07/12/2012

A experiência da dor 5


Os doentes são um tesouro

«As testemunhas da cruz e da ressurreição de Cristo transmitiram à Igreja e à humanidade um Evangelho específico do sofrimento. O próprio Redentor escreveu este Evangelho antes de mais nada com o próprio sofrimento assumido por amor, para que o homem ‘não pereça, mas que tenha vida eterna’. Este sofrimento, juntamente com a palavra dos Seus ensinamentos, converteu-se num rico manancial para quantos participaram nos sofrimentos de Jesus na primeira geração dos Seus discípulos e confessores e, depois, nas que se lhe foram sucedendo ao longo dos séculos» [i].

O Santo Padre João Paulo II crê que aqueles que sofrem são protagonistas privilegiados do Evangelho da Dor, que Jesus Cristo em pessoa começou a escrever com a sua própria dor. Cada pessoa que sofre traz este Evangelho à vida com a sua própria dor pessoal. É um Evangelho vivo, que nunca acabaremos de escrever, e que verdadeiramente nos capacita para reconhecer Deus mesmo em cada um dos que sofrem.

Na Sua profecia do Juízo Final, Nosso Senhor diz-nos: «Dirá então o Rei aos que estiverem à Sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possui o reino que vos está preparado desde a criação do mundo. Porque [...] estive enfermo e Me visitastes [...] Senhor, quando Te vimos enfermo [...] e fomos ver-Te? [...] E o Rei lhes dirá: em verdade vos digo que todas as vezes que vós fizestes isto a um de estes Meus irmãos mais pequenos, a Mim o fizestes» [ii].

Consciente da identificação entre Cristo e os doentes, S. Josemaria procurou sempre transmitir àquelas pessoas próximas dele um carinho especial pelos enfermos. Repetiu constantemente que amava a Deus e aos outros com o mesmo coração. Sabia como amar os outros através de Deus e eles, por sua vez, aproximavam-no mais de Deus.

Os doentes ocupavam um lugar especial no coração de S. Josemaria, porque em cada um deles via a imagem de Cristo que sofre. Por esta razão, cada um o atraía, de uma maneira misteriosa e forte, à corredenção.

p. binetti, 2012.09.07



[i] Cfr. Salvifici doloris, 25.
[ii] Mt. XXV, 34-41.

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