Profissionais em contacto
com a dor
Não é fácil enfrentar a situação de pessoas que sofrem diariamente e, ao mesmo tempo, manter um interesse vivo pelos seus problemas e tristezas. Nestas circunstâncias existe o risco de manusear a dor de maneira anónima, procurando aliviar falsamente a atmosfera em que os profissionais da medicina devem viver diariamente.
Podem
encontrar-se enfermeiros muito competentes para quem a dor já não afeta
profundamente. Em lugar de ver o doente como um ser humano, com uma visão
integral das suas necessidades, centram a sua preocupação no que se requer para
responder às necessidades clínicas da pessoa.
Os
médicos encontram-se também frequentemente em risco de considerar os doentes de
um ponto de vista meramente pragmático, limitando a sua atenção ao diagnóstico
e às opções terapêuticas.
Aparte
o contacto com o doente durante as etapas de diagnóstico e planeamento de
tratamento, os médicos são invisíveis, absorvidos por actividades
administrativas, cursos, consultas com colegas e conferências.
As
palavras do Fundador do Opus Dei a um cirurgião ortopédico são significativas.
O médico perguntou-lhe como era possível evitar a rotina na sua profissão:
«Vive na presença de Deus, como seguramente já fazes. Ontem visitei uma pessoa
doente a quem amo com todo o meu coração de pai, e entendo o grande trabalho
sacerdotal que vós, médicos, fazeis. Mas não fiques orgulhoso com isto, porque
toda a gente tem alma sacerdotal! Necessitais de pôr em prática a vossa alma
sacerdotal! Quando lavas as mãos, quando usas a tua bata branca, quando pões as
luvas, pensa em Deus e no Seu sacerdócio real, a que São Pedro se refere. Só
assim evitarás a rotina no trabalho. Farás bem ao corpo e também à alma» [i].
O
trabalho dos médicos e dos enfermeiros é uma realização ininterrupta e
intangível daquele que levou a cabo Nosso Senhor durante a Sua vida na terra.
Os Seus milagres demonstram-no: os cegos viam; os mudos falavam; os surdos
ouviam; os coxos andavam. Curou os epiléticos e os leprosos, e inclusivamente
ressuscitou mortos.
p. binetti, 2012.09.07
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