O fundador do Opus Dei sabia como aplicar a chamada universal à santidade à profissão médica. Para procurar a santidade no trabalho, devemos levar a cabo o trabalho com perfeição, com competência profissional. «Ao que possa ser sábio não lhe perdoamos que o não seja» [i]. « A santidade compõe-se de heroísmos. — Por isso, no trabalho pede-se-nos o heroísmo de rematar bem as tarefas que nos cabem, dia após dia, embora se repitam as mesmas ocupações. Se não, não queremos ser santos!» [ii].
S.
Josemaria referia-se também, com frequência à necessidade de que o médico tenha
alma sacerdotal. «Afirmas que vais compreendendo a pouco e pouco o que quer
dizer ‘alma sacerdotal’... – Não te zangues se te respondo que os factos
demonstram que o compreendes apenas em teoria. Todos os dias te acontece o
mesmo: ao anoitecer, no exame, tudo são desejos e propósitos; de manhã e à
tarde, no trabalho, tudo são dificuldades e desculpas. – Assim vives o ‘sacerdócio santo, para oferecer
vítimas espirituais, agradáveis a Deus por Jesus Cristo’?» [iii].
Entendeu
também a conexão entre a santidade e os interesses do intelecto humano: «Se
tens de servir a Deus com a tua inteligência, estudar para ti é uma obrigação grave»
[iv] e
«Põe um motivo sobrenatural no teu trabalho profissional habitual e terás
santificado o trabalho» [v].
E
de novo, dirigindo-se aos médicos, S. Josemaria dizia: «Imitai-O; desta
maneira, sereis mais refinados, mais cristãos cada dia; não só mais doutos,
inclusive mais do que peritos, mas mais como um dos discípulos de Cristo» [vi].
(...)
S.
Josemaria convidava enfermeiros e médicos a comparar o seu trabalho com o de um
sacerdote. Falava do seu trabalho atribuindo-lhe o qualificativo de missão
sagrada, pela sua proximidade com os que sofrem, que são imagens de Cristo na
Cruz. O seu afecto e atenção recordam-nos o amor compassivo de Jesus pelos
doentes durante a Sua vida terrena.
Por
estas razões, São Josemaria Escrivá referiu-se com clareza à necessidade de
viver a vocação de médico e de enfermeiro com uma atitude verdadeiramente
profissional: com perícia científica, com o cuidado amoroso de uma mãe e com
esperança humana e sobrenatural.
É
difícil entender realmente a doença se não se experimentou a sua carga, pelo
menos uma vez na vida, e se não se viveu esses momentos em que surge a tentação
de cair na ira ou na recusa.
São
Josemaria Escrivá está capacitado para falar tão clara e caritativamente acerca
do sofrimento e da dor porque os experimentou na sua própria vida. Pôde
conviver com o sofrimento e a dor precisamente porque acreditava no amor de
Deus. Confiava em Deus com a mesma confiança que uma criança pequena tem com o
seu Pai. Transmitia claramente esta atitude na sua pregação e as suas acções
falavam tão eloquentemente como as suas palavras. Qualquer pessoa que recorra a
S. Josemaria para lhe confiar a sua dor e tristeza aprenderá a confiar o seu
sofrimento a Deus.
p. binetti, 2012.09.07
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.