem e a mulher são chamados ao dom de si no amor e no dom da vida. A
autoridade, a estabilidade e a vida de relações no seio da família constituem
os fundamentos da liberdade, da segurança, da fraternidade no seio da
sociedade. A família é a comunidade em que, desde a infância, se podem aprender
os valores morais, começar a honrar a Deus e a fazer bom uso da liberdade. A
vida da família é iniciação à vida em sociedade.
2208.
A família deve viver de modo que os seus membros aprendam a preocupar-se e a
encarregar-se dos jovens e dos velhos, das pessoas doentes ou incapacitadas e
dos pobres. São muitas as famílias que, em certos momentos, se não encontram em
condições de prestar esta ajuda. Recai então sobre outras pessoas, outras
famílias e, subsidiariamente, sobre a sociedade, o dever de prover a estas
necessidades: «A religião pura e sem mancha, aos olhos de Deus nosso Pai,
consiste em visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e conservar-se
limpo do contágio do mundo» (Tg 1, 27).
2209.
A família deve ser ajudada e defendida por medidas sociais apropriadas. Nos
casos em que as famílias não estiverem em condições de cumprir as suas funções,
os outros corpos sociais têm o dever de as ajudar e de amparar a instituição
familiar. Mas, segundo o princípio da subsidiariedade, as comunidades mais
vastas abster-se-ão de lhe usurpar as suas prerrogativas ou de se imiscuir na
sua vida.
2210.
A importância da família na vida e no bem-estar da sociedade (7) implica uma
responsabilidade particular desta no apoio e fortalecimento do matrimónio e da
família. A autoridade civil deve considerar como seu grave dever «reconhecer e
proteger a verdadeira natureza do matrimónio e da família, defender a
moralidade pública e favorecer a prosperidade doméstica» (8).
2211.
A comunidade política tem o dever de honrar a família, de a assistir e de
nomeadamente lhe garantir:
–
a Liberdade de fundar um lar, ter filhos e educá-Los de acordo com as suas
próprias convicções morais e religiosas;
– a protecção da estabilidade do vínculo
conjugal e da instituição familiar;
–
a liberdade de professar a sua fé, de a transmitir, de educar nela os seus
filhos, com os meios e as instituições necessárias;
–
o direito à propriedade privada, a liberdade de iniciativa, de obter um
trabalho, uma habitação e o direito de emigrar;
–
consoante as instituições dos países, o direito aos cuidados médicos e à
assistência aos idosos, bem como ao abono de família;
–
a protecção da segurança e da salubridade, sobretudo no que respeita a perigos
como a droga, a pornografia, o alcoolismo. etc.;
–
a liberdade de formar associações com outras famílias e de ter assim
representação junto das autoridades civis (9).
2212.
O quarto mandamento esclarece as outras relações na sociedade. Nos nossos
irmãos e irmãs vemos os filhos dos nossos pais; nos nossos primos, os
descendentes dos nossos avós; nos nossos concidadãos, os filhos da nossa
pátria; nos baptizados, os filhos da nossa mãe Igreja; em toda a pessoa humana,
um filho ou filha d'Aquele que quer ser chamado «nosso Pai». Daí que as nossas
relações com o próximo sejam reconhecidas como de ordem pessoal. O próximo não
é um «indivíduo» da colectividade humana; é «alguém» que, pelas suas origens
conhecidas, merece uma atenção e um respeito singulares.
2213.
As comunidades humanas são compostas de pessoas. O bom governo das mesmas não
se limita à garantia dos direitos e ao cumprimento dos deveres, bem como ao
respeito pelos contratos. Relações justas entre patrões e empregados,
governantes e cidadãos, pressupõem a benevolência natural, de acordo com a
dignidade das pessoas humanas, solícitas pela justiça e pela fraternidade.
III. Deveres dos membros
da família
DEVERES DOS FILHOS
2214.
A paternidade divina é a fonte da paternidade humana (10); nela se fundamenta a
honra devida aos pais. O respeito dos filhos, menores ou adultos, pelo seu pai
e pela sua mãe (11) nutre-se do afecto natural nascido dos laços que os unem.
Exige-o o preceito divino (12).
2215.
O respeito pelos pais (piedade filial) é feito de reconhecimento àqueles que,
pelo dom da vida, pelo seu amor e seu trabalho, puseram os filhos no mundo e
lhes permitiram crescer em estatura, sabedoria e graça. «Honra o teu pai de
todo o teu coração e não esqueças as dores da tua mãe. Lembra-te de que foram
eles que te geraram. Como lhes retribuirás o que por ti fizeram?» (Sir 7,
27-28).
2216.
O respeito filial revela-se na docilidade e na obediência autênticas. «Observa,
meu filho, as ordens do teu pai, e não desprezes os ensinamentos da tua mãe
[...]. Servir-te-ão de guia no caminho, velarão por ti quando dormires, e
falarão contigo ao despertares» (Pr 6, 20.22). «O filho sábio é fruto da
correcção paterna, mas o insolente não aceita a repreensão» (Pr 13, 1).
2117.
Enquanto viver na casa dos pais, o filho deve obedecer a tudo o que eles lhe
mandarem para seu bem ou o da família. «Filhos, obedecei em tudo aos vossos
pais, porque isto agrada ao Senhor» (Cl 3, 20) (13). Os filhos devem também
obedecer às prescrições razoáveis dos seus educadores e de todos aqueles a quem
os pais os confiaram. Mas se o filho se persuadir, em consciência, de que é
moralmente mau obedecer a determinada ordem, não o faça.
Com
o crescimento, os filhos continuarão a respeitar os pais. Adivinharão os seus
desejos, pedirão de boa vontade os seus conselhos e aceitarão as suas
admoestações justificadas. A obediência aos pais cessa com a emancipação: mas
não o respeito que sempre lhes é devido. É que este tens a sua raiz no temor de
Deus, que é um dos dons do Espírito Santo.
2218.
O quarto mandamento lembra aos filhos adultos as suas responsabilidades para
com os pais. Tanto quanto lhes for possível, devem prestar-lhes ajuda material
e moral, nos anos da velhice e no tempo da doença, da solidão ou do desânimo.
Jesus lembra este dever de gratidão (14).
«Deus
quis honrar o pai pelos filhos e cuidadosamente firmou sobre eles a autoridade
da mãe. O que honra o pai alcança o perdão dos seus pecados e quem honra a mãe
é semelhante àquele que acumula tesouros. Quem honra o pai encontrará alegria
nos seus filhos e será ouvido no dia da sua oração. Quem honra o pai gozará de
longa vida e quem lhe obedece consolará a sua mãe» (Sir 3, 2-6).
«Filho,
ampara o teu pai na velhice, não o desgostes durante a sua vida. Mesmo se ele
vier a perder a razão, sê indulgente, não o desprezes, tu que estás na
plenitude das tuas forças [...]. É como um blasfemador o que desampara o seu
pai e é amaldiçoado por Deus aquele que irrita a sua mãe» (Sir 3, 12-16).
2219.
O respeito filial favorece a harmonia de toda a vida familiar; engloba também
as relações entre irmãos e irmãs. O respeito pelos pais impregna todo o
ambiente familiar. «A coroa dos anciãos são os filhos dos seus filhos» (Pr 17,
6). «Suportai-vos uns aos outros na caridade, com toda a humildade, mansidão e
paciência» (Ef 4, 2).
2220.
Os cristãos, têm o dever de ser especialmente gratos àqueles de quem receberam
o dom da fé, a graça do Baptismo e a vida na Igreja. Pode tratar-se dos pais,
de outros membros da família, dos avós, dos pastores, dos catequistas, dos
professores ou amigos. «Conservo a lembrança da tua fé tão sincera, que foi
primeiro a da tua avó Lóide e da tua mãe Eunice, e que, estou certo, habita
também em ti» (2 Tm 1, 5).
__________________________________
Notas:
1.
Cf. Mc 7, 8-13.
2.
Cf. Dt 5, 16.
3.
Cf. Dt 5, 16.
4.
João Paulo II. Ex. ap. Familiaris consortio, 21: AAS 74 (1982) 105; cf. II
Concílio do Vaticano, Const. dogm. Lumen Gentium, 11: AAS 57 (1965) 16.
5.
Cf. Ef 5, 21-6, 4; Cl 3, 18-21; 1 Pe 3, 1-7.
6.
Cf. II Concílio do Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, 52: AAS 58 (1966)
1073.
7.
Cf. II Concílio do Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, 47: AAS 58 (1966)
1067.
8.
Cf. II Concílio do Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, 52: AAS 58 (1966)
1073.
9.
Cf. João Paulo II, Ex. ap. Familiaris consortio, 46: AAS 74 (1982) 137-138.
10.
Cf. Ef 3, 15.
11.
Cf. Pr 1, 8; Tb 4, 3-4.
12.
Cf. Ex 20, 12.
13.
Cf. Ef 6, 1.
14.
Cf. Mc 7, 10-12.
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