A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
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Evangelho: Lc 2, 21-40
21 Depois que se
completaram os oito dias para ser circuncidado o Menino, deram-Lhe o nome de
Jesus, como Lhe tinha chamado o anjo, antes que fosse concebido no ventre
materno. 22 Depois que se completaram os dias da purificação de
Maria, segundo a Lei de Moisés, levaram-n'O a Jerusalém para O apresentar ao
Senhor 23 segundo o que está escrito na Lei do Senhor: “Todo o varão
primogénito será consagrado ao Senhor”, 24 e para oferecerem em
sacrifício, conforme o que também está escrito na Lei do Senhor: “Um par de
rolas ou dois pombinhos”. 25 Havia então em Jerusalém um homem
chamado Simeão. Este homem era justo e piedoso; esperava a consolação de
Israel, e o Espírito Santo estava nele. 26 Tinha-lhe sido revelado
pelo Espírito Santo que não veria a morte sem ver primeiro o Cristo do Senhor. 27
Foi ao templo conduzido pelo Espírito. E, levando os pais o Menino Jesus, para
cumprirem as prescrições usuais da Lei a Seu respeito, 28 ele tomou-O
nos braços e louvou a Deus, dizendo: 29 «Agora, Senhor, podes deixar
o teu servo partir em paz segundo a Tua palavra; 30 porque os meus
olhos viram a Tua salvação, 31 que preparaste em favor de todos os
povos; 32 luz para iluminar as nações, e glória de Israel, Teu
povo». 33 O Seu pai e a Sua mãe estavam admirados das coisas que
d'Ele se diziam. 34 Simeão abençoou-os e disse a Maria, Sua mãe:
«Eis que este Menino está posto para ruína e ressurreição de muitos em Israel e
para ser sinal de contradição. 35 E uma espada trespassará a tua
alma. Assim se descobrirão os pensamentos escondidos nos corações de muitos». 36
Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era
de idade muito avançada. Tinha vivido sete anos com o seu marido, após o seu
tempo de donzela, 37 e tinha permanecido viúva até aos oitenta e
quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia com
jejuns e orações. 38 Ela também, vindo nesta mesma ocasião, louvava
a Deus e falava de Jesus a todos os de Jerusalém que esperavam a redenção. 39
Depois que cumpriram tudo, segundo o que mandava a Lei do Senhor, voltaram para
a Galileia, para a sua cidade de Nazaré. 40 O Menino crescia e
fortificava-Se, cheio de sabedoria, e a graça de Deus estava com Ele.
C. I. C. nr. 1691 a 1715
A VIDA EM CRISTO
INTRODUÇÃO
1691.
«Reconhece, ó cristão, a tua dignidade. Uma vez constituído participante da
natureza divina, não penses em voltar às antigas misérias da tua vida passada.
Lembra-te de que cabeça e de que corpo és membro. Não te esqueças de que foste
libertado do poder das trevas e transferido para a luz e para o Reino de Deus»
(1).
1692.
O Símbolo da fé, professou a grandeza dos dons de Deus ao homem na obra da
criação e, mais ainda, na da redenção e santificação. O que a fé confessa, os
sacramentos comunicam-no: pelos «sacramentos, que os fizeram renascer», os
cristãos tornaram-se «filhos de Deus» (1 Jo 3, 1) (2), «participantes da
natureza divina» (2 Pe 1, 4). Reconhecendo pela fé a sua nova dignidade, os
cristãos são chamados a levar, doravante, uma vida digna do Evangelho de Cristo
(3). Pelos sacramentos e pela oração, recebem a graça de Cristo e os dons do seu
Espírito, que dela os tornam capazes.
1693.
Cristo Jesus fez sempre aquilo que era do agrado do Pai (4). Viveu sempre em
perfeita comunhão com Ele. De igual modo, os seus discípulos são convidados a
viver sob o olhar do Pai, «que vê no segredo» (Mt 6, 6), para se tornarem
«perfeitos como o Pai celeste é perfeito» (Mt 5, 47).
1694.
Incorporados em Cristo pelo Baptismo (5), os cristãos «morreram para o pecado e
vivem para Deus em Cristo Jesus» (6), participando assim na vida do
Ressuscitado (7). Seguindo a Cristo e em união com Ele (8), os cristãos podem
esforçar-se por ser imitadores de Deus, como filhos bem amados, e por proceder
com amor» (9), conformando os seus pensamentos, palavras e acções com os
sentimentos de Cristo Jesus (10) e seguindo os seus exemplos (11).
1695.
«Justificados pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito do nosso
Deus» (1 Cor 6, 11), «santificados e chamados a serem santos» (12) os cristãos
tornaram-se «templo do Espírito Santo» (1 Cor 6, 19). Este, que é o «Espírito do
Filho», ensina-os a orar ao Pai (13) e, tendo-Se feito vida deles, impele-os a
agir (14) para produzirem os frutos do Espírito (15) mediante uma caridade
activa. Curando as feridas do pecado, o Espírito Santo renova-nos interiormente
por uma transformação espiritual (16), ilumina-nos e fortalece-nos para
vivermos como «filhos da luz» (Ef 5, 8) «em toda a espécie de bondade, justiça
e verdade (Ef 5, 9).
1696.
O caminho de Cristo «leva à vida»; um caminho contrário «leva à perdição» (Mt
7, 13) (17). A parábola evangélica dos dois caminhos está sempre presente na
catequese da Igreja. E significa a importância das decisões morais para a nossa
salvação. «Há dois caminhos, um da vida, outro da morte: mas entre os dois
existe uma grande diferença» (18).
1697.
Na catequese, importa revelar com toda a clareza a alegria e as exigências do
caminho de Cristo(19). A catequese da «vida nova» n'Ele (Rm 6, 4), deve ser:
–
uma catequese do Espírito Santo, mestre interior da vida segundo Cristo, doce
hóspede e amigo que inspira, guia, rectifica e fortalece essa vida;
–
uma catequese da graça, pois é pela graça que somos salvos e é também pela
graça que as nossas obras podem ser frutuosas para a vida eterna;
– uma catequese das bem-aventuranças, porque o
caminho de Cristo se resume nelas e é o único caminho da felicidade eterna a
que o coração do homem aspira;
–
uma catequese do pecado e do perdão, porque, sem se reconhecer pecador, o homem
não pode conhecer a verdade sobre si mesmo, condição dum procedimento justo: e,
sem a oferta do perdão, não seria capaz de suportar aquela verdade;
–
uma catequese das virtudes humanas, que faz apreender a beleza e o atractivo
das rectas disposições para o bem;
–
uma catequese das virtudes cristãs da fé, esperança e caridade, que se inspira
abundantemente no exemplo dos santos;
–
uma catequese do duplo mandamento da caridade exposto no decálogo;
–
uma catequese eclesial, porque é nas múltiplas permutas dos «bens espirituais»,
na «comunhão dos santos», que a vida cristã pode crescer, desenvolver-se e
comunicar-se.
1698.
A referência, primeira e última, desta catequese será sempre o próprio Jesus
Cristo, que é «o caminho, a verdade e a vida» (Jo 14, 6). De olhos postos n'Ele
com fé, os cristãos podem esperar que Ele próprio realize neles as suas
promessas e, amando-O com o amor com que Ele os amou, podem fazer as obras
correspondentes à sua dignidade:
«Rogo-te
que penses em nosso Senhor Jesus Cristo como tua verdadeira cabeça, e em ti
como um dos seus membros. Ele é para ti como a cabeça para os membros. Tudo o
que é d'Ele é teu: o espírito, o coração, o corpo, a alma e todas as
faculdades. Deves usar de todas elas como se fossem realmente tuas, para
servir, louvar, amar e glorificar a Deus. Tu és para Ele como um membro em
relação à cabeça: e, por isso, também Ele deseja ardentemente servir-Se de
todas as tuas faculdades como se fossem suas, para servir e glorificar o Pai»
(20).
«Para
mim, viver é Cristo» (Fl 1, 21).
A VOCAÇÃO DO HOMEM: A VIDA
NO ESPÍRITO
1699.
A vida no Espírito Santo realiza a vocação do homem (Capítulo primeiro). É
feita de caridade divina e de solidariedade humana (Capítulo segundo). É
concedida gratuitamente como salvação (Capítulo terceiro).
A DIGNIDADE DA PESSOA
HUMANA
1700.
A dignidade da pessoa humana radica na sua criação à imagem e semelhança de
Deus (Artigo 1) e realiza-se na sua vocação à bem-aventurança divina (Artigo
2). Compete ao ser humano chegar livremente a esta realização (Artigo 3). Pelos
seus actos deliberados (Artigo 4), a pessoa humana conforma-se, ou não, com o
bem prometido por Deus e atestado pela consciência moral (Artigo 5). Os seres
humanos edificam-se a si mesmos e crescem a partir do interior: fazem de toda a
sua vida sensível e espiritual objecto do próprio crescimento (Artigo 6). Com a
ajuda da graça, crescem na virtude (Artigo 7), evitam o pecado e, se o
cometeram, entregam-se como o filho pródigo (1) à misericórdia do Pai dos céus
(Artigo 8). Atingem, assim, a perfeição da caridade.
O HOMEM, IMAGEM DE DEUS
1701.
«Cristo, [...] na própria revelação do mistério do Pai e do seu amor, manifesta
plenamente o homem a si mesmo e descobre-lhe a sua vocação sublime» (2). Foi em
Cristo, «imagem do Deus invisível» (Cl 1, 15) (3), que o homem foi criado «à
imagem e semelhança» do Criador. Assim como foi em Cristo, redentor e salvador,
que a imagem divina, deformada no homem pelo primeiro pecado, foi restaurada na
sua beleza original e enobrecida pela graça de Deus (4).
1702.
A imagem divina está presente em cada homem. Resplandece na comunhão das
pessoas, à semelhança da unidade das Pessoas divinas entre Si (cf. Capítulo
segundo).
1703.
Dotada de uma alma «espiritual e imortal» (5) a pessoa humana é «a única
criatura sobre a tema querida por Deus por si mesma» (6). Desde que é
concebida, é destinada para a bem-aventurança eterna.
1704.
A pessoa humana participa da luz e da força do Espírito divino. Pela razão, é
capaz de compreender a ordem das coisas estabelecida pelo Criador. Pela vontade,
é capaz de se orientar a si própria para o bem verdadeiro. E encontra a
perfeição na «busca e no amor da verdade e do bem» (7).
1705.
Em virtude da sua alma e das forças espirituais da inteligência e da vontade, o
homem é dotado de liberdade, «sinal privilegiado da imagem divina» (8).
1706.
Mediante a sua razão, o homem conhece a voz de Deus que o impele «a fazer [...]
o bem e a evitar o mal» (9). Todos devem seguir esta lei, que ressoa na
consciência e se cumpre no amor de Deus e do próximo. O exercício da vida moral
atesta a dignidade da pessoa.
1707.
«Seduzido pelo Maligno desde o começo da história, o homem abusou da sua
liberdade» (10). Sucumbiu à tentação e cometeu o mal. Conserva o desejo do bem,
mas a sua natureza está ferida pelo pecado original. O homem ficou com a
inclinação para o mal e sujeito ao erro:
O
homem encontra-se, pois, dividido em si mesmo. E assim, toda a vida humana,
quer singular quer colectiva, apresenta-se como uma luta, e quão dramática,
entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas» (11).
1708.
Pela sua paixão, Cristo livrou-nos de Satanás e do pecado e mereceu-nos a vida
nova no Espírito Santo. A sua graça restaura o que o pecado tinha deteriorado
em nós.
1709.
Quem crê em Cristo torna-se filho de Deus. Esta adopção filial transforma-o,
dando-lhe a possibilidade de seguir o exemplo de Cristo. Torna-o capaz de agir
com rectidão e de praticar o bem. Na união com o seu Salvador, o discípulo
atinge a perfeição da caridade, que é a santidade. Amadurecida na graça, a vida
moral culmina na vida eterna, na glória do céu.
Resumindo:
1710.
«Cristo [...] manifesta plenamente o
homem a si mesmo e descobre-lhe a sua vocação sublime» (12).
1711.
Dotada de uma alma espiritual, de
inteligência e de vontade, a pessoa humana é, desde a sua concepção, ordenada
para Deus e destinada à eterna bem-aventurança. E continua a aperfeiçoar-se na
«busca e amor da verdade e do bem» (13).
1712.
«A verdadeira liberdade é, no homem, o
sinal privilegiado da imagem de Deus» (14).
1713.
O homem é obrigado a seguir a lei moral,
que o impele a «fazer [...] o bem e a evitar o mal» (15). Esta lei ressoa na sua consciência.
1714.
O homem, ferido na sua natureza pelo
pecado original, está sujeito ao erro e inclinado para o mal no exercício da
sua liberdade.
1715.
Quem crê em Cristo possui a vida nova no
Espírito Santo. A vida moral, crescida e amadurecida na graça, deve consumar-se
na glória do céu.
___________________________
Notas:
1.
São Leão Magno, Sermo 21, 3: CCL 138, 88 (PL 54, 192-193).
2.
Cf. Jo 1, 12.
3.
Cf. Fl 1, 27.
4.
Cf. Jo 8, 29.
5. Cf. Rm 6, 5.
6. Cf. Rm 6, 11.
7. Cf. Cl 2, 12.
8. Cf. Jo 15, 5.
9. Cf. Ef 5, 1-2.
10. Cf. Fl 2, 5.
11. Cf. Jo 13, 12-16.
12. Cf. 1 Cor 1, 2.
13. Cf. Gl 4, 6.
14. Cf. Gl 5, 25.
15. Cf. Gl 5, 22.
16. Cf. Ef 4, 23.
17. Cf. Dt 30, 15-20.
18. Didaké 1, 1: SC 248, 140
(Funk 1, 2).
19.
Cf. João Paulo II, Ex. Ap. Catechesi tradendae, 29: AAS 71 (1979) 1301.
20.
São João Eudes, Le Coeur admirable de la Très Sacrée Mère de Dieu, 1, 5 Oeuvres
completes, v. 6 (Paris 1908) p. 113-114.
1.
Cf. Lc 15, 11-32.
2.
II Concílio do Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, 22: AAS 58 (1966) 1042.
3. Cf. 2 Cor 4, 4.
4.
Cf. II Concílio do Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, 22: AAS 58 (1966)
1042.
5.
Cf. II Concílio do Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, 14: AAS 58 (1966)
1036.
6.
II Concílio do Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, 24: AAS 58 (1966) 1045.
7.
Cf. II Concílio do Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, 15: AAS 58 (1966)
1036.
8.
II Concílio do Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, 17: AAS 58 (1966) 1037.
9.
II Concílio do Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, 16: AAS 58 (1966) 1037.
10.
II Concílio do Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, 13: AAS 58 (1966) 1034.
11.
II Concílio do Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, 13: AAS 58 (1966) 1035.
12.
II Concílio do Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, 22: AAS 58 (1966) 1042.
13.
Cf. II Concílio do Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, 15: AAS 58 (1966)
1036.
14.
II Concílio do Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, 17: AAS 58 (1966) 1037.
15.
II Concílio do Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, 16: AAS 58 (1966) 1037.
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