A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
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Evangelho:
Mc 12, 35-44; 13, 1-13
35
Continuando a ensinar no templo, Jesus tomou a palavra e disse: «Como dizem os
escribas que o Cristo é filho de David? 36 O mesmo David inspirado
pelo Espírito Santo diz: “Disse o Senhor ao Meu Senhor: Senta-Te à Minha
direita, até que Eu ponha os Teus inimigos debaixo dos Teus pés”. 37
O própio David, portanto, chama-Lhe Senhor; como é Ele, pois, seu filho?». A
numerosa multidão ouvia-O com gosto. 38 Dizia-lhes ainda nos Seus
ensinamentos: «Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar com roupas largas,
de serem saudados nas praças 39 e de ocuparem as primeiras cadeiras
nas sinagogas e os primeiros lugares nos banquetes, 40 que devoram
as casas das viúvas, sob o pretexto de longas orações. Serão julgados com maior
rigor». 41 Estando Jesus sentado defronte do cofre das esmolas,
observava como o povo deitava ali dinheiro. Muitos ricos deitavam em
abundância. 42 Tendo chegado uma pobre viúva, lançou duas pequenas
moedas, que valem um quarto de um asse. 43 Chamando os Seus
discípulos, disse-lhes: «Em verdade vos digo que esta pobre viúva deu mais que
todos os outros que deitaram no cofre, 44 porque todos os outros
deitaram do que lhes sobrava, ela porém deitou do seu necessário tudo o que
possuía, tudo o que tinha para viver».
13 1 Quando saía do templo, disse-Lhe um dos Seus
discípulos: «Olha, Mestre, que pedras e que construções!». 2 Jesus
disse-lhe: «Vês estes grandes edifícios? Não ficará pedra sobre pedra que não
seja derrubada». 3 Estando sentado no monte das Oliveiras, defronte
do templo, Pedro, Tiago, João e André interrogaram-n'O à parte: 4
«Diz-nos, quando sucederão estas coisas e que sinal haverá de que tudo isto
está para se cumprir». 5 Então, Jesus começou a dizer-lhes: «Vede
que ninguém vos engane. 6 Virão muitos em Meu nome, dizendo: “Sou
eu”; e enganarão muitos. 7 Quando ouvirdes falar de guerras e de
rumores de guerras, não temais; porque importa que estas coisas aconteçam, mas
não será ainda o fim. 8 Levantar-se-á nação contra nação e reino
contra reino. Haverá terramotos em diversas partes e fomes. Estas coisas serão
o princípio das dores. 9 Estai alerta! Hão-de vos entregar aos
tribunais, sereis açoitados nas sinagogas, por Minha causa sereis levados
diante dos governadores e dos reis, para dar testemunho de Mim diante deles. 10
Mas, antes, deve ser pregado o Evangelho a todas as nações. 11
Quando, pois, vos levarem para vos entregar, não premediteis no que haveis de
dizer, mas dizei o que vos for inspirado nessa hora, porque não sois vós que
falais, mas sim o Espírito Santo. 12 Então o irmão entregará à morte
o seu irmão, o pai o filho; os filhos levantar-se-ão contra os pais e lhes
darão a morte. 13 Sereis odiados por todos, por causa do Meu nome.
Mas o que perseverar até ao fim, esse será salvo.
C. I. C. nr. 1333 a 1361
III. A Eucaristia na
economia da salvação
OS SINAIS DO PÃO E DO
VINHO
1333.
No centro da celebração da Eucaristia temos o pão e o vinho que, pelas palavras
de Cristo e pela invocação do Espírito Santo, se tornam o corpo e o sangue do
mesmo Cristo. Fiel à ordem do Senhor, a Igreja continua a fazer, em memória
d'Ele e até à sua vinda gloriosa, o que Ele fez na véspera da sua paixão:
«Tomou o pão...», «Tomou o cálice com vinho...». Tornando-se misteriosamente o
corpo e o sangue de Cristo, os sinais do pão e do vinho continuam a significar
também a bondade da criação. Por isso, no ofertório [apresentação das
oferendas], nós damos graças ao Criador pelo pão e pelo vinho (164), fruto «do
trabalho do homem», mas primeiramente «fruto da terra» e «da videira», dons do
Criador. A Igreja vê no gesto de Melquisedech, rei e sacerdote, que «ofereceu
pão e vinho» (Gn 14, 18), uma prefiguração da sua própria oferenda (165).
1334.
Na Antiga Aliança, o pão e o vinho são oferecidos em sacrifício entre as
primícias da terra, em sinal de reconhecimento ao Criador. Mas também recebem
uma nova significação no contexto do Êxodo: os pães ázimos que Israel come
todos os anos na Páscoa, comemoram a pressa da partida libertadora do Egipto; a
lembrança do maná do deserto recordará sempre a Israel que é do pão da Palavra
de Deus que ele vive (166). Finalmente, o pão de cada dia é o fruto da terra
prometida, penhor da fidelidade de Deus às suas promessas. O «cálice de bênção»
(1 Cor 10, 16), no fim da ceia pascal dos judeus, acrescenta à alegria festiva
do vinho uma dimensão escatológica – a da expectativa messiânica do restabelecimento
de Jerusalém. Jesus instituiu a sua Eucaristia dando um sentido novo e
definitivo à bênção do pão e do cálice.
1335.
Os milagres da multiplicação dos pães, quando o Senhor disse a bênção, partiu e
distribuiu os pães pelos seus discípulos para alimentar a multidão, prefiguram
a superabundância deste pão único da sua Eucaristia (167). O sinal da água
transformada em vinho em Caná (168) já anuncia a «Hora» da glorificação de
Jesus. E manifesta o cumprimento do banquete das núpcias no Reino do Pai, onde
os fiéis beberão do vinho novo (169) tornado sangue de Cristo.
1336.
O primeiro anúncio da Eucaristia dividiu os discípulos, tal como o anúncio da
paixão os escandalizou: «Estas palavras são insuportáveis! Quem as pode
escutar?» (Jo 6, 60). A Eucaristia e a cruz são pedras de tropeço. É o mesmo
mistério e não cessa de ser ocasião de divisão. «Também vos quereis ir embora?»
(Jo 6, 67): esta pergunta do Senhor ecoa através dos tempos, como convite do
seu amor a descobrir que só Ele tem «palavras de vida eterna» (Jo 6, 68) e que
acolher na fé o dom da sua Eucaristia é acolhê-1'O a Ele próprio.
A INSTITUIÇÃO DA
EUCARISTIA
1337.
Tendo amado os seus, o Senhor amou-os até ao fim. Sabendo que era chegada a
hora de partir deste mundo para regressar ao Pai, no decorrer duma refeição,
lavou-lhes os pés e deu-lhes o mandamento do amor (170). Para lhes deixar uma
garantia deste amor, para jamais se afastar dos seus e para os tornar
participantes da sua Páscoa, instituiu a Eucaristia como memorial da sua morte
e da sua ressurreição, e ordenou aos seus Apóstolos que a celebrassem até ao
seu regresso, «constituindo-os, então, sacerdotes do Novo Testamento» (171).
1338.
Os três evangelhos sinópticos e São Paulo transmitiram-nos a narração da
instituição da Eucaristia. Por seu lado, São João refere as palavras de Jesus
na sinagoga de Cafarnaum, palavras que preparam a instituição da Eucaristia:
Cristo designa-se a si próprio como o pão da vida, descido do céu (172).
1339.
Jesus escolheu a altura da Páscoa para cumprir o que tinha anunciado em
Cafarnaum: dar aos seus discípulos o seu corpo e o seu sangue:
«Veio
o dia dos Ázimos, em que devia imolar-se a Páscoa. [Jesus] enviou então a Pedro
e a João, dizendo: "Ide preparar-nos a Páscoa, para que a possamos
comer" [...]. Partiram pois, [...] e prepararam a Páscoa. Ao chegar a
hora, Jesus tomou lugar à mesa, e os Apóstolos com Ele. Disse-lhes então:
"Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa, antes de padecer.
Pois vos digo que não voltarei a comê-la, até que ela se realize plenamente no
Reino de Deus". [...] Depois, tomou o pão e, dando graças, partiu-o,
deu-lho e disse-lhes: "Isto é o Meu corpo, que vai ser entregue por vós.
Fazei isto em memória de Mim". No fim da ceia, fez o mesmo com o cálice e
disse: "Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue, que vai ser derramado
por vós"» (Lc 22, 7-20) (173).
1340.
Celebrando a última ceia com os seus Apóstolos, no decorrer do banquete pascal,
Jesus deu o seu sentido definitivo à Páscoa judaica. Com efeito, a passagem de
Jesus para o seu Pai, pela sua morte e ressurreição – a Páscoa nova – é
antecipada na ceia e celebrada na Eucaristia, que dá cumprimento a Páscoa
judaica e antecipa a Páscoa final da Igreja na glória do Reino.
«FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE
MIM»
1341.
Ao ordenar que repetissem os seus gestos e palavras, «até que Ele venha» (1 Cor
11, 26), Jesus não pede somente que se lembrem d'Ele e do que Ele fez. Tem em
vista a celebração litúrgica, pelos apóstolos e seus sucessores, do memorial de
Cristo, da sua vida, morte, ressurreição e da sua intercessão junto do Pai.
1342.
Desde o princípio, a Igreja foi fiel à ordem do Senhor. Da Igreja de Jerusalém
está escrito:
«Eram
assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fracção do pão e às
orações. [...] Todos os dias frequentavam o templo, como se tivessem uma só
alma, e partiam o pão em suas casas; tomavam o alimento com alegria e
simplicidade de coração» (Act 2, 42.46).
1343.
Era sobretudo «no primeiro dia da semana», isto é, no dia de domingo, dia da
ressurreição de Jesus, que os cristãos se reuniam «para partir o pão» (Act 20,
7). Desde esses tempos até aos nossos dias, a celebração da Eucaristia
perpetuou-se, de maneira que hoje a encontramos em toda a parte na Igreja com a
mesma estrutura fundamental. Ela continua a ser o centro da vida da Igreja.
1344.
Assim, de celebração em celebração, anunciando o mistério pascal de Jesus «até
que Ele venha» (1Cor 11, 26), o Povo de Deus em peregrinação «avança pela porta
estreita da cruz» (174) para o banquete celeste, em que todos os eleitos se
sentarão à mesa do Reino.
IV. A celebração litúrgica
da Eucaristia
A MISSA DE TODOS OS
SÉCULOS
1345.
Desde o século II, temos o testemunho de São Justino, mártir, sobre as grandes
linhas do desenrolar da celebração eucarística. Permaneceram as mesmas até aos
nossos dias, em todas as grandes famílias litúrgicas. Eis o que ele escreve,
cerca do ano 155, para explicar ao imperador pagão Antonino Pio (138-161) o que
fazem os cristãos:
«No
dia que chamam Dia do Sol, realiza-se a reunião num mesmo lugar de todos os que
habitam a cidade ou o campo.
Lêem-se
as memórias dos Apóstolos e os escritos dos Profetas, tanto quanto o tempo o
permite.
Quando
o leitor acabou, aquele que preside toma a palavra para incitar e exortar à imitação
dessas belas coisas.
Em
seguida, levantamo-nos todos juntamente e fazemos orações» (175) «por nós
mesmos [...] e por todos os outros, [...] onde quer que estejam, para que
sejamos encontrados justos por nossa vida e acções, e fiéis aos mandamentos, e
assim obtenhamos a salvação eterna.
Terminadas
as orações, damo-nos um ósculo uns aos outros.
Depois,
apresenta-se àquele que preside aos irmãos pão e uma taça de água e vinho
misturados.
Ele
toma-os e faz subir louvor e glória ao Pai do universo, pelo nome do Filho e do
Espírito Santo, e dá graças (em grego: eucharistian) longamente, por termos
sido julgados dignos destes dons.
Quando
ele termina as orações e acções de graças, todo o povo presente aclama: Ámen.
[...]
Depois de aquele que preside ter feito a acção de graças e de o povo ter
respondido, aqueles a que entre nós chamamos diáconos distribuem a todos os que
estão presentes pão, vinho e água "eucaristizados" e também os levam
aos ausentes» (176).
1346.
A liturgia eucarística processa-se em conformidade com uma estrutura
fundamental, que se tem conservado através dos séculos até aos nossos dias.
Desdobra-se em dois grandes momentos, que formam basicamente uma unidade:
–
a reunião, a liturgia da Palavra, com as leituras, a homilia e a oração universal;
–
a liturgia eucarística, com a apresentação do pão e do vinho, a acção de graças
consecratória e a comunhão.
Liturgia
da Palavra e liturgia eucarística constituem juntas "um só e mesmo acto de culto" (177). Com
efeito, a mesa posta para nós na Eucaristia é, ao mesmo tempo, a da Palavra de
Deus e a do corpo do Senhor (178).
1347.
Não é esse também o dinamismo da refeição pascal de Jesus Ressuscitado com os
seus discípulos? Enquanto caminhavam, Ele explicava-lhes as Escrituras; depois,
pondo-Se à mesa com eles, «tomou o pão, proferiu a bênção, partiu-o e deu-lho»
(179).
O DESENROLAR DA CELEBRAÇÃO
1348.
Todos se reúnem. Os cristãos acorrem a um mesmo lugar para a assembleia
eucarística. A sua cabeça está o próprio Cristo, que é o actor principal da
Eucaristia. Ele é o Sumo-Sacerdote da Nova Aliança. É Ele próprio que preside
invisivelmente a toda a celebração eucarística. E é em representação d'Ele
(agindo «in persona Christi capitis – na pessoa de Cristo-Cabeça»), que o bispo
ou o presbítero preside à assembleia, toma a palavra depois das leituras,
recebe as oferendas e diz a oração eucarística. Todos têm a sua parte activa na
celebração, cada qual a seu modo: os leitores, os que trazem as oferendas, os
que distribuem a comunhão e todo o povo cujo Ámen manifesta a participação.
1349.
A liturgia da Palavra comporta «os escritos dos Profetas», quer dizer, o Antigo
Testamento, e «as Memórias dos Apóstolos» ou seja, as suas epístolas e os
evangelhos. Depois da homilia, que é uma exortação a acolher esta Palavra como
o que ela é na realidade, Palavra de Deus(180), e a pô-la em prática, vêm as
intercessões por todos os homens, segundo a palavra do Apóstolo: «Recomendo,
antes de tudo, que se façam preces, orações, súplicas e acções de graças, por
todos os homens, pelos reis e por todos os que exercem autoridade» (1 Tm 2,
1-2).
1350.
A apresentação das oferendas (ofertório): traz-se então para o altar, por vezes
processionalmente, o pão e o vinho que vão ser oferecidos pelo sacerdote em
nome de Cristo no sacrifício eucarístico, no qual se tornarão o seu corpo e o
seu sangue. É precisamente o mesmo gesto que Cristo fez na última ceia,
«tomando o pão e o cálice». «Só a Igreja oferece esta oblação pura ao Criador,
oferecendo-Lhe em acção de graças o que provém da sua criação» (181). A
apresentação das oferendas no altar assume o gesto de Melquisedech e põe os
dons do Criador nas mãos de Cristo. É Ele que, no seu sacrifício, leva à
perfeição todas as tentativas humanas de oferecer sacrifícios.
1351.
Desde o princípio, com o pão e o vinho para a Eucaristia, os cristãos trazem as
suas ofertas para a partilha com os necessitados. Este costume, sempre actual,
da colecta (182) inspira-se no exemplo de Cristo, que Se fez pobre para nos
enriquecer (183):
«Os
que são ricos e querem, dão, cada um conforme o que a si mesmo se impôs; o que
se recolhe é entregue àquele que preside e ele, por seu turno, presta
assistência aos órfãos, às viúvas, àqueles que a doença ou qualquer outra causa
priva de recursos, aos prisioneiros, aos imigrantes, numa palavra, a todos os
que sofrem necessidade» (184).
1352.
A anáfora: Com a oração eucarística, oração de acção de graças e de
consagração, chegamos ao coração e cume da celebração:
no
prefácio, a Igreja dá graças ao Pai, por Cristo, no Espírito Santo, por todas
as suas obras: pela criação, redenção e santificação. Toda a comunidade une,
então, as suas vozes àquele louvor incessante que a Igreja celeste – os anjos e
todos os santos – cantam ao Deus três vezes Santo:
1353.
na epiclese, pede ao Pai que envie o seu Espírito Santo (ou o poder da sua
bênção)(185)sobre o pão e o vinho, para que se tornem, pelo seu poder, o corpo
e o sangue de Jesus Cristo, e para que os que participam na Eucaristia sejam um
só corpo e um só espírito. (Algumas tradições litúrgicas colocam a epiclese
depois da anamnese);
na
narração da instituição, a força das palavras e da acção de Cristo e o poder do
Espírito Santo tomam sacramentalmente presentes, sob as espécies do pão e do
vinho, o corpo e o sangue do mesmo Cristo, o seu sacrifício oferecido na cruz
de uma vez por todas;
1354.
na anamnese que se segue, a Igreja faz memória da paixão, ressurreição e
regresso glorioso de Cristo Jesus: e apresenta ao Pai a oferenda do seu Filho,
que nos reconcilia com Ele:
nas
intercessões, a Igreja manifesta que a Eucaristia é celebrada em comunhão com
toda a Igreja do céu e da terra, dos vivos e dos defuntos, e na comunhão com os
pastores da Igreja: o Papa, o bispo da diocese, o seu presbitério e os seus
diáconos, e todos os bispos do mundo inteiro com as suas Igrejas.
1355.
Na comunhão, precedida da Oração do Senhor e da fracção do pão, os fiéis
recebem «o pão do céu» e «o cálice da salvação», o corpo e o sangue de Cristo,
que Se entregou «para a vida do mundo» (Jo 6, 51):
Porque
este pão e este vinho foram, segundo a expressão antiga, «eucaristizados»
(186), «chamamos a este alimento Eucaristia; e ninguém pode tomar parte nela se
não acreditar na verdade do que entre nós se ensina, se não recebeu o banho
para a remissão dos pecados e o novo nascimento e se não viver segundo os
preceitos de Cristo» (187).
V. O sacrifício
sacramental: acção de graças, memorial, presença
1356.
Se os cristãos celebram a Eucaristia desde as origens e sob uma forma que, na
sua substância não mudou através da grande diversidade dos tempos e das
liturgias, é porque sabem que estão ligados pela ordem do Senhor, dada na
véspera da sua paixão: «Fazei isto em memória de Mim» (1 Cor 11, 24-25).
1357.
Esta ordem do Senhor, cumprimo-la celebrando o memorial do seu sacrifício. E
fazendo-o, oferecemos ao Pai o que Ele próprio nos deu: os dons da sua criação,
o pão e o vinho, transformados, pelo poder do Espírito Santo e pelas palavras
de Cristo, no corpo e no sangue do mesmo Cristo: assim Cristo torna-se real e
misteriosamente presente.
1358. Temos, pois, de
considerar a Eucaristia
–
como acção de graças e louvor ao Pai,
–
como memorial sacrificial de Cristo e do Seu corpo,
–
como presença de Cristo pelo poder da sua Palavra e do seu Espírito.
A ACÇÃO DE GRAÇAS E O
LOUVOR AO PAI
1359.
A Eucaristia, sacramento da nossa salvação realizada por Cristo na cruz, é
também um sacrifício de louvor em acção de graças pela obra da criação. No
sacrifício eucarístico, toda a criação, amada por Deus, é apresentada ao Pai,
através da morte e ressurreição de Cristo. Por Cristo, a Igreja pode oferecer o
sacrifício de louvor em acção de graças por tudo o que Deus fez de bom, belo e
justo, na criação e na humanidade.
1360.
A Eucaristia é um sacrifício de acção de graças ao Pai, uma bênção pela qual a
Igreja exprime o seu reconhecimento a Deus por todos os seus benefícios, por
tudo o que Ele fez mediante a criação, a redenção e a santificação. Eucaristia
significa, antes de mais, «acção de graças».
1361.
A Eucaristia é também o sacrifício de louvor, pelo qual a Igreja canta a glória
de Deus em nome de toda a criação. Este sacrifício de louvor só é possível
através de Cristo: Ele une os fiéis à sua pessoa, ao seu louvor e à sua
intercessão, de maneira que o sacrifício de louvor ao Pai é oferecido por
Cristo e com Cristo, para ser aceite em Cristo.
_________________________
Notas:
164.
Cf. Sl 104, 13-15.
165.
Cf. Oração Eucarística 1 ou Cânone Romano, 95: Missale Romanum, editio typica
(Typis Polyglottis Vaticanis 1970). p. 453 [Missal Romano, Gráfica de Coimbra
1992. 521].
166.
Cf. Dt 8, 3.
167.
Cf. Mt 14, 13-21; 15, 32-39.
168.
Cf. Jo 2, 11.
169.
Cf. Mc 14, 25.
170.
Cf. Jo 13, 1-17.
171.
Concílio de Trento, Sess. 22ª, Doctrina de ss. Missae Sacrificio, c. 1: DS
1740.
172.
Cf. Jo 6, 13
173.
Cf. Mt 26, 17-29; Mc 14, 12-25; 1 Cor 11, 23-25.
174.
II Concílio do Vaticano, Decr. Ad gentes, 1: AAS 58 (1966) 947.
175.
São Justino, Apologia, 1. 67: CA 1. 184-186 (PG 6. 429).
176.
São Justino, Apologia, 1. 65: CA 1, 176-180 (PG 6. 428)
177.
II Concílio do Vaticano, Const. Sacrosanctum Concilium, 56: AAS 56 (1964) 115.
178.
Cf. III Concílio do Vaticano, Const. dogm. Dei Verbum, 21: AAS 58 (1966) 827.
179.
Cf. Lc 24, 13-35.
180.
Cf. 1 Ts 2, 13.
181.
Santo Ireneu de Lião, Adversus haereses 4. 18, 4: SC 100, 606 (PG 7, 1027): cf. Mt 1. 11.
182. Cf. 1 Cor 16, 1.
183.
Cf. 2 Cor 8, 9.
184.
São Justino, Apologia, 1. 67, 6: CA 1, 186-188 (PG 6, 429).
185.
Cf. Oração Eucarística 1 ou Cânone Romano, 90: Missale Romarum, editio typica
(Typis Polyglottis Vaticanis 1970). p.451 [Missal Romano, Gráfica de Coimbra
1992, 518].
186
São Justino, Apologia, 1, 65: CA 1, 180 (PG 6, 428).
187.
São Justino, Apologia, 1, 66, 1-2: CA 1. 180 (PG 6, 428).
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