04/02/2013

Carta do Prelado do Opus Dei por ocasião do Ano da Fé. 46


Cada um no seu lugar

46. Ao fortalecer, com fé firme e perseverante, os fundamentos do nosso diálogo com a Trindade, as ações apostólicas concretas serão eficazes: aproveitemos todas as oportunidades que nos aparecerem, para servir as almas e caminhemos com o grande incentivo de criar outras novas. Procuremos acabar os nossos trabalhos, quaisquer que sejam, com total retidão de intenção, vigiando sobre nós próprios, para que não se infiltre nessas tarefas nenhuma vanglória. A retidão de intenção não se há-de desvanecer nem estar ausente no nosso trabalho diário. Assim, qualquer atividade, bem acabada e oferecida ao Céu, converter-se-á em identificação com Jesus Cristo, e contribuirá poderosamente para a própria unidade de vida.

No coração da nova evangelização da sociedade, cada pessoa tem um lugar preciso, atribuído pela Providência. Mas não devemos comportar-nos passivamente nem contentar-nos com o esforço por sermos fiéis: saiamos ao encontro das almas, para as servir, ali onde estão, nas mil encruzilhadas da organização social, na universidade e nas escolas, nos ambientes de trabalho e de descanso, nas famílias, a fim de lhes oferecer a formação cristã que necessitam. Sintamos a urgência santa de contribuir para o trabalho da Igreja no mundo, imitando os primeiros cristãos. Às vezes os obstáculos aparecerão diante dos nossos olhos, com evidente crueza; e chega então a hora de aplicarmos a nós próprios os parágrafos de uma carta de S. Josemaria, dirigida a todos, sem excepção:

«É lógico, meus filhos, que, algumas vezes, (...) sintais a vossa pequenez e penseis: comigo, todo esse trabalho?, comigo, que sou tão pouca coisa?, comigo, tão cheio de misérias e erros ?

Eu digo-vos que abrais, nesses momentos, o Evangelho de S. João e mediteis devagar aquela passagem que narra a cura do cego de nascença. Vede como Jesus faz lodo, com pó da terra e saliva, e aplica esse lodo nos olhos do cego, para lhe dar luz (cfr. Jo 9, 6). O Senhor usa como colírio um pouco de lodo (...). Com o conhecimento próprio da nossa fraqueza, do nosso nenhum valor, mas com a graça do Senhor e a boa vontade, somos medicina, para dar luz; somos, experimentando a nossa pequenez humana, fortaleza divina para os outros» 85.

Algumas e alguns estareis em condições de colaborar de modo mais imediato na instauração dessa nova cultura, dessa nova legislação, dessa nova moda – a que já me referi várias vezes, que, informadas pelo espírito evangélico, se hão-de promover sem desfalecimentos. Mas a todos, insisto, se nos atribui uma posição concreta nesta «guerra de amor e de paz». Cada uma, cada um, na linha de frente ou na retaguarda, estamos em condições de efetuar um apostolado diretíssimo que, em comunhão com toda a Igreja, incidirá eficazmente na consecução desses objectivos.

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Nota: Publicação devidamente autorizada

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Notas:
85 S. Josemaria, Carta 29-IX-1957, n. 16.

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