A Criação 8
2. A realidade criada
O
efeito da acção criadora de Deus é a totalidade do mundo criado, “céus e terra”
(Gn 1,1). Deus é «Criador de todas as coisas, das visíveis e das invisíveis,
espirituais e corporais; que pela sua omnipotente virtude ao mesmo tempo, desde
o princípio do tempo, criou do nada uma e outra criatura, a espiritual e a
corporal, ou seja, a angélica e a mundana e depois a humana, como comum,
composta de espírito e de corpo» 11.
O
cristianismo supera quer o monismo (que afirma que a matéria e o espírito se
confundem, que a realidade de Deus e do mundo se identificam), quer o dualismo
(segundo o qual matéria e espírito são princípios originários opostos).
A
acção criadora pertence à eternidade de Deus, mas o efeito de tal acção está
marcado pela temporalidade. A Revelação afirma que o mundo foi criado como
mundo com um início temporal 12, quer dizer, que o mundo foi criado
juntamente com o tempo, o que se mostra muito congruente com a unidade do
desígnio divino de se revelar na história da salvação.
santiago sanz
Bibliografia básica
Catecismo da Igreja Católica, 279-374.
Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, 51-72.
DS, n. 125, 150, 800, 806, 1333, 3000-3007, 3021-3026,
4319, 4336, 4341.
Concílio Vaticano II, Gaudium et Spes, 10-18, 19-21,
36-39.
João Paulo II, Creo en Dios Padre. Catequesis sobre el
Credo (I), Palabra, Madrid 1996, 181-218.
Leituras recomendadas:
Santo Agostinho, Confissões, livro XII.
São Tomás de Aquino, Summa Theologiae, I, qq. 44-46.
São Josemaria, Homilia «Amar o mundo apaixonadamente»
em Temas Actuais do Cristianismo, 113-123.
Joseph Ratzinger, Creación y pecado, Eunsa, Pamplona
1992.
João Paulo II, Memória e Identidade, Bertrand Editora,
Lisboa 2005.
(Resumos
da Fé cristã: © 2013, Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet)
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Notas:
11
Concílio Lateranense IV (1215), DS 800.
12
Assim o ensina o Concílio Lateranense IV e, referindo-se a ele, o Concílio
Vaticano I (cf. respectivamente DS 800 y 3002). Trata-se de uma verdade
revelada, que a razão não pode demonstrar, como ensinou São Tomás na famosa
disputa medieval sobre a eternidade do mundo: cf. Contra Gentiles, lib. 2, cap.
31-38; e o seu opúsculo filosófico De Aeternitate Mundi.
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